Voz do Povo nº31 02-07-1911

@@@ 1 @@@

 

Ea

1.º Anno
DIRECTOR

Au gusto FrRodrignes

Administrador
ZEPHERINO LUCAS

Editor

Luiz Domingues da Silva Dias

Certa, ‘2 de julho de-19t1

EE

mea

VOa DO

Assignaturas

Ib200.

Para o Brazil. 1.10
Pago adiantadamente

Semestre…

Não se restituem es originaes

Soo rs.
5atooo réis (fracos)

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

Travessa do Serrano, 8
CERTA
Typographia Leiriense — LEIRIA

Propriedade da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL

 

Na 3.:e 4.º paginas, cada linha…..
N’outro logar, preço convencional

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30 rs.

 

Annunciam-se publicações de que-se receba

um exemplar

 

A consagração da Republica
Ortugueza está feita em condi-
ções de tal modo inabalaveis e
decisiveis que a sua estabilidade
já não póde oferecer duvidas a
quem quer que seja.

À causa democratica está de-
finitivamente victoriosa e Portu-
gal entrará em breve no concer-
to das grandes potencias euro-
Peias. ;

“’Assente a balisa da nossa fe-
Cunda evolução social; estabele-
Cida a harmonia entre todos os
Poderes da Republica, cabe ago-

“Ta aos legisladores eleitos em 28 |

e maio proximo passado, de-
monstrarem quanta dedicação
$xiste na sua alma de patriotas,
quanto amor e zelo nutrem pe-

us novas instituições. E esta
em duvida a sua mais bella e

Patriotica missão,
Somos um paiz de heroica

“tradicção, uma nação cuja histo-

Ta invejavel sobreleva a dos
mais gloriosos paizes.

“A nossa maior vingança con-
tra aquelles que de ha muito nos
Julgavam um povo extincto para
& civilisação e progresso, é o

emonstrarmos agora que a ra-
Sa dos portuguezes, de antes
quebrar do que torcer, não dege-
Nerou.

Esta demonstração é preciso
que seja feita d’uma forma sere-
Na e digna, que a todos incuta
Tespeito, a todos provoque a
be de que as novas ins–

ituições sempre carecem.
E França de 1870 a esta par-
onta episodios brilhantes nas
laureadas paginas da sua historia
Contemporanea.
A consolidação da terceira

*Tepublica, comquanto algumas

air -tempestuosa, tem sido.
Bloriosissima e ainda mais au-
Menta a sua gloria a collossal

Consagração da republica, desde

O advento do gabinete Waldeck-
“Osscau, em 22 de junho de
1899, e os subsequentes aconte-
eimentos desde a expulsão dos
Jesuitas e das congregações reli-
Blosas até ao golpe decisivo da
Separação da egreja do estado

“em 1905.

Com o Brazil, á parte a su-

“Blevação do Rio Grande do Sul
€ a revolta do almirante Custo-

lo José de Mello, succedeu a
Mesma cousa, e tão rapido foi-o

| tado publicar |

Progresso da vasta confederação

sul-americana, que a grande Re-
publica Brazileira, se impõe ho-
je no concerto mundial.

Foram estes os dois grandio-
sos exemplos em que a demo-
cracia portugueza se inspirou
para derruir o regimen que sé ia

| esphacellando dia a dia, e tanto

se compenetrou de suggestiva
influencia daquellas duas repu-
blicas latinas, queo cumprimen-
to do seu dever civico se impoz
n’uma avançada irreprimivel,

Eis o que nos levou a arros-
tar com coragem e confiança a
situação afrontosa em que lasti-
mosamente nos encontravamos.

A lealdade do nosso caracter
nunça se desmentiu um só mo-
mento na longa e porfiada luta,
e foi mostrando a todo o univer-
so culto um attestado moral do
nosso comportamento cívico, que
nós nos tornamos dignos de nos-
sos irmãos brazileiros pela he-
roicidade de animo e pelo nosso
amor ao trabalho.

– Assim o comprehendem e sen-

“tem as nações que vão reconhe-

cer de direito a nossa Republica
proclamada pela Assembleia Na-
cional Constituinte.

A reciprocidade de interesses
commerciaes e economicos está
estabelecida d’uma fórma defini-
tiva; os nossos fundos teem li-
songeira cotação nas praças es-
trangeiras; o nosso credito, con-
fiamos, ha de robustecer-se suc-
cessivamente até uma rasoavel
consolidação, e desde que os
nossos homens publicos tratem
menos de politica e mais de ad-
ministração, o nosso futuro co-
mo povo livre, está plenamente
assegurado.

E assim entraremos em nor-
malidade, estado de que tanto
carecemos para o desenvolvi-
mento do nosso commercio e
tranquilidade de todos os espiri-
tos. j

 

“Separação

Muitos padres teem já declarado
acceitar as pensões estabelecidas na

– nova lei, em substituição da congrua.

Não póde ser outro o procedimen-
to do padre que, tendo nascido em
Portugal, seja mais amigo do seu

“paiz do que do estrangeiro.

O facto da lei da Separação ter
imperfeições a ninguem dá o direito

de proclamar a sua publica desobe- .

diencia, despresando as determina-
ções da auctoridade que se acha
constituida. ;

O fundador da religião christã,
mais do que ‘uma vez, aconselhou a,

obediencia aos poderes políticos da
nação, e ninguem, de boa fé, póde
convencer-se que a lei ha pouco de:
cretada por qualquer fórma vá ata-
car a crença ou a liberdade de cons-

ciencia. Uma e outra são de suana- |

tureza intangiveis.

Nós somos, de convicção, arden-
tissimos defensores d’essas duas li-
berdades essenciaes: se ellas’fossem
attingidas pela nova lei, seriamos
nós os seus mais intransigentes ad-
versarios, E? um dos nossos princi-
pios, que nunca cedemos por-ne-
nhuma consideração.

Folgamos, pois, que a attitude do
clero portuguez seja em tudo digna
de alguns dos seus antecessores que
a sua altivez perante as pretensões
de Roma, é o seu patriotismo a des-
peito de tudo, tornou gloriosamente
celebres.

eee Emma

Dr. Augusto Barreto

No dia 26 de junho ultimo, to-
mou posse do seu cargo de director
geral da assistencia publica, o sr.
dr. Augusto Berreto, que tão distin-

“ctamente- exerceu as funcções de
governador civil do nosso districto,

S. ex.! encontra-se ainda em Cas-
tello Branco, dizendo assumir as
funcções do seu novo e importante
cargo no dia 6 do corrente,

EO

– Affonso Costa.

Póde considerar-se restabelecido
este illustre estadista e nosso pri-
meiro parlamentar.

E’ esta uma noticia que de certo
enche de sincero jubilo todos os que
sentem pelo seu grande talento a
mais justficada admiração,

S. ex.?, ao -que consta, vae ao es-
trangeiro fortalecer o organismo aba-
lado por tão prolongada e grave
doença, havendo esperanças de que
ainda tome parte nos trabalhos da
Constituinte.

ACTOS E BO
RAS ATOS

Falleceu em Setubal a sr.? D. Ma-
tia Augusta Simões, virtuosa irmã e
cunhada do nosso presado amigo
sr. José Maria Monteiro Ferraz e
de sua esposa, à quem enviamos as

nossas sinceras condolencias,

—— «polo e=

* Foi mandada abrir ao serviço pu. –

blico a estação telegrapho-posial de
Alvaro, no concelho d’ Oleiros.
No dia 24 do passado mez houve

| festa no passeio do adro, d’esta vil-

la, com illuminações á veneziana,
fogo d’artificio e tocando, com geral
agrado, a Sociedade Musical Recreio
Artista. A
pe PD

Manuel Vicente Nunes

Com sua ex.?ê familia, retirou já
para Lisboa aquelle nosso illustre
amigo e. dedicadissimo conterraneo.

S. ex.*, nos poucos dias que aqui

– esteve; recebeu todas as demonstra-

ções de quanto é considerado pes-
soalmente é de quanto são aprecla-
dos os seus valiosos serviços em fa-
vor do nosso concelho.
= == IOg0C-————
Lyceu Central
O lyceu da capital do nosso dis-
tricto foi elevado a central com o
que muito folgamos por ser feita
justiça a Castello Branco.
EM ga ce
Esteve em Oleiros, no dia 23, o
destacamento de cavallaria, que es-
tá de serviço n’esta villa,
ro DOE
Antunes Leitão

Retirou para Lisboa, onde tem- Ee
porariamente vae dirigir a succur-
sal da sua casa de Loanda, o nosso
presalo amigo e patricio, st. José
Antunes Farinha Leitão.

ESB —

No dia 23 de junho, proximo pas-
sado, esteve tocando no passeio do
Adro, a philarmonica Patriota, sen-
do muito apreciada.

—— a tpoe— — —

Tomou posse do partido medico
da Sobreira Formosa, d’esta comar-
cao st, dr. João d’Oliveira Carva-
lho, distincto clinico, ha pouco sahi-
do da Universidade. a

a ta cr

Hospital d’Oleiros –

Foi entregue á Musericordia da
villa d’Oleiros, o hospital construir
do pelo sr. João Martins da Sil
como testamenteiro, em eumprna
to d’um legado instituído no e
cido dr. Francisco Barata ogue

Relvas, d’aquella villa.

á RA
Foi auctorisada a reparação
escola de Villa de Rei.

Concluiu o curso: thcologico Nº

inari Jar-:
Seminario de Sernache de Bom Jar
dim o-sr. Maximiano Raphael Ba
ptista.
TDT Re
Rudimentos de politica
e de civismo
je a 8
Continuamos ai dr eo

ões que O Sr. tu Í
o pára à boa compre-
hensão, por parte das classes popu: E
lares, dos grandes principios de po-
litica geral. – di
» Ser cívicos E’ não se eximir aos
direitos é deveres civis é politicos. .
“ Ter civismo é honrarmo nos pe-“*
rante o estrangeiro. Exemplos: ser
eleitor, ser jurado, ser soldado, con-
sagrar as glorias nacionaes, respeitar
os symbolos da Patria, associar-se
para fins patrioticos € políticos, etc. —
Ser político: E interessar-se pe- .
los négocios do Estado. | ad
* este um dever de todos, pois O
cuidar dos negocios publicos, é cui-
dar da fazenda de nós proprios. |
Ser liberal: E” ser partidario das
liberdades publicas.
A liberdade não é cada um fazer
o gue quizer. Ha liberdade politica e
liberdade individual, A liberdade po-

exito dsal, A liberdade po-

 

@@@ 1 @@@

 

– mente sobre elles,

 

litica, é regermos pelas leis que nos
assegurem os nossos: direitos como
cidadãos; a liberdade individual é a
nossa acção livre e bondosa que ter-
mina quando outrem começa a ser
prejudicado nos seus direitos.

Ser republicano: E” ser partidario ||
do Governo em que o povo elege
um transitorio Chefe d’Estado, orien- |
tado da politica do paiz. vai |

E’ querer a liberdade politica: a |
egualdade da lei e a fraternidade,
entre governantes e governados. |

Ser democrata: E’ querer o go- |
verno do povo pelo povo.

O democrata quer ver o povo a
opinar sobre os negocios publicos
decidindo mais ou menos directa-

Ser religioso: E” cumprir com o
bem e com o dever seguindo umas
crenças intimas.

Para se ser religioso basta ser
bondoso e moral. – )

Ser reaccionario: E ser contrario
rogresso politico do paiz. ;
m geral o reaccionario é cleri-

cal, despotico, opressor e amigo de

severos castigos.

Ser radical: E querer as leis
mais avançadas postas em vigor.

O radical deseja um governo de-
cidido e justo que marche com ra-
pidez no progresso.

Ser conservador: E” querer leis
pouco perturbadoras.

Prefere o progresso lento, de fór-
ma a que não se caia na desordem,
respeitando o que esteja já feito.

C. 4. Fernandes

Cp pi

Pelo mundo litterario |

O PERFUME

Eu sinto ainda o extase vibrante

D’aquella doce noite encantadora…

Noite mais clara do que a clara Aurora
Porém tão breve como um breve instante.

ao

fas
* Curvada a fronte, —pallida, hesitante
Como quem scisma ou em silencio chora—
“Fu escutavas a harmonia errante
De Minha alma dolente e sonhadora.

E emquanto recolhias os fulgores
Da noite, a quente exhalação das flores,
Da occulta fonte o languido queixume.

Eu, mais que a Noite vezes mil ditoso,
Respirava a tremer, a arfar de goso,
Nas azas da tua alma o teu perfume.

Luiz Guimarães

PELA CAMARA
Sessão de 28 de junho –

Sob a presidencia do sr. Zeferino
Lucas e assistencia dos vereadores
srs. Antonio Nunes de Figueiredo,
Cyriaco Santos e Filippe da Silva
Leonor, teve logar a reunião da com-
missão administrativa,

Foi presente :

—lUm telegramma do sr. Gover-
nador Civil para que se proceda
sem demora á votação das percen-
tagens para constituirem receita no
futuro anno e enviar copia. O sr.

residente declarou já ter sido satis-
o
15 Apud fess: prima-,
rio offici; a nes
pedindo á camara o informasse ácer-
ca do pedido feito pela camara á
inspecção escolar para que os exa-
mes fossem feitos nas escolas do con
celho, resolvendo a camara partt-
cipar-lhe a resolução da inspecção
ago que d’ella tenha conhecimento.

Um officio da commissão paro-
chial de Pedrogam Pequeno, dando
conhecimento de que o ar,º 47.º do
codigo de posturas não é cumprido
dentro da villa de Pedrogam Pe
queno e pedindo licença para mu-
dar o candieiro de iluminação pu-
blica do adro d’aquella villa,

VOZ DO Povo

—Com referencia á primeira par
te a camara resolveu dar conheci
mento á Administração d’este Con-
celho para os fins convenientes é
com relação á segunda parte depois
do sr. vereador do pelouro respe-
ctivo ir áquella localidade e infor-
mar a camara, esta resolverá.

—Por proposta do sr. vereador
Filippe Leonor a camara resolveu
mudar um candieiro de iluminação
publica de Sernache conforme a di-
recção do vereador d’aquella locali-
dade, devendo satisfazer-se a impor-
tancia gasta com este serviço, logo
que esteja concluido.

—Compareceu Joaquim Antunes
Paulo, do Outeiro, que pediu licen-
ça para, como nos annos anteriores,
almente o caminho.

o

de da de Simplicio da Matta, com a
levada d’agua. :

—A camara deferiu sob condição
de não estorvar o transito publico
e o requerente responsabilisar-se
pelos estragos que o caminho pos:
sa soffre.

(O sr. Filippe Leonor declarou
que não tendo assistido á sessão an-
terior em que foi proposto um voto
de louvor ao sr. dr. José Carlos
Ehrhardt, se associa a esse voto.

= aaa — ——
Registo Civil
O movimento de registos n’esta
repartição, de 21 a 28 de junho foi:
Nascimentos tres.
Óbitos quatro.

e perene

A associação na agricultura

E” este o titulo de uma tése inau-
gural, apresentada ao conselho es-
colar do Instituto Superior de Agro-
nomia pelo sr. Egydio Isaac.

E” um verdadeiro livro de própa-

ganda associativa, em que o seu au- |.

ctor em linguagem clara faz um bre-
ve resumo das associações agricolas
estrangeiras e nacionaes, como por
exemplo: syndicatos agricolas, se-
guros contra as doenças, accidentes
de trabalho, invalidez, velhice, ga-
dos, contra incendios, saraiva, as
adegas sociaes, as fructuarias, os
lagares e celleiros cooperativas, os
moinhos e padarias cooperativistas.

Como livro de propaganda não
podemos deixar de o aconselhar a
todos os lavradores que n’elle po-
derão ver bem discriminadas as gran-
des vantagens da associação na agri-
cultura como elemento para que a
nossa maior fonte de riqueza possa
abandonar a rotina em que ainda
hoje jaz mergulhada.

Contribuindo sem duvida este lu-
cido trabalho para desvanecer pre-
ceitos que existam no espirito dos
lavradores. é
ep

Conselhos aos lavradores

 

A alta consideravel obtida pelos
vinhos no nosso mercado interno e

ainda a escassez do referido pro-.

or: ensar. À
mais, Es cnnnas “dos que os
que dispensava. ,

Ha rasões para calcular que a
producção vinicola d’este anno tam-
bem não seja muito abundante, pa-
ra este desideratum concorreu sem
duvida a irregularidade da estação
que nos brindou com chuva e frio
extemporanco, concorrendo assim
para a formação e desenvolvimento
das doenças cryptogamicas da videi
ra, no numero das quaes figura o
oidium e o mildiúm.

Sabem os lavradores infelizmente
por experiencia propria quantos pre-
juisos causam estes dois flagellos e

ra a sua proprieda- |

ducto nos mercados externos força |
8; merçadoscextern ovino

ainda o desavinho ou bagoinha. A
experiencia tem mostrado que vale
mais prevenir do que remedeiar.
s lavradores cuidadosos que
executam a tempos e horas os tra-
tamentos, não esperando que a doen-
ça se manifeste, conseguem evitar Os
prejuizos causados por ella, e por
isso nós não podemos deixar de
aconselhar a sulphatagem e a enxo-
fragem em devido tempo.

Ás invasões tardias do mildium
e do oidium são as que quasi sem-
pre são mais desastrosas. Estas in-
vasões quando outro mal não cau-
sem, servem para garantir na plan-
ta a propagação do mal no anno
seguinte,

Para evitar isto torna-se necessa-

“quasi á epoca das vindimas.

Accusam porém, injustamente, os
tratamentos com a calda e o enxo-
fre de causarem, quando feitos tar-
diamente, mau gosto aos vinhos.

Eº porém já sabido por exemplo
que os saes de cobre formam com
as substancias tonicas do vinho
compostos insoluveis que se vão de-
positar nas feses, não prejudicando
de modo algum ‘o vinho.

O enxofre que facilmente pode
passar ás borras ou feses, quando
seja em quantidade excessiva dá lo-
gar á formação do acido sulfidrico,
que afinal é facil de fazer desappa-
recer, bastando para isso tão só-
mente o trasfegar o vinho para um
outro tonel convenientemente limpo
e enxuto.

Concluindo diremos aos lavrado-
res que enxofrem sempre as suas
vinhas porque a enxofragem com-
bate não só o oidium como tambem
a antrachnosee a irinose e sulpha-
tem para evitar o mildium.

Cardoso Guedes.

Chronicas tripeiras
dé 14 Finmino Pereira) —

Eminencia!

Assisti, ha bem poucas horas, a
essse ruidoso fervilhar de alegria, a
essa estonteante polychromia de ban-
deiras, andores e flores, que se cha-
ma uma festividade aldá.

E-—influencia d’esse meio, passa-
geiramente vivido—ainda sinto re-
passar-me pelo espirito o deslisar
garrido e berrante da procissão, com
os seus irmãos muito bem postos,
envergando opas escarlates, brancas
e azues, e com os seus andores pris-
maticos, altos como torres, susten-
tando, encarrapitadas, lá no alto, pe-
queninas esculpturas de santos, dis-
formes, mas milagrosos

Dentro do meu cerebro, ainda es-
toiram esses terebrantes morteiros
e foguetes, que são accessorio in-
dispensavel de toda a festa minhota,
Trago ainda os tympanos lacerados
pelas detonações da dynamite,

Assisti, tambem à festividade den
tro da egreja, coisa que, desde a mi-
| nba longinqua infancia, nunca mais
me acontecêra. E desta enorme fal-
ta; que contristamente confesso, pe-

Pois, ao retirar-me da festividade,
vinha eu com duvidas e enigmas a
escarafuncharem-me o intellecto. E
dºesse estado espiritual vou fazer ex
posição a Vossa Eminencia para que
o tranquillise e acaime, como o mais
competente para o fazer, attentas as
sabidas relações de intimidade, em
que está para com Suá Santidade,
de quem é insigne secretario,

E” inaudito o meu arrojo, dirigin-
do-me, sem prévia apresentação, a
tão subida dignidade do Vaticano.
Mas estou convencido de que a

rio o emprego dos tratamentos até,

Carta ao cardeal Merry del Val

| vos exhibem rescendentes de fres-

aguia generosa vae perdoar ao vers
me insignificante, que lhe vae ao en:
contro, a petulancia de olhar pará
tão alto.

Afouta-me ainda o: facto de ver
em Vossa Eminencia um collega, se
não no mister sacerdotal, pelo me-
nos na-alopcia,

Ostenta Vossa Eminencia, no alto
da sua castelhana cabeça, uma cal-
va, na apparencia, muito Similhante
á minha, mas afinal, muito mais vã-
liosa e respeitavel, visto que, para
maior brilhantismo da sua ornamen-
tal figura, usa Vossa Eminencia lus-
trála e envernizá-la com pomada, |
collocando-lhe por cima uma pasa:
deira de corticine, sob a fórme de |
solideo. Tem, d’aqui, a vantagem de, |
muito melhor do que eu, ficar pro-
tegido contra as arranhaduras e con |
tra as moscas. a

Ora, abstrahindo d’essas peque-
nas discrépancias de sumptuosidade;
somos, afinal, irmãos: irmãos pela
calvicie. Ê

E é isto que me dá coragem, c8-
rissimo irmão, de me dirigir a Vos
sa Eminencia, à

Do assumpto de que se trata, de
corrido ha poucas horas, ainda dura
a impressão. Persiste, ainda essê
tremulina de duvidas, em que O
meu espirito se esbate. E, como, de
certo, é Vossa Eminencia a unica |
pessoa que poderá elucidar-me, por
que é o depositario e, talvez, que O
inspirador Musideiss do Pae da Chris-
tandade, ouso trazer o assumpto pa- ]
ra estas chronicas, levado pelos con- |
selhos de Goethe, o grande escripto” |
germanico que, para mim e para |
Vossa Eminencia, só tem o defeito
de ser um hereje, e que, em liberri
ma versão minha, diz;

«Todos os assumptos, ainda quê
pequenos ou insignificantes, que se |
apresentarem ao vosso espirito, apro:
veitae-os, versae os, em quanto se

ie

aa

sis

q]

cura potape alguma coisa, d’ahi
derivará de bom e cada dia A
para vós; motivo de novas alegrias.»

– Posto isto, carissimo irmão, prin- q
cipio.

* y
4
5
S

Estava deslumbrante de lumes €
galas o interior da egreja. x

Uma onda compacta de fieis en: .
chia-a por completo. E, d’essa mas:
sa de cabeças humanas, emergiam,
a um dos lados, os andores, que de-
veriam tomar parte na procissão.

Em cima, no côro, instrumentos |
de corda afinavam se. Agitando se
d’um lado para o outro, o mestre |
distribuia papeis de musica,

Tudo estava a postos. A missã
da festa não tardaria a começar.

De repente, vindos da sacristia .
surgem por uma porta lateral, em
duas filas, varios irmãos, empunhan-
do cirios e deslisando graves e so
lemnes. ; H

No couce do prestito, vinham,
muito lustrados de uncção religiosa» |
os padres, que deveriam dizer à
missa.

“Todos tomam os respectivos lo: |
gáres. E a orchestra rompe n’umêa
entrada de metaes, magestosament
desafinada. DE ED.

‘ Era a missa que começava.
A” frente do côro, encostados à
varandim, alinhavam:se os cantores,
aos quaes iria caber a execução de
solos e córos. a

Olhei-os a todos, Figuras vulga: |
res, e inexpressivas de artistas cons |
tructores, travestidos occasionalmen: |
te em musicos de capella. E

Por sobre o conjuncto de vozes,
sobrenadava uma aspereza, uma des
harmonia irritante, que contundia € |
magoava os ouvidos. . j

ma falta, porém, notava eu.

Habituado, desde a infancia; 2.
ver no côro o conjuncto das vozes —
humanas, impressionava-me o não |
achar, no grupo, que se estadesvê –

@@@ 1 @@@

 

por detraz do varadim, nem mulhe
res, nem adolescentes, que se in-
cumbissem das partes de soprano e
contralto.

Mas talvez que apparecessem ao
clou musical da festividade: a glo-
ria.

E d’essa duvida iria eu tirar-me
prestes, porque o celebrante, n’uma
voz doce e maviosa, entoou-o — glo-
ria in excelsis Deo !

(Continúa)

Carteira semanal

Sahiu para Africa, acompanhado
, de sua esposa, o sr. tenente de ma-
“Tinha, Portugal Durão, director da

e ompanhia d: Zambezia,

tonio da Costa Lima, Libanio da
Silva Girão e Sebastião Farinha Ta-
varês e sua esposa, e em Lisboa, o
sr. Henrique Pires de Moura.

Em goso de ferias, estão nesta
villa, os srs. José da Silva e Filip-
pe da Silva Carvalho.

Sahiu para Thomar, a encorpo-
Far-se no regimento de infantaria 15,
O nosso assignante sr. Abilio Mar-
ques. 4

Nesta villa, estiveram na passa-
da semana, os srs. Joaquim Ferrei-
ra Guimarães Lima e sua esposa e
filhas, e os srs. dr. José Pinto da
Silva Faia, e o aspirante sr. Gue-
des da Silva.

Ca ese ee eee

Pequena correspondencia

Dignaram-se mandar satisfazer a impor-
tancia das suas assignaturas os srs: dr.
Antonio d’Almeida Pessanha, Eurico Li-
ma de Magalhães e Guilherme Ehrbraralt.

Na impossibilida le de me despe-
dir pessoalmente de todas as pes:

soas de minhas relações, faço-o por:

este meio, a todos, offerecendo o

meu limitado prestimo em Manaus,

capital do Amasonas (Brazil).
Sernache, 26 de Maio de 1911,

Igidoro Paula Cântunes

* Vende-se uma na Rua Serpa Pin-
to.
Trata-se com o procurador A.
Rossi — Certã.

PERLA ER pero

R CRT DEE TTRE do REAR O AR E
Estiveram n’esta villa, os srs. An-

Quinarrhenina

Aus nossos leitores recom-
mendamos este especifico sempre que
precisem de fortalecer o organismo.

Experiencias feitas por innumeros clini-
cos, nos hospitaes-do paiz e colonias, con-
firmam ser o tonico e febrifugo que mais
serias, garantias offerece no tratamento das
FEBRES PALUSTRES ou SEZÕES,
ANEnNIA, TUBERCULOSE e outras
doenças provenientes ou acompanhadas de
FRAQUEZA GERAL

Augmenta a nutrição, excita
fort te o appetite e facilita
a digestão.

Irnstrucções em portuguez fran-
cez e inglez,

A” venda nas boas pharmacias.

Deposito na CertãPharmacia Z: Lu-
cas.

Deposito geral – Pharmacia Gama-—Cal-
çada da Estrella, 118-—-LISBOAs,

Annuncio

Pelo Juizo de. Direito da Comar-
ca da Certã, e cartorio do quarto
officio, escrivão David, correm edi-
tos de trinta dias, a contar da se-
gunda e ultima publicação no «Dia-
rio-do Governo», citando os co-her-

deiros João Farinha Tavares, José
Adriano Farinha Tavares, solteiros,

maiores e Antonio Farinha Tavares .

e mulher Marianna Tavares, todos
auzentes em parte incerta fora da
Nação, para assistirem a todos os
termos até final do inventario or-
phanologico por obito de seu pae e
sogro Francisco Farinha Tavares,
morador que foi no logar e fregue-
ziado Pezo, d’esta Comarca, em que
é cabeça de casal a sua viuva Maria
-POliveira, residente n’aquelle mes-
mo logar. ;
Certã, 20 de junho de 1911,
O escrivão,
“Adrião Moraes David
Verifiquei:
O Juiz de Direito,
2 Sanches Rollão 1
LEIS REPUBLICANAS

Ei ELEITORAL
2 enição 40, folheto da colleção

Com as alterações ultimamente
publicadas na folha official. É

“A” venda as seguintes de ihteres-
se geral: N.º 1, Lei de imprensa—
N.º 3, Lei do divorcio—N.º 7, Lei
do -inquilinato-—N.º 17, Direito á
gréve—N.º 20, Leis de familia—N.º
21, Descanço semanal, Attentados
contra a Republica—N.º 36, Lei do
registo civil—N.º 37, Modelos é for-
mulario da Lei do registo civil —N.º
38, Descanço semanal e seu regula-

Enter

mento—N.º 39, Lei do Recrutamen-
to Militar—N.º 41, Reorganisação
dos serviços de instrucção primaria
—N.º 42, Separação da egreja do
estado, etc.
Cada folheto contendo uma ou mais
leis
50 RÉIS
Esta empreza está editando TO-
DOS OS DECRETOS publicados
no «Diario do Governo» desde a
implantação da Republica, garan-
tindo que a collecção é sempre me-
ticulosamente feita pela folha offi-
cial, Pedidos á Bibliotheca d’E-
ducação Nacional — Typogra-
phia Gonçalves.

EUCALYPTOS

José Alves Correia, do Cabe-
çudo, vende uma porção d’elles, que
tem n’uma propriedade na Senhora
do Desterro, em Sernache. Mos-
tra:os n’aquella localidade o sr. Ser-
ra Senior.

LTDA FORESE
Augusto Justino Rossi
CERTÃ

Trata por preços modicos de to-

dos os negocios judiciaes e cobran- |

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te e commovente da actualidade,

1.º parte—As leis da Consciencia,

2 parte—Os crimes da Ambição.

3.º parte—Luctas da Consciencia.

4* parte—A Voz do Coração.

5. parte—O Premio do Arre-
pendimento. –

 

6.º parte—O Desespero da Impo-
tencia.

Caderneta semanal de 16 paginas
—2o réis.

Tomo mensal de 80 paginas—
100 réis.

A Republica Portcgueza
ou outro quealquer brinde dos que
a Casa Editora tem distribuido.

Está publicado o 1.º tomo d’este
notavel romance.

Acceitam-se correspondentes em
todas as terras do paiz. Commissão
ab

Aecebem-se assignaturas na Casa
Editora, Belem & C.*, Succ. —Rua
Marechal Saldanha, 16, 1.º— Lisboa.

Todos os srs. lavradores que qui-
zerem obter optimos resultados nas
suas colheitas devem pois empregar
antes das sementeiras:

Gal azotada com phos=
phato Thomaz e um adu.
bo potassico que são adubos
perfeitamente adequados aos terres
nos nosso paiz.

ou Guano do Perou mar
ca «Cornucopia» Ohlen-
dorft com adubó potassi-
co. Mid

ou adubo completo di
azote, acido phosphbor
co e potassa, especial para &
cultura e para a terra.

Nas culturas já Da
das de trigo, centeio, milho, bata

“ta, horta, etc., etc., que estejam fra-

cas, amarellas, e atrazadas ou que
tenham mau aspecto, para as tor-
ner mais vigorosas, com melhor ve-
getação, augmentando as colheitas,
salvando-as muitas vezes e attenuan-
do ou evitando os estragos das doen-
ças e insectos, deve ser applicado o
nitrato modificado com
potassa que é extremamente so-
luvel é de effeitos evidentes mais ou
menos rapidos. Temos nitrato mo-
– dificado, com as dosagens garanti-
das seguintes: ‘

| Marca NS MK 86, Azote 8 o

Potassa 6º/.
Marca N SM K 104, Azote 10/%

Potassa 4º/. :

A Secção Agronomica da casa
O. Herold & C.º dá gratuitamente
todos os esclarecimentos e informa-
ções sobre adubações.

Enviam-se gratuitamente tabellas,
folhetos e o jornal «O Fertilisador»
a quem requisitar.

O. HEROLD & É:—Lisboa R.
da Prata, 14.—Porto, Rua Nova da
Alfandega, 22.

-— FOLHETIM ..

Pero Vaz

O GRANDE BENEHERITO

Conto d’aldeia

(Continuação)

“minava, pensou, em curto relan

“que a informação 6 não surpr
hendêra e que, por consequencia, es-

“e mentou:

Modo de ver, estava um pouco lon-
Be da sua completa confirmação. Al-
Buma coisa sabia e até fizéra já in-
vestigações. E, se ainda nada dissé-
ra, é porque se reservava para tudo

– seguras, completas. Se o quizessem
– honrar com a confiança da Junta,
Continuaria com o filão que, já ha
tempo, andava explorando; mas que
* sobreestivessem na discussão e nas

* Fesoluções a respeito do assumpto

tava farto de conhecer o casa… |
“Por isso, tomando a palavra, com-.

«Que a noticia, segundo o seu.

contar só quando tivesse informações”

Não deixando, pois, transparecer |
nada do fundo despeito, que o do-

até elle poder vir narrar o que de
positivo poderá apurar…»

D’este modo, Silveira, que só en-
tão soubéra do caso desviava para
sia gloria com que o Barros pensá-
ra adornar-se. E este, em logar d’al-
viçaras, apanhava um quinau. |

Não se brinca com grandes ho
mens!

| Desde esse dia, Silveira dedicou.
senai ; MA ZeA PquE de ;

“impuzéra.
| Mas, como nenhum outro rasto
descobrisse, as suas diligencias limi-
tavam-se a marchar para o Seixo, a
“conferenciar com a familia do Silva.
“N’uma das vezes, em que ia, a
cavallo no seu garrano, até ao Sei-
Xo, cruzou-se com um grupo, do
qual. fazia parte o Barros.
: Ambos entupiram com o encon-
POE riesro
Mas Silveira, que para tudo en-
contrava sahida, fingiu se muito eço-
dado. Por isso, cumprimentando li-
geiramente com a mão, disse, sem
parar: red ré

«Muito bons dias, meus senhores!

Ando a ver se fujo ao calor, Des-
culpem-me o não me demorar.. »

E esporeou a alimaria.

Mas, aos seus ouvidos, ainda che
garam as palavras, pronunciadas em
voz baixa, d’um dos do bando e que
o encheram de d:svanecimento:’

«Vae ali, com certeza, por causa
do legado do tal Moreira…»

Mas o Barros, abaixando ainda

“mais a voz—não fosse elle ouvílo!—, |
finda Aoc dorfiatios cheio de fel: |
-«Um invejoso, que não quer que.

na Murteira haja sol ou chuva sem
licença d’elle !»
A a

Ao fim de trez dias, bem explo- |.
rado o seu unico filão, Silveira fazia

reunir a Junta de Parochia em ses-

“são extraordinaria. .

O seu amor proprio delirou quan-

– do, ao soar a hora de abrir a ses-

são, Barros não estava presente.
Em rebates de alegria intima, ra-

ciocinou que o homem embatucá-

ra. Talvez que, por isso, não viesse.

«Vamos à sessão?» perguntavam, |

anciosos, os vogaes presentes.
«Esperemos um pouco mais para

vermos se o collega; Barros, che-
ga..:» respondia o Silveira.
“2 Mas o homem não apparecia. E,
como todos rebentassem de impa-
ciencia, aventou-se a ideia de que
não seria desprimor para com o col-
lega auzente ir se começando a ses.
são. Para mais ainda, já estava com-
letamente cheia de povo a sala da
unta…’

* Silveira, felicissimo pela fuga do.

seu rival, repétia;mais uma vez,
At ‘! AS GAS

que trouxesse mais esclarecimen
tos…» A É TUA Pd

«Nada d’isso,..! Devia-se come
çar, quanto antes, com a sessão. E,

mesmo, porque o Barros, por muito .
que soubesse, não poderia ter tantas

informações como o senhor Silvei-
ra. Não era possivel que elle sou-

besse mais…»
E a sessão começou.

*
Fez-se um silencio profundo, quan-

do Silveira começou a sua exposição.
(Continúa)

instante. A presença do Barros era
imprescindivel, porque podia ser, até, até,

 

@@@ 1 @@@

 

AOS LAVRADORES

Cardoso Guedes, agricultor diplo-
mado, encarrega-se do tratamento
de arvores e plantas doentes, com-
pras de adubos adequados ás cultu
ras, os melhores em qualquer caso
pelos bons resultados, não correndo
o lavrador o perigo de perder o di
nheiro e as sementes pela acquisi-
ção de formulas feitas sem criterio,

Empolgante romance de 180 pa-
ginas. Preço, 200 réis; pelo correio,

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os assumptos judiciaes n’esta ou
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para todas as terras a quem remet-
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pliar o seu credito, affirma aos seus
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todo o escrupulo e attenção na exe-
cução de todos os trabalhos que lhe
forem confiados.
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tinas, lavatorios e retretes; tubos de borracha, latão e ferro; tu-
bo de chumbo de todas as dimensões, torneiras de metal de di-
versos typos e dimensões; grande sortimento de tulipas, bacias
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ras. Trata de liquidações de heranças é de processos commer-
ciaes de toda a natureza, estando estes assumptos a cargo do

socio gerente Armando de Albuquerque, solicitador
encartado.

LEITÃO & ALBUQUERQUE (|

Comarca da Certã 2,

1.º officio o
No dia 8 do proximo mez de ju |
lho, pelas 11 horas da manhã, á por-
ta do tribunal d’este juizo, em vif- |
tudo dos autos civeis d’exenção, que —
nos termos do decreto de 29 de
maio de 1907, João dos Reis e Car-
mellina de Jesus, residentes no lo
gar da Felgaria, freguezia do Nes:
pral, d’esta comarca, movem con- |
tra Joaquim Marques e sua mulher |
Mathilde de Jesus Coelho, residentes
no logar da Tapada, freguesia do |
Cabeçudo, d’esta comarca, voltam |
pela segunda vez á preça, com 50%
d’abatimento, visto que na primeiré
praça não obtiveram lançador, pai
serem arrematados aquem maiores |
lanços offerecer acima dos valores
que agora lhes vão designados, 0º
seguintes bens, a saber:

1.º Uma terra de cultura e arvo-
res, no sitio do Pernagudo, limite
do logar da Tapada, alodial, no va-
lor de 55:000 réis.

2.º Uma terra de semeadura e ar-
vores, á Estrada Larga de Paredes;
limite do logar da Tapada, no Y
lor de 70:000 réis.

3.º Um quintal com terra dese |
meadura e oliveiras, no logar da |
alodial, no valor de 40:000 reis.

4:º Uma casa d’babitação, situada.
do logar da Tapada, alodial, no va
lor de 17:5000 réis. á

Pelo presente são citados os cre –
of incertos para deduzirem seus |

ireitos, querendo, no praso legal. |

Certã, 26 de junho de rgr1.

O escrivão,
Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei
O Juiz de Direito,
E Sanches Rollão

a

Pelo Juizo de Direito da comarca
da Certã e cartorio do quarto ofi- |
cio, escrivão David, correm editos
de trinta dias a contar da segunda
e ultima publicação d’este annuncio —
no Diario do Governo, citando Joa: —
quim Dias, solteiro, de vinte annos |
de edade, residente em parte incer-
ta no Pará, para assistir, como in: —
teressado, a todos os termos até À-
nal do inventario orphanologico pof
obito de seu pae Manoel Dias, mo-
rador qu foi no logar de Entre-a-
Serra, freguesia da Varzea dos Ca-
valleiros, d’esta comarca, im que
inventariante a sua viuva Rosa Mã-
Fia, residente n’aquelle mesmo lo-
gar de Entre-a-Serra. E

Certã, 13 de junho de 1911.
O escrivão,

Adrião Moraes David

Verifiquei a exactidão

O Juiz de Direito,

Sanches Rollão

 

Com o capital de 500:000:5000 r8-
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Nesta redacção prestam-se to

os esclarecimentos e fornecem-S€
tabellas, ;