Voz do Povo nº14 05-03-1911

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DIRECTOR .
Augusto Kodrignes
– Administrador
ZEPHERINO LUCAS
Editor
Luiz Domingues da Silva Dias
Certa, O de março de I9II
E
N. I4
VOá DO POVO
Assignaturas
Anno…… 19200. Semestre…
Para o Brazil. …….
Pago adiantadamente
Não se restituem os originaes
6oo rs.
5000 réis (fracos)
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Travessa do Serrano, 8
CERTA
Typographia Leiriense — LEIRIA
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Na 3.º e 4.º paginas, cada linha….. 30,18.
N’outro logar, preço convencional
Annunciam-se publicações de que se receba
um exemplar
ELEIÇÕES
Da leitura dos jornaes con-
clue-se que dentro em pouco
tempo a Republica fará as suas
primeiras eleições. Ao escrever
este artigo não conhecemos ain-
da as bases da nova lei eleitoral
que, sem duvida, em breve esta-
rá publicada.
O nosso parecer é de que
quanto mais tardar o acto elei-
toral, mais difficil elle se torna-
rá e julgamos que teria sido
muito mais util a convocação
das assembleias eleitoraes um
mez depois da revolução.
Sustentam alguns que a segu-
rança da Republica exigia que
se dilatasse por mais tempo o
periodo chamado revolucionario;
a nós parece-nos que, pelo con-
trario, as instituições: terão tudo
a lucrar com um immediato re-
gresso á normalidade.
Não ha duvida que o paiz re-
cebeu bem a proclamação. da
Republica, não se nota qualquer
tentativa dum movimento de
restauração monarchica, nem
conhecemos homens que o diri-
jam: assim, a vida normal da
instituição republicana está per»
feitamente assegurada.
Carece, pois o paiz, d’uma sé-
ria administração que aproveite
as grandes fontes de receita de
que elle felizmente ainda dispõe.
Para attingir esse fim torna-se
porém absolutamente necessario
que da parte dos eleitores se en-
care a situação com patriotismo.
Se as eleições viessem a tor-
nar-se numa arma politica em
que se degladiassem apenas as
mesquinhas desavenças pessoaes
easpueris divergencias e intrigas
de campanario, então esse impor-
tantissimo acto redundaria num
grave desprestigio para o paiz.
Confiamos, porém, que a gran-
de massa eleitoral se compene-
trará neste momento da grave
responsabilidade que assume e
que do seu esforço commum saia
uma constituinte digna das an-
tigas côrtes nacionaes, em que
tão alto se encaravam os supe-
riores interesses da nacionalida-
de.
Não se trata de eleger agora
uma camara essencialmente po-
lítica, destinada a sustentar estas
ou aquellas ideias de governo;
trata-se de eleger uma camara
verdadeiramente nacional, em
que todos os nuances de opinião
devem estar representados, e na
qual todos aquelles a quem fôr
confiado tão honroso mandato
se inspirem sómente nos sagra-
dos interesses da patria.
Um dos grandes factores para
se attingir esse fim é a união do
antigo partido republicano.
Queremos crer que não ha
qualquer receio de que essa sa-
lutar união se venha a romper
até:ás constituintes; o que porém
é evidente é que a todo o custo
ella deve ser mantida. Nas pro-
vincias, sobretudo, em que a
educação civica se acha ainda
na infancia, é que os corpos su-
periores do velho partido repu-
blicano devem empregar todos
os meios para que se não ali-
mentem essas antigas questões
pessoaes, em volta: das quaes
muitas vezes gravitava a politica
local.
Da maneira como decorrerem
estas primeiras eleições depende
o futuro do paiz. Saibamos, pois,
todos encarar a situação com
criterio e dê cada um a sua quo-
ta parte de boa vontade e de
trabalho para o bem geral.
ESCOLAS MOVEIS
Como já referimos no n.º anteri-
or, no relatorio ultimamente publi-
cado pela prestimosa associação das
Escolas Moveis, notam-se varias la-
cunas na parte em que se refere ao
nosso concelho.
Assim entre os subscriptores não
vemos mencionados os nomes dos
srs. Sebastião das Dores e Silva e J.
Cyriaco Santos, cada um dos quaes
contribue com a quota annual de
12:000 réis, e o do sr. José Nunes
Mendes, que contribue com a de
2:000 téis.
Tambem o sr. Antonio da Silva
Gonçalves vem mencionado como
subscrevendo com a quantia de
1:200 réis, quando na verdade su-
bscreve com a de 2:500 réis.
Feitas estas correcções no relato-
rio € mappas que o acompanham,
ver-se-ha que o nosso concelho, fe-
lizmente, e para honra de todos nós,
occupa o primeiro logar entre todas
as terras de provincia.
FACTOS E BOATOS
Já se encontra em Villa Velha de
Rodam, no exercicio das suas fun
cções, o sr. João Lopes Manso, dis-
tincto professor que às suas boas
qualidades pessoaes alia uma reco-
nhecida competencia profissional.
— e D6poe—-— —
No dia 23 de’ fevereiro ultimo,
tomou posse do seu cargo de juiz
de direito d’esta comarca, O sr. dr,
Antonio Adolpho Sanches Rollão,
A posse foi-lhe conferida pelo sr.
dr. José Carlos Ehrhardt, tendo as-
sistido a esse acto, alem do digno
Agente do Ministerio Publico e de
todo o funccionalismo judicial, mui-
tas outras pessoas. entre as quaes
nos lembra ter visto os srs. Domin-
gos Tasso de Figueiredo, dr. Anto-
nio Augusto de Mendonça David,
dr. Albano Lourenço da Silva, Ze-
pherino Lucas de Moura, dr, Anto-
nio Nunes de Figueiredo Guimarães,
“dr. Joaquim Farinha Tavares, dr.
Virgilio Nunes da Silva, dr. Anto-
nio Ildefonso Victorino da Silva
Coelho, dr. Ernesto de Sande Ma-
rinha, Antonio Figueiredo Torres
Carneiro, João da Silva Carvalho,
Joaquim Pedroso Barata dos Reis,
Gustavo José da Silva Bartholo,
Augusto Rossi, José Antonio de
Moura, José Joaquim da Silva Ne-
ves, João Nunes Tavares, Joaquim
Nunes Campino, Manuel Milheiro
Duarte, João Joaquim Branco, Fru-
ctuoso Augusto Cesar Pires, José
da Gloria Lopes Barata, José Bel-
chior da Cruz, Possidonio Joaquim
Branco, José Maria de Miranda, etc.
—— a 600c————
Imprensa
O nosso estimado collega 4 Lu-
cta deu-nos a honra da sua permut-
ta, O que agradecemos.
—Recebemos tambem a visita
dos nossos collegas A Mocidade, de
Lisboa, e Voz de Angola, de Loan-
da.
No dia 27 de fevereiro ultimo,
realisou-se no alto da Serra, um
pic-nic, em que tomaram parte al-
gumas familias d’Oleiros e Madeirã,
e d’esta villa, os srs. Fructuoso
Pires, Thomaz Namorado, dr. Al-
bano Lourenço, João Branco e
Duarte Milheiro.
—=IOQ9C=———
A ultima parte da local que no
n.º anterior publicámos acêrca das
provas finaes no povo da Passaria,
sahiu incompleta. O sr. Floreano
de Brito, disvellado amigo da ins-
trucção popular, além de declarar
contribuir para a acquisição dos
premios aos melhores alumnos, ain-
da mandou distribuir bôlos por to-
dos elles, findo o acto das provas,
—>—— QO0C>—
Carnaval
Este anno o carnaval nas ruas,
não obstante o belissimo tempo,
decorreu pouco animado, Apenas
na terça feira, algumas senhoras e
cavalheiros improvisaram, na ala-
meda da Carvalha, uma batalha de
flores, e de varios projecteis carna-
valescos, que esteve animadissima.
Apresentaram-se alguns carros or-
namentados com flores naturaes.
A luta entre as senhoras que se
faziam transportar nos carros, os
cavaleiros e os peões foi sempre
vivisssma e esteve por vezes inte-
ressante.
No sabbado, domingo e segunda
feira, respectivamente, a sr,* D.
Carlota Tasso de Figueiredo, o sr.
Antonio Figueiredo Torres Carnei-
ro e o sr. José d’Azevedo Bartholo,
dignaram-se receber algumas das
pessoas das suas relações. N’estas
casas, onde todas as pessoas fôram
recebidas com os maiores requintes
de amabilidade, dançou-se animada-
mente.
Na terça feira, a commissão de
que démos notícia no n.º anterior,
proporcionou aos socios, e suas fa-
milias, do Gremio Certaginense, uma
festa que decorreu cheia do mais
vivo enthusiasmo e da mais com- .
municativa animação. Os membros
d’essa commissão que, com tanta
boa vontade trabalharam, devem
sentir-se satisfeitos pela fórma bri-
lhante como foram coroados os seus
esforços.
O baile esteve sempre animadissi-
mo, terminando por um. cotillon,
com marcas originalissimas, tão in-
telligente como distinctamente mar-
cado pela sr.” D. Georgina Bartho-
lo e Gustavo Bartholo.
O serviço de bufrete foi magnifico
e abundantemente servido.
Eram 7 horas da manhã quando
esta interessante festa terminou,
deixando no espirito de todos a
mais grata e saudosa impressão.
Em todos os bailes algumas das
senhoras apresentaram-se de costu-
mes, tão originaes como demonstra-
tivos do mais apurado gosto artisti-
co.
No baile do Gremio tambem al-
gumas creanças se achavam com
interessantes costumes.
CESAR L TES Ee
M. Martins Cardoso
O nosso ilustre collega da capi-
tal 4 Lucta, publicou no dia 21 do
mez passado, uma local que a todos
os filhos do concelho da Certã deve
ter provocado a mais consoladora
alegria, pois constitue à mais justifi-
cada homenagem a um nosso que-
rido patrício.
Cumprimoss pois, o agradavel de-
ver de a deixar archivada nas co-
lumnas d’este modesto semanario:
«No salão do Centro Eleitoral
Republicano de S. Carlos reuniu-se
em banquete intimo; hontem ás 8
horas da noite, um grupo de ami-
gos e admiradores do honesto cida-
dão e grande trabalhador pela obra
da Republica e um dos que mais
contribuiram para o exito glorioso
da revolução, o nosso amigo M,
Martins Cardoso.
Occupava o logar de honra Mar»
tins Cardoso, sendo ladesdo pelos
prestigiosos membros do Directorio
srs. dr. Eusebio Leão e José Barbo-
sa, Innocencio Camacho e Feio Te-
renas, representando este a commis-
são districtal. ,
A sala ostentava uma vistosa jor:
namentação, vendo-se ao fundo os
retratos dos saudosos vultos da de-
mocracia Elias Garcia e Leão d’O-
liveira. Nºum estrado um sextetto
executava varios trechos de, selecta
musica. Sobre a meza da’presiden-
cia, um busto da Republica.
O banquete decorreu no meio da
mais esfusiante alegria, parecendo
antes tratar-se d’uma festa de fami-
lia do que propriamente d’uma ho-
menagem a um vulto politico.
A” sobremeza iniciou os brindes o
sr, Constancio d’Oliveira, que, emira, que, em@@@ 1 @@@
ps
nome da commissão. promotora do
banquete, poz em merecido relevo
as qualidades moraes e intellectuaes
de Mafêno Cardoso, enaltecendo si-
multaneamente a constancia das suas
convicções politicas e a sua extraor-
dinaria inteireza de caracter. Em
seguida, lê uma mensagem, assigna-
da por todos-os convivas, onde se
consubstanciava–0» preito sentido
d’aquella homenagem.
* Osr. dr. Eusebio Leão, em no-
me do Directorio, sauda em Martias
Cardoso o campeão da Republica,
com cuja lealdade o Directorio sem-
pre contou. Aponta-o a todos os re-
publicanos como um bello exemplo
a imitar, trabalhando assim para a
grandiosa obra da consolidação das
novas instituições. Explana-se em
considerações de caracter político e
termina brindando ao homenagea-
0,
O’sr. Garibaldi Alves Freire, em
nome do grupo revolucionario que
trabalhou com Martins Cardoso, sau-
da o impavido chefe que a todos in-
cutiu coragem nas horas incertas da
revolução, acompanhando os seus
camaradas nos mais angustiosos
transes.
O sr. Roberto Soares Ribeiro, em
nome do Centro Latino Coclho, cu-
ja fundação se deve a Martins Car-
doso, sauda o organisador pondera-
do e reflectido que de ha muito vi-
nha concitando todas as boas von-
tades da freguezia de S. Sebastião
da Pedreira para conseguir, como
de resto conseguiu, transformar
aquelle antigo feudo monarchico
num baluarte republicano.
O sr. Feio Terenas, em nome da
comissão districtal, abraça Martins
Cardoso, dizendo que n’esse ample-
xo de amigo velho cingiz o revolu-
cionario cincero, o batalhador incan
çavel que com o prestígio do seu
nome sem macula e com o esforço
da sua fé inquebrantavel, sempre
esteve ao lado dos que desinteres-
sadamente trabalharam pela redem-
pção da patria, portugueza.. Conhe-
ceu Martins Cardoso, diz o orador,
antes do 31 de janeiro, que já então
não ocultava as suas ideias patrioti-
camente revolucionarias. E depuis,
no periodo longo que medeiou entre
essa data e 5 d’outubro, viu-o sem-
pre animado da mais ardente fé, sem-
pre trabalhando, ora em eleições, ora
ha organisação de recenseamentos,
ara a emancipação da nossa patria,
artins Cardoso foi um companhei-
ro leal e dedicado à causa da Repu-
blíca. Brinda, pois, em Martins Car-
doso o velho amigo e camarada das
luctas políticas. é
O sr. Innocencio Camacho come-
çapor chamar a Martins Cardoso
seu amigo e cumplice. Conhece o
pessoalmente ha muito pouco tem:
po; mas sabia de ha muito quanto
vale « qual a contribuição de esfor-
ço e de trabalho tem dado para a
obra de que já estamos gosando os
rimeiros fructos. Nºesta ordem de
ideias e n’um discurso deveras inte-
ressante e por vezes pitoresco, o
nosso amigo e illustre membro do
Directorio põe em destaque as gran-
des – qualidades de: organisador de
Martins: Cardoso e bebe, em nome
do comité revolucionario, ao perse-
verante obreiro da Republica.
O sr; José Barbosa diz encontrar-
se entre amigos e antigos compa-
nheiros, alguns dos quaes já velhos,
Fala do grupo que se organisou de-
pois do: 31 de janeiro, ao qual se
associou Martins Cardoso. Ausente
do paiz durante largo tempo, veiu
encontrar’ em Martins Cardoso a
mesma fé e o mesmo devotado amor
á Republica, que antigamente lhe
conhecera. Com os olhos fitos na
revolução não deixou nunca de’tra-
balhar na organisação republicana,
nos centros’e nas escolas. Feita a
Republica, não se sentiu Martins
VOZ DO: POVO
Cardoso um triumphador, mas an-
tes um continuador com o mesmo
affecto de sempre. Todos devem
seguir esse admiravel exemplo, con-
tribuíndo desinteressadamente para
que o novo regimen assente nas ba-
ses que todos os bons republicanos
preconisavam. Brinda em Martins
Cardoso os homens de trabalho, que
assim enobrecerão a obra da Repu:
blica e á larga e nobre phalange
que organisou o partido republica-
no.
(Nºesta altura entram os’sts. José
Relvas e João Chagas. Os convivas
saudam os recem-chegados fazendo-
lhes uma calorosa manifestação de
apreço.
O sr. Affonso Palla, como mili-
tar, diz que conhecendo ha mais de
30 annos Martins Cardoso, sabe
muito bem o que é eo que vale,
visto tel-o sempre a seu lado como
companheiro de trabalho nas lides
revolucionarias. Fala depois na ne-
cessidade de se educar o soldado
no culto da Patria e da Republica.
Profere palavras de profunda ho-
menagem a Martins Cardoso e ter-
mina bebendo em sua honra.
O sr. Matheus Palermo de Bar-
ros faz considerações no sentido de
uma larga propaganda pela provin-
cia, incutindo no espirito das popu-
lações a idéa da Republica, á semi-
lbança do que em Lisboa fez Mar-
tins Cardoso.
O sr. José Maria Pereira faz
suas as palavras de justa homena-
gem que os oradores antecedentes
proferiram em honra de Martins Car-
doso é diz que não póde’ fazer-lhe
maior elogio do que afirmar que
Martins Cardoso herdou de Elias
Garcia e de Leão d’Oliveira a ver-
dadeira escola da democracia. Re-
fere-se com palavras de louvor aos
srs. José Relvas e João Chagas, por
contribuirem com a sua presença
para o brilho d’aquella festa, dedi-
cada a um dos seus mais queridos
amigos,
O sr. Ferreira Pacheco fala em
nome da commissão parochial de S.
Christovam, freguesia em que Mar-
tins Cardoso iniciou a sua vida co-
mo soldado da Republica,
O sr. Soares Guedes refere-se à
obra do homenageado nos seus tra-
balhos de organisação partidaria,
ao lado de Leão d’Oliveira e Elias
Garcia
O sr. José Relvas diz: encontrer-
se por um feliz acaso junto de Mar-
tins Cardoso que está cercádo por
membros do Directorio é por gran-
de numero de amigos e correligio:
narios, A revolução—prosegue o
oradof-—viu-a sinthetisada em tres
homens—Miguel Bombarda, Can-
dido dos Reis e Martins Cardoso,
Aos dois primeiros presta homena-
gem de bem sentida saudade. De
Martins Cardoso descreve a obra de
revolucionario.
Martins Cardoso, quando entrou
pela: primeira vez no seu gabinete
de ministro, foi, não pedir empre-
go ou.o justo galardão dos seus es-
forçados serviços, mas, oferecer a
sua solidariedade | com a obra do
governo. Agradece-lh’o, pois, em
nome do partido republicano.
Osr. João Chagas lamenta: que
a sua saude não lhe permita assistir
áquellas festas de confraternisação,
no entanto não quiz deixar de ir ali
declarar que é de toda a justiça a
homenagem que se está prestando
a Martins Cardoso. A Republica
fo; feita por homens da tempera de
Martins Cardoso, mas elle é o que
mais directamente vem do povo é
por isso o que mais jus tem áquel-
la consagração. Brinda como sendo
elle um dos mais velhos republica-
nos; é, como dizem os francezes
«um antepassado». Tornou-se nota-
vel, não pela sua arte, não pela sua
sciencia, não pela sua espada, mas
pelo seu trabalho consciente e per-
sistente, Espraia-se em considera-
ções de ordem politica e termina
por afirmar que é preciso fazer ad
ministração e não politica; que o
parlamento não deve ser constitui-
| do apenas por bachareis, mas sim
por industriaes, commerciantes, agri
cultores, etc. Remata brindando por
todos os que ha 30. annos vem tra-
balhando pela Republica.
O sr. Martins Cardoso agradece
muito commovido a manifestação
carinhosa e cordeal que os seus
amigos quizeram dispensar-lhe. Con-
fessa que foi para si uma penhoran-
te surpreza aquella festa, visto -su-
pôr, quando o convidaram, que se
tratava apenas de uma reunião de
amigos. Julga a festa, immerecida.
Ha 30 apnos que trabalha para
o partido republicano, com toda a
dedicação, empregando o seu maior
esforço e o melhor da sua activida-
de. Mas não tem feito mais que o
seu dever de soldado da Republica.
Descreve o que foi a sua entrada
em casa na manhã de 4 d’outubro,
ao ver sua familia, que de nada es-
tava prevenida. Dentro do partido,
seguiu sempre a orientação e o ca-
minho que lhe indicou Elias Garcia,
Refere-se á organisação revolucio:
naria, que, sem vaidade nem alar-
de, conseguiu levar a bom caminho.
Pode ter tido momentos de desalen-
to, mas nunca as suas crenças re-
publicanas foram abaladas. Agrade-
ce a todos o inolvidavel testemunho
de funda amizade e carinho com
que açabam de o surprehender.
O nosso camarada dr. João de
Menezes, que, pelos seus afazeres
não poude assistir ao banquete, foi
quasi no fim dar um abraço de
amigo e correligionario a Martins
Cardoso. A” encantadora festa as-
sistiram 75 convivas, sendo lidos du-
rante ella. varios telegrammas e ou;
tras felicitações.
A mensagem, estava encerrada
n’uma rica pasta de veludo com lar-
gas fitas verdes e encarnadas,
Carteira semanal,
Fez annos:
-—=No dia 2 o sn,
Dias.
Fazem annos:
— Hoje: os srs. Demetrio da Silva
Carvalho e Antonio Domingos . Ba-
rata.
Luiz: da Silva
Realisou-se o baptizado de uma fi-
lhinha do sr. Fructuoso Augusto
Cezar Pires, sendo-lhe dado o nome
de Maria Amalia.
Serviram de padrinhos a menina
Clotilde Amalia Cesar Pires e o
: menino Eurico Cesar Pires,
Regressou a esta villa o sr, Luiz
da Silva Dias.
—Retirou para Lisboa o sr. Al-
berto Leitão e sua esposa,
Está n’esta villa com sua, esposa
e filhinha o sr. Sebastião Farinha
Tavares.
Em goso de ferias tem estado
n’esta villa o sr. João José de Ma-
galhães.
Foram passar o carnaval com
suas familias ossrs. drs. Albano Lou-
renço da Silva e’ Joaquim Farinha
Tavares.
Esteve n’esta villa o nosso assi-
gnante sr. Augusto: Matheus, em-
pregado da fabrica, Camerana, de
Lisboa.
O sr. dr. Abilio Marçal encontra-
se já completamente restabelecido, o
que muito estimamos.
Pelo mundo: litterario
A horas mortas
No chalezito que se erguia ele-
gante entre os pomares viridentes
acabavam de dar onze horas.
Que linda noute de verão!
A natureza em flor embalsamava
o ambiente com o Seu aroma per-
fumado,
Da abobada infinita do firmamen-
to, a rainha da noute, essa teste-
munha muda de mil romances d’a-
mor, essa protectora desinteressada
dos namorados, envolvia a terra no
seu manto de prata. E ;
Lá em baixo o rio, murmurando
ás pedras d Sua melopêa
triste, beijava de mansinho 05 ramos
esguios dos salgueiros e os prados
que, alcatifados de malmtqueres,
semelhavam um enorme lençol de
neve, | E
A nora, no seu movimento con-
tinuo, gemia roubando á corrente
parte do seu liquido para’depois, lá
em: cima, o despejar emgottas;d’al-
jofar na comprida calha que o con-
duzia ás varzeas. ‘
Nem a mais leve briza balouçava
as folhas verdes das arvorés que,
iluminadas pela luz branca do luar,
projectavam! no solo sombras capri-
chosas, semelhando phantasmas, ;.
Ao longe, na aldeia, cães de guar-
da ladravam farejando algum tres-
noutado passeante: cel Bh
—Junto: ao muro que; circunda
a granja appareceu: como por en-
canto um, vulto negro! ;
Olhou receoso em todas as dire-
cções, e caminhando pé-ante-pé,
muito cosido com “a parede, come:
çou-a approximar’se da casa. 5
‘Por debaixo da comprida. capa
que o envolvia, luziam ao, reflexo
da lua os canos oxidados d’uma
caçadeira. pe :
O chapeu desabado oceultava-lhe
completamente o rosto.
De vez em quando parava, torna-
va a olhar em redor, e, applicando
o ouvido, tentava surprehender por
detraz do emaranhado das sebes
algum ruido estranho. : )
Quem a taes horas rondava a
granja pacifica do abastado lavra-
dor?! )
Que fim desconhecido levava o
mysterioso personagem a ir de nou-
te e armado áquelle logar solitario!?
Por’ fim o’ vulto: negro, muito
cosido com o. muro, parou junto á
vivenda e levantando o braço, bai-
xou o na direcção da janella.
Uina pedrita, batendo no vidro,
resaltou produzindo um iestalido
secco
A janella abriu-se devagar, muito
devagarinho… e uma fórma bran-
ca, vaporosa, etherea, appareceu
banhada em cheio pelo. pallido cla-
rão da lua. :
Vindo “dos vergeis | espalhava-se
pela atmosphera o cheiro activo da
Hlôr dn laranjeira,
—Q idyllo começou… terno,
apaixonado, n’essa linguagem com-
prida dos namorados que, fallando
muito, cousa nenhuma dizem ,..
Protestos ardentes d’uma eterna
fidelidade, juras sagradas d’um amor
sem limites, projectos apaixonados
de mil sonhos venturosos troca vam-
se ‘á mistura, n’um dialogo febril!
“O relogio marcava as horas com
uma. rapidez assombrosa e… da
abobada infinita do firmamento, a
rainha da noute, essa testemunha
muda de mil romances d’amor, és-
sa protectora desinteressada dos na-
morados, continuava envolvendo a
terra no seu manto de prata.
—Qh! como passam ligeiros es-
ses momentos felizes :m que à luz
do luar, temos a consoladora ven-
tura de contemplar o rosto meigo
da mulher que amamos!
Oh! como correm velozes essaszes essas@@@ 1 @@@
mas di
horas ditosas em que livremente,
sem testemunhas, podemos dizer á
virgem-querida dos nossos sonhos
até que ponto. chega o amor. que
de toda a alma lhe consagramos!
Oh! como nos sentimos pequeni-
nos, sem acção, sem vontade pro
pria, sem energia, nós, os reis da
natureza, ao mais simples gesto da
delicada mãosinha do ente querido!
N’esses momentos, mil vezes ven-
turasos, o mundo desappareceu pa-
ra nós!
A nossa “vida, ‘a”nossa vontade,
os nossos sentidos, “o nosso proprio
sêr, está tudo alli consubstanciado
n’aquella figurinha angelical, de fór-
inaés !
—O idyllio continuava!
Ao longe, nas granjas os gallos
cantavam. À
Do Levante, erguiam-se já umas
manchas esbranquiçadas percurso-
ras do dia, e em breve a rainha da
noute cahiriaido seu throno ethereo.
D’ali a pouco os trabalhadores
começariam à passar para a sua fai-
na diaria e…” era preciso partir
antes que tal succedesse.
o Mais um juramento; mais um
protesto; mais um sorriso; mais um
beijo atirado nas pontas dos dêdos,
eo vulto ‘negro, caminhando pé-
ante-pé, muito cosido com a pare-
de, sumiu-se por debaixo da rama-
gem copada do arvoredo.
Passados instantes, a forma bran-
ca, vaporosa, gentil, sumiu-se tam-
bem e a janella fechou-se devagar ..
muitó devagarinho!…
«s—Ldá em baixo. o rio conti-
nuava. murmurando: ‘ás“ pedras do
açude a sua melopêa triste e a nora
gemia… pemia sempre:
| Zé Pinto.
Pequena: correspondencia
Dignaram-se pagar as suas assignaturas,
Os srs, Joaquim Nunes e Silva, Padre Gui-
lherme Marinha, Adelino Marinha, Augus-
10 Matheus, e’Joaquim “Pires Mendes.
Agradecemos. atá
Historia das Religiões
OQ nosso velho amigo e. distincto
escritor Ribeiro de Carvalho, sérvin-
do-se dos notaveis trabalhos de Sa-
lomão Reinach, de Beuchat, de Hol-
lebecque e ido Barão d’Olbach, con
seguiu Ribeiro de Carvalho conglo-
bar em um só livro, por maneira
clara, toda essa historia, dividindo a
obra em trez partes, cuja enumera-
ção basta para lhe mostrar a impor-
tancia.
A Origem das Religiões. —Religi-
ão e Mythologia-=Theoria da Reve-
lação priminva—O fetichismo—O
culto das plantas e dos animaes—
As metamorphoses—O Totemismo
e as fábulas— O sacrificio do Tótem
—O Sabbar-—Laicização. progressi-
va da Humanidade—A Magia e a
Sciencia—O futuro das Religiões e
a necessidade de lhes estudar a his-
toria—A Sciencia dos Religiões não
só instrue e educa mas liberta tam-
bem o espirito humano:
Religiões Antigas e Religiões Ac-
tuaes.—Rcligiões que existem: actu
almente—Religiões dos povos cha-
mados selvagens —Religiões de to-
dos os povos antigos — Os seus ritos,
os seus deuses, Os seus’ sacrifícios
—Os phenomenos religiosos, as suas
formas e a sua natureza—Logares
sagrados—Os templos—As crenças
—(Ds mytos—=Como funciora uma
religião—Sacerdoócio e Egrejas—Es-
tudo historico das Religiões.
Christo e o Christianismo.—A. ju-
deia ao nascer, Jesus—Quem foi
Christo—Exame da sua” doutrina—
Os primeiros séculos do Christianis-
mo-—A influencia de Platão=—Chris-
to não foi o fundador do Christianis-
mo-—Falsidade da actual religião
christan— Os concilios — Costumes
de Christo e da sua pretendida
Egreja—Guerras entre Christãos—
Atrocidades praticadas pelo Chris-
tianismo—Crimes da Egreja — À
moral christan, inimiga da Vida, do
Amor e da Felicidade.
Livro notabilissimo, livro indispen-
savel a quantos desejam instruir-se
e progredir. Temos vivido em uma
ignorancia quasi absoluta acêrca da
historia das religiões. Chegamos a não
saber a propria historia do Catholi-
cismo, que mais de, perto nos inte-
ressa e agita. De modo que um livro,
conglobando a historia de todas as
religiões, em todos os tempos e em
todos os paizes, constitue um tra-
balho que todos devem possuir, que
todos devem ler e propagar—o que
representará um valioso serviço pres:
tado á causa da instrucção em Por-
tugal, porque uma das mais neces:
sárias tarefas da sciencia consiste
hoje em reconstituir a historia das
religiões.
— Esta redacção presta todos os
exclarecimentos que, acerca dos li-
vros aqui annunciados, lhe fôrem pe-
didos, encarregando-se tambem, e ‘
gratuitamente, de mandar vir qual:
quer volume. e
CORRESPONDENCIAS
Pedrogam Pequeno
Falleceu no dia 15 de fevereiro o
sra Francisco Dias Alface, lavrador,
d’esta localidade.
O finado era ainda muito novo,
pois, tinha apenas 28 annos de eda-
de,—por esse motivo e pelas suas
bellas ; qualidades foi a sua morte
que se não esperava muito sentida.
O seu enterro que se realisou no
dia 16, foi muito concorrido, de
pessoas de todas as cathegorias,
Deixa viuva, e dois filhinhos ten-
do o mais novo, apenas mezes.
Era cunhado do nosso amigo sr.
José Simões Aldeia, estabelecido
na rua do Arco S. Mamede n.º 69,
Lisboa, a quem acoinpanhamos na
sua dôr, porque sabemos quanto o
estimava.
— Já regressaram de. Lisboa os
srs. Joaquim Henriques Vidigal,
Adelino Nunes Marinha e Abilio da
Paz Medeiros.
— Estiveram aqui a semana finda,
ossrs. Alfredo Henriques Serra,
da Certã e Antonio Lourenço e Sil-
va, filhas e seu filho sr, dr. Albano
“Lourenço da Silva, da Madeira.
—Tem passado bastante doente
a sr. D. Genoveva Bastos Salguei-
ro Correia, esposa do sr. José Ro:
drigues Correia; o que deveras sen
timos c estimamos o seu prompto
restabelecimento,
— Esteve aqui o sr. dr. Joaquim
Carreira Salgueiro, conceituado pro-
fessor do seminario de Sernáche do
Bomjardim. À
— Esteve aqui o.sr. João Baptista
da Conceição e Silva, ae Lisboa.
—Partiu para Lisboa, a tratar dos
seus negocios o st. José Januario
da Conceição e Silva, abastado pro-
prietario, desta villa,
— Esteve aqui, de passagem para
Lisboa, o sr. José Henriques da Sil-
veira, de Pedrogam Grande.
“A junta de parochia d’esta lo-
calidade, em sessão extraordinaria,
protestou contra o desacato feito ao
dignisssmo governador civil d’este
districto.
—Já chegou do Porto, o sr. An-
selmo Serra.
—Veio aqui em serviço o ex,”º
secretario da Direcção Geral dos
correios de Lisboa.
—(Consta-nos que um abastado
proprietario d’esta villa offereceu
5oo$000 réis para a construcção de
uma casa de escola.
(Correspondente).
Villa de Rei, 20. — A camara
municipal deste concelho resolveu,
em sua sessão de hoje, por propos-
ta do cidadão vereador Joaquim Nu-
nes Campino, protestar junto do sr.
Ministro do Interior, contra as insi-
nuações feitas às vereações munici-
paes pelo sr. Marques dos Santos;
no congresso dos medicos .munici-
paes. Foi enviado telegramma n’es-
se sentido.
—O nosso amigo sr. Isidro dºOli-
veira Braz, habil professor da fre-
guesia do Pezo, d’este concelho, pe-
diu á camara municipal o forneci-
mento de varios objectos e luz para
a escola noturna que aquelle nosso
amigo vae abrir gratuitamente.
Procedimento egual neste distri-
cto só conhecemos o do professor
da freguesia da Varzea, concelho da
Certã.
Aqui ficam as nossas felicitações
ao illustre’professor pelo emprehen-
dimento.
—Para Castello Branco sahiu ha
dias com licença o nosso amigo sr.
Arthur José da Silva, escrivão de
fazenda d’este concelho, que teve a
gentilesa de nos apresentar as suas
despedidas.
&º um recto funccionario e uma
boa alma que todos estimam pelas
suas excelentes qualidades.
Que volte breve é o que estima-
mos.—€.
OOLIITADOR FORENSE
Augusto Justino Rossi
CERTÃ
“Trata por preços modicos de to-
dos os negocios judiciaes e cobran-
ça de dividas.
Comarca da Certã
2 3.º officio I
ANNUÚNCIO
Pelo Juizo de Direito da comar-
ca da Certã e cartorio do escrivão
do terceiro ofício, nos autos civeis
de acção ordinaria que Sebastianna
Ribeira, viuva, proprietaria, mora-
dora no logar do Chão Redondo,
freguesia da Sobreira Formosa, em
seu nome e como representante de
seus filhos menores, move contra
José Mendonça, vivo, proprietario,
e seu filho Luiz Cardoso Mendonça,
solteiro, maior, residentes no logar
da Taviila, freguesia e concelho de
Villa Velha de Rodam, comarca de
Castello Branco, Joaquim Mendon-
ça e mulher Francisca Gonçalves,
Maximiano Mendonça e mulher Ma-
ria Ribeiro, Josepha Mendonça e
marido Manoel Rodrigues Thomé,
proprietatios, moradores no logar
das Rabaceiras, freguesia de So-
breira Formosa, d’esta comarca, e
interessados incertos, correm editos
de trinta dias, que começam a con-
tar-se da segunda e ultima publica-
ção na folha official do Governo, a
citar os interessados incertos, para
na segunda audiencia, findo que se-
ja aquelle praso, verem accusar esta e
marcar-se-lhe o praso de trez au-
diencias para contestarem os termos
da mesma acção, querendo. As au-
diencias d’este Juizo fazem-se em
todas as segundas e quintas feiras
de cada semana, pelas dez horas da
manhã, no Largo do Municipio, da
Certã. :
Certã, 8 de Fevereiro de IgrI.
O Escrivão
Eduardo Barata Correia e Silva
Verifiquei:
O Juiz de Direito substituto
Ehrhardt
* ANNUNCIOS
Comarca da Certá
2 4.º officio- I
Pelo Juizo de Direito. da Comar-
ca da Certã, e cartorio do escrivão
David, correm editos de trinta dias,
contados da segunda publicação de
este annuncio – no Diario do Gover-
no, citando José da Cruz Prata, ca-
sado, proprietario, do logar do Ca-
sal Cutello, freguezia do Cabeçudo,
mas auzente, em parte incerta, pa-
ra no praso de dez dias, findo O
dos editos, impugnar n pedido da
quantia de trinta e cinco mil, réis,
seus juros, despezas de manifesto,
registo na conservatoria, custas €
procuradoria, que lhes é feito por
Guilhermina da Conceição, solteira,
creada de servir, moradora em. Tho-
mar, na acção que contra elle e sua
mulher Gracinda de Jesus, proprie-
taria, moradora do logar do Casal
Cutello, freguezia do Cabeçudo e
José Mendes dos Santos, casado,
proprietario, morador no. Cabeçu-
do, d’esta comarca, move nos ter-
mos do Decreto de vinte e nove de
Maio de mil nove centos e sete.
Certã, 15 de Fevereiro de 19ut,
O Escrivão: ca
Cádrião Moraes David
Verifiquei a exactidão
O Juiz de Direito substituto
Ehrhardt
Annuncio
No dia 5 do proximo mez de
março, ás 11 horas da manhã, á
porta do tribunal desta | comarca,
em virtude dos autos civeis d’exe-
cução que Antonio Pedro da Silva
Junior, de Sernache do Bom Jar-
dim, move contra Francisco Joaquim
Martins, casado, proprietario, de
Aldeia Velha, vas pela primeira vez
á praça, para ser arrematado a
quem malor lanço offerecer acima
da avaliação, —o direito é acção que
o executado tem á legitima de seu
fallecido pae Manuel Joaquim e
que corresponde á 4.º parte dos
bens do casal;—no valor de 97:000
Téis. j
Pelo presente são citados os cre-
dores incertos para deduzirem os
seus direitos, querendo no praso le-
gal. Certã, 13 de fevereiro de 19iT.
O Escrivão,
Antonio Augusto Rodrigues,
Verifiquei
O Juiz de Direito, substituto,
2 Ehrhardt 2
Srs. Lavradores —
Um nosso freguez do concelho de
Marco de Canavezes, escreve-nos
em 26 de outubro de Igio O se-
guinte :
«Devo dizer a V. S.* que todas as
vinhas que receberam directamen-
te ou indirectamente adubações chi-
micas, especialmente adubações
potassicas, resistiram mara-
vilhosamente ás diversas epi-
demias cryptogamicas que este
anno flagelaram os vinhedos. A pro-
ducção que obtive foi optima e
bastante superior á do anno findo e
de qualidade incomparavel-
| mente superior.»
Este freguez costuma. empregar
Phosphato Thomaz, cal azota-
da, chloreto e sulfato de po-
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3 bo de chumbo de todas as dimensões, torneiras de metal de di-
versos typos e dimensões; grande sortimento de tulipas, bacias
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