Voz da Beira nº50 19-12-1914

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Fructuoso cigunas

 

Ri CERTÃ, 19 DE DEZEMBRO DE 1914 77 Wº50
REDATOR PRINCIPAL: A ; = —

ADMINISTRADOR : “
A. Pedro Ramalhosa
“EDITOR:

ala Santos e Silva

Bodação é dldmintairaçãos :
Tua Dr. Santos Balente
) CERTA

 

SEMANARIO INDEPENDENTE

 

Assinaturas ,

Anno, 15200 réis; Semestre, 600 réis.
Brazil, (fracos) 55000 rs. Avulso, 30 rs.

Propriedade da Empreza da Voz da Beira

DEFEZA DOS INTERESSES DA COMARCA DA CERTA

 

Lo PUBLICA-SE AOS SABADOS:
COMPOSTO E IMPRESSO NA mixgava ceLINDA DE RAMALHOSA & VALENTE — CERTA

=
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Na 3.º e 4.º paginas cada linha, 30 réis
Noutro logar, preço convencional
Annunciam:: se publicações de que se
receba um exemplar
Não se restiluem os originaes

 

A PAZ

Não haverá decerto entre, nós “quem

negue a necessidade da paz para o des-.

envolvimento moral e EO duma
Nação civilizada.
“A guerra leve uma missão especial

nos tempos antigos, quando os povos |

viviam no estado. selvagem e barbaro,
quando era mister despertar nos cora-
çôóis humanos certas forças latentes é
necessarias para O adiantamento da ra-
cay como o sentido de propriedade, o
desejo de aumentar as possessôis, O
sentimento de dôr e da incerteza da vi-
da, o temor e a valentia, a obediencia
aos chefês é o sacrifício. dos- bens pes-
soais à favor da liberdade e da coléti-
vidade.

4 Providencia permitia a guerra para
que as naçôis se conhecessem recipro-
camente “e para se aprocimarem umas
das outras, unificando, pouco à pouco,
as ideias e os costumes.

Atualmente, porém, nada disso se po-
de esperar da guerra. As forças morais
exoluiram para um degrau superior, é
a vitoria belica não, depende hoje da
força corporal dos soldados, mas sim
do aperfeiçoamênto das armas.

As guerras do povo romano justifi-
cam-se perante a Humanidade, porque
deram principio à civilisação europeia.
Atualmente, porém, não ba mais povos

– selvagens na superficie da Terra, com

mui poucas excéçois; e os poucos que
fazem à excéção, podem ser civilisados
por trabalhos pacíficos de abnegados
missionarios cristãos.

“Houve tempo de. guerras religi iosas,
que hoje, graças ao espirito de toleran-
cia, são impossiveis; e se as naçois não
se perseguem mais por causa das cren-
ças, terão talvez necessidade de se guer-
riarem por causa do comercio! De cer-
to,-não, pois o comencio e a navegação
Jê são brstaute Tintresmos a introdução
do milho, da amoreira le da can dus:
sucar ma Burópa; em nossos dias pos
«Tém, O que se ezige para qualquer ino-
vação de cultura é apenas & ciencia.

Poderá dizer-nos alguem ; —<A guer-
xa é util, para, libertar-se um povo que
sinta não tem independencia, ou não
tem liberdade a que aspirar. -—A ele

 

responderemos que as nacionalidades

que So, acham em tais condiçõis, são pe-
quênas, & por conseguinte não podem
alcançar q liberdade por meios belicos,
Ta, estralegica moderna dos ad-
os com toda a certeza aniquilaria
sens esforços, Essas infelizes nacionali-
dades ilevem lutar com armas pacíficas
de inslrução, industria e comercio, e
com elas indubitavelmente alcançarão a
sua! independencia, pois estes são os
verdadeiros fátoros da liberdade nos
tempos aluais, Pa

Tica, pois, provado ne as naçis mo-
dernas não podem esperar Buu Caio al-
guma-da guerra, . 4

. Todas as questôis q que sórgem entre
varias maçõis, deveriam ser resolvidas
por maio de arbitrio internacional, eo-
mo já aconteceu em varias ocasidis. In-
felizmente não se pode dizer ainda que

 

a guerra é uma coisa impossivel, por-.

que entre os politicos de todos os po-
vos ha quem dela é adepto. Entretanto,
os” homens de boa vontade devem es-
forçar-se para nos aprocimarimos uais

e mais da éra feliz da paz universal,
que será rialidade no futuro.

Muitas vezes ouvimos citar um pro-
verbio latino que diz: «St vis pacem,
para bellum», isto é: «Se queres a paz
prepara a guerra». Este proverbio é
inveridico, pois nunca chegaremos ao
alvo, se tomamos o rumo contrario.
Antes devemos dizer: Si vis pacem,
para pacem»: «Se desejas a paz, pre-
para à paz».

“Com isto não se deve entender que
prégâmos o desarmamento imediato,
preparemos, em primeiro logar, a paz
nos espiritos! Para matar não se preci-
sa estar armado, e pode-se estar arma-
do sem querer matar alguem! Tudo de-
pende do estado de mentalidade do in-
dividuo em questão. Preparar à paz, é
desejal-a, aborrecendo a guerra, e evi-
tando tudo que possa provocar senti-
mentos belicos.

Quando os que guiam os destinos das Na-
çõis, estiverem compenetrados d’esta
verdade, a historia da Humanidade apre-
sentará paginas mais nobres do que a
‘do Passado, que está cheia de sangue
humano, derramado om holocausto ao.
egoismo, vaidade, fanatismo e loucura!

A nossa vida é uma luta; mas: deve
ser uma luta racional, luta pelo Bem,
pelo Belo e pela Verdade! As armas mo-
dermas nesta luta são: o estudo, 0 lra-
balho e a cultura do coração.

Oxalá todas as maçõis compreendam
que só assim se vlevarão na escala pro-
gressiva!

Oxalá as mentalidades nacionais em
todos os países se engham. de desejos
serios da paz e fraternidade! A ciencia,
as artes; às industrias, O comercio e
uma: lingua internacional unificarão a fa-
milia adamica e inangurarão a era da
verdadeira Religião Universal, Religião
da Paz!

Assim seja!

SD
Cine ir try

Pedin a sua exenoração de Go-
vernador civil d’este districto o
nosso particular amigo sr. dr,
Francisco Rebelo d’Albuquerque.

S. ex.” durante o tempo que de-
sempenhou tão elevado cargo, fe-lo
com tanto criterio 8 distinção, e
com tanta independencia, que sa-
tisfea por completo a todos as fa-
ções poeira do distrito.

Administrador do Concelho

‘ Pediw a sua exoneração de
adia dora d’este concelho, o
sr, de. Bernardo. Ferveira de Ma-
tos.

No desempenho das suas fun-
ções administrativas, justo é dize-
lo, o sr. dr. Bernardo de Matos
soube sempre fazer justiça, a quem
a merecia, tendo grangeado pela
sua conduta irrepreensivel, verda-
deiros admiradores. :

Por este motivo assumiu a ad
ministração d’este concelho o ex.”

 

“Presidente da Camara, sy. dr. Vir-

gilio Nunes e Silva,

 

Coisas % loisas…

 

Crise ministerial

Ao cabo de dez dias de crise minis-
terial, durante os quaes os politicos em
evidencia foram ao Paço de: Belem em
varias demarches expôr ao sr» Presi-
dente da Republica, cada um a seu sa-
bor, a solução mais acomodaticia aos
interesses do seu partido, foi esta resol-
vida, depois de terem falhado varias
tentativas no sentido de se conseguir
um ministerio de concentração, pela
chamada do sr. Victor Hugo d’Azevedo
Continho Tente da escola naval e pre-
sidente da Camara dos Deputados, a
quem o sr: dr.-Manuel.d’Arriaga decli-
nou o encargo ‘ de formar ministerio.
Depois de varias conferencias com os
chefes de varios partidos o sr. [Hugo
Coutinho apresentou o seguinte minis-
terio democratico que já na passada 2.º
feira se apresentou nas duas camaras:

PRESIDENCIA B MARINHA —Victor-Hugo
de Azevedo. Coutinho, lente da Escola
Naval.

INTERIOR— Alexandre Braga, auditor do
Tribunal Superior do Contencioso Fiscal.

FINANÇAS— Alvaro de Castro, vogal
do Conselho Superior da Rua
Financeira do Estado.

GUERRA— Joaquim Bazilio Cerveira
Sousa d’Albuquerque’e Castro, coronel
de Engenharia.

ESTRANGEIROS E INTERINO DA JUSTI-
CA— Augusto Soares, ajudante do -Pro-
curador geral da Republica. –

FOM
tos, professor do Instituto Superior de
Agronomia.

COLONIAS—Alfredo Rodrigues Gaspar,
lente da Escola Naval.

INSTRUÇÃO–Fredenico Antonio Ferrei-

ra de as, lente dasBsgola te Quenna
bosá d

 

“Mag dns, advogado! | na Day

Jogo

Joga-se por ahi em segredo, A gran-
de immoralidade consuma-se a peultas;
quando a luz dos. candieiros, projecta
sombras nos antros em que se acolhe.

A rapaziada, que bem poderia entreter
os seus ocios na leitura e trabalho util,
gasta ah os serões até alta noute, preo-
cupada com as côres do naipe.

Se uma rusga não vem pôr em so-
bresalto. estes abolelados do vicio e da
crapula, tristes dias esperará O viver
dos paes. ,

Azeite nacional

Em Santarem o azeifo novo. está-se
vendendo a 4520 clv, os 20 litros,

A colheita. deste ano é abundante,
variando a acidez de 7 decimos a 3
gráus.

Em Moncórvo, Traz os Montes, ha abun-
dancia de azeitona, a qual se tem ven-
dido a 40 ctv. a arroba, sendo o azeite
de boa qualidade.

Entre nós, apezar de estarmos no
começo da apanha, regula o decalitro
por 13900 nos lagares. E” de esperar
que este preço se modifique logo que
se entre em plena laboração, devido à
bela qualidade.

DO pe aaa) a

TO— Eduardo Alberto Lima Bas-

 

Chuvas

Choveu muito. Ha jorros nos beiraes
e nas casas ha beiras. o

Os telhados mal reparados deixam
cahir pingos impertinentes. que são o
aborrecimento das donas de casa, na
eminencia.d’um estrago no bragal.

A proposito: ha dias no talho o cor-
tador tinha de estar de chapeu aberto.
As criadas riam, e o homem argumen-
tava:

Está o telhado rôto; chove como na
Tua.

Ovos

No mercado: de sabado e quarta-feira,
nem um ovo.

Que o motivo da falta, vem do preço
ser taxativo, dizem. E claro que a ven-
da faz-se. Aonde? Não sabemos, mas
cuide d’isto a Guarda e verá’ que des-
cobre.

O referendum?”

«Consta que vai; ser publicado um
decreto regulando as disposições do
codigo administrativo, sobre o direito
de «referendum» popular ácerca do
aumento de contribuição. »

Cahio a sopa no mel. Tambem. por
cá ha quem fale n’isso com. relação, ao
imposto dos vinhos importados,

O novo imposto

Parece que os taberneiros cá do
burgo, deram o cavaco com o novo
imposto sobre o vinho, ajuizadamente
cieado pela Camara Municipal.

Alguns até nos devolveram a «Voz»,
por defendermos. tão “acertada. como
util medida.

Boa moral.

 

DIREITOS D’ ENCAR TE

Lembramos que todos os fun-
cionanios publicos,” de qualquer
categoria que sejam, tem de obter

o seu diploma de funções publicas,
até 31 do corrente, sob pena de

não poderem continuar a receber
os seus vencimentos,

Dizendo isto para todos, avisa-
mos muito especialmente os pro-
fessores primarios, para que se
não esqueçam de ir 4 Camara
Municipal mandar passar o seu
diploma,

Ahifica o aviso aos interessa dos.’

 

Episcopado Portuguez

Foi nomeado bispo de Coimbra
o ex.” sr, dr. Manoel Coelho da
Silva, Deão da Sé do Portos As
belas qualidades do agraciado: fa-
zem jus a prudencia é mteligencia.
com que se soube haver no gover-
no da diocese do Porto, durante: or
exilio do exӼ gr. Di. Antonio de
Sousa Barroso.

E” autor de varias: obras: sobre
direito eclesiastico e paxachial.. paxachial..

 

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canta DE LISBOA

‘DÍSBOA, 13-12-914: —Contra
so que toily a gente previa -consti-,

 

“niu-se-tm misterio composto ex-

relusivamente «de dlementos demo-
«erâticos. t

“À maneira «como esse ministerio
“foi recebido pelos entros partidos
Já o sabemtodos os que nos leem.

“Não seia-quem cabem as res-
ponsabilidades desta solução da
«crise pehitica que se arrastou, -co-
mb as anteriores, durante Bias e
«dias, 1

“Os democraticos iriadi que’se
formou este governo, porque eutro
se não poderia formar, dada a in-
“transigencin dos outros partidos.

– Estes, por sua vez, alegam as
razões por que não entraram n’um
ministerio de concentração.

‘Pareçe que n’este momento tudo
=açonselhava ‘um ministerio nacio-
mal, composto de individualidades
«conhecidas edama provada com-
petencia para dirigir os negocios
publicos. Ora, o ministerio que se
formou: nem é um ministerio nacio-
mal! porque todas es mimistros es-
«ão filiados no partido democrati-
«o, nem composto de individuali-
dades com uma provada compe-
zencia porque apenas dois já fo-
aiam ministros e dos restantes al-
guns são -conhecidos do paiz só
«desde que os-seus nomes aparece-
zamna lista governamental.

Ninguem de boa fé e desapaixo-
nadamente será capaz de afirmar
«jue-este ministerio seja aquilo que
“o momento exigia que fosse.

“Nesta ocasião, em que as cadei-
ras governamentaes dos varios ga-
Dinetes da Europa estão ocupadas
por individualidades em destaque
nbs respétivos paizes, colocar o sr.
Vitor Hngo d’Azevedo Coutinho 4
frente dos destinos diuma nação
que as circunstancias poderão lan-
car no sejo da Incta, parece uma
Drincadeira ou um escarneo.

Será, por ventura, o ministerio
aque. se: constitui mais competente
«jtre-o seu antecessor? Não é.

Comparar, por exemplo, O sr.
Augusto Soares ao er: Freire de
Andrade, ‘o sr: Gaspar Rodrigues
nossa Lisboa de Lima, é querer
CEPA EB UU daritre agro de in-

Alem d’isso, com a constituição,
deste ministerio repete-se a situa-
«ão politica do ano passado, visto
que o partido demoerntico não tem.
trje, como, não tinha, então, maio-
via parlamentar no senado, |

O governo fecha o parlamento
e faz as eleições —dirão alguns.

Admitamos que assim seja; mas,
então, ovorre perguntar se o sr.
presidente da Republica mudou de
opinião. O sr. Bernardino Macha-
“do foi chamado a governar porque
no entender de s. ex.” só um mi-

“misterio extra-pritidario poderia

fazer eleições; as circunstancias
não mudaram e agora encarrega
de presidir a elas um ministerio
xetintamente partidario!

“Quando o ministerio do sr. Rer=
nardino Machade, sem um motivo
justo, adiou sine die as eleições, a
«Voz da Beira», em urtigo de fun-
do, classificava de gate politica
wma tal medida.

Os factos ali estão a demon-
Strar es tinha xazão o articulista,

Za

Ser tório

voa DA BEIRA

Secção literaria

 

NOTAS A LAPIS
«Qual é à esposa ideal? »

A mulher ideal…

Ela existe realmente, mas tão
alta, tão elevada, que, quando pro-
curamos atingi-la,meu Deus! nos
curvamos; eao erguermos o espirito,
alando-nos até ao infinito, nós
a encontramos aureolada de estre.
las, nimbada de luz, refulgindo
deslumbrante muma vição aben-
coada!

Em vão a procuram ; na terra os
pobres sonhadores… Ela existe,
sim, mas mas regiões misteriosas!
do Alem, para onde nos fogem os
olhos anciosos, para onde esvoaça
a pobre alma—avezinha ferida —
sempre insatisfeita, sempre insacia-
da…

Cá em baixo, na terra, ha ful-
gurações, miragens, fogos fatuos,
relampagos; quantas vezes a alma
se não sente encadeiada em fasci-
nações, irresistivel, sujestionada,
delirante; mas o sonho desfaz-se…
e por fim só restam destroços:—
corações feridos, almas em pedaços,
manchas sanguineas, cinzas disper-
EAN

O despertar é horrivel…

No cemiterio ermo, silencioso, só
resta uma, e às vezes, duas campas
abandonadas, flores decepadas,
muúrchas, e, desafiando’a tormenta,
algumas cruses denegridas pela
tempestade do mundo…

A esposa ideal…

Ela existe, mas tão alta tão ele-
vada, que quando procuramos
atingil-a, nos curvamos reverentes;
porque—Deus bendito dos Ceus!.
a esposa ideal, és Tu” ó Mãe do
meu Deus! Divina Esposa dos
Cantares, 6 Virgem Imaculada! . .

Monge de Cister

Fica hoje encerrado este plebiscito,
cujo acolhimento entre os nossos ama-
veis leitores foi muito além do que es-
peravamos.

Vamos proceder ao apuramento, e no
proximo numero ver-se-ha qual é, se-
gundo a opinião da maiora, à esposa
ideal.

Victor

Arvore do Natal

Promovida por uma comissão
de alunas da escola do sexo femi-
nino d’esta vila e sob’a direção da
sua distinta professora sr.” D. Con-
ceição da Silva Batista, deve vea-
lisar-se no edificio da mesma esco-
Taymo proximo dia 25 w A festa da
arvore do Natal. A sula que será,
segundo nos consta, artisticamen-
te ornamentada, -terá ao centro o
tradicional pinheiro, aonde sus-
penderão as varias prendas, ad-
quiridas pelo produto de umi sub-
serição promovida pela mesma co-

 

Va. Algumas das mais distintas

rão a intervalos. Uma das filirmo-
niens Jocaes, segundo nos consta,
tocará duvante a festa, mo jardim
“do Adro, que fica contiguo ao edifi-
cio escolar. Cremos que será uma
festa cheia de encantos, não só pa-
ra Os assistentes como para as
alunas e seus paes, que em regra,
sempre se regosijam de vér brilhar
pos seus filhos,

 

missão e que foi alem da espetati-|

alunas, Ei NE iA dança-:

Dito dios no Cabegudo
“Continuação)

Nosdia seguinte, começou de ‘accen-
tuar-se a minha boa impressão sobre o
povo desta lerra ao ver. à frequencia
às missas que ali celebrâmos antes das
festas. A philarmonica, executando al-
guus trechos do seu reportorio e fazen-
do honvaá Certã pela sua execução,
altrahia grande concorrencia. No largo,
em [rente e aos lados da capela uma
grande multidão palestrava animada-
mente. Alguns amantes da bebida en-
chiam as barracas armadas em filas que
se defrontavam. Arcos de papel de dif-
ferentes córes e cordas de buxo pintal-
gadas de flores, é páus enfeitados pu-
nham na paisagem uma nota viva, d’um
pilloresco suave que perfeitamente se
harmonisavam com o vesluario garrido
das moçoilas. E de ludo isto. resultava
uma alegriá franca, de util elfeito na
alma popular, que precisa d’estas ex-
pansões indubitavelmente superiores… .
às das arengas dos comicicios facciosos,
ás das bombas de dynamite e dos pro-
testos tumultuarios, sangrentos, reple-
tos d’odios, n’uma perda de ener;
que destroem a paz fecunda é a reunião
de classes.

Gosto de observar a alegria do povo.
Elle não tem a instrucção, nem as altas
diversões que relemperam o espirito
para luctas terriveis no degladiar das
ambições dos homens. Se lhe tirarem
o sentimento religioso e o derivativo
d’estas’ romarias e reuniões, vel-o-hão
revoltado, ameaçador, talvez aborrecido
dos seus rudes trabalhos campestres,
vendo sempre fugir-lhe a esperança de
melhores dias. Assim tudo lhe parece
mais supportavel e quantas vezes bello,
nestas occasiões em que um sol radio-
so, animando o quadro, associando-se
ás suas festas, lhe ilumina a imagina-
ção ingenua!…

Ao meio dia começou a festa. Os fieis
enchiam a egreja e comprimiam-se às
portas, estendendo>se ainda pelo largo.
Em obsequio a Monsenhor Ferreira pré-
guei de manhã e à tarde, antes da pro-
cissão, Perante um povo ostensivamen-
te catholico, de bellas tradições devolas,
comprehende-se como é agradavel e facil
deixar fallar o coração em harmonia
com a boa doutrina, é conveniente mes-
mo pôr de parte a preoceupação de
phrases decoradas e de estylo imagino-
so. Senti-me bem n’aquelle meio e jul-
guei opportuno, alem dos pontos esco-
lhidos, aproveitar as notas locaes in-
cluindo as manifestações de fé que ja
presenciara.

A creação da freguezia do Cabeçudo
data de 1768. Tem, portanto, 146 annos.

 

Já existia a capella de Santo Estevão.
Ficou servindo provisoriamente de egre-

ja parochial, por determinação da aucto-
ridade eulesiastica, até 1771, em que
se concluin a egreja parochial do Cabe-
cudo. A Senhora da Piedade tem sido
ObIgaloodanconsantgonyeanaa plexpoão
festividade por ter sido “esta” Ireguezia
preservada da epidemia do typho, que
bastantes victimas fizera no anno ante-
rior na visinha freguezia do Castello,
no logar de Povoa da Ribeira Sardeira,
O culto definhara pelo desapparecimen-
to de pessoas influentes, Mas em 1901
surgiu um verdadeiro apostolo, o conego
Antonio Maria Ferreira que por meio dé
prégações, conselhos e esmolas muito
contribuiu para a reedificação da capel-
la de Santo Estevão e para o enllo de
Nossa Senhora da Piedade. Para que
haja culto e a capella se-conserve lim-
pa e armada deixou instiluida à associa-
cão dos mordomos € aias de Nossa Se-
nhora da Piedade com o respectivo re-
gulamento approvado pelo Prelado D.
Gaidencio José Pereira.

Monsenhor Ferreira prestou um ver-
dadeiro culto à memoria do seu irmão
cujas virtudes e preslimos adquiriram
foros de incontestaveis. O prestigio que
a sua passagem pelo Cabeçudo «deixou
em todos os que o trataram é a melhor
apologia d’um caracter,

A procissão, de tarde, foi concorridis-
silha, numerosas as promessas a ponto
de não ser possivel ordenar as devotas
em alas. Um espectuculo comovente o

 

” de todo um povo crente e amigo das

suas lvadicções.

Bastaria esta procissão para conven-
cer lodos Os nossos prepotentes advers
sarios da impossilldade de extihguirem

 

AGENDA

De passagem para Álvaro este-
ve na Certão sr. Antoniv de Men-
donça David, aluno do 1.º ano da
Universidade de Coimbra,

— Com sua esposa esteve n’esta
vila o sr, dr. Julio Peixoto Cor-
reta, d’Arnoia. f

—De passagem para Oleiros es-
teve n’esta vila o sr. J. Churro,
chefe da 3.º secção de obras publi-
cas.

— Vimos na Certã a esposa do
nosso assinante sr. Joaquim Nu-
nes Correia. E

— Regressou da capital o Br,
Henrique Pires de Moura.

— Esteve. em Lisboa tendo já
regressado a esta vila, o sr. Ani-
bal Carvalho.

—Tem estado encomodado de
saude, em Lisboa, o sr. Antonio
Moraes David, aluno do 3.º ano da
escola medica.

— Saiu para a capital com de-
mora de alguns dias, o sr. Firmi-
no David.

— Sae ámanhã para Lisboa on-
de vae fixar residencia, a sr? D.
Heluiza Santos Guedes.

— Foi nomeado agente agricola,
o nosso assinante sr. Luiz Guedes.

Parabens

—Tem estado ligeiramente in-
comodado o nosso assinante sr.
José Ventura dos Santos.

—São esperados por estes dias
na Quintã, o sr. dr. Albano Fra-
zão e sua esposa sr.’ Izabel Fra-
zão.

— Durante a semana vimos n’es-
ta vila os nossos assinantes, egrs.:
dr. Gualdim de Queiroz, Alfredo
da Silva Mendes, José dos Santos
Junior, À. L. dos Santos Lima, J.
Ciriaco Santos, padre Antonio F.
da Silva Martins, e Manuel Men-
des d’Almeida.

 

 

Re
o sentimento religioso na alma nacional.
Portugal é mais alguma coisa do que
dez ou doze mil energumenos que, sem
respeito pelos direitos alheios pertur-
bam a puz e a liberdade de cinco mi-
lhões de portuguezes. Para alem das
barreiras das duas grandes cidades do
paiz, existe uma multidão mais dificil
de hoslilisar do que os pacíficos e as-

 

sustadiços habitantes de Lisboa e Porto,

Sobstodos os pontos de xista;estes actos
nidisique as simples” Bcephemeras espe
palhias por qualquer homem notavel é
constituindo uma viva. lição de – moral
e de amor sublime no meio d’uma . so-
ciedade que por todos os lados-se dis-
solve.

Os maçons, livres pensadores, desor-
deiros ou os illudidos operari s das
grandes cidades, teem pretendido imitar
nos seus cortejos as nossas lindas procis=
sões. Mas. . . que diferença nos symbo-
los adoptados € nas ideas festejadas.’

Ao cair da tarde, em pleno campo,
como é bello uma procissão brilhante
de lé, d’essa sincera conhança que trans-
porta montanhas. Quadro d’um tempo
religioso é artistico.

“O arraial à noite, o fógo do acredita-
do pyroteenico da Certa, a musica, a
iluminação a balões venezianos, é a anil
mação popular, de quando em” quando
desafogando, entre a mocidade em rui-
dosos e poeirentos bailaricos, conserva-
ram alli até às 2 horas da manhã os
forasteiros de logares muito dispersos
e alguns muito distantes

Ps João Vacondeus
ae 1

A ultima hora

Os deputados uniunistas renunciaram
o seu mandato na camara vespeliva.

Dias antes havia tambem renunciado
0 st. Machádo Santos.ádo Santos.

 

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1912-914.

VOZ DA BEIRA

 

 

Correspondencias:

“Olei: 5, 1S—Consta-nos que
va publicar- se nesta vila, nos
principios de janeiro. um semana-
rio de propaganda catolica intitu-
lado O Bem. Informam-nos que 0
redatorial é constituido pelos rv.”
Jonquim Pinto d’Albuquerque, An-
tonio Manoel e João Esteves Ribei-‘
TO, E

E” mais um melhoramento para
a nossa terra, modesto, é certo,
mas em todo o caso sensivel se
atendermos a que a imprensa €
nos nossos dias um porta-voz que
“leva a toda a parte us reclamações
da) justiça é os protestos dos opri-

dis. Dizem-nos que o fim do
novo jornal é espalhur a; doutrina
catolica sem. entrar em questões
politicas que possam dissidir os ho-
mens, ou magoal-os nos seus ide-
aes. Se esta fôr, como acreditamos

a orientação do novo semanario,

auguramos- clhe larga difusão e

longo futuro, porque este povo

piedoso. como é recebe em geral

“bemaleitura amena que lhe fale ao

“coração e melhormente radique

n’elle a crença de seus avós.

.—Eoram quatro os concorren-

tes á escola mixta do Mosteiro,

esperando-se que a Camara faça
por, estes dias o respectivo despa-
cho.

— Pensa-se em solicitar pelas
“vias competentes a criação de um
estafeta que diariamente transpor-
te as malas do correio entre -esta
vila e Sarzedas, As reclamações
que “Dastas – vezes poderiamos ter
feito contra a irregularidade do
“correio da” Certa, que, diga-se a
verdade, não podem ser “atribui
das aos condutores d” aqui, ficam-
nos sempre no tinteiro, porque se-
ria o mesmo que bradar no deser-
to. Com a criação de um correio a
cávalo para Sarzedas a correspon-

– dencia poderia seguir toda por es-

“ta via, chegando a Oleiros, na

peior das hipoteses, és 5 horas da

“tarde. Interessem-se, pois, n’este

“ melhoramento os amigos d Oleiros,

“na cêrtesa de que -prestarão a to-

do o concelho um grande beneficio

– sem agravamento de despeza para

o Estado. RR é (X3

nei de Rei 14 A” hora

a que escrevo correm abundan-

. “Aa os beirados é, pelas infor-
miações: que temos, muitos proprie-
tarios contam prejuizos em pro-

– priédades margindas’ pelos mibei-
“rose xegntos, Sementeiras inutili=
= sadas com as terras arrastadas pe-

das aguas euros cabidos é o que

se vê por toda à parte, em resulta-
dg ns chuvas que mão – cessam.

O proprietario é dono do faval
da Devesa teve uma grande dece-
ção : ao encontrar ali um rombô no

y njou um grande marti-
já com o abrir e fechar de aguei-
vos, sem, falar nos. eimelen ton
das balsas!

– Na, Foz do Bodes tambem um
proprietario teve grande prejuizo
em ui “aqnde à
sou, pr ejuizo que se calcula em
mais de quinhentos. escudos,

E m varios dias não tiveram cor-

as povoações ruraes, em con-

“sequencia das ribeiras E

=

e que o Codes lhe Te-:

“Carlos W’Alm .
“| Girão, de Ambriz| José Ventura dos San-

 

ão Gron, sendo muito para ponde-,
«ato estado sanitario desta povoa- |
ção quasi em CUDIACHOS com esta
vila,

— Para a sua ade pro-
priedade do “Souto, concelho de
Abrantes, saiu com sua ilustre fa-
milia e interessante pupila, o sr.
José Rodrigues de Mutos e Silva,
rico proprietar io e habil farmaceu-
tico resta vila.

—Em serviço de inspeção ao
posto da Guarda Republicana en-
contra-se aqui o sz. Joaquim Vas-
co, alferes da secção da mesma
Guarda n’essa vila.

‘— Voltou para a capital o sr.
Germano da Silva.
—Vae ser criado n’este concelho

o logar de arcipreste, ficando, se–

gundo nos informam, com a sua
séde n’esta vila, =

– —Dizem-nos que à camara mu-
nicipal d’este concelho pensa re-
presentar junto dos poderes supe-
rires para que se estabeleça uma
mala directa entre esta e essa vila
e para que a condução de malas
para Alferrarede se faça em dili-
gencia. Oportunamente apreciare-
mos estas iniciativas, limitando-
nos por hoje a felicitar a ilustre
vereação que vae satisfazendo a
todas as reclamações justas,

* — Tem passado Clio nos seus

padecimentos a sr.! D. Emilia Ri-,
beiro Tavares, pe ronda que:

vanca convales-
uito folgamos.

(X)
Boas vindas

Gostosamente us damos aos nos-
sos ilustres confrades: os « Ridieu-

em breve êntre em
cença, com o que 1

los» e «A Nação» pelo sen feliz!

reapareçcimento ao cabo de 45 dias
de tão desagradavel ausencia,

Que tão ceilo não sejam atingi-
dos pelo cutelo da policia, são os
nossos sinceros votos,

ados dissemos
no n.º 48 que o hosso amigo sr.
Joaquim Pestana dos Santos ha-
via casado na egleja do Castelo,
ananÃe dcerifora tera vesirnia do
A ente Gil, jendo regista
ato no respetivo posto da frepue-
“ia, na Arnoia, emão em casa dos
paes da noiva. |.

ESTANTE DA T)Z DA BEIRA

Recebemos a vijta do nosso colega
o «Radical», publica em Leiria,
com quem gostosanente vamos permu-
tar,

CORREIO

UM CUMBADENS

«—Por falta de espa-
n’este numero a gua
que irá na proxima

correspondencia,
semana. »

Dignaram-se pagar a suas assinaliiras
os Ex.Ӽ* assinantts Antonio Dias Barata
Salgueiro, padre, Antonio Martins da
Costa e Silva, Arfr, Nunes, | Felipe da
“Silva Leonor, Majoel “Martal, D. Henri-
queta . de Miranda, – João
meida Silva, Izidro Barata

tos, Alfredo da Siva Mendes é Arnaldo

Frunciscos

 

Venda de propriedades

pm motivo de mudança de resi-
dencia do seu proprietario, ven-
dem-se as seguintes:

Um predio de casas e trespasse do
respelivo estabelecimento comercial, na
rua Candido dos Reis.

Um predio de casas, composlo de 1.º
andar v lojas, na travessa do Pires.

Um predio de casas com quintal, na
rua Sertorio. º

Um predio de casas com lojas e ter-
raço, sitas na rua de Ourem.

Um quintal com metade dos sobejos
da fonte do largo das Acacias, sito na
rua do Vale de S. Pedro.

“Uma terra de cultura com casas, oli-
veiras, vinha, agua valiva em tres nas-
centes, arvores de irhto, etc. no Casal
Orla.

Um chão de terra de semeadura com
casas, no Vale dê Pero Dorvo.

Todas estas propriedades são situadas
nesta vila é seus suburbios.

Para esclarecimentos dirigir-se ao seu
proprietario
Maximo Pires Franco

— CERTA—
CONCURSO

A Comissão Executiva ida. Ca-
mara Municipal do concelho da
Certa, faz publico que se acha
aberto concurso por espaço de
trinta dias, a contar da publicação
d’este no Diario do Governo, para
o provimento do partido de faenl-
tativo municipal: d’este concelho,
com residencia em Pedrogam, Pe-

queno, com o ordenado anual de

300300, pago pelo cofre do Muni-
cipio e sujeito 4 respetiva tabela,
Os concorrentes deverão apresen-
tar os seus documentos na confor-
midade com a Lei.
Certã, 14 de dezembro de 1914.
O Presidente da Comissão Execuliva,
— Herminio “Maria Quintão

ANUNCIO
1º publicação
No dia 17 do proximo Janeiro,
ás 12 horas, 4 porta do tribunal
deste Juizo, em virtude dos autos
civeis d’exesnção por divida de
custa e selos, que o Ministerio Pu-
blico move contra Manuel de Brito
casado, proprietario, residente na

“Aldeia Velha, É posto em. praça

para ser arrematado a quem maior
lanço offerecer acima da avaliação
uma horta com sua testada de
matto e pinheiros, uma pequena
casa que ja, serviu, de moinho, e
Cao ais a AS Tirflite Do SAM bAL
do, alodial, no valor de 195800.

Pelo presente são citados os
credores mistos para deduzirem
seus direitos, querendo, no praso
legal.
Certã, 15 de Dezembro de 1914

O Escrivão

Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei:

O Juiz de Direito—Mattozo

ANUNCIO 74,
1.º publicação
NO dia dez de janeiro proximo,
por doze horas á porta do Tribu-
nal Judicial d’esta comarca, se hão
de vender em hasta publica, pelo
maior preço oferecido acima do
sen valor, os seguintes bens: Uma
horta com oliveiras e uma testada
de mato, no sitio do Vale das Bar-
rocas, avaliada ém quinze escudos.
Uma terra calva no mesmo sitio
do Vale das Barrocas, avaliada em
dois escudos, Uma courela de ter-

“ra com oliveiras, no sitio da Costa

du Arruda, avaliada em seis escu-
dos. Uma courela de terra com pi-
nheiros e estacas, sita ao Curral

 

dos Vales, avaliada em oito eseús

/| dos. Um quintal com oliveiras, si-

to ao salgueirinho, avaliado em
vinte estudos. Umas casas demo-
lidas, um cutral e estrumeiras, sita
no logar da Rebaxia dos Fuústi-
nos, avaliada em dez escudos. Uma
courela de terra calva, sita no Va-
le das Barrocas, avaliada em vin-
te centavos. O dominio util d’um
prazo, foreiro a José dos Santos,
do Vale da Cortiçada, em cinco li-
tros e setenta e nove mililitros de
pão canteio e a José Fernandes,
da Cardiga Cimeira, imposto em
uma horta com oliveiras e mito,
no sitio do Vale das Barrocas, n»
valor de dezeseis escudos e cinco-
enta e seis centavos. O dominio util
dum prazo, foreiro anualmente em
seis litros e sete centos e setenta e
dois mililitros de trigo e um ftan-
go, a Joaquim Souza, d’Alberga-
ria, que se compõe d’um quintal,
uma oliveira e um curral, sito ao
Serrado Maxieiros, no valot de
tres escudos e dois centavos. O dos
minio util dum prazo, foreiro an-
nualmenteá Irmandade de Sant’-
Ana seis litros setecentos e seteuta
e dois mililitros de trigo, que se
compõe de metade d’uma terra
com oliveiras e testada de mato
com sobreiros, mixta com José
Antonio, da Rebaxia, no valor de
seis escudos e dezoito centavos,
Estes bens foram arrolados nos
autos civeis de arrecadação de he-
rança jacente, por falecimento de
Alexandre Magno, exposto, resi-
dente que foi na Rebaxia dos Pa-.
ustinos, d’este concelho e comarca.
Pelo presente são citadas as pes-
sous que se julgiem com direito
aos mesmos. bens, para que o de-
duzam querendo.

Certa, 5 de dezembro de 1914,

O Escrivão
Adrião Moraes David

Verifiquei a exactidão:

O Juiz de Direito,=Mattozo

ANUNCIO
1.º publicação ;

Pelo Juizo de Direito da comar-
ca da Certãe cartorio do 1.º of=
ficio, nos autos civeis d’embargos
d ea dedusidos por João
Francisco Fontes e sua mulher
donquinas Rrsaxoole, faleçidas,g
Pojal, freguesia do Cubéçud! Ny
desta comarca, d’execução que
lhes moveu a Misericordia da Pe-
drogam Pequeno, correm editos de
trinta dias, a contar da segunda
e ultima publicação do annuncio,
citando Maria Rosa, viuva, Con-
ceição de Carvalho e seu marido,
José Carvalho, solteiro, «e Manoel
Carvalho, solteiro, ausentes em
parte incerta, na qualidade de her-
deiros e representantes d’aquelle
João Ferreira, Fontes, para.no pras
so de 10 dias, findo que seja o dos
editos, pagarem no referido curto-
rio a quantia de 3390, provenien-
te de custas e pelos em divida n»
referido processo, sol; pena de, não
pagando ou não nomeando à pe-
nhora bens suficientes, ser feitu
esta nos que lhes forem nomeados
pelo exequente e de seguir a exe-
cução’seus devidos termos até in-
tegral pagamento.
* Certã, 11 de novembro de 1914

O Escrivão,

Antonio Angusto Rodrigues
Verifiquei a exactidão:

O Juiz deDireito— Mattozo.

 

@@@ 1 @@@

 

VOZ DA BEIRA

 

«água da Foz da Certã
4 Agua wainero-medicinal, da Foz
“b daG ertã anFesanta uma composição
«himica que a disling sue rdo todas as oun-
Kas alé hoje Aba 1á Merapeutica. F
epi empregada tom segura vantegem
ma
egastricos, pútridos ou parasitarias;—
mas ipreversões — digestivas derivadas
«das doenças infecciosas;—na -convales-
«censa das, ei res £) raves;—nas, “atontas
«gastricas dos- “diabélicos, tuberculosos,
bri, ‘shticos, -ete:;—no gastricismo dos,
e «ex goladosipelos excessos on privações,
«elg., ele.

“Mostra a analyse batereologica que a
sigua da Foz da Gertã, tal como se
«encontra nas garrafas, deve ser consi-
«lerada como microbicamente
para não contendo colibaci-,
tios nem nenhuma das especies palho-,
«geneas que podem existir em “aguas.
Alem disso, gosa de uma “certa atcão
microbicida. 0 IB. Thyphico,’
Wiphterico, e Vibrão
«cholerico, em pouco tempo nella
perdem todos a, sua vitalidade, , outros
amjcrobjos apresentam porém: vesistencia

“maior.
VAgua da Foz da Certã não tem ga-
ses livres, é’limpida, de sabor levemen-
“e acido, muito agradavel quer bebida
ua, quer misluradascom «vinho.

DEPOSITO “GBRAL

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