Voz da Beira nº14 11-04-1914
@@@ 1 @@@
+ CANO 1º
+
DIREÇTOR:
Dr. Antonio Victorino
ADMINISTRADOR:
A. Pedro Ramalhosa
EDITOR E PROPRIBTARIO:
z
Fructuoso Pires
Redação e “Edminisiração:
Rua Dr. Santos Bulente
CERTÃ
SEMANARIO INDEPENDENTE
AVENÇA
Nº 14
ASSIGNATURAS —
Anno, 19200 réis; Semestre,
Brazil, (fracos) 55000 rs.
600 réis
Não se restituem os originaes
Avulso, 30 rs.
UERA DOS INTERESSES
e
Dk CONARCA DA CERTA
» PUBLICA- SE AOS SABADOS
COMPOSTO E IMPRESSO NA miNERVA CELINDA DE RAMALHOSA & VALENTE — CERTÃ
ANNUNCIOS
Na 3.º e 4.º paginas cada linha, 30 réi
Noutro logar, preço convencional
Annunciam-se publicações de que se
receba um exemplar
CRISE ALIMENTICIA
Na ultima sessão da Camara dis-
cutiu-se a introdução de milho de
fóra, a que já aqui nos haviamos
referido, resolvendo fazer uma re-
quisição de 10:000 kilos d’este ce-
real,
E’ uma necessidade inadiavel
fazer essa importação, uma vez
que os preços teem subido por unia
fórma assustadora para a maior
parte da população do Concelho.
Conservar por mais tempo esta cri-
se é querer criar ao publico uma
situação aflitiva que o afecta n’u-
ma das necessidades mais impe-
riosas da vida—o pão para a boca.
“Basta de sacrifício, basta de fo-
me. O pobre trabalhador que ape-
nas vive da sua enxada, para sus-
tentar a familia, hade por força
ter muitas vezes negado o pão aos
filhos pela simples razão de o não
poder comprar. O preço duplicou
com a procura do genero, mas co-
mo os ganhos só muito lentamente
alcançam uma melhoria equivalen-
te, resulta d’ahi que haverá priva-
ções e muita miseria.
A camara, a quem pertence ve-
Jar pelo bem estar dos seus muni-
cipes, zelando os seus interesses e
«comodidades, não terá que se ar-
repender do gesto que acaba de
praticar.
Quando outros concelhos; hay já
lhe trouxe a bhixa de! preços com
a introdução de cerenes, justo é
tambem que o nosso alcance esse
“ beneficio.
A hora que vae correndo é tris-
te e desesperada para quem não
tem: à arca está vasia, as semen-
teiras estão por fazer e só ainda
muito ao longe se desenha no
horisonte a esperança das primei-
yas colheitas.
Até lá, quem sabe os contra-
tempos por vir e as calamida-
“des que nos esperam, ameaçando
“a uns com a erise é dando a outros
Qcástão para a uzura e exploração
“torpe!
E? justo que a Camara, lançando
olhos de ver para este quadro hor-
“voroso, tome já as medidas precisas
para conjurar esta situação, por-
: pane je não é cédo,
O mal estar que vae nas fami-
ei menos abastadas, n’aquelles
| Limento pelo falecimento
que o ganham de semana para
o gastar ao sabado, é evidente e |
palpavel. Por toda a parte se ou-
vem gritos angustiosos que sobem
até 4 morada “dos mais abastados,
e quando o povo comenta com la-
grimas nos olhos a miseria que
lhe vae por casa é porque grande
e verdadeira é a sua aflição.
E não se diga que estas cousas
que se não conhecem; porque para
reclamações desta natureza não é
lícito esperar por memoriaes ou
abaixo assinados: são questões de
ordem social que se sentem, que
se impõem, que se adivinham.
A Camara tem pois de proceder
com decisão sobre este assumpto
sem demoras e sem torneios orato-
rios. À causa é comum; todos nel-
la temos interesses a defender, pe-
la melhoria de situação social.
Mesmo áquelles a quem em ca-
sa sobra o pão e não sentem as
convulsões de miseria em que se
debate a classe operaria, mesmo
a esses, esta questão deveria inte-
ressar por um bem entendido Jes-
pirito de solidariedade e compai-
xão pela desgraça alheia.
Milho a 750, trigo a 800, batata
a 500, azeite a 35800, feijão: a
13400 tal é o quadro nosographi-
co do mercado, onde o pobre se
tem de abastecem; unginda qpondsso
da ás exigentias e condições do
consumidor.
tststã MUNICIAL
tre, na a SA feir
o deliberaliva da Camara Munici-
pal. Tomou a presidencia o vice-presi-
dente sr. Joaquim Ciriaco Santos, que
foi secretariado pelos vogaes ses. Anto-
nio Pedro da Silva Junior e Antonio da
Costa Mouga. ps
Bntre outros assuntos de mero expe-
diente, deliberou: |
—Impo 10:000 kilos-de milho pa- |
ra o abastecimento do concelho; a]
—(Qhamar 0 substituto sr: Manoel da
Cruz Prata, emquanto durar o impedi-
mento do sr. presidente, que se en-
contra doente;
—onsignar na acta um voto de sen-
do sr. João
pae do vogal sr,
Marçal, d’Albergaria,
Manos] Mavçal, ‘
pm e medidas
Chamamos a atenção de quem
competir, para a questão de pezos
e medidas que no interesse de to- |
dos nós, bom é vigiar de perto.
Bem sabemos que a carapuça não |
serve a toda a gente, mas ha. mui- |
tas vezes, quem, por desleixo e
sem querer prejudicar outrem, se
serve de pezos e medidas que pri-
mam pouco pela egualdade, só
por se não quererem dar ao incom-
modo de fazer a sua comparação
de quando em quando; sobre tudo
nos pezos, a sua egualdade é feita
por meio de pedaços de chumbo,
sucedendo muitas vezes com o seu
uso este calúr, ficando assim o pe-
so desegual.
Porem onde o prejuizo do. pu-
blico se torna mais manifesto, é no
abuso que por toda a parte se faz
de medidas não aferidas para li-
quidos. Ha o litro e meio litro de
folha e o resto do serviço de uso é
composto com copos de varias pro-
cedencias e feitios.
Sendo o litro a unidade da me-
dida, era de justiça que em todas
as casas de venda de vinho hou-
vesse as correspondentes frações,
em copos aferidos, não podendo
consentir-se o uso outros, nem
por preços fóra da porporção.
Emquanto que o lavrador, á
custa d’um trabalho insano e cor-
vendantiscaalela, capitademprejvdítis
culdade em colocar o sea vinho |
com variantes de preço que osci-
lam entre mais 10 réis e menos 10
réis por medida legal de 20 litros,
o taberneiro explora a seu bel pra-
zer qualquer melhoria de vinho
com uma subida de preço que vae
logo de 60 para SO réis o litro, ou
sejam 400 réis de diferença para
mais no almude de 20 litros:
Se a isto juntarmos a explora-
ção feita com os copos de sua es-
colha, copos sem tabela nem aferi-
mento, inteiramente desproporcio-
nados no seu preço comparativa-
mente ao litro, ver-se-ha que lhe
sobra, margem para um lucro ili-
cito, à custa das necessidades do
consumidor.
E” justo que todos procurem an-
gariar a vida, dentro dos limites
da equidade e do razoavel, o que
não se poderá permittir é que uns
se locupletem á custa dos outros,
Eu te saudo,
magestosa Cruz!
| Simb’lo de paz, d’amor, de caridade!
| Bu te saudo fascinante luz
Que illuminas a humanidade!
Não sei que ha em ti que me seduz!
Talvez–quem sabe?–porque a liberdade
Tu nos troúxestes, veneranda cryz,
N’um gesto eterno d’eterna bondade.
Em ti morreu Aquelle que a tortura
Sofreu risonho sem um só gemido,
Abençoando o mundo com ternura
D’um pae que deixa o filho extremecido.
0º Cruz bemdita! Que doce ventura
Junto de ti morrer, a di unido!…
Lisboa
J. Silva
“Camion” de carga
Iniciou já as suas
entre a Estação de Payalvo, Pedrogam
Pequeno e Certi, o camion de carga,
propriedade do nosso amigo e assignan-
te sor. José Rodrigues de Paula.
O camion, que é um belissimo carro
bem construido e relativamente elegan-
te, tem feito as suas carreiras esta se-
mana com regularidade, prestando gran-
des serviços uo comercio e ao publico
em geral.
Oxalã a carreira se mantenha e o nos-
so amigo Rodrigues de Paula, veja co»
roada de bom exito à sua arrojada ini-
ciativa porque Lodos nós com isso muito
temos à lucrar.
carreiras diarias
perceando-os nos seus pezos e me-
didhoda a desigualdade ocasiona
desiquilibro, e quando esta desi-
gualdade se faz sentir na bolsa
do publico, afetando-lhe os seus
interesses, sem encontrar apoio ny
Justiça, então o desequilíbrio assu-
me as proporções graves d’um at-
tentado social.
O povo tambem tem direitos; 6
por isso preciso que lh’os respeitem
ou que haja quem lh’os faça res-
peitar.
A uinima fraude
em pezos ou
| medidas, na conjectura presente
em que uma grande crise domina
o nosso puvo, é pelor que um as-
salto em plena rua; consenti-lo se-
rá um crime de lesa-sociedade,
Haja legalidade na venda uma
| vez que se exige no pagamento,
Quando assim falamos, não pre-
tendemos particularisar factos, mas
sim apontar um mal comum de
que por ventura enfermará todo o
concelho.
@@@ 1 @@@
VOZ DA BEIRA
emana Santa
Assim é chamada na nomenclatura
christã esta semana, a semana por ex-
<celencia do martivologio christão, consa-
grada à tomemoração da tragedia do
Golgotha.
Vinte seculos vão passados na ampa-
Jheta dos tempos depois da grande é
moravel tarde do Calvario, não bastan-
do o transcurso de tantos anos para lan-
gar o veu do esquecimento ou a indi-
lerença por sobre as scenas desse infan-
«o julgamento que deshonrou a justiça,
m’uma epocha em que o direito romano
já derramava fachos de luz sobre a ra-
zão humana.
A cobardia, ainda mais que a incons-
ciencia, desempenhou um triste papel
nessa sentença que tem vindo até nós
marcada pelo labéu da iniquidade,
* Contra ella prolextaram os elementos
da natureza à ordem do Creador e na
«execução formal de tudo o que estava
predito pelos profetas. O despeito dos
“acasadores, à pusilanimidade das tes-
temunhas, o medo do juiz, a indiferen-
«ça de muitos e o odio gratuito da maior
Fparte foram o mobil dessa sentença que
levou à morte a victima innocente e
“bemfazeja.
Jesus Christo, o heroe d’uma epopeia
“(amor que sobreexcede Ludo quanto até
“alli se tinha realisado em Denefício da
“humanidade, não pôde ser condemnado
“pelos seus crimes que só foram ensinar
o bem e aliviar as miserias humanas.
Soliveu rela negação de caracter dos
seus acusadores, no meio d’uma socie-
«Jade materialisada pelo interesse e pe-
Jo egoismo. As grandezas com que o im-
“perio romano se ostentava no meio das
stras conquistas e domininios, levados
por todo q orbe então conhecido à cus-
ta dos seus exercitos e legiões, mal
consentiam que na terra se erguesse
outro poder, ainda que as suas armas
fossem à verdade, ainda que o seu thro-
no fosse a abnegação, 0 perdão, o amor
dos homens…»
E todavia esse poder, essa nova. for-
ca que começava de se manifestar, e que
se quisera sulfocar à nascença, abafan-
do-a no sangue, alcança avigorar-se e
subverter ao seu dominio Lodo q mundo,
realisando assun um phenomeno social
ale extranha grandeza.
Onde cahira o sangue de Jesus
xomeça à confusão dos seus acusadores.
Sobrevem duvidas, converlem-se alguns
1a dontrina e muitos desafiam a ira
ú
da Sinogoga e do Prelorio acompé anhan-
do ao sepulehro o martyr em cujas pro-
m esperavam.
Grande offensa seria por certo para
v brio das instiluições romanas que al-
guem ousasse a liberdade de ter fé num
condemnado que expiára o crime na
cruzi! lira a liberdade de consciencia
quelalvineciasmegaiuesmo logar aonde
José de Arimatheia, Maria Magdalena,
e todos que fgnram nesse cortejo fune-
bre até ao tumulo emprestado por Nico-
demos, não tiveram que se arrepender
do seu acto piedoso, porque a Ressur-
xeição de Christo ao terceiro dia lhe veio
dar, com a certeza da divindade de Je-
sus, O melhor premio ‘da sua crença, a
melhor consolação da sua Té.
À egreja calholica comemorando estes
dias que para ella são de luto e de sa-
Jutares ensinamentos, pela meditação
das scenas que lhe mereceram a sua
veracidade, vealisa um acto de crença
que a todos deve merecer respeito.
Director d’Obras Publicas
Em visita às estradas d’este concelho,
esteve na Cerlã o sr. Feio de Carvalho,
digno Director de Obras Publicas deste
distrito. y
Muito folgaremos que d’esta visita al-
guma coisa tenhamos a lucrar, pois é
verdadeiramente lamentavel o estado
em que se encontra, sobre (tudo, a rua
Candido dos Reis, (vulgo rua do Vale),
para 0 que já tivemos ocasião de cha-
mar q atenção des, cu”,
ahi |
CARTA DE LISBOA
lamentares,
for publicada já na torre da nossa
velha egreja terão repicado os si-
nos ao som cadenciado do Glori in
excelsis.
Os passarinhos terão voado doi-
dos de alegria pela nave do templo!
já despido de crepes e o povo das
aldeias terá retomado o trabalho
dos campos esperando satisfeito
o domingo para voltar á villa e as-
sistir á festa da Ressurreição. Em
Lisboa, caros leitores, não ha pro-
cisões, mas dentro be templos
| far-se-hão com toda a pompa, as
solemnidades da semana santa e
não falará decerto o concurso dos
fieis ricos e pobres, nobres e ple-
beus.
Na provincia julga-se Lisboa
uma cidade inteiramente livre-pen- |
‘sadora em que vegetam meia duzia
de crentes que só conseguem en-
trar nos tempos pelas portas late-
raes, olhando muitas vezes em re-
dor,
rigosos. Ora a verdade é que se
Lisboa não pode classificar-se de
cidade fidelissima, tambem não ha
o direito de supor que cada habi-
tante seja um socio frequentador
assíduo da Associação do Registo
Civil. Eu tenho entrado em va-
rias egrejas e em todas ellas tenho
encontrado sempre fieis em oração:
Aos domingos é grande a concor-
encia ás missas e em todas ellas
se recebem avultadas quantias pa-
ra a manutenção do culto.
Os livres pensadores mais exal-
tados entenderam que já era tem-
po de porem termo ús suas intole-
rancias é os catholicos comprehea-
deram que deviam perder o medo
e encarar de frente os seus adver-
sarios. Terá, enfim, voltado o bom
senso? Talvez. Basta, para isso,
que todos se compenetrem da ver-
dadeira noção de liberdade.
Usemos como melhor nos aprou-
ver da nossa liberdade individual
sem invadirmos e esphera d” acção
sen sehos ciltolerântesyo porque
a liberdade e intolerancia repelleme
so.
*
Está reunido o Congresso para,
tratar da prorogação da sessão le-
gislativa e resolver sobre a vida
ou a morte da actual camara,
Ha deputados que interpretando
a seu modo o art, 11 da consti-
tuição entendem que o seu man-
dato não termina ainda este anno;
outros, porem, afirmam que o man-
dato termina este anno que o axti-
go se não presta q outra interpre-
tação. A” hora que lhes escrevo
não sei ainda qual à opnião que
prevalece; mas posso talvez afir-
mar que prevalecerá a segunda o
que equivale o dizer que muitos
paes da patria terão de fazer as
malas sem esperança de voltarem
tão cedo a sentar-se nas cadeiras
parlamentares
O culto em Lisboa. Os trabalhos par-
não vá alguma formiga de-|
nuncial-os como conspiradores pe-
LISBOA 7— Quando esta carta.
Alguns partirão com saudade
dos belos dias ali passados e nós
com saudade vemos partir muitos
que nos entretinham nas horas de
tristeza. Que vão em paz os nos-
sos amigos.
SERTORIO
OS
Falecimentos
finou-se no dia 5 do corrente, o sr.
João Marçal, pae do nosso assig-
comissão deliberativa da Camara
familia, enviamos a expressão sin-
cera da nossa condolecencia.
Em Mação, em consequencia: d’uma
congestão cerebral, faleceu na segunda
feira ultima, o nosso prezado amigo e
| assinante sr. João d’Oliveira Tavares,
habil escrivão-notario n’aquela comarca.
A toda a familia. enlutada e especial-
| mente à seu irmão, sr. José d’Oliveira
| Tavares Junior, o poeta dos Zefiros e
Aquilões, e a seu filho sr. Abilio Tava-
res, aluno da faculdade de direito, en-
viamos os nossos mais sentidos peza-
| mes.
|
Pela imprensa
Entrou no seu 2.º anno de publicação,
o nosso. presado collega da Covilhã
A Justiça.
Que muitos conte é o
“mente lhes desejamos.
— Recebemos a visila do nosso col-
lega—“0 Provir” semanario que se pu-
blica em Beja, com quem “gostosamente
vamos permutar,
que sincera-
GAZETILHA
Finda hoje a Semana Santa,
Heçono de amor e perdão,
De rezas e devoção,
De jejuns e de abstinencia,
De luto e arrependimento,
De pranto é lamentações,
De trênos g confissões,
De tristeza é penitencia.
Fui visitar as igrejas,
Com sincera devoção,
Ontem, dia da Paixão.
Na quinta das Endoenças
E em quarta feira de Trevas:
Rezei muito-ao: bom Jesus
Enlevado entadóces ra
,
Que cheiros a santidade!
E então gente, muita gente!
Eu nunca vi tal enchentel!. ..
Era clero em cantochão,
Eram irmãos de opas rôxas,
Era tanta beatinha,
Mãos postas, curvada a espinha,
A rezar com muita unção.
De sorrisos descabidos
EB indiscretas olhadelas,
Vi tambem ricas donzelas,
Ensaiando-se ao matrimonio,
Com tal gana e tal desvelo,
Co’uma fé e devoção,
Que faziam da Paixão,
Um festejo a Santa Antonio…
Pv + + Aleluliall. Boas festas!!t…
Ponha-se ponto ao chorar!
Toca a rir, toca a folgar!
Haja agora reinação
E alegres caras de Paschoa,
Porque enfim a vida é isto!!,..
Demais a mais. «.morreu Christo,
Acabou-se co’a Paixão… .
RUTRA
Em Albergaria, d’este concelho, |
nante sur. Manoel Marçal, vogal da |
Municipal, aquem,/como á demais |
| Crónica ligeira
A tarde de segunda feira convidava
ao passeio, mesmo que não tivessemos
contraido a obrigação para com os nos-
sos leitores de dar uma assaltada a Va-
quinhas, para os informar do que sobre
a reunião da comissão deliberativa da
camara, diziam os protogonistas d’esta
crónica, os conhecidos Ferreiro de Va-
quinhas e seu compadre Ventura Fa-
rinha.
Quiz o acaso, porem, que o nosso pas-
seio fosse prejudicado, posto que muito
o desejassemos, no que ele para nós ti-
nha de melhor.
Um passeio depois de jantar ao cam-
po, ir ao acaso por essas mil veredas
que no seu trovelinho sempre nos levam
a algures, subir aos montes e no seu
alcantilado, respirar com toda a força
dos pulmões o ar puro da serra que
nos traz o aroma vivilicante da urze e
da giesta, além de digestivo é salutar,
é bom para quem, como nós, passa a
vida, no seu horario util, n’um constan-
te labirinto de cousas e de pessoas ou
no revoltar monotono d’uma lanseira
– muito adestrada ao burocrata manga
d’alpaca.
Sahimos, pois, da nossa Thebaida, ahi
por volta das 6 horas da tarde, dispos-
tos a subir até Vaguinhas com o duplo
interesse de passear e ouvir, não sem
que tivessemos em mente arrebanhar
algum amigo de bom gosto, porque os
ha por cá, que quizesse gualdripar peo-
nicamente aquelles dois Kilometros de
serra.
Entramos no Gremio, ponto de cava-
co m’estas tardes se-miquentes, em bus-
ca d’essa figura ideal que a nossa men-
te concebeu, mas a deceção foi enorme,
quando, depois de rebuscar todas as sa-
las sem encontrar alguem, fomos dar
na varanda extasiados do panorama que
a ribeira coalhada de toros de pinheiro
oferucia, com o Luiz da Praia, o dr. Er-
nesto, o Luiz Domiugues, o Antonio Lei-
tão, o Acacio e outros de egual leveza,
com o Figueiredo, o Pedroso e o Vale,
verdadeiros autores do calicida rapido,
a quem por envergonhados não disse-
mos a que iamos.
Conformamo-nos; e tomando o nosso
caminho dispozemo-nos a seguir sós,
lamos rua do Vale abaixo e quando
distraidamente olhavamos o fumo em
espiraes do nosso quotidiano Reinita,
uma voz muito de nós conhecida nos
fez parar e prestar ao caso a devida
atenção.
Eram os nossos homens: o Ferreiro
e o seu compadre Ventura Farinha. Des
cilitravam no Gaspar, para melhor arca-
rem com os seus 60. kilos até Vaqui-
nhas. Julgames prejudicado o nosso pas=
Sete no sara favilidasobristiralnds
de subito-nos não suge à
Sobre o pretexto de fazermos acqui-
sição de varios artigos do commercio
do Gaspar, conseguimos penetrar no ga-
binete reservado; e mal abancamos, (o-
nhecemos que o logar era propício, por-
que entre Os nossos homens e o Gaspar
estabelecia-se uma animada conversa,
que tinha por objeto a reunião camara-
ria. Julgamos oportuno o ensejo e pres-
tando a devida atenção vimos que o
Ferreiro parlamentava:
— Pois amigo Gaspar, à tal camara é
uma redondissima patuscada, não ha
duvida. Bu declaro que não percebi na-
da daquilo.
—ku tambem não, observou 0 com-
padre Ventura, eles nem sabem ler, coi-
tados. Aquele papel até aqui o meu
compadre Ferreiro fazia. Metem os pés
pelas mãos e as mãos pelos pés, como
se costuma dizer… )
—(ômpadre Ventura, não é por me
gabar, mas sim… sim… lá cortar
letra redonda, ainda eu corto tão bem
como eles
—Pois um que lá apareceu a pedir
um voto de louvor à executiva no prin-
cipio do ano? Esta é de cabo de esquadra
@@@ 1 @@@
dra. Balão sem saber se ela… sim…
Outra vida amigo Gaspar, outra vida;
e o Zé Fogueteiro com falta de gente e
os padeiros a lamentarem se que se le-
vantam cedo…
— Esteja calado compadre Ventura…
você não percebeu o arrazoado, pois
não viu “que o Bragileiro da Povoa
saltou logo à estacada a increpar a tal
executiva, por não ler feito, não sei lá
que diabo éra, e dando para traz ao
ao louvaminhas! Ahi é que está a his-
toria, elles lá se entenderam no cami-
nho, equeriam apanhar o voto do outro,
para lhe corlarem as vazas; olha o fino-
no…
— Sabem o que lhes digo, compadre
Ferreiro e amigo Gaspar, a unica coisa
de geilo que os homens fizeram, foi
mandar vir milho, que é cá bem preci-
so. De resto… aquilo não prestou pa-
ra nada. Se fosse agora não vinha à vi-
la; não vale a pena perder tempo; ma-
da, não é o que disse o Cardozo do
armazem.
—Sim, sim, obtemperon o Ferreiro,
mas a coisa não está ahi. Eu bem ouvi
dizer a um gravata no corredor, que
ali estavam só os pés, as cabeças…
que ficaram a atar os cordelinhos que
estão partidos ha um tempito, mas que
depois de atados se não se emaranha-
rem, a coisa será bonita.
—Mas se a coisa é assim, então nós
compadre Ferreiro, voltaremos, vamos,
«aprendendo a ser camarista, porque, em
suma, quem sabe…
O bom Gaspar que ouviu com uma
paciencia evangelica todo este aranzel,
sentiu-se por demais enfastiado, e acon-
selhou os nossos homens a que fossem
até Vaquinhas, que a noite ia adeantada
e tinha de ir até valle de lençoes, mas
sempre lhes foi dizendo:
—Meus amigos, venham, venham
sempre, porque esta patuscada foi a
mais sensaborona de todas. Eu tambem
Jã estava, e tambem lá continuarei a ir,
mesmo que tenha de pagar a entrada, o
que não é de presumir, a não ser para
D caso de superavidt municipal. Já te-
aho comprado sombras com menos me-
recimento. Yenbam, venham sempre,
mas esperem ali á ponte e se virem
chegar os homens sem cabeça, isto é,
descabeçados, então voltem a tratar das
* batatas para Vaquinhas, porque eles
xcem à Certã tratar das bombas.
Com esta preleção sobre jurispruden-
cia caseira, o Gaspar foi-se desfazendo
dos freguezes pondo os no olho da rua;
– e nós que havianos entorpecido com um
analdito formigueiro mum pé, fomos
tambem apanhando por tabela. Fizemos
os nossos cumprimentos de despedida
ao dono da casa .e tomamos logar no
primeiro eletrico que passou e nos con-
duziu a Santo Antonio, aonde até à pro-
xima semana, se o Separado nos per-
lailonesesfamos ao dis spor dos benevolos
Bom-Ouvido.
——————ege
Governadar Civil
A Castelo Branco, de visita ao ex.Pe
sr. Governador Civil, foram desta vila
na passada quarta feira em automovel,
os srs. dr. José Carlos Ehrhardt, dr.
Bernardo Ferreira de Matos, Antonio
“Martins dos Santos, padre Francisco dos
Santos e Silva e Eduardo Barata Corrêa
e Silva,
onte sobre o gezere
Retiraram já para Castello Branco,
depois de haverem feito o reconheci-
mento da estrada dos Carvalhos, que
hade ligar com a Ponte sobre o Zezere,
os snrs, João Geirinhas e João M, Ghurro,
condutores de Obras Publicas meste
districto. ‘
Oxalá que os respectivos trabalhos se
“não façam demorar, para que toda a
“região se possa em breve “aproveitar
dos beneiicios que d’esta-obra resultam.
mpressões
A qualidade mais nobre, que po-
de exornar a alma humana, é o
caracter.
Levanta energias e esmaga
pusilaninidades; cria amigos e faz
adoradores; leva ao heroismo e ar-
rasta ao martirio.
E embora a carne se contraia
nas convulsões da dôr, o espirito,
que se mira no espelho da honra,
gosa indivisiveis alegrias, preven-
do o juizo da Historia, que lhe lou-
vará a coragem.
O homem de caracter mereceu
sempre as homenagens das multi-
dões, que se lhe prostraram aos
pés: e ou vence batalhas, coman-
dando exercitos, ou cria proselitos,
prégando doutrinas, mem sempre
puras, mas subjetivamente verda-
deiras. .
Quando Egas Moniz se apresen-
tou ao rei de Castella Affonso VII,
com o pescoço envolvido na corda
dos condenados, pedindo a morte
para salvar a honra de seu nome,
a integridade do seu caracter, e
a lealdade das suas palavras, deu
aos homens de todos os tempos a
lição de que nada vale a vida
quandosse resgata pelo preço vil
da infamia.
Formosissimo exemplo é este,
que queima, como ferro em braza,
a consciencia de todos os cobardes,
incapazes de sacrificarem, não di-
zemos já a vida, mas a mais insi-
gnificante comodidade para salva-
rem os seus pergaminhos de: ho-
mem.
Infelizmente Cave rara o cara-
cter, como não se encontra a cada
passo o senso, que por se chamar
comum, não anda por ahi aos pon-
ta-pés.
Por isso, quando na vida surge
alguem com a coragem das pro-
prias convicções, e forte na auste-
ridade dos seus pricipios, dizemos
==é um homem==e temos assim
feito o seu mais rasgado elogio.
Oleiros, 2-4-9147
AR.
=
Ademir ql quer Age sà nbr: tl Ra
ministrador d’este concelho, o sr.
dr. Bernardo Ferreira de Matos,
digno oficial do registo civil n’esta
vila.
—— e
Relojoaria e ouriversaria
O nosso assinante sr. Anionio da Cos-
ta Mouga, abriu já ao publico no sabado
ultimo, o seu estabelecimento de relo-
joaria e ourivesaria, no largo do Chafa-
riz, d’esta vila,
Que seja muito feliz é o que smeera-
mente lhe desejamos.
“Legislação e direito”
PUBLICAÇÃO SEMANAL
Redacção e Administração:
Rua das Flores, n.º 70, 1.º— PORTO
UBLICA semanalmente todos os
os diplomas insertos no «Diario
do Governo».
cAssinatura anual: . . 3900
“Fernandes,
! Euzebio do Rozario,
DEIA
REGOMTAGEM
Tivemos o prazer de abraçar nesta
vila os nossos presados assinantes srs.
José Alexandre da Costa e José Simões
Aldeias, comerciantes na capital.
—bDurante a semana, tivemos o gosto
de ver n’esta vila os nossos prezados
assinante Manoel Antonio da Silva,
Joaquim Nunes da Silva, José Mendes
Nunes da Silva, Possidonio Rranco, An-
tonio José Matias, José David da Silva,
Alfredo Mendes, Antonio da Costa Mou-
ga, Antonio Pedro da Silva Junior, An-
tonio Martins dos Santos, dr. Gualdim
de Queiroz, Souza Guerra, José Ventura
dos Santos, Joaquim Nunes,
—Poi’nomeado encarregado da: esta-
ção telegrafo-postal de 4.º classe e co-
locado em Melo, o sr. Julio Leitão, que
em tempo serviu de ajudante ua esta-
ção desta vila.
—le visita a sua farcilia está na Cer-
fã com sua esposa, o nosso assignante
sr. Antonio da Costa de Lisboa.
—Bm gozo de ferias está na Certã o
sr. Joaquim Branco, filho do nosso pre-
zado assinante sr. João Joaquim Branco.
—pDe volta de Lisboa está já n’esta
vila o nosso assinante sr. José do Vale.
—A passar as ferias com sua familia
chegou a esta vila o sr. Joaquim Bara-
ta, aluno do liceu de Castelo Branco.
—Relirou já para Lisboa, 0%r. M.
Monteiro.
—pDe visita ao posto da Guarda Na-
cional, esteve mesta vila o sr. Josué
Onofre, alferes da mesma Guarda.
—le passagem para Lisboa, esteve
na Gertã o nosso assinante sr. Manoel
Namorado.
—Tem estado enfermo, o nosso pre-
sado assinante sr. dr. Virgilio Nunes da
Silva, presidente da comissão delibera-
tiva da Camara Municipal d’este conce-
lho.
Acompanhado de sua esposa e filha
está mesta vila de visita a seus sogros 0
nosso. assignante sr. Francisco Martns
de Lisboa.
—Estiveram na Certa, na passada
quarta-feira os srs. João dos Santos
Gualter, e seu irmão, d’Abrantes,
— Está m’esta villa o nosso assignante
sr. dr. a Augusto de Mendonça
David,
ai ir ao Congresso Pedagogi-
co que se realisa em Lisboa na proxima
semana, O nosso assignante sr. Joaquim
Pires Moura habil professor n’esta villa.
—Foi acomelida d’um ataque apople-
tico a esposa do nosso assignante sr.
que felismente se
encontra melhor.
PELAS FREGUEZAS
vitara terçadeira os mossos prezados,
patrícios srs. José Alexandre da Costa e
José Simões Alde comertiantes na
cidade de bisboa. Estes nossos amigos,
que viéram a Pedrogam ver as suas
propriedades, foram muito cumprimen-
tados pelos seus amigos, e tendo relira-
do na passada quarta-feira, foram até à
Certa acompanha-los os seus amigos srs.
José Ventura dos Santos e Antonio
Ventura dos Santos. Que os nossos ami-
gos tivessem boa viagem é o que sin
ceramente lhes desejamos.
— Foi registado com o nome de Ar-
mindo, um filhinho do nosso amigo Fir.
minio Lourenço da Silva, d’Arroxela.
PELOS CONCELHOS
— mem —
Direitos d’encarte
Um amigo acaba de nos rela tar
um caso que constitue uma injus-
tificavel violencia.
Em 1911 foi aposentado um em-
pregado publico, que então tinha
mais de 36 annos de serviço. Pois,
a esse empregado aposentado,
desde janeiro que lhe descontam
4330, à titulo de direito d’encarte!
O empregado publico a que nos
estamos referindo é um escrivão
de fazenda de 1.º classe, aposenta-
do violentamente como se fosse de
* classe, e que pagou de promp-
to os selos e emolumentos pela sua
promoção, e por deducção mensal
todos os direitos de mercê que lhe
foram liquidados,
Ora, não tendo sofrido au-
gmento a sua pensão, inferior ain-
da ao que legalmente devia ser,
como se admitte que um funcio-
nario aposentado seja inda obriga-
do a pagar novos direitos d’en-
carte?
E’ uma grave lesão, que, se pre-
judica o funcionario despretigia à
Republica.
E’ intuitivo que não deve a lei
dos Direitos Encarte ser aplica-
da aos funcionarios já aposenta-
dos, mas aplicando-a, como pare-
ce pretender fazer-se, torna-se,
então, indispensavel proceder a
nma seria revisão dos processos
d aposentação, restituindo o Esta-
do as inportancias que individa-
mente tivesse cobrado. E
Agradecimento
Maria da Piedade Farinha de
Oliveira, Jesnina de Oliveira Qua-
resma e seus filhos, Alberto Fari-
nha de Oliveira e sua família, Luiz
Farinha de Oliveira e sua familia
e Adelia Farinha de Oliveira, agra-
decem por este meio a todas as
pessoas que se dignaram acompa-
nhar o funeral de sua extremosa
mãe e avó,
SECÇÃO DE ANIPONCS
VENDE SE
> Um propriedade que cons-
ta de moinhos com duas pedras,
respetivo assude (denominado o
Moinho do Aranha) com terras de
cultura e testada com oliveiras,
casas para residencia e mais lo-
gradouros, sita nas suburbios d’es-
ta vila,
2º-—Um olival, situado no lo-
gar da Giesteira.
—Um olival e mato, proximo
ao Aqueduto das Quatro Bocas, do
Valle de Pero Corvo.
Quem pretender dirija-se a João
Joaquim Branco— CERTA,
VILA DE REI—Tem sido muito comen-
tado nºesta vila, o crime praticado em
Lisboa, na Azinhaga da Ladeira, do qual
foram protogonistas dois rapazes d’este
concelho, Izidro Leitão e seu irmão João
Leitão, filhos do sr. Manoel Leitão, To-
dos lamentam sobremaneira, os dois
rapazes que são geralmente queridos
n’este meio, y
AUTO-GARAGE
Mendes & albuguerque
Automoveis d’aluguer, oleos, gaso-
lina e reparações.
Praça da Ttepublica
—=CERTÃ=—
@@@ 1 @@@
|
|
|
o
| ;
É
É
E .
Em
E
q É
H ;
E
«doze horas á
VOZ DA BEIRA
ANUNCIO
1.º publicação
Faz-se saber que no din trez do
proximo mes de maio por doze ho-
ras 4 porta do “Tribunal Judicial
«esta comarca, em virtude Puma
canta precatoria vinda do Juizo de
Direito da comarca de Coimbra e
“cartorio doescrivão Rocha Calixto,
onde correm seus termos uns autos
«de execução de sentença commer-
cial a requerimento de Antonio
Vieira de Carvalho, casado, com-
merciante, residente na dita cidade
de Coimbra, contra Manuel Jacin-
tho Nunes, casado, residente em
Pedrogam Pequeno, d’esta comar-
ca, se ba de proceder á venda e
arrematação em haste pnblica pelo
maior preço que for oferecido aci-
“ma da respetiva avaliação dum
predio de olival, vinha, eira e casa
“anexa, sito a São Sebastião, lemi-
te da villa e freguesia de Pedro-
gam Pequeno, avaliado em mil es-
ECILDON ep «+. 1:000800
Pelo presente são citados quaes-
quer credores incertos.
Certã, 7 de Abril de 1914,
O Escrivão
Francisco Pires de Moura
Verifiquei:
O Juiz de Direito—Mattozo
ANUNCIO
1.º publicação
— Por este Juizo das Execuções
Fiscaes do concelho da Certã, cor-
rem editos de 30 dias, citando
Francisco Gomes, residente que foi
no logar da Calvaria, freguesia de
Sernache, d’este Concelho e hoje
ausente em parte incerta, para no
prazo de dez dias imediatos aos
trinta. contados a partir de 30 de
abril proximo, satisfazer na The-
souraria d’este Concelho, a quantia
de sessenta e cinco escudos e se-
tenta e quatro centavos, alem dos,
juros da móra, selos do processo e
“custa, proveniente de contribuição
industrial dos amnnos de 1909,
1910, 1911, e 1612, sob pena de
seguir a execução seus termos.
Juizo das Execuções Fiscaes do
Concelho da Certã, 30 de março
de lNi São das Execuções Piscas
José du Gloria Lopes Barata
Vinfiquei a exactidão:
Serviço de Juiz das Exeenções,
Antonio Barata e Silva.
ANUNCIO
(1 publicação)
8
,
Faz-se saber que no dia vinte e
seis do corrente mez de abril por
F ae
porta do Tribunal
Judicial d’esta comarca em virtu-
“de Puma carta precatoria vinda
da Primeira Vara Uivel da comar-
“eu de Lisboa, cartorio do escrivão
Cardozo, e à extrahida dos autos de
inventario orphanologico por obito
“de Alfredo das Neves Conceição, em
que é inventariante José Simões
Aldeias, se ha de proceder ávenda
e arrematação em haste publica
pelo maior preço que for oferecido
acima do valores que lhes vão de-
signados. dos predios seguintes: o
1.º Uma horta sita ao ‘Tinte, lemi-
| te de Pedrogam Pequeno, no valor
dias a contar da segunda e ultima
de quarenta é cinco escudos. 45500 | | publicação do anuncio—citando o
2.º Uma courella de terra com Eis]
veiras e sobreiros sita 48 Pedreiras
lemite de Pedrogam Pequeno, no
valor de sessenta o dois escu-
CIDA note oe Sette! GRADO
3.º Um sobral no sitio da Raposa,
lemite de Pedrogam Pequeno, no
valor de vinte e cinco! escu-
LO o cno a ER 25300
4º Uma tapada com aloliv eiras, So-
breixos e vinha, no sitio das Tapa-
dinhas, lemite de Pedrogam Pe-
queno, no valor de dois mil e qui-
nhentos escudos …..
5.º Um olival no sitio do Arial, le=
mite de Pedrogam Pequeno; no
valor de duzentos e quarenta es-
CHUORER o ER “.. 240300
6.º Um olival e vinha com casa de
sobrado no sitio do Arial, lemite de
Pedrogam Pequeno, no valor
de quinhentos e sessenta escu-
CLASS EPA Ela o LIDOÇOU
º Um olival no mesmo sitio do
Arial, lemite de Pedrogam Peque-
no, no valor de cento e trinta es-
cudos 130300
8.º Uma terra de mato com sobri-
ros, oliveiras e castanheiros no
siti do Valle do Forno, lemite da
Varzea Fundeira, no valor de du-
zentos cincoenta e cinco escu-
COS, = Ei 255900
9.º Uma propriedade que se com-
põe de pinhal, mato, castanheiros
e oliveiras sitio nos lemites do Ca-
sal Novo, no valor da duzentos é
trinta escudos «. 230300
10.º Um souto comitestada de ma-
to e oliveiras no sitio das Ameixo-
eiras, lemite do Casal dos Buffos.
no valor de sessenta e dois escu
dos 62800
(1.º Um olival com sobreiros no,
sitio das Cruzinhas lemite do Ca-
sal dos Buffos, no valor de trezen-
tos e dez escudos …… 310300
12.º Uma terra de semeadura com
oliveiras sobreiros e mato no. sitio
da Valada Coelheiras, lemite do
Casal dos Buffos’ no valor de tre-
zentos e onze escudos… 3113500
13.º Um olival, vinha e sobreiros
sitio 4 Corte do Valle, lemite dos
Partolleiros, no valor de cento e
cincoenta escudos «.-… 150300
Sexta to ger sóesenáspbstd asmr pon
depois de vendido o predio sitio ás
Vadinhas descrito em quarto logar
e que a contribuição registo
será paga por inteiro pelos arre-
matantes. São citados quaesquer
credores incertos.
Certã, 4 de abril de 1914,
O Escrivão,
Francisco Pires de Moura
Venfiquei
O Juiz de Direito, —Mattozo
2º ANUNCIO
Comarca da Certã
Pelo juizo de direito da comar-
ca da Certã e cartorio do eserivão
que este subscreve, nos autos de
inventario orfanologico por obito
de Ana Genoveva de Mendonça,
que residia na Sobreira Formosa,
d’esta comarca, em que é inven-
tariante João Ribeiro da Cruz, ali
residente,—correm editos de trinta
coherdeiro, Joaquim Ribeiro da
Cruz solteiro, maior ausente em
parte incerta fora da nação, para
assistir à todos os termos, até final
do referido inventario, dedusindo
n’ele todos os seus direitos, que-
rendo.
Certã, 31 de março de 1914.
O escrivão,
Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei
O juiz de direito, —Mattoso
MENDES & ALBUQUERQUE
Compra e venda d’azeites.
Praça do Commercio
CERTÁÃ
Agencia
Brazil
ANIBAL MARQUES DE SOUSA
Rua do Largo do Corpo Santo, 6, 1.º
LISBOA
OLIGITA documentos para passa-
portes, casamentos, baptisados,
enterros, ete., etc. INFORMAÇÕES
TRANSPORTES = EMBARQUES de passa-
geiros, mercadorias e bagagens em to-
das as Companhias terrestres e mariti-
mas, nas melhores condições, para os
portos do Brazil, Argentima, Afri-
ca, America do Norte, cte. etc.
Rapidez, Seriedade, Economia,
Presta escalarecimentos na Certa,
Sructuaso À. Mesa Pires
LOJA NOTA |
DE
João da Silva Carvalho
Praça da Republica CERTA
Fazendas brancas de algodão,
lã, linho e sêéda; mercearia, ferra-
gens, quinquilherias, papel, linho,
sola, relogios de mêsa, de parede
e de prata para algibeira; louças
eividegs fina dicimpr are ag arifernita
Flandres, tintas, tabaços e fosforos,
etc. etc.
Gazolina e adubos químicos
Agente da companhia de segu-
ros TAGUS e REPRESENTANTE
DE DIVERSAS CASAS NACI-
ONAES E ESTRANGEIRAS.
EMPRESA VIAÇÃO
FERREIRENSE
DOS os dias, com exceção
dos domingos, esta Empresa
tem carreira d’auto-omnibus entre
a estação de Payalvo e a villa da
Certa.
A partida da Certã é ás 12 horas
perfixas e da estação de Payalvo ás
2 horas
Centro União Agricula |
Fabrica a vapor
de adubos chimicos
DRE
FRANCISCO MORAES
ALFERRAREDE
Do Sindicato Agricola de Pernes, em
4 de novembro de 1913:
afeto temos o prazer de o informar que
a PURGUEIRA A. E. O. SUPERIOR
COMPOSTA, que V. nos vem fornecendo
de ha annos, tem satisfeito por comple-
to os nossos consocios que com ela
teem conseguido ótimos resultados, tan-
toem batata, como em milho
e hortas.
Mais o informamos que no ultimo for-
necimento do ano passado, conseguimos
os. seguintes numeros, na analise feita
pela Estação Agronomica de Lisboa:
—azote 39/ — Acido fosforico 2,78 9
—Potassa 3,18 )% de que temos boletim,
E’, pois, uma PURGUEIRA recomenda-
vel a todo o desejoso de seméar com
exito.
O Secretario da Diréção,
(a) Bernardino Rosa
Es
E” unico nosso depositario d’esta é
outras marcas na CERTA, JOAO JOA-.
QUIM BRANCO
SsSemea de 1.º qualidade-Tour-
teaux para engordo de animaes
sulfato de cobre, sal, etc.
JOÃO d. BRANCO
CERTA
Dn
“Sernache do Bomjardim’
STÃO 4 venda os ultimos
DOR Eso tao desta monogra-
fia ao preço de 50 centavos. Pedi-
dos a Antonio Martins dos Santos,
Sernache; ou Francisco Simões,
rua dos Fanqueiros. n.º 234, Lis-
boa.
Num apendice se descrevem di-
versas e curiosas antiguidades da
Certã e seu concelho.
dia cultura da batata
as maiores é melhores COLHEL
TAS só se conseguem com a aplica-
ção da
om OZ0 lorde a Am 0
azote e 0 acido fosforico
A Potassa é à principal exigen-
cia da cultura da Batata, mas para
que u Potassa possa influir com à
sua favoravel áção, quer no dezen-
volvimento da vegetação, quer na
produção das batatas, é indispen-
savel que a terra tenha suficiente
quantidade dos outros elementos
por consequencia aplicar as adu-
bações completas ricas em Potassa
e especialmente apropriadas á Ba-
tata segundo a natureza de cada
terra.
A SECÇÃO AGRONÔMICA da caza Os
Herold & O. de Lisboa e com
sncursais em Porto, Regoa, Pampilhoza,
Faro, Santarem Evora e Beja, dá gratui-
tamente todos os esclarecimentos que
lhe sejam pedidos sobre as adubações
apropriadas a qualquer cultura.
“Presta todos os esclarecimentos
e mformações no concelho da Cer-
ta CARDOSO GUEDES.