O Renovador nº201 12-01-1974

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Ano 1V — N.º 201 — AVENÇA

D RENDURDDR

12 de Janeiro de 1974

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRIO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTA, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI

Rua Lopo Barriga, 5-

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
r/c — SERTA — Telef. 131

DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSÉ ANTUNES

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Tourres Novas

Educação para to(

O Estado português tem pro-
curado, desde 1950, alargar a
edªmam hásica a todos os na”

Atmgindu em 1973, para a
quase totalidade das crianças, a
escolaridade obrigatória de 6
anos e caminhando-se acelera-

aquele objectivo e reestruturar
os cursos de educação básica
para adultos, tendo sobretudo
em vista extirpar o analfabe-
tismo, que se situa principal
mente no grupo etário superior

Quando se iniciam

os trabalhos do trogo
da E. N. n.º 238
entre Troviscainho

e Mosteiro (Oleiros)?

Muitas pessoas nos têm per-
guntado quando é que se ini-
ciam os trabalhos de construção
da E. N. nº 238 no troço entre
Troviscainho (freguesia – de
Troviscal) e Mosteiro (Olei-
ros).

Infelizmente não nos é possi-
vel oferecer qualquer novidade
a este respeito. Sabemos que o
processo segue os seus trâmi
tes normais, que a Direcção de
Estradas do Distrito, tem pro-
cedido à arrumação dos proble-
mas de expropriações e que a
consignação da obra ao em-
preiteiro não deverá tardar.

No entanto, as frequentes
perguntas que nos têm sido
feitas sobre o início dos traba-
lhos, denotam bem o interesse
das populações por um melho-
ramento pelo qua] arduamente
lutámos e que é de incalculável
interesse para as populações
ainda hoje perdidads entre pi-
nhais das freguesias do Trovis-
cal e Mosteiro de Oleiros. Elas
anseiam pelo dia feliz em que
lhes seja permitido percorrer a
nova via que as vai arrancar a
um isolamento de muitos sécu-
los.

a 40 anos, e promover a ele-
vação educacional do povo por-
tuguês. Por isso, estes ” cursos
não se devem limitar à alfabe-
tização, mas incidir também no
aperfeicoamento e na extensão
cultural, de modo a simultanea-
mente aumentar o nível cultural
e proporcionar a todos uma for-
mação profissional mais actua-
lizada. Nesta linha se prevê a
colaboração de outros departa-
mentos oficiais e de empresas
privadas, na criação de cursos
e na elaboração dos respectivos
programas, mediante — acordos
de cooperação. No entanto, a
educação de adultos não pode
fazer-se através dos mesmos
programas e métodos pedagógi-
cos que são utilizados para as
crianças. Em uência, são
instituídos cursos de especiali-
zação para professores que de-
sejem participar nesta cruzada
educacional. Considera-se ainda
indispensável rever os incenti-
vos para atrairos melhores
professores a esta tarefa, pois
que as actuais remunerações
foram estabelecidas em 1952. E
com a finalidade de estimular a
especialização — dos professores
no campo da educação de adul-

Continua na 2.º página

Novas posturas
de trânsito
para as Vilas
de Sertã
e Cernache
do Bonjardim

Entraram em vigor no passa-
do dia 10 novas posturas de
trânsito da Câmara Municipal
da Sertã para as Vilas de Cer-

nache do Bon]ardlm e Sertã.
Naquela é a primeira postura
a regular o trânsito publicada
pela entidade camarária, Nesta,
a postura em vigor sofreu alte-
rações sensíveis que a vigência
da anterior mostrou serem jus-
tificadas, além de se procurar
fazer face ao contínuo aumento
de tráfego no centro da Vila.

A Câmara confia que os Mu-
nícipes compreendam que as
restrições impostas sc destinam
a melhorar as comunicações e a
defender os interesses gerais,
de preferência a prejudicar
quem quer que seja. Nesse sen-
tido recebem-se sugestões e re-
clamações que, no caso de se
entenderem justas, poderão vir
a ser atendidas.

Está quase concluído e deverá ser
entregue em 15 de Fevereiro próximo

O BUSTO DO COMENDADOR
LIBANIO VAZ SERRA QUE
VAI SER ERGUIDO EM
CERNACHE DO BONJAR-
DIM

Tivemos oportunidade de cum-
primentar há dias na Sertã o
conhecido escultor Valadas Cu-
riel, autor da estátua de Nun’
‘Álvares inaugurada o ano tran-
sacto em Cernache do Bonjar-
dim e a quem foi confiada a
concepção e execução em bron-
ze do busto do Comendador Li-
bânio Vaz Serra que uma Co-
missão de Cernache do Bonjar-
dim se comprometeu a erguer
ao grande benemérito cerna-
chense, na sua terra natal.

Está previsto para 1974
a construção do edifício
da Casa do Povo da Sertã

No passado dia 31 de Dezem-
bro esteve na Sertã um funcio-
nário da Missão da Junta da
Acção Social a fim de averiguar
as possibilidades de construção
durante o ano de 1974 do edifí-
cio para a CASA DO POVO
DA SERTAÃ, conforme se en-
contra programado.

A Direcção da Casa do Povo
procede a diligências no sentido
de obter sugestões quanto à
localização e ainda quanto à
forma de conseguir o terreno
nas melhores condições tanto
do ponto de vista económico
como urbanístico.

RENOVAÇAO

E FEV. 19rá

As dificuldades porém, não
são fáceis de remover dado que
a área prevista é de 3000 me-
tros quadrados e plana, o que,
numa Vila como a Sertã, extre-
mamente acidentada, nem sem-
pre é fácil de conseguir.

A superfície de 3 000 metros
destina-se não só à construção
do edifício próprio da sede com
instalações administrativas mêé-
dicas e de recreio, mas ainda
à implantação de um pavilhão
gimno-desportivo que, no entan-
to poderá ser substituído por
instalações idênticas de outras
entidades.

VAA

O local escolhido para a im-
plantação é o sítio denominado
do Piquete, naquela mesma Vi-
la.

Segundo nos informou aque-
le conhecido escultor, é seu de-
sejo dar o trabalho como con-
cluído nos meados do próximo
mês de Fevereiro, esperando-se
que não tardem depois, as obras
de urbanização do local segun-
do projecto apropriado.

Cernache do Bonjardim pre-
para-se para homenagear con-
dignamente um dos seus mais
dilectos conterrâneos que mui-
to contribuiu para o progresso
geral em toda a sua vida.

Condições
de Assinatura

VIA NORMAL

Portugal Continental
e Ultramarino, Brasil e Espanha
100800
Estrangeiro: 180800

VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)

Províncias Ultramarinas: 2008.
Estrangeiro: 250800

NOTA—T’o…m as importâncias
podem ser remetidas em
valede correio, cheque ou di-
nheiro de qualquer nacionalida-
de eu ainda os Srs. Assinantes
encarregarem quem mnos efec-
tue directamente as liquidações.
As assinaturas devem ser pa-
” te.

gas adiantadament
Para o Ultramar Português
e Estrangeiro não fazemos co-
hrançaa através dos C.T.T.

UNIÃO E

Ainda a Estrada Nacional-24]
entre Proença-a-Nova
e Vila Velha de Ródão

IMPORTA ALCATROAR O TROÇO ENTRE
A PONTE DO LARANJEIRO E MOITA

Noticiámos recentemente à
abertura ao trânsito do troço da
E, N. nº 241 entre Espinho
Pequeno e Perdigão, povoações,
aquela do concelho de Proen-
ca-a-Nova e esta do de Vila
Velha de Ródão.

Outros periódicos regionalis-
tas acrescentaram que a aber-
tura ao trânsito deste troço po-
deria facilitar o percurso entre
Proença-a-Nova e Castelo Bran-
co, não por ser mais curto mas
por a via ter melhores condi-
ções de velocidade do que a uti-
lizada normalmente, por So-
breira Formosa, Catraia e Sar-
zedas.

Não alinhámos com esta
opinião e fomos, propositada-
mente, comprovar as nossas re-
servas tomadas a priori, espe-
rando que a experiência nos en-
sinasse se deveríamos ou não
informar que o troço de estra-
da agora posta à disposição dos
utentes facilitava ou não o
acesso à capital do Distrito,
das populações dos —concelhos
de Sertã e Proença-a-Nova.

Devemos desde já esclarecer
os nossos leitores que muito
bem fizemos em pôr reservas
àquela opinião-

Por enquanto, e frisamos es-
ta expressão, não se nos afigu-
ra haver qualquer vantagem do
percurso Sertã-Proença-a-Nova
Perdição – Sarnadas – Castelo
Branco, sobre o outro: Sertã-
– Proença – a – Nova-Sobreira
Formosa – Sarzedas – Castelo
Branco. É que não só este per-
curso tem mais três .ou quatro
quilómetros, do que aquele, mas
o facto de existirem mais de 6
quilómetros entre a Ponte do

Laranjeiro e Moita Fundeira,
por enquanto, apenas em ma-
cadame e em deficiente estado
de conservação, faz com que o
tempo gasto no percurso des-
te pequeno troço seja muito
mais longo do que aquele que

(Continua na 2.º página)

Foi requerida
a criação de um

GENTRO DE JUVENTUDE
na SERTÁ

Pelo sr. Presilente da Câma-
ra Municipal da Sertã foi soli-
citado o sr, Governador Civil
que promovesse a criação de
um Centro de Juventude na
Sertã.

Meio já bastante — evoluádo
onlle a Escola Industriall e aÀ
Escola Preparatória ministram,
o ensino a cercá de 600 alunos
e onde uma juventude esfusian-
te e mumerosa trabalha já ga-
nhando a vida em oficinas, co-
mércio e indústria de serração
de madeiras, sem ter centros
de reunião e convívio cultural e
Tecreativo, a Sertã precisa real-
mente da criação de um Centro
de Juventude que na óptica dos
seus crialores se destina pre-
cisamente à ocupação útil dos
tempos livres.

A autoridade administrativa
soube interpretar do melhor mo
Ho, os anseios da população so-
bretudo a juvenil que vai cer-
tamente rejubilar com mais es-
ta possibilidade de valorização.

Novos benefícios
no esquema da Previdência
Geral e das Casas do Povo

Entraram em vigor no dia 1
de Janeiro, várias disposições
que beneficiam a generahdade
dos trabalhadores, em matéria
de segurança social, de entre
as quais se destacam as seguin-
tes:

— Ampliação do prazo máxi-
mo de pagamento do subsídio
de doencça, que passa a ser de

NOVAS ASSINATURAS

Agradecemos aos nossos ami-
gos a lembrança na indicação
de movos assinantes para «O
Renovador»:

Ramiro de Jesus Antunes, de
Lisboa, remetido por José de
Jesus Martins também de Lis-
hoa; César Nunes de Matos, da
Parede, remetido por Manuel
Luís Nunes, de Algueirão.

PROGRESSO

1460 diss, em lugar dos 360 do
regime amnterior.

— Eliminação do chamado
«período de carência», prazo de
seis meses no decurso do qual
o direito ao subsídio de doen-
ça se encontrava suspenso pelo
facto de o beneficiário dele ha-
ver usufruído durante 360 «ias.

— Eliminação do limite má-
ximo de remunerações —sujei-
tas a desconto para a Previdên-
cia.

— TInclusão da modalidade do
termalismo social nos esque-
mas regulamentares do seguro-
+toença das instituições de Pre-
vidência.

— Adopção de um sistema
de « ão de carácter fami-
liar», variável de acordo com
os encargos dos beneficiários.

Continua na 3,.º página

 

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Página 2

O RENOVADOR

12 de Janeiro de 1974

De semana a semana

(De 31 de Dezembro a 6 de Janeiro )

EM PORTUGAL

31 — Em Macau, um incêndio des-
truiu por completo mais de duzen-
tas casas e hbarracás de madeira.
Houve dezenas de desaparecidos e
mais de mil desalojados.

— Tor Torbjornsen, antigo cônsul
norueguês em Luanda, faz, no jornal
de Oslo «Aftenposten», uma calorosa
e justificada defesa da presença de
Portugal em África.

— | — Entre a Câmara Municipal de
Lisboa e a Companhia Carris foi as-
sinado o contrato pelo qual aquela
Câmara toma posição maioritária no
capital da Companhia.

2 — Na sua mensagem de Ano
Novo, o Presidente da República fez
um apelo ao entendimento universal
e a uma maior união dos Portugueses.

A — Em Moçambique houve as mais
violentas cheias de há vinte anos,
Oito mil pessoas estáo desalojadas.
Teme-se que a vaga de calor e tre-
menda humidade sejam prenúncio de
novas cheias nos rios Incomati e
Limpopo.

5— O Dr. Veiga Simão, Ministro
da Educação Nacional, empossou os
membros da comissão instaladora da
Universidade de Évora.

— O semanário francês «Rivarol»
escreve, pela pena da jornalista Re-
née Versais, que Portugal não aban-
donará o Ultramar.

— Foram actualizados os venci-
mentos de oficiais, sargentos e pra-
ças das Forças Armadas.

Foi criado o Grémio dos Indus-
triais da Pasta Celulósica.

6 — Respondendo a um telegrama
de felicitações do presidente Marcelo
Caetano, Arias Navarro, primeiro-mi-
nistro espanhol, assegurou o propó-
sito de continuar as estreitas rela-
ções entre a Espanha e Portugal.

— Um informador oficial declarou,
em Lourenço Marques, que, no pas-
sado ano, os terroristas da Frelimo
matarám 258 civis nativos. Um comu-
nicado das Forças Armadas do mes-
mo Estado informa que, nos últimos
inimigo mais de nove mil pessoas e
três meses, foram libertadas do jugo
6 500 apresentaram-se às nossas au-
toridades.

NO MUNDO

1 — O Ulster (Irlanda do Norte)
passa a ser governado por um Con-
selho Misto de católicos e protestan-
tes. A Inglaterra conservará apenas
a direcção das forças de segurança.

— Nas eleições realizadas em |s-
rael, o Partido Trabalhista (que está
no poder) perdeu alguns dos seus
deputados em favor do Likud (bloco
nacionalista da direita)

4 — Em Inglaterra dois milhões de
operários estão ameaçados com o

desemprego.

— Em Espanha, Arias Navarro no-
meou três vice-presidentes € conser-
vou apenas seis membros do ante-
rior gabinete. O novo mMinistro dos
Estrangeiros é Pedro Contino Mauro,
que era embaixador de Espanha em
Paris.

— Nixon vai tentar uma maior coo-
peração entre os países consumidores
e produtores de petróleo.

— Na intensificação da luta con-
tra a pirataria aérea, cinco países re-
forçam o policiamento nos seus ae-
roportos.

5— O «Times», de Londres, afir
ma que o coronel Kadhafí, presiden-
te da Líbia, gasta os milhões obtidos
com a venda do petróteo, financian-
do terroristas internacionais.

6 — Em Bordeus foram presos três
dos assassinos de Carrero Blanco.

— O general Dayan declarou que
Israel está em condições de apre-
sentar propostas concretas na Con-
ferência de Genebra.

— Houve um sismo no Peru, ten-
do morrido oito pessoas.

iso
para 1974

O – crescimento económico
dos principais países industria-
lizados estabelecer-se-4 a uma
taxa de 3,6% para o ano de
1974, enquanto a subida do
custo de vida atingirá uma mé-
dia de 7,9%, segundo o relató-
rio do Departamento de Previ-
sões Elconómicas da Companhia
McGraw-Hill.

As análises calculam que ha-
verá uma descida sensível do
crescimento económico mnestes
países em relação à taxa de
6,1% em 1973. Entretanto, a
inflação manter-se-4 —mais ou
menos ao mesmo nível.

Algumas — percentagens do
crescimento do produto nacio-
nal bruto previsto: Grã-Breta-
nha, 1,5% ; Alemanha Federal,
2,2%; Israel, 2,5%; Estados
Unidos, 1,9%; Noruega, 5,4%;
Suécia, 5,5% Espanha, 5,5%; e
Polónia, 9%.

No total, o crescimento em
volume atingirá, segundo a Mc

Educação para todos

Continuação da 1.º página

tos, estabelecem-se —remunera-
ções diferenciadas para os que
tenham obtido e dá-se continui-
dade à sua docência. Deste mo-
do, e aproveitando os valiosos
ensinamentos — resultantes da
Campanha Nacional de 1952,
criam-se as condições necessá-
Tias para a completa extinção do
analfabetismo e para o desen-
volvimento de uma acção edu-
cativa destinada a reduzir o
analfabetismo funcional

Estes pontos referidos num
diploma do Ministério da Edu-
cação Nacional que cria os cur-
sos de educação básica para
adultos, mostram-nos, clara-
mente, que se prossegue em
Portugal, com grande ânimo, a
batalha da Educação.

Os r 1 cursos
-se, essencialmente, a maiores
de 18 anos e têm por objectivo
proporcionar uma educação bá-
sica aos indivíduos que não con-
cluiram a habilitação correspon-
dente à escolaridade obrigatória
e não frequentam qualquer es-
tabelecimento de ensino e pro-
mover o aperfeiçoamento e a

A Ac chc
corr bási-
co, com o fim de atingir uma
melhor inserção nas actividades
proporcionais e uma mais per-
feita integração do indivíduo na
colectividade.

Poderão ainda ser admitidos
nesses cursos, durante um pe-
ríodo transitório fixado por des-
pacho —ministerial, indivíduos

MENDES

dentes ao á

MOUTINHO JUNIOR
& IRMÃO

ANSIÃO

Extracção de Britas de Calcário
Pedreiras no Alto da Serra a 2 quilóm. de Pontão — à

beira da E. N. 237.
Preços de concorrência.

Escritório-Sede — Ansião — Telefone 78

com idade compreendida entre
os 14 e 18 anos.

Dispõe também o diploma
que o ensino nos cursos de edu-
cação básica para adultos tem
carácter essencialmente prático,
deve adaptar-se às necessidades
da comunidade local e assegu-
Tar, sempre que possível, o en-
sino de disciplinas de índole pro-
fissional, podendo abranger o
ensino supletivo do ensino pri-
mário e preparatório ou ainda
ão profissional e educa-
cação familiar, isoladamente ou
em conjunto, consoante as cir-
cunstâncias o justifiquem. O Mi-
nistro da Educação determina-
rá, por despacho, a natureza
dos cursos a instituir nos di-
versos distritos do país.

Os programas, os métodos do

ino e de avaliação de conhe-
cimentos, bem como os textos
didácticos, os —meios audio-vi-
suais e outros suportes pedagó-
gicos, serão aprovados por por-
taria.

Através da Direcção-Geral
da Educação Permanente vai,
assim, verificar-se uma nova
arrancada cujo êxito desde já
; a bem de uma me-
lhor e mais ampla educação
para todos os portugueses.

Manta de Retalhos

Graw-Hill, nos países da CELE,
uma taxa de 3,2%, contra 5,9%
em 1973, enquanto o agrava-
mento do custo de vida se si-
tuará em 8% contra 7,3% este
ano.

Rendimento da família
americana

Segundo estatísticas divulga-
das pela Secretaria do Comér-
cio dos Estados Unidos, o ren-
dimento médio da família ame-
ricana aumentou mais de oito
por cento no ano passado, atin-
gindo os 11 120 dólares anuais,
mas as mulheres e os negros
continuam a ser os grupos mais
desfavorecidos — economicamen-
te na sociedade americana.

Tomando em consideração
apenas as famílias brancas, o
rendimento médio éde 11549
dólares, ao passo que a média
entre as famílias negras é de
6864 dólares anuais, ou seja
cerca de 14 contos por mês-

Aumento do poder de
compra no Japão

Também os trabalhadores ja-
poneses, em Outubro deste ano,
ganhavam, em média, mais 24
por cento do que no mesmo mês
do ano passado, mas devido ao
aumento dos preços, o seu po-
der de compra só sofreu um
acréscimo real de 8,6 por cento,
segundo estatísticas oficiais.

ÀAs estatísticas mostram que
a média dos vencimenos é de
143 000 yenes (12000 escudos)
por mês, por outro lado, verifi-
ca-se que embora àas famílias
tenham gasto na alimentação
mais de 16,7 por cento em Ou-

tubro deste ano do que gasta-
rom em Outubro do ano ante-
rior, o volume real de alimen-
tos comprados com esse di-
nheiro apenas teve um ligeiro
aumento de um por cento.

Pablo Casals

Pablo Casals, nasceu em Ven-
dell, pequena aldeia catalã, pró-
ximo de Barcelona, em 29 de
Dezembro de 1876. Começou os
seus estudos musicais aos 5
anos e frequentou em Barcelo-
na as aulas de violoncelo de
José Garcia, na Escola Munici-
pal de Música. Albeniz notou-o
e recomendou-o à regente Ma-
ria Cristina. De 1894 a 1897
Pablo Casals estudou no Con-
servatório de Música de Ma-
drid.

Em 1898, dá o seu primeiro
grande concerto internacional
no Chrystal Palace de Londres,
e no ano seguinte é contratado
como virtuose para os Concer-
tos Lamoureaux de Paris. Com
o violinista Alfred Cortot cons-
titui em 1904 um trio que se
tornou célebre no Mundo intei-
ro.

Dirige depois a sua própria
orquestra em Barcelona (de
1920 a 1936).

À guerra civil força-o ao exi-
lio em França, em Prades, onde
cria o festival com o seu nome
e onde se reunem todos os anos
os maiores músicos mundiais.

Em 1957 casou-se com uma
das suas jovens admiradoras,
Marta Montanez e fixou-se em
Porto Rico. Recomeça depois as
suas «tourmés» pelo Mundo, tes-
temunhando através da música
o seu amor pela liberdade.

Ninda a Estrada Nacional-241

Continua na 1.º página
poderia poupar-se na distância
entre Espinho Pequeno e Perdi-
gão (E.-N. nº 241) e entre
Perdigão e Castelo Branco (E.
N. nº 3).

Por outro lado, não nos pa-
rece muito deficiente o traça-
do da via entre Sobreira For-
mosa e Castelo Branco, apesar
de não ser suficientemente ac-
tualizado.

ÀA experiência demonstrou-
nos que, enquanto o percurso
normal entre Sertã e Castelo
Branco, por Sobreira Formosa,
é de uma hora e 10 minutos, ou

Escrevem os

Contimuação da 4.º pág.
Até lá, continuação de Festas Fe-
lizes.
E um até breve. Ao seu dispor
nestas paragens. Recomenda-se

Rodrigo Quaresma de Oliveira
Av. Mendonça Barreto, 196-1º —

Telefs. 732531 e 731108 — C. P.
2525 — Lourenço Marques

O RENOVADOR

— FIEL MENSAGEIRO
DE NOTÍCIAS
DA NOSSA TERRA

Mainz (Alemanha), 1.1.74
Senhor Director

Apresento-lhe / os meus cumpri-
mentos, fazendo votos para que O
nosso «Renovador» seja no ano de
1974 o fiel mensageiro de notícias
da nossa terra.

nossos leitores

Sou assinante há um ano e só la-
mento não o ter sido há mais tempo,
primeiro porque o desconhecia, e se-
gundo porque ainda ninguém me tinha
falado nele. Logo que me propuseram
para assinante não hesitei um segun-
do e hoje por intermédio de tão in-
teressante = semanário —posso viver
mais perto dos meus, e saber assim
o que se passa, de semana à semana.

Sou natural da freguesia de Funda-
da, mais propriamente de Abrunhei-
ro Grande, e as notícias que a esta
freguesia dizem respeito leio-as com
toda a atenção. Sem este semanário
não saberia quase nada.

Senhor Director, junto a esta en-
vio 30 DM, para pagamento da mi-
nha assinatura. Deverá crescer qual-
quer coisa ofereço-a para os pobres
protegidos pelo nosso «Renovadom.

Desejando-lhe um Ano Novo cheio
de prosperidades, subscrevo-me aten-
ciosamente

Hermínio da Silva Tavares

6.500 Mainz — Hindenburgstrasse 9
— Deutschland

1 hora e um quarto, seguindo
por Espinho Pequeno e Perdi-
8ão, levou-nos 1 hora e 20 mi-
nutos. E não será fácil fazê-lo
em muito menos tempo, en-
quanto as condições de trânsito
entre Proença-a-Nova e Moita
forem tão precárias.

Importa, por isso promover a
todos os níveis o rápido alca-
troamento do troço de 6 a 7 qui-
lómetros entre a Ponte do La-
ranjeiro e Moita, cujo piso, so-
bretudo na sua ponta final, se
encontra em muito mau estado.

Após os respectivos traba-
lhos, e, dado o traçado mais re-
gular e mais largo da E. N. nº
241, em conjunto com o da E.
N. n.º 3, então talvez já valha
bem a pena optar por ele, para
quem pretenda seguir da Sertã
ou de Proença-a-Nova, para
Castelo Branco.

Mas não desejariamos dei-
xar de acrescentar, já que esta-
mos com as mãos na massa, co
mo costuma dizer-se, que im-
porta ainda, para completa uti-
lidade da E. N. n.º 241, que se
proceda à construção de uma
VARIANTE que antes de che-
gar à Vila de Proença-a-Nova,
encaminhe os utentes directa-
mente e por via própria para o
troço que segue para a Moita,
sem atravessar a referida Vila,
nem utilizar, a E. N. que vai
em direcção a Castelo Branco
até à Ponte do Laranjeiro, e
após esta, a que segue para
Abrantes.

Nestes percursos perde-se um
tempo preciso que poderia mui-
to bem ser poupado, não só em
melhoria de tracado, mas so-
bretudo em quilometragem. Em-
curtar-se-ia a distância em cer-
ca de dois quilómetros, num
percurso actualmente de quatro.

 

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12 de Janeiro de 1974

Carta aos Jovens

FUGAS

Amigo:

É bastante frequente ouvi-
rem-se pela rádio apelos de ur-
gência provenientes de pais
aflitos que pedem a quem co-
nheça o paradeiro de seu filho
ou filha o favor de comunicar
para determinado telefone ou
para o posto da G. N. R. mais
próximo-: E fornecem dados por-
menorizados sobre o fugitivo
ou fugitiva. São quase sempre
jovens de tenra idade que se
ausentam da casa dos pais pa-
ra lugar incerto, sem darem
satisfações a ninguém, algumas
vezes atraídos por aliciamentos
mais que duvidosos…

A frequência e a gravidade
destes factos vêm servir de te-
ma a esta carta especialmente
dedicada aos jovens.

Existe uma doença nervosa
chamada epilepsia que leva a
cometer actos irresponsáveis,
quase sem a pessoa dar por is-
so. Uma inquietação mórbida
pode dar origem a uma fuga
que nunca se daria em circuns-
tâncias normais, Os sintomas
da doença são quase imperce-
ptíveis para o comum das pes-
soas, o que leva a não prestar
a devida atenção a tais doen-
tes. Porém, muitos dos casos
que a rádio e os jornais noti-
ciam com tanta frequência têm
causas mais vastas e comple-
xas. Muitas dessas fugas pro-
vêm da intoxicação moral. São
moços e moças totalmente des-
carrilados na vida, sem noção
de responsabilidade. Podem es-

tar em jogo a incúria e a incom-
petência dos pais. Pais desa-
vindos, em rixas contínuas,
que tornam o ambiente fami-
liar insuportável. Ou então
aqueles que não sabem prepa-
rar’ros filhos para a vida, co
laborando com eles para que se
sintam responsáveis. À somar
a tudo isto, vem a literatura
deletória e demolidora e o mau
exemplo de companheiros e de
adultos a arrastá-los para aven-
turas desastrosas.

Os filhos que recebem uma
educação equilibrada em famí-
lias bem constituídas não sen-
tem a solicitação duma fuga
aventureira, a não ser nalgum
caso patológico, o que é muito

9 RENOVADOR

raro, feliamente: – Esses que se
queixam com infinita amargu-
ra de fuga do seu filho ou filha
deviam perguntar a si mesmo
se não têm qualquer culpa em
tão lastimável desenlace. É que
a liberdade, quando mal enten-
dida, deixa de o ser, para se
transformar em libertinagem
e escravidão.

Bom jovem: Se tiveres algu-
ma colega descarrilada na vida,
procura ajudá-lo a regressar ao
bom caminho. A juventude é
uma ideia promissora e cheia
de esperança, quando sabe con-
duzir-se. Prepara o teu futuro.
Se desejas alguma orientação,
mormente vocacional, escreve-
-me para: Hospital Infantil —
Montemor-o-Novo. — Procurarei
ajudar-te.

O amigo de sempre,

Nunro Filipe

Novos benefícios no

esquema da

Continuação da 1.º página

— Actualização, pela oitava
vez, das pensões de invalidez,
velhice e sobrevivência do re-
gime geral da previdência, ac-
tualização que se traduz num
aumento de cerca de 14%, de
1973 para 1974, e é quase o tri-
plo dessa mesma pensão média
em 1966.

— Redução para três anos
do período de garantia para à
concessão de pensões de invali-
dez e velhice, desde que o be-
neficiário conte, pelo menos,
24 meses de contribuições.

— Simplificação de sistema
de cálculo das pensões de inva-

Previdência

lidez e velhice, que, com três a
quinze anos de antiguidade, se-
rão de 30% do salário médio,
acrescendo 2% por cada ano a
mais, até ao máximo de 70%,
passando o salário médio a cor-
responder à média dos cinco
melhores anos compreendidos
nos últimos dez com registo
de contribuições, e terá o acrés-
cimo de 20% para o pensionis-
ta que tenha cônjuge a seu car-
go:

— Aumento dos quantitati-
vos mensais das pensões de
velhice ou invalidez dos traba-
lhadores rurais para 350800 e
300$00 conforme se trate do se-
xo masculino e feminino.

 

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Página 3

Simplificação de registo
de mudança de residência
dos condutores

de veículos automóveis

O averbamento da mudança
de residência nas cartas de
condução, implicando a subs-
tituiçao desse documento por
outro e obrigando os interessa-
dos à apresentação de novos
impostos impressos e fotogra-
fias, era um processo muito
Oneroso para os serviços & in-
conveniente para os condutores
que, além de despesas € perdas
de tempo, se viam privados da
sua carta de condução por tem-
po mais ou menos longo, devi-
do aos atrasos administrativos
que ão longo do tempo se fo
ram acumulando, embora de
posse de uma quia de substitui-
ção.

Com o duplo objectivo da
simplificação administrativa e
de facilitar mãos condutores de
veículos automóveis o cumpri-
mento do dever de actualização
dos seus registos, foi publicado
agora um novo disposiítivo le-
gal, — o Decreto n.º 419-78 de
21 de Agosto alterando a redac-
ção do número 12, do artigo
tº do Código da Estrada.

Assim, os condutores de vei-
culos automóveis que mudem de
residência, devem proceder do
seguinte modo:

1. Adquirir o impresso Mod.
200, do Catálogo Diversos da
Imprensa Nacional — Casa da
Moeda. É um impresso do for-
mato do bilkhete postal que cus-
ta $50.

2. Preencher esse impresso
-postal com as seguintes infor-
mações:

—a) Nome complexo; b) Nú-
mero da carta de condução e
Direcção de Viação que emi-
tiu; c) Nova residência, indi-
cantdo frequesia e concelho,

3. O «impresso-postal» de-
verá ser preenchido com letras
maiúsculas, semelhantes à le-
tra de imprensa, para, serem
perfeitamente legíveis. Se pos-
sível, escrito à máquina-

. Expedir para a Direcção-

-Geral de Viação este «impres-
so-postal», depois de preenchi-
do

A expetlição pelo correio se-
Tá feita, obrigatoriamente, sob
registo com aviso de recepção.
No impresso dos correios desti-
nado aão aviso de recepção, os
interessados deverão indicar &
sum nova restdência.

5. Quando os interessados
receberem pelo correio o aviso
de recepção (dois ou três dias
depois da expedição), deverão
juntá-lo à carta de condução,
Tazendo prova de terom conu-
nmcado a mudança de residên-
cia e evitando o levantamento
de auto e pagamento de multa
de duzentos escudos.

6. Como é evidente, os in-
teressalos não devem remeter
à Direcção-Geral de Viação a
sua carta de condução.

Estas normas exltremamente
simples vêm ao encontro da ne-
cessidade de reformar todo um
sistema de tratamento proces-
sual, muito demorado e dis
pendioso para q Administração,
dispensando, por outro lado, as
formatidades, despesas e per-
das de tempo a que até agora
estavam sujeitos os condutores
de veículos automóveis que
mudam de residência.

Sublinha-se novamente que
além da simplificação que se
procurou dar ao procedimento
que agora entra em vigor, una
outra vantagem importa salien-
tar e que é ade o titular de
carta de condução nunca ficar
privado dela.

Cavalheiro

Cavalheiro de posição, educa-
do e de alguma cultura, deseja
conhecer menina entre 18 e 26
anos para fins de amizade e
troca de impressões.

Resposta a: PERESTELO —
C. P. nº 10 — Carmona-Angola.

HHHHHHAHHHHHAHHAHH

Trabalhos agrícolas
do mês de Janeiro

Ainda se semeiam cereais de
pragana, especialmente varie-
dades precoces de aveia e trigo
e os tremoços e centeio. Tam-
bém se semeiam favas, ervilhas
e batata temporã.

Nas terras lisas ou à rasa, no
começo do afilhamento, rolam-
-se as searas de pragana para
que as raízes fiquem mais bem
protegidas contra os frios e as
geadas.

Logo que as searas se adian-
tem convém proceder a uma
adubação de cobertura para
estimular o afilhamento.

Continua-se a limar os pra-
dos de azevem e os lameiros
permanentes, para minimizar os
efeitos perniciosos da geada. À
água de lima pode juntar-se
chorume ou distribuí-lo meca-
nicamente.

Sacham-se as favas e as er-
vilhas, aproveitando a ocasião
para uma calagem quando ne-
cessária.

Alqueivam-se as terras para
arroz que estejam em condi-
ções e fazem-se as correcções
necessárias.

Escava-se a vinha, excepto os
bacelos e as enxertias nas zo-
nas sujeitas a geadas e baixas

temperaturas. Podam-se e lim-
pain-se as cepas e desinfectam-
-se as que tenham sido ataca-
das pela fumagina ou pelo al-
godão. Quando o terreno esti-
ver em boas condições e o tem-
po macio começa-se a empa.
Retancha-se com barbados ou
por mergulhia. Estruma-se e
aduba-se.

No olival, terminada a co-
lheita, lavra-se, — incorporando
estrumes ou adubos, e plantam-
-se estacas ou barbados. Pro-
cede-se à poda nos sítios mais
quentes, preparando as estacas
para meter em viveiro.

Nas hortas e jardins procede-
-se à preparação de terriços,
aproveitando as folhas secas €
outros detritos vegetais. Cavar
e estrumar os talhões ou can-
teiros.

Nas matas, depois das pri-
meiras chuvas, logo que o ter-
reno o permita, abrir covas e
proceder também a sementei-
ras. Marcam-se os pinheiros
para resinagem e continua o
corte de madeiras.

Semear e plantar espécies me-
lferas e verificar se é preciso
alimentar — artificialmente às abelhas.

 

@@@ 1 @@@

 

Página 4

O RENOVADOR

12 de Janeiro de 1974

Requeridos
mais alvarás

PARA INSTALAÇÃO DE F-
BRICAS DE AGLOMERADOS
E DE PASTA PARA PAPEL

Melo & O.º, Ld.º, ou socieda-
de a constituir, com sede em
Lisboa, na Rua da Manutenção,
requer autorização para insta-
lar, no concelho de Tomar, uma
fábrica de placas de madeira
aglomerada, equipada com duas
linhas de fabrico, para a produ-
ção diária de 280 t.

Entrado em 12 de Dezembro
de 1973 (30677).

Sebastião Alves, tendo sido
autorizado, por despacho de 27
de Julho de 1973, a instalar,
em local a designar no concelho
de Abrantes, uma unidade in-
dustrial de produção de pasta me-
cânica refinada e de papéis di-
versos, incluindo o papel de jor-
nal e outros papéis de impres-
são, a partir de desperdícios de
serração, incluindo serradura,
pontas, ramos e alguma rolaria
de pinho, requer autorização
para poder utilizar também ro-
laria de eucalipto na produção
de pasta mecânica.

Entrado em 6 de Dezembro
de 1973 (30 275).

A Cel — Indústria de
Pasta para Papel, S. A. R. L.,
com sede em Cantanhede, de-
tentora da autorização concedi-
da, por despacho de 6 de Junho
de 1972, a Joaquim António Ra-
mos Alves de Sousa, em nome
de uma sociedade a constituir,
para instalar, nos distritos de
Aveiro ou de Coimbra, uma uni-

Cartões
de Boas-Festas

Dos nossos Amigos recebe-
mos mais os seguintes cartões
de Boas-Fesas que com muito
prazer agradecemos e retribui-
mos, desejando a todos um No-
vo Ano repleto das maiores
prosperidades: Daniel Dinis
Nogueira, de Benguela; Manuel
Domingos, do Lobito; Américo
dos Santos Leitão, de Luanda;
Adrião Farinha, de “Tomar;
João Martins Freire, de Lisboa;
José Domingues —“Mendes, de
Corroios; Manuel Ferreira, do
semanário «A Verdade», de
Alenquer.

dade produtora de pasta semi-
química de alto rendimento, des-
tinada, em 85%, ao fabrico de
papel para canelado fluting me-
dium, requer:

1 — Que a utilização de ma-
térias-primas florestais não se-
ja exclusivamente confinada
aos resíduos da exploração flo-
restal ou a desperdícios da
transformação (condição 1.º);

2 — Que a capacidade de pro-
dução seja de um mínimo de
400 t diárias de pasta semiqui-
mica, em vez de 250 t diárias
(condição 2.º) ;

3 — Que a localização da
unidade fabril possa ser alte-
rada para os distritos de Beja
ou de Setúbal, mas particular-
mente para as regiões de Ode-
mira ou de Sines.

Entrado em 10 de Dezembro
de 1973 (30436).

B. S., n.º 417, de 26 de De-
zembro de 1973.

ESCREVEM OS NOSSOS LEITORES

ONDE VAIS PARAR,
BERÇO EM QUE NASCI?
Albirunheira, 28.Dezembro.1973

Ex.mo Senhor Director
do Jornal «O Renovador»

Com os meus cordiais cumprimen-
tos, cá estou de novo roubando-lhe
o seu precioso tempo e ainda um
espaçozinho para a publicação desta
minha carta, caso seja possível.

Mais uma vez aproveitei a quadra
mais linda do ano, para fazer uma
visita aos meus familiares residentes
na Madeirã, Cava e Pessilgal. Porém,
à Madeirã tive que desistir de per-
correr aqueles malfadados 8 quiló-
metros pois considero a sua traves-
sia uma autêntica aventura.

Grande esperança nos anima de
estar para breve o tão falado e de-
sejado alcatroamento entre Selada
da Cava e Madeirã, e ainda a liga-
ção com Pedrógão Pequeno.

Queria endereçar cumprimentos e
um muito obrigado ao grande entu-
siasta e bom amigo senhor Venâncio
Fernandes Mendes, pois é nosso de-
ver fazermos tudo quanto nos for
possível uns pelos outros.

Na Cava lá continuámos a andar
às apalpadelas ou então de lanterna
na mão, pedindo a Deus que o pró-

RECORDAR É VIVER

A CARIA

Todos nós, mortais, que va-
mos vegetando, dia após dia,
neste vale de lágrimas, temos
as nossas recordações. Umas
boas, outras más, o certo é que
as temos.

Se alguém inventou a máxi-
ma que de recordações também
se vive, teve toda a razão.

Eu recordo ainda os meus
belos tempos de criança, as
brincadeiras da idade escolar,
o jogo do fito e da bandeira,
um nunca mais acabar de coi-
Sas que agora passaram apenas
ao escrínio da memória.

Quem me dera recuar no
tempo e tornar a viver essa vi-
da feliz em que não pensava
sequer nos horrores da guerra,
nem nas noites calmas passa-
das no silêncio da selva.

Passou-se em NANCATATI,
aquartelamento das nossas tro-
pas no norte de Moçambique.

Era véspera da Páscoa. AÀA

Assembleia do Glero Diocesano
de Portalegre e Gastelo Branco

Mais de uma centena de sa-
cerdotes da Diocese de Porta-
legre e Castelo Branco estive-
ram reunidos de 26 a 29 de
Dezembro no Seminário Maior
de Portalegre, a fim de celebra-
rem a sua primeira Assembleia
conjuntamente com o seu Bispo.

Dois temas dominaram os
trabalhos: a vida e mistério dos
sacerdotes na hora presente e
no concereto da vida pastoral
diocesana e a situação econó-
mica do clero.

Procurou a Assembleia de-
finir as linhas de rumo concre-
tas em ordem à descentraliza-
ção do «serviço» diocesano, às
equipas pastorais das diversas
zonas, ao próprio estatuto do
padre, quer no aspecto ministe-
rial quer no aspecto económico.
Foi ainda ocasião para uma sé-
ria revisão de vida sobre as
relações adentro do presbitério,
incarnando já de algum modo
o espírito do Ano Santo — Re-
novação e Reconciliação.

A maioria das linhas defini-
das verificou-se precisarem ain-

da dum maior amadurecimento
pelo que foram constituídas vá-
rias comissões para continuar
o trabalho agora iniciado.

A Assembleia foi preparada
ao longo de um ano. Além da
Comissão Diocesana que pre-
parou e orientou esta Assem-
bleia, a cujos trabalhos pre-
sidiu sempre o Bispo da Dioce-
se, ajudaram os trabalhos quer
como moderador quer como ani-
mador espiritual os Rev.º*º Pa-
dres Armindo Duarte de Lisboa
e Dr. Narciso Rodrigues do
Porto.

A presente Assembleia cons-
tituiu uma rica ocasião de re-
flexão e ponto de encontro de
opiniões e mentalidades assim
como de aprofundamento de
aspectos essenciais à vida do
padre e da sua acção na Igreja.
Tal trabalho tem, porém, ne-
cessariamente de continuar em-
penhando cada vez mais todos
Os rTes) áveis pela acção pas-
toral na Diocese a nível de pres-
hbitério.

noite ia adiantada. À sua volta,
um silêncio absoluto como se o
Mundo tivesse deixado de exis-
tir e apenas ele se encontrasse
ali deitado naquela cama velha,
de olhos bem abertos, olhando
fixo o que o rodeava, e em es-
cuta do inimigo. Mexeu-se. A
cama fez um ruído-: Assustou-se
e logo se levantou.

Há cinco dias que se encon-
trava naquele sítio. Esperava
encontrar a paz, o esquecimen-
to. Mas nem uma coisa nem ou-
tra conseguia atingir,

Refugiara-se — nos campos,
sentando-se no capim, lendo al-
gum livro para esquecer aque-
le silêncio, a saudade que a da-
ta festiva lhe trazia e aquela
carta que nunca mais chegava.
Seria que ELA o havia esque-

Quando se aproximou da bar-
raca onde estava de vigia ao
inimigo, viu, sobre um banco
uma carta. Seria aquela que há
tanto tempo esperava?

Aproximou-se — timidamente
com os olhos presos na direc-
ção do pequeno retângulo bran-
co. Não lia, nem sabia bem o
que procurava ali. De repente
repadou que o nome do sobres-
crito era o seu.

Convulsivamente, —arrebatou
o sobrescrito a ver o remeten-
te. Era da que velava por ele,
longe, muito longe…

Leu e tornou a ler a carta.
Pela face rolaram-lhe lágrimas
grossas e suaves. E! percebia-se
que lá dentro, uma enorme ale-
gria o inundava, como num
banho tépido em que todo o
seu ser se sentisse mergulhado
e feliz…

O tempo, o grande devorador
de ideias e de factos, passou já
largo e indiferente sobre mon-
tanhas de recordações e de
acontecimentos. Mas, lembro-
-me ainda como se fosse hoje-
Da minha retina jamais se apa-
gará a imagem daquele solda-
do, perdido em pleno sertão
moçambicano e a felicidade que
aquela carta lhe trouxe. Aque-
las linhas escuras eram para
ele fios de ouro a prendê-lo
suavemente a uma realidade
que lhe absorvia todo o ser
que parecia religá-lo até à eter-
nidade…

Manuel do Rosário Esteves

ximo ano nos traga a tão desejada
electrificação o que já não é sem
tempo.

Foi com grande mágoa que ouvi
dizer que as poucas castanhas, me-
dronhos e azeitonas se não apanha-
vam em parte por falta de braços.
Dai as jornas estarem muito caras e
não compensar. Nas terras de cul-
tivo, já não se fala. Agora deixar-se
acabar a ríqueza número um de ou-
trora, ou seja o tão apreciado azeite
da nossa região, isso á que considero
um autêntico crime. Será que o pi-
nheiro e o eucalipto são a única tá-
bua de salvação de toda aquela
gente?

A caminho de Pessilgal, freguesia
de Sobral, a que laços de família nos
ligam, muito me apraz veríficar que
o ramal de ligação se encontra em
parte bem alcatroado. Quanto ao
restante, tudo indica que brevemen-

Pedrógão
Pequeno

Faleceu nesta vila o sr. Ma-
nuel Martins da Costa, com àa
bonita idade de 96 anos — Em-
barcado para o Brasil em 1898,
no país irmão foi dedicado co-
merciante até 1912. Em 1913
estabeleceu-se na Rua de’S.
Pedro de Alcântara, em Lisboa.
Resolvendo depois casar com a
sr.º D. Elvira Serra, que tinha
um prédio em Lisboa, e vendo
que o rendimento do referido
prédio lhe dava o suficiente pa-
ra viverem, aposentou-se. AÀ vi-
da porém modificou-se devido
à desvalorização da moeda, o
que o levou a passar algumas
privações.

Era uma pessoa muito apru
mada e delicadíssima, extraor-
dinariamente —cumpridor dos
seus deveres religiosos.

Deixa viúva a.srº D. Elvira
Serra, que fica a viver com
suas sobrinhas em Pedrógão
Pequeno. (J: A. A.)

te se vai dar seguimento e bem as-
sim à conclusão da obra. Que seja
para breve são os meus votos.

Nesta pacata povoação ainda fal-
ta qualquer coisa. Apesar de terem
habitações condignas com todos os
requisitos modernos, corrente eléc-
trica, água canalizada, tudo o que
devia existir em qualquer lar, como
disse, falta ainda uma coisa que con-
sidero de primordial importância nes-
te século XX em que tanto se fala
de poluição e defesa da saúde: não
é admissível que as ruas ainda se
encontrem sem o respectivo calceta-
mento. Não sendo natural da povoa-
ção, ainda gostava de ver esse me-
lhoramento realizado.

De regresso a Lisboa, tive o grato
prazer de cumprimentar na Sertã o
Exmo Senhor Director do jornal «O
Renovadom a quem apresentei votos
de feliz Natal e um Novo Ano muito
próspero, extensivo a todos os que
de qualquer maneira colaboram no
jornal.

Atenciosamente grato

V. Alves

EM VIAGEM PARA O BRASIL
Lourenço Marques, 20.Dez.1973
Amigo e Senhor Director

Com os meus melhores cumpri-
mentos.

Serve a presente para lhe apresen-
tar, nesta quadra, o desejo de Boas-
-Festas e as melhores prosperidades
para o próximo Ano, para o meu bom
amigo, sua esposa e filhos.

Daqui lhe ofereço os meus présti-
mos, no Brasil, para onde parto com
meu cunhado em visita; ele em via-
gem de negócios, por um período não
superior de 45 dias.

De lá lhe darei as minhas impres-
sões, daquilo que me prometeu mos-
trar no País irmão.

Se necessitar de qualquer coisa de
lá poderá escrever para aqui, pois
só partimos no dia 21 de Janeiro.

Continua na 2.º página

SERÁ VERDADE?

Há dias fui visitado por um
meu amigo e conterrâneo, pes-
soa que eu já não via há muito
tempo. No decorrer da conver-
sa, contou-me que passou por
uma aldeia lá do nosso conce-
lho (Oleiros) e que viu um sino
dependurado mnuma oliveira e
que a missa era dita numa casa
particular.

Este meu amigo é pessoa que
gosta muito de meter uma «pe-
ta» e nada lhe custa pregar
uma mentira, de tal ordem, que
o ouvinte à primeira vista, fica
convencido que se trata de uma
coisa a sério. Eu, que já o co-

O Sertanense
Futebol Club

tem nova direcção

No passado dia 29 de Dezem-
bro procedeu-se à eleição dos
novos corpos gerentes do Clube
Sertanense.

Não foi muito concorrida a
assembleia, mas sempre se reu-
niram uns 27 sócios que elege-
ram a seguinte direcção:

Presidente, Reinaldo Pestana
Casimiro; Vice – Presidente,
Amâncio da Silva Carvalho;
Primeiro — Secretário, Alvaro
Fernando Carvalho Monteiro;
2.º Secretário, José da Cunha e
Santos; “Tesoureiro, Dionísio
Vicente; 1.º Vogal, Jorge Hen-
rique Gaspar da Silva; 2.º Vo-
gal, José Maria Ferreira.

Os restantes membros dos
corpos gerentes mantiveram-se
quase sem alteração em relação
aos dos anos anteriores.

nheço muito bem, dei uma gar-
galhada e disse-lhe: — meu ve-
lho, essa não pega! No entanto,
ele é que lhe não achou piada
nenhuma e afirma-me que é
verdade e até me disse o nome
da terra.

Será verdade? não sei. Mas
sendo, só poderá acontecer
(desde que seja feito por bem)
por dois motivos:

1.º — A capela ou igreja en-
contrar-se em ruínas e o sacer-
dote ter que tomar providências
para que não houvesse um de-
sastre. Então fez bem.

2.º — Ou, ainda não ter igre-
ja ou capela e o padre e o povo
com toda a sua fé, querer dar
e ouvir missa àquela gentinha.
Eu sei que a região em que isto
está a acontecer (salvo erro)
é gente muito religiosa e sujei-
tar-se-á a ouvir missa de qual-
quer maneira até que venha a
sua igreja. E se é por isso que
o sino está na oliveira e a missa
é dita numa casa particcular,
está de parabéns toda esta gen-
tinha cheia de boa fé e está
dando uma lição ao mundo de-
sordenado sem fé e sem ordem.

Eu, já passei muitos anos na
terra em questão. Não me lem-
bro bem se existia ou não, qual-
quer igreja ou capela. No en-
tanto, quer-me parecer que sim.
Deve ter acontecio aquilo a que
me refiro no n.º 1. Sendo assim,
do mesmo modo, o padre que
tomou a decisão, foi também
prudente e logicamente está
certo o caminho tomado.

Mas se não é por uma coisa
nem por outra? Só peço a Deus
que os ajude a melhorarem a
situação e que Ele vá tendo pa-

ciência com tal desacato.

Joaquim M. Almeida