O Pedroguense nº2 junho 1977

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PROPRIETÁRIO: MPJP

 

CORRESPONDENCIA: Rua do Sol ao Rato, 26-2º LiIsBon2 n Nº2/ JUNHO. /. 77.PREÇO: 5800

| CENTRAL NUCLEAR:

PÃG. &

 

PORQUE SÓ AGORA ?

Esta é a pergunta feita ESA : *
por muitos daqueles que com- tº s Pºquºnº
praram o primeiro numero do ªgua e esgo PARA P’ú âf;
jornal, pois nenhuma Jjustifi- À j oar l SEA
cação lhes foi dada atê ago- : s
ra. : i :

A falta de experiência e


a inexistência de uma verda= : SUMARIU
deira organização interna do

jornal foram os factores que

 

contribuiram para trazo = a

dest Inúmerz.(;;uíroºp?’oblema Cruzadas ( soluçao do flf! EN aaA Pcíg.,Z
que urge resolver é a carên- – . O que diz a CONSTITUIÇÃO ….l11020o Pag. 3
cla de um grupo colobradores | TA

residentes na freguesia dis- O POVO: da Ngíââ Zãgígfs ……… Pag.4
postos apartecipar activamente : ãÉu e õ

na feitura do jornal. Seria agua e esgotos….2cccecos Pag.5
um grupo que entre outras = : e doPuPil PA
coisas asseguraria a divul- Uniao dos Amigo e 9
gação e dlstrlbmçao do jor- -…..’….:……….Pª9-5
nal, enviaria para Eubllcaçaq, & e NTS ABDO PODIS c o ES PAGOÓ
recolheria informaçoes e ateé Actívidade do M.P.J.P. í ‘ 9G
promeveria a discussao do mesmo, Mínistros do antigue regime

SNE recebem pensoes ..icvcccos e RAge6

Isto seria importante para
que o conteúdo do mesmo trouxes

se expresso os anseios e aspi- – : É
: raçõoes do povo da freguesia.
$ P’ s —g Í . ALEIX” PÃG. 7
( Continua na pag. 2) :

 

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No fundo este traria tudo aquilo que os
conterrâneos quisessem e achassem, que

seria de interesse e utilidades gerais,

para que a sua voz Se pudessejfazer

ouvir mais longe.

Assim o jornal melhorará qualitativamente

e quantativamente,o que trâz maiores van-
tagens para todos os leitores e para a
freguesia. Uma ou duas pessoas por aldeia

ou lugar, que se disposessem a ficar com
alguns numeros todos os meses, para vender
aos seus vi?inhos, era o sufeciente, para
que ele tivesse a devida expansao. Por isso
deixamos aqui um apelo a todos os Pedroguen-
ses interessados que nos contactem, para
que em conjunto façamos do ”Pedroguense o
nosso meio de comunicação.

Frizamos ainda que estamos à disposiçãao

de todos para a divulgação de notiícias e acon

tecimentos, que sejam de interesse geral .Bas

ta que no-las enviem,.
Ácerca dos assinantes do jornal podemos

informar que estamos a tratar te toda a par
pelada respeitante à sua legalização e à
cedência do” porte pago ” . to tudo porque
uma assinatura do jornal actualmente ficaria
no dobro do seu custo actual. :

Estes são pois alguns esclarecimentos
que se poem com a continuação do nosso jor
nal.,

ULTIMA HORA

Devido ao aumento do papel e
do material restante (60% em média)
vimo-nos obrigados a pór o jornal
a 5800 por nº.

‘”«O PEDROGUENSE,
PROPRIETARIO 2écA MPJP
PERIORICIDADE ::: Mensal
PREGO. . ccc 58005
DATAS ec RS R ee 30/6/77
CORRESPONDÊNCIA…… RUA: do

SOL AO RATO Nº 26, 2º?andar

LISBOA 2

— n s
AA aa EEA A

«O PEDROGUENSE,
VENDE-SE

LISBOA : CENTRAL do RATO
PEDROGÃO PEQUENO :M.P.J.P.

AECLETEHS 17

— Conheces .a história da sopa de pedra? Pois é a
que vamos passar a comer… Mas só com a pedra,

SoluCõEs

do número anterior

 

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O que diz a Constituição —

Iniciamos neste número a pu-

blicação de Partes da nossa consti-

tuição com o fim de a divulgarmos
junto dos no sos leitores, pois ê
ela a lei f. damental do nosso pais
e s b aíqual fódas às outras (telis)
têm que estar dentro dos param tros
por ela defenidos. :

Os artigos que publicamos e tg-
do o título IV da nossa ConstíEuE—
ção que é dedicado à Reforma Agrária.
Escolhemos esta parte devido ao tema
ser actual, pois a Assembleia da R?—
publica dentro em breve vai discutir

e aprovar à futura lei da ReFormq
Agrária. Segundo o que sabemos hã pe-
lo menos dois projectos-lei em alter-
nativa e tambem pontos factuais em
alternativa.

— Uma caracteristica da: nova lei
a ser aprovada é devido àãs propostas
de lei referirem medidas extensivas
ao Norte, Centro e ilhas.Assim que
obtenhamos todo o material publica
do pelo Diário da Assembleia da Ré-
publicaldívulgaremos partes des-
sas propostas referentes à nossa re
gião, como sejam todos os artigos
que falem do Arrendamento Rural,
dos ex-gremios da Lavoura, do apoio
e constituição de Assoçiaçaos,Ligas
e cooperativas de pequenos e médios
agricultores para a compra de adubos
sementes e outros materiais para sua
utilizaçaão, bem como,para a venda
das sobras dos produtos que cultiva,
do seguro Agriícola, etc.

Ao abrigo do artigo 10hº da Cons
tituição os trabalhadores rurais,
os pequenos e mêédios agricultores, a-
travês das suas organizações próprias
devem dar o seu parecer sob a futura
lei e as várias propostas para a
Comissão de Agricultura e Pescas, As-
sem-leia da Rêpublica, Palãcio deSão
Bento, Lisboa, atéê ao dia 20 de ju-
lho. Os trabalhadores podem ainda so-
licitar audiências àã Comissão de Y
agricultura e Pescas. l|sto tudo terã
que ser feito por escrito.

: ARTIGO 96º ,
& (Objectivos da reforma agrária)

A reforma agrária é um dos instrumentos fundamen-
tais para a construção da sociedade socialista e tem como
objectivos: : :

a) promover a melhoria da situação económica, social
e cultural dos trabalhadores rurais e dos pequenos e
médios agricultores pela transformação das estruturas
fundiárias e pela transferência progressiva da posse útil da
terra e dos meios de produção directamente utilizados na
sua exploração para aqueles que a trabalham. como pri-
meiro passo para a criação de novas relações de produção
na agricultura: :

b) Aumentar a produção e a produtividade da agricul-
tura. dotando-a das infra-estruturas e dos meios humanos,
técnicos e financeiros adequados, tendentes a assegurar o
melhor abastecimento do país, bem como o incremento
da exportação;

c) Criar as condições necessárias para atingir a igualda-
de efectiva dos que trabalham na agricultura com os
demais trabalhadores e evitar que o sector agrícola seja
desfavorecido nas relações de troca com os Outros secto-
res. ,

Í ARTIGO 97º
(Eliminação dos latifúndios)

1. A transferência da posse útil da terra e dos meios de
produção directamente utilizados na sua exploração para
aqueles que a trabalham será obtida através da expropria-
ção dos latifúndios e das grandes explorações capitalistas.

2. As propriedades expropriadas serão entregues, para
exploração, a pequenos agricultores, a cooperativas de

: trabalhadores rurais ou de pequenos agricultores ou a

outras unidades de exploração colectiva por trabalhado-

es. :

3. As operaçõoes previstas neste artigo efectuam-se nos
termos que a lei,da reforma agrária define e segundo 0 –
esquema de acção do Plano. :

ARTIGO 98º
(Minifúndios)

Sem prejuízo do direito de propriedade, a reforma:
agrária procurará nas regiões minifundiárias obter um
adequado redimensionamento das explorações, mediante
recurso preferencial à integração cooperativa d5 diversas
unidades ou ainda sempre que necessário, ao « — a»mparce-
lamento ou arrendamento por mediação d. — rganismo
coordenador da reforma agrária.

(cont. na pá

 

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reunião ENTRE-..

JUNTA deFREGUESTA; ASSEMBLETIA de FREGUESIA
MPJP ; SOCIEDADE FILARMÔNICA A.P.

No passado dia 5/2/77, efectucu-se uma
reunião na viíta de PEDROGÃO PEQUENO entre
94 Ohgaos directivos ja mencionados com a
seguínte ordem de trabalhos:

19 Discussãao e anabise da síituação da
casa do povo perante o MPJIPeaSFAP.

29Anatise e concorndancia das instala-
ções de ambas as partes.

39 VALOS.

Nesta reuniao fez-se uma analise da si-
Iuaçao ate a presente data, no que respeita
a instalação de ambas as pa/ute/s na casa,
retaçõoes entre etas etratando-se ainda de
outras questoes retacionadas com o Seu
Guncionamento.

Como e do conhecimento geral tem havi-
do divergências entre o MPIP e a Fitarmo-
níca no que diz respeito a divisao das
satas, aos direitos e deveres de cada um
na casa, responsabíitidade pelta sua conser-
uaçao tanta moxalt como material.

Depois da intervençaão de varios oxrado-
2s foi detíiberado e Lavrado em acta de
JUNTA de FREGUESIA que o MPJP fíica íinsta-
2ado deginitivamente na casa. Assim fíicou
tecídido que cada cotectiíividade tenha di-
1eito às seguíntes divisoes:

SFAP – actual gabinete, sala de ensaio
sakta anexa.

MPJP – actualt gabinete, bar e sala de
“eitura.

Foi tambem discutido o horario de
:berxíura e encerxamento da casa. Quanto

: Ásto o MPJP fgica o neóponóavez tendo a
Umprisr o Aeguinte honan&o

Segunda a sexta ….. aberntura as 20.30

O POVO DA

hoxras; fecho aàs 24.00 horas,

Sabados, domíngos e feriados…. aber-
tura as 13.00 horas; fgecho a 1 da madrugada.
Foi concedida uma toterância de metia hoxra
para atem da hoxra de encenrrnamento. SubLi-
nhamos que se trata do hoxrario de dias nor-
mais, dado que, como € Logico, não abrange
04 dias de festa, nomeadamente as noldtes
de baílte. ete..

Foií aíinda apneóentada peto MPJP uma
proposta que visa a cn&açao de uma biblio-
teca na casa. Para is50 o MPJIP soltícitou
a cedencia da sata imediatamente anterior
ao gabíinete da FILARMÔNICA. Houve desacor-
do por parte desta Direcção, por falta de
espaço para ensaios no caso de impedimento
da salta habitual. ESts problema veio a pro-
tLongar-se por muíito tempo não se cheªando
a conctusaãao nenhuma, pelto que coube a .
JUNTA de FREGUESTA a decíisao. final. ;

Posterionmente foi por seta comunicado
a D&aecçao do MPJIP a autorízação da cedên-
cia da Sata pedída para Q efectivação da
biblicteca. Neóte momento o MPIP aguarda
o apoio, tanto matexrial como monetario,

“de díiversas entídades ofieimis a quem so0-
Licitou ajuda

 

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NOSSA FREGUESIA

Água E ESGOTOS

Como jaãa é do conhecimento de alguns,

o Gabinete Coordenador do Distrito de Cas-
telo Branco, aprovou o projecto e a actua-
lização do orçamento das obras de constru-
çaão da rede de esgotos e abastecimento do-
miciliário de água da vila de Pedrógaão PeZ
queno, tendo ao mesmo tempo autorizado o
lançamento das obras e a utilização das
verbas com que o Estado as comparticipa.

ESta decisaão agora tomada vem ao encon-
tro de uma das maiores asplraçoes de todos
os .moradores de Pedrogao pois a inexisten-
cia de água ao dom1c1110 e de esgotos E
um.problema que se poe a qualquer nabltan—
te,e não so, que queira viver com um míni-

mo de condlçoes

Sem ambos o bem estar social e o desen-
volvimento do povo de uma vila ou aldeia
estará sempre fortemente condicionado.

Jã que finalmente se vão começar as
obras para instalar agua e esgotos, ê
bom que se comece jã apensar no 1oca1
onde se poderão instalar os sanitários,
necessidade que urge resolver.

As casas de banho, os esgotos e a âgua,
sao problemas que não estão desligados uns
dos outros, pois para haver uns tem neces-r
sariamente que haver os outros. Como tal,

deve escolher-se o local mais conveniente
para que se faça desde jãa 11gaçao devida
a respectlva rede futura. E assim se pou-
pará trabalho e Adinheiro, matando -se dois
coelhos de uma so cajada, como € tão vulgar
ouvir dizer às nossas gentes.

UNIÃO DOS AMIGOS

DE b
PEDROGAO
PEQUENO

Com o pedído de pub Licação recebemos
da UAPP a segínte cíircular:

Prezado contermraheo e Exme. amigo

Depois de um protongado pertodo de
inactividade, pretende um grupo de dedíica-
dos Ped&oguenóeó dar nova vída a Uniaão, re-
conhecendo asua utítidade para defesa dos
interesses da nossa temna.

Decerto que não tera catdo no esqueci-
mento a acção dinamizadora da UAPP no as-
pecto filantropico e regionadista.

Agora pretende despertar dessa Letan-
gia e somos nos que Lhe vamos “injectar”

o Animo necessanio para que não feneçam as
boas vontades e o carinho sempre recebido da
da famíltia Pedroguense.

E por todos reconhecido a serie de ca-
hencias com que se debate Pedaogao Pequeno
necessarias da sotlução para um minimo de
bem estar dos seus habíitantes, mas terao
de ser agíitadas e Ámpuláionadaó

Com ogáím de reunir todas as boas von-
tades e aíinda porque e nosso proposito co-
Loborar em todas as inticiativas que se
pretendam Levar a cabo em P.P., vimos con-
vídar 04 nossos prezados contermraneos a
Ánscreverem-se como 4ocios da UNTÃO,
testemunhando assim o sempre comprovado
amox e carinho peta nossa terra-natal.

Esperando o 4eu bom acothemento a
sugestao que Lhe formutamos, Pelo Pro-
grssso da nossa Tennra.

U.A.P.P.

E DIVULGA|

 

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MOVIMENTO PROGRESSISTA
DA JUVENTUDE PEDROGUENSE

SUBSIDIO

Foi concedido pelo FAOJ ao MPJP um subsidio
de 4000$00 por mes para o desenvolvimento de a-
ctividades culturais.

BIBIJOTECA

Como já é do conhecimento de alguns a sala
destinada à biblioteca é a anterior ao gabinete
da Filarmónica.

Entretanto foi pedido ao FAOJ apoio para
concretizar esta iniciativa, quer atraves de |i
vros, armários, cadeiras, Mmesas… =

Todos os que possar apoiar a formação desta
biblideca podem-no fazer com a cedencia de |i –

vros, material necessaário e colaboração na sua
organizaçao.

teatro

Como é do conhecimento foi publicado no nº1,
um artigo que dava a conhecer a formaçaão de um

grupo de teatro composto por todos os interessa
dos. e

Devido à ausencia de alguns, achou-se conve
niente interomper os ensaios, atê ao inicio das
ferias grandes devido a serem estudantes.

Agora com o inicio das ferias todos os inte

ressados deverão entrar em contacto com a respon
savel. :

XADREZ-

Vai-se iniciar o torneio que es-
tava marcadokha jã algum tempo. Todos os
interessados devem contactar novamente
com os responsâáveis.

PELO
CENTRO CULTURAL
E RECREATIVO

H

f(econt, dá pade3s)

ARTIGO 99º
(Pequenos e médios agricultores)

1. A reforma agrária efectua-se com garantia da pro-
priedade da terra dos pequenos e médios agricultores
enquanto instrumento ou resultido do seu trabalho e
salvaguardando os interesses dos emigrantes e dos que não
tenham outro modo de subsistência.

2. A lei determina os critérios de fixação dos limites
máximos das unidades de exploração agrícola privada.

ARTIGO 100º ”
(Cooperativas e outras formas de exploração colectiva)

A realização dos objectivos da reforma agrária implica
a constituição por parte dos trabalhadores rurais e dos
pequenos e médios agricultores, com o apoio do Estado,
de cooperativas de produção de compra, de venda, de
transformação e de serviços e ainda de outras formas de
exploração colectiva por trabalhadores.

ARTIGO 101º
(Formas de exploração de terra alheia)

1. Os regimes de arrendamento e de outras formas de
exploração de terra alheia serão regulados por lei de
modo a garantir a estabilidade e os legítimos interesses do
cultivador. ;

2. Serão extintos os regimes de aforamento e colonia e
criadas condições aos cultivadores para a efectiva abolição
do regime da parceria agrícola. :

ARTIGO 102º
(Auxílio do Estado) .

1. Os pequenos e médios agricultores, individualmente
ou agrupados em cooperativas, as cóoperativas de traba-
lhadores agrícolas e as outras formas de exploração colec-
tivas por trabalhadores têm direito ao auxílio do Estado.

2, O auxílio do Estado, segundo os esquemas da refor-
ma agrária e do Plano, compreende, nomeadamente:

a) Concessão de crédito e assistência técnica;

b) Apoio de empresas públicas e de cooperativas de
comercialização a montante e a jusante da produção;

c) Socialização dos riscos resultantes dos acidentes cli-
matéricos e fitopatológicos imprevisíveis ou incontrolá-
veis. “ :

n

ARTIGO 103º
(Ordenamento, reconversão agrária e preços)

O Estado promoverá uma política de ordenamento e
de reconversão agrária, de acordo com os condicionalis-
mos ecológicos e sociais do País, e assegurará o escoamen-
to dos produtos agrícolas no âmbito da orientação defini-
da para as políticas agrícola e alimentar, fixando no
início de cada campanha os respectivos preços de garan-
tia. :

ARTIGO 104º
(Participação na reforma agrária)

Na definição e execução da reforma agrária, nomea-
damente nos organismos por ela criados; deve ser assegu-
rada a participação dos trabalhadores rurais e dos peque-
nos e médios agricultores, através das suas organizações

. próprias, bem como das cooperativas e outras formas dq

exploração colectiva por trabalhadores. –

 

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António Aleixo: poeta do povo

ANTÓNIO ALEIXO

Quando não tenhas à mão
outro livro mais destinto,
lêé estes versos que são
filhos das máguas que sinto

Peço às altas competências
perdão, porque mal sei ler,
p’ra aquelas defeciências
que os meus versos possam ter

Não sou esperto nem bruto
nem bem nem mal educado:

sou simplesmente o produto
do meio em que fui criado

Eu jã não sei o que faça
p’ra juntar algum dinheiro;
se se vendesse a desgraça
jã hoje eu era banqueiro

Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer

Ês parvo mas és destinto,

Vemos gente bem vestida;

Neste numero vamos iniciar a divulgação da obra do
poeta ANTONIO ALEIXO, compitada por Joaquim Magathaes
no Ltivro ” Este Livro que vos deixo ” , Esta compitação
contem atem de quadras e owtros versos, dois Autos que
demonstram o caracter poputar da sua obra,

Fatando agora sobre o poeta, sabemos primeiramente
que ete era muito querido peto povo e estimado por to-
dos aquetes que o conhecerxam. Durante a sua vida foi
guardador de rebanhos e cauteteiro, era semi-analgabe-
to e cantava de feira em feirna.

. Ete compunha e improvisava nas mais diversas situa-
çoes e oportunidades. Umas vezes cantando numa feira ou
desta de altdeia outras quando acompanhado por amMigos
numa ceta ou cage, La se saía com uma quadra ou seisti-
tha, a apreciar um dito, fixar um pensamento, a ginali-
sar uma discussãao ou aproveitando traços caicatwriais
de pessoas conhecidas.

À sua poesia xetrata a vida de miseria que Levou e
situações por onde teve de passar. Como ete proprio diz
04 Seus versos sao fgilthos das magoas que sentíu.

És um rapaz instruído
êés um doutor; em resumo,
és um limão que esprimido
naão dã caroços nem sumo.

só ves bem o que tens perto
naão conprendes que te minto
quando te trato por esperto.

Entra sempre com doçura
a mentira, p’ra agradar;
a verdade entra mis dura,
porque não quer enganar.

Sem que p’ró mal me convençam
tenho que fingir assim,

que penso como eles pensam
p’ra que pensem de mim.

Uma mosca sem valor

poisa, c’o à mesma alegria,
na careca de um doutor
como em quaTquer;porcaria.

Hã pessoas muito altas
de nome ilustrado e serio,

porque o oiro tapa as faltas . o

da moral e do critêério. | E Sn

À ds
NS ÁDA

*’*… LN

Enquanto o home pensar

que vale mais que outro homem,
são como cães a ladrar, ;
não deixam comer, nem comem.

no aspecto desassombrada;
sao tudo ilusoes da vida,
tudo e miseria dourada.

 

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Nos uttimos tempos o Governo e a EDP
(Etectricidade de Portugal) tem Kagantado
o probtema da construçao de centrais nuctle-
ares destinadas a resotver a situaçao da
produção de energia etectrica em Porntugal

Peto interesse que tem despertado jun-

to da opnião pubLica e a falta de esclare-
cimento deste assunto ini ciamos neste nu-
merxo a pubLicação de vario material refe-
rnente ao assunto. Todos 04 interessados
peto probLema e que o queiram discutir,
poderão enviar artigos para a sede do for-
nal. : ;

Em 27 de Abxil uttimo com as declarações
do Chanceter da RepubLtica Federal Atema,
Heêmut Schmidt de que Portugal se encontra-
va entre 04 potenciais compradores de um
neactor nuctear produzido naquete patís,
veío aumentar aíinda mais 05 JuUmMOrXeS ACAMCA
da construção de uma central nuctear em
Portugal.

A par disto a EDP inaugurou no passado
dia 12 de Março um símposio sobre energia
nuctear destinado a jfornalistas que visa
preparar a opíniao publica para a aceitação

do projecto ja em curnso para instataçaão de
centrais nucteares. Segundo o “Diario Popu-
Lar”, desde Fevereiro de 1976 que esta cons-
tituída uma coméssao para estudar a revisao
da Legistação retativa a autorizaçaão de
instatações de centrais nucteares que temmi-
nou,ja o seu trabatho, com a apresentaçaão
de uma proposta de Let. ”

Em varios países da Europa a instalaçao

de centrais nucteares e precedido de um vas-
to debate púbLico e depende da intervençao

e autorização das popultações, manigestada
— atraves dos respectíivos orgaos de adminis-

traçaãao regional. ÀA exempeo disto, na Suecia
as Camaras Municipais tem poderes para ne-
gar a instalação de centrais nucLeares no
tennitorio da sua administração.

Em Portugal existem actualtmente 2 tipos
de produção de energia etectrica: centrais
hidricas e centrais tenmicas,

“ Nas hdricas (Barragens do Cabril, Bouçãa,
ete. ) existe uma turbina que & uma especie
de xroda de pas que gíra peta força das
aguas e que faz rodar um altternador, produ-
zindo etectricidade, Nas termnicas [(Carrega-
do e Setubal, por ex.) e utíilizado um com-
bustível, caxvao ou fuel olteo, que depois
de queíimado produz vapor que passa por uma
turbina fgazendo girar um altternadorxr que
produz energia.

Atem destes, existem outros tipos. de
fontes de energia etectrica como por exem-
pL£o as centrais de energia nuclear,sotar,
eotica (força do vento), geotêrmmica ( nas-

“centes de agua quentelg mais um tipo de

“ hes em

e

Destas, tanto o Governo como a EDP atra-,
ves dos seus representantes, so tem consi-
derxado a central nuctear como maneíira de
nresolver o probtema energetico.

— — Nas centrais nucteares o combustível

e o uranio que não pode serx utilizado tal
como se encontra na natuxreza poís precisa
de serxr enriquecido atraves de uma tecnodo-
gia bastante compLtexa, neste momento não
exíistente em Portugal.

centrais, que consiste no aproveitamento do
movímento ondutatorio do max (ondutação do
mar). ,

Noproximo numexo contínuaremos a desenvol-
ver este tema. Analisaremos vaios aspectos
da construção de uma central. nuclear, como
seja o probtema de atteração do meio ambi-
ente, da nossa (íin)dependencia externa, da
críiação de novos postos de trabaltho, ete.
Dívultgaremos tambem a sítuação criada em
Ferrelt devido as obras ja ta egectuadas e
que segundo alguns tecnicos serxa 2a o pihimei
no Local de instalaçaão de centrais nuceea-

EQRTUQAI:. :
colabora :
envia-nos criticas

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