Luz 28-05-1949

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7 Me TF
DEP. LEG. YU é Roe
28 de Maio de 1949 |. 40 46

 

Número único e especial, comemorativo

da inauguração da Luz Eléctrica, fornecida
pela EMPRESA ELÉCTRICA DAS BEIRAS
a CERNACHE DO BONJARDIM.

Colaboram neste número:

DR. FLÁVIO DOS REIS E MOURA
DR. ANTÓNIO COELHO GUIMARÃES
ARTUR INEZ –
DR. GIL MARÇAL

Pp» LUÍS AUGUSTO ROCHA di 181925

SECA JÚNIOR

TEN. ANTÓNIO MENDES NUNES
LEAL DE ZÉZERE
– — JULIO MARÇAL ;
á ARMINDO BLANCO —

 

 

COLABORAÇÃO ARTÍSTICA DE TULIO VITORINOINO

 

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LUZ!

 

 

 

 

Pero DS RA MBA

 

das Festas Comemorativas da inauguração da Luz Eléctrica, fornecida pela Empresa Eléctrica

das Beiras a Cernache do Bonjardim, a que se dignam presidir S. Excelência o MINISTRO

DA ECONOMIA — GOVERNADOR CIVIL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO —

PRESIDENTE, DA CAMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DA SERTA, com a honrosa

assistência de S. Ex.º Revma. o Senhor REITOR DO SEMINÁRIO de Cernache do Bonjardim.

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Dia 28

12 h. — Chegada da Banda Musical da Sertã, que abrilhantará as Festas.
Girândolas de Foguetes.

15 h. — Recepção, pelas forças vivas do Concelho às entidades oficiais e
representantes da Imprensa que honram Sernache do Bonjardim,

com a sua presença.

16 h. — Sessão solene no Salão Nobre do Clube Bonjardim, em que usarão
da palavra vários oradores.

17 h. — Bênção da Cabina e ligação da luz.

19 h. — Banquete em homenagem aos Ilustres Hóspedes de Sernache do
Bonjardim.

21 h. — Baile no Clube Bonjardim. Musica e descantes Populares.

 

 

 

 

AO POVO DE CERNACHE DO BONJARDIM

A Redacção de «Luz!» pede e agradece a todos os Cernachenses que se associem

Ê

ao entusiasmo que a todos domina nesta hora de novas realizações.

Oferece-lhes este número de «Luz!» repositório de opiniões de gente ilustre sem

distinção de credos ou ideologias, na frase lapidar do Sr. Presidente da Câmara Mu-
nicipal.

 

 

Por absoluta falta de espaço não nos foi possível inserir vário original entre ele

um valioso artigo do brilhante jornalista Armindo Blanco.

 

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Fala Sua Excelêncio o

 

Sr. Presidente da Câmara

Dr. Flávio dos Reis e Moura M Un C p a | da S er t à Dr. Antônio Coelho Guimarães
, “

Ex” Sr. Dr. FLÁVIO DOS REIS E MOURA:

“Cernache do Bonjardim vive hoje
horas de transbordante júbilo; e
ainda bem que as vive, através de
todas as suas camadas sociais €
sem distinção de credos
ou ideologias.”

 

 

ER Homenagem EEE =

A todos quantos trabalharam para que fosse uma

realidade a electrificação de Sernache do Bonjar-

dim — primeiro passo para o seu maior progresso

industrial e comercial — consubstanciados nos ilus-
tres edís camarários, Drs.

Flávio dos Reis e Moura
e António Coelho Guimarães

a Homenagem de quantos reconhecem o grande
benefício agora inaugurado. -. –

 

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4 LUZ!

 

 

 

Palavras de Sua Ex.” o Sr. Presidente da Câmara

 

 

 

 

Pedem-me algumas palavras para este número único e especial de «LUZ!».
Mas que poderei eu dizer que interesse e não enfastie os seus leitores?

Não tendo sabido resistir, por imperativo categórico da minha consciência
de nacionalista das horas incertas que precederam o 28 de Maio, ao convite
amigo do então Governador Civil de Castelo Branco e actual do Porto, impru-
dentemente consenti em ser atirado para as linhas de fogo; e a verdade é que,
quem vai para a guerra, há-de por força de lá vir com cicatrizes… ou então
não terá feito e vivido a guerra.

O concelho de Sertã precisa de fazer um grande esforço colectivo no sentido
de recuperar precioso tempo perdido em disputas e questiúnculas sem mérito.
nem grandeza: por feliz me darei se, ainda que a poder de quantas amarguras
me possa acarretar o ter que que relegar deliberadamente para segundo plano ape-
tites descontrolados e exibicionismos quixotescos, a Providência e os meus Supe-
riores Hierárquicos me facultarem os meios indispensáveis para trazer até à Sertã a
Revolução Nacional do 28 de Maio, fazendo conhecer a todo o Concelho, dentro de
uma cadência que concilie as justas prioridades com razoáveis aspirações das popu-
lações em receberem quanto antes o influxo benéfico desta Era de ressurgimento
Nacional, um clima menos desenganado do que aquele que nos foi dado respirar.

Cernaje do Bonjardim vive hoje horas de transbordante júbilo; e ainda bem
que as vive, através de todas as suas camadas sociais e sem distinção de credos
ou ideologias, porque mostra | por forma palpável, que sabe ser grata, colecti-
vamente considerada, ao Governo a quem únicamente deve este melhoramento
que há-de operar em breves anos como alavanca propulsora de melhores destinos
para a região de que é centro de gravitação. /

Comungo com os seus filhos e os seus amigos — no número dos quais peço
licença para me incluir — nesse entusiasmo, e ao sentir tão alta a maré de
contentamento e de reconforto íntimo daqueles que em alguma coisa concorreram
para que a obra de electrificação, que hoje se inaugura, fosse um facto indis-
cutível e insusceptível de interpretações ao sabor das conveniências de cada qual
ou das circunstâncias adequadas ao momento que passa, formulo votos since-
ríssimos para que, no próximo quadriénio, os representantes do Estado Novo no
Concelho de Sertã possam ofertar, não só a Cernache do Bonjardim, mas de
uma maneira geral a todo o concelho, obras que sejam capazes de competir,
e até mesmo de se lhe avantajar, com a da sua electrificação. |

O PRESIDENTE DA CAMARA

 

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SERNACHE DO BONJARDIM

Terra singular de encantos, de tradições notáveis e de pos-

 

 

sibilidades turísticas infinitas e em progressão constante

Tem-se dito e tem-se escrito inúmeras vezes — eu próprio o tenho feito vezes sem
conta, sem outro mérito nem interesse, aliás, que não sejam a verdade e a sinceridade que
ponho sempre nas minhas afirmações — que Sernache do Bonjardim é, sob os mais diversos

e multíplos aspectos por que a encaremos e aprendamos a amá-la, terra singular da Pátria
Portuguesa.

Deste modo, na escassez do tempo de que foi possível dispor para que tivesse também
o grato quão honroso prazer da
minha modestíssima colaboração
nesta interessante «plaquette» co-
memorativa da inauguração da
sua nova luz eléctrica — eu posso
encontrar um novo ensejo, que é
sempre repetido motivo de reno-
vada satisfação espiritual e mo-
ral para poder afirmar, uma vez
mais na minha vida, a veracidade
comprovada e gritante contida na
afirmação axiomática das minhas
palavras iniciais.

Em verdade. a singulari-
dade existencial desta aldeia es-
tranha — apenas aldeia… — re-
sulta de um tal complexo de
factores notáveis de ordem his-
tórica, paisagística, pedagógica,
económica, comercial, industrial,
social, etc., etc., que não é muito
fáci! encontrar reunidos, até em
verdadeiras cidades do nosso País
— e que aguardam apenas a todo
o momento, em potencial infinito
e latente, acção dinâmica e dina-
mizadora dos meus patrícios —
luminado seu espírito por nova
luz de desejável e confiante deci-
são — para que se tornem na-
quela fonte inesgotável da devida
grandeza e do incessante pro-
gresso da nossa terra — que to-
dos, sem distinções de credos ou
de ideologias, tão sinceramente

 

desejamos.
Berço incontestado e glo-
rioso de Nun’Álvares — o mais
legítimo e compreensível título de
orgulho da sua longa tradição histórica — de políticos notáveis e de missionários ilustres,
cuja acção patriótica e imensa nunca poderá ser esquecida — Sernache do Bonjardim

deve primacialmente ao encantamento estranho da sua deslumbrante beleza paisagística,
situada em pleno coração do País, no Sul da Beira Baixa, em planalto maravilhoso de
horizontes vastos e majestosos, sob a vigilância amiga, salutar e circundante das Serras
da Estrela, da Louzã, da Melriça, de Muradal, etc. ,etc., o mais forte e efectivo motivo do

 

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6 LUZ

 

seu justificado renome como estância de eleição, em zona privilegiada de média altitude, para
repousos e veraneios estivais.

Com tudo isto, fica devendo à generosidade criadora do seu típico destino geográfico
um mundo infinito de possibilidades turísticas que — e não sei por que desconhecidas razões
— não têm sido de modo algum aproveitadas na imensidade indiscutível das suas formas
possíveis e compensadoras.

O notável melhoramento que tão jubilosamente estamos comemorando neste número
único de «LUZ!» (e porque não dar-lhe continuidade?…) — e que todos os sernachenses
conscientes e dignos desse nome devem saber compreender e agradecer — vem precisamente
abrir novas e decisivas perspectivas no necessário e urgente aproveitamento turístico, indus-
trial e comercial da nossa terra.

Saibamos aproveitá-las com todo o entusiasmo confiante da nossa dedicação pela
terra linda que nos serviu de berço!

Saibamos erguer os nossos olhos incrédulos e olhemos lá para baixo, para esse célebre
e tão querido Vale da Ursa de tantas e tão gratas recordações, e compreendamos o campo
infinito de possibilidades turísticas e desportivas que a imensa e maravilhosa albufeira da
grande barragem hidro-eléctrica do Zêzere, ali deposta providencialmente a nossos pés, vem
proporcionar num muito próximo futuro, às iniciativas corajosas da nossa terra!

Se soubermos ser inteligentes e audaciosos, que poderemos fazer amanhã daquele troço
encantador do Zêzere — justamente a zona mais linda de toda a barragem — transformado
prodigiosamente num dos mais vastos e belos lagos da Europa, pleno de «fiords» remansosos
e de sonho, circundados por miradoires naturais e admiráveis?…

Já pensaram acaso os capitalistas da minha’ terra e do meu País na infinidade de
possibilidades turísticas e desportivas que o simples enunciado deste facto novo e saliente
no destino geográfico de Sernache do Bonjardim pode proporcionar-lhes e proporcionar-nos
por forma tão largamente compensadora de interesse local e nacional?…

Oxalá o ponderem com inteligente visão todos aqueles que conhecem já a excelência
predestinada desta região montanhosa, sem agressividades violentas, que circunda toda a
zona do Vale da Ursa — e que não percam seu tempo em «vir ver para crer»… todos aqueles
que a não conhecem ainda, mas têm no espírito o sentido prático e inteligente da iniciativa
audaciosa e louvável quanto ao destino e emprego de seus capitais inactivos…

E não esqueçam, então, essa encantadora Serra de Santa Maria Madalena, sem dúvida
um dos mais lindos e vastos miradoiros naturais do País e um dos mais característicos
passeios de Sernache do Bonjardim, singularmente debruçada sobre a imensidade da barragem
— local em que também não compreendo por que mesmas ignoradas razões se não tem cons-
truído até agora uma pousada (tipo Marão) das muitas que já há espalhadas pelo País fora
e tantas delas em locais talvez com menos razão justificativa de tal preferência…

Do mesmo modo entendo que era ali, precisamente, o local eleito, de majestosidade sem
par, onde deveria erigir-se igualmente o Monumnto Nacional a Nun’Álvares — uma imperdoá-
vel dívida nacional em aberto e que tão condignamente ficaria saldada naquele local próprio
e de deslumbramento aliciante e natural.

E vou terminar o muito pouco — o nada, afinal, que deixo dito sobre um tema vas-
tíssimo de interesse moral, espiritual e material para todos os sernachenses e até para todos
os portugueses.

“A inteligência esclarecida de todos deixo a fácil compreensão do muito que a neces-
sidade me obriga a omitir.

Fazendo-o — pelo muito que quero à minha terra — todos compreenderão também
facilmente que, ao abordar assuntos que ao seu progresso e ao seu prestígio se referem, me é
sempre muito mais difícil o «contrôle» efectivo do coração do que o do espírito…

Desejaria, sinceramente, que com todos os seus filhos e amigos se verificasse o mesmo
porque, para mim, considero sernachenses tanto os que o são pelo nascimento como aqueles
que, vindo para aqui fixar-se e exercer a sua actividade desejável, se tornaram sernachenses

pelo coração.
Grandes seriam, certamente, as preciosas vantagens que todos colheriamos do facto.

Sernache do Bonjardim, 28—Maio—4g9.

GIL MARÇAL

 

VISITE SERNACHE DO BONJARDIM, CENTRO DE TURISMO

 

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LUZ! 7

 

Artur Inez, Mestre de Jornalismo, associou-se
ao júbilo de Cernache do Bonjardim.

Aqui arquivamos, com as nossas maiores feli-
citações, as suas justas e brilhantes palavras.

Homenagem

O meu camarada nas letras Seca Júnior pede-me algumas palavras para
esta publicação comemorativa da inauguração da luz eléctrica em Sernache do
Bonjardim, aldeia de que me enamorei desde que há um bom par de anos o
meu velho e bom amigo António dos Santos Júnior a ela me levou, antecipada
e Justificadamente convencido de que o
meu espírito não poderia ficar indiferente
diante das belezas naturais da aldeia, segura-
mente uma das mais lindas de Portugal — e
do mesmo modo certo de que eu teria de
ser tocado pela afabilidade dos seus naturais.

Conto hoje em Sernache do Bonjardim
um bom número de amigos fiéis, entre os
quais avultam o espírito gentilíssimo do Dr.
João Farraia e o meu querido Gil Marçal,
simpático e denodado Quixote de Sernache,
que não conhece desfalecimentos quando se
trata de prestigiar e erguer a nobres altitu-
tudes o estandarte da sua bonita terra natal.

Não podia, pois, sem cair em pecado
de ingratidão para Sernache e os seus habi-
tantes, deixar de aceder à amável solicita-
ção de Seca Júnior, quanto mais não seja
para me congratular com os sernachenses
pelo grande melhoramento agora inaugurado.

Se 6 Certo: que. o. Jacto: de, Se “proceder
à inauguração da luz eléctrica numa aldeia
portuguesa em 1949, em plena época da
desintegração do átomo, da televisão, do
Radar e de outras maravilhas da ciência
o grande e incansável benemérito de moderna, pode de algum modo surpreender
sSernache do Bonjardim e a quem à um outro estrangeiro menos conhecedor da

nossa Terra agradecida deve, desde ( REA NORA A
a o grande melhoramento da luz | nossa pouco mais do que incipiência industrial,
eléctrica cuja inauguração em fo C- me z A .
cimento por nova empresa nésirês não é menos certo de que tal facto é ainda
festeja nesta localidade. Aqui lhe ST / i a E ?
deixamos nesta hora tão grata para susceptível de interessar, movimentando as
todos mais esta pública e merecida | e alegrando-as, as populações das aldeias e

O ptador todos 68. sernacREM ENA lugarejos onde a luz não penetrou ainda…
Junto, pois, a minha débil voz ao côro

alegre e entusiástico dos sernachenses, agora

iluminados pela graça de já poderem andar pelas ruas da aldeia sem o receio
da tirania do horário, que implacâvelmente tudo mergulharia na escuridão — a

partir de certa hora…

 

DR. ABÍLIO MARÇAL

E o MDL NON, A N A PAGINA NUMERO TRL E

 

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8 LUZ!

 

Sernache do Bonjardim

 

B
Notícia: Saibam todos, meus Patrícios,
De lés a lés de Portugal,

Que Sernache teve jus
À receber todos os grandes benefícios
Da Luz!

E quantos, seja dentro, seja fora do País,
Estão entregues aos assuntos do Turismo,
Digam ao estrangeiro e aos naturais
Artistas, ou Turistas,

Famintos de Beleza, ou viajantes,

Que a partir desta data há uma terra mais

A pedir visitantes.

Terra de Sonho e Beleza
Com Princípio, Meio e Fim,
Não se enganou, Com Certeza,

Quem lhe chamou «Bom Jardim»!

Toda a Paisagem me embriaga! E sobra
A luz e a Côr. E tudo o Encanto cobre.
Pintores, venham todos, mãos à obra,

Façamos a vontade a António Nobre.

Glicínias, rosas, flores sempre aos molhos,
Eterna Primavera, eterno Ideal
Vinde a Sernache, enfeitiçar os olhos,
Em pleno Coração de Portugal!
(Inédito)
Maio de 1949.

E SECA JÚNIOR

 

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EU Zo 9
ES
SI MTE

Sernache do Bonjardim, pátria incontestável de Nun’Alvares, o maior vulto
da História de Portugal, vê com jubilo e alegria inaugurar um melhoramento
palpável nas suas legítimas aspirações. Outros verá inaugurar também muito
em breve.

Parece que vai raiar uma nova aurora para a nossa tão linda terra.

Muitas aspirações têm e justas, assim mais dias como o de hoje trarão aos
sernachenses a certeza de que esta terra entrou no caminho do progresso,
elevando-se a si própria e tornando-se mais bela e encantadora. A posição
geográfica, as belezas naturais, as suas nobres tradições são penhor dos nossos
desejos mais ardentes de progredir e avançar no campo de novas realizações.

Com que contamos? Com a boa vontade de todos e ainda com a ajuda dos
poderes públicos que estão prontos a reconhecer e ponderar se aquilo que se
lhes pede é ou não de justiça para assim poderem atender a quem se lhes dirige.
Sernache é merecedora das atenções dos nossos governantes, pois ela foi o berço
de Nun’Alvares e os seus habitantes incarnam ainda os dotes de patriotismo de
que o heroi de Aljubarrota deu sublimes provas.

Alguns dos melhoramentos que vão iniciar-se, como a estrada da Quintã-
-Palhais, o calcetamento da Avenida Dr. Abílio Marçal e construção do edifício
da escola da Quintã, não farão esquecer a necessidade da britagem das estradas
do Pampilhal e Calvaria e ainda outras escolas e fontes de que tanto necessitamos.

É tudo? Não, queremos mais. Pareceremos ambiciosos? Talvez, mas estivemos
tanto tempo quase esquecidos que nos sobram razões para pedir e pedir sempre
com esperança, ou melhor, com a certeza de que seremos atendidos.

Faz-se sentir a necessidade de um plano de urbanização, hoje indispensável
para a boa arrumação de qualquer terra que queira progredir.

Não temos águas canalizadas, melhoramento a todos os títulos absolutamente
justo e necessário. Também não temos ainda, embora em projecto, um jardim
público; não, para justificar o nome do nosso lindo torrão natal, mas para
amenizar as horas de descanço, e quantas de incerteza, dos nossos conterrâneos
que não têm a felicidade de possuir junto das suas modestas cazinhas um canteiro
cheio das mais lindas e variadas flores. Muitos povos da nossa freguesia esperam
ansiosos uma fonte, uma escola, um caminho.

O Governo de Salazar, seguindo a orientação traçada pelos obreiros do
28 de Maio terá sempre em linha de conta a pátria de Nun’Alvares se os seus
filhos, cônscios dos seus deveres patrióticos e sem desfalecimentos, souberem
acercar-se dele.

Por isso hoje, reconhecidos, agradecemos ao Governo da Nação e ao seu
mui digno representante no Distrito, Ex.mº Sr. Dr. José de Carvalho, e ao nosso
Presidente da Câmara, Ex.”º Sr. Dr. Flávio dos Reis e Moura, aquilo que fizeram
e venham a fazer por este recanto da Beira-Baixa. Como beirões, a nossa
gratidão será imorredoura e haverá sempre um «bem haja» para os nossos amigos.

AnTÓNIO COELHO GUIMARÃESARÃES

 

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10 EU SA

 

LEAL DE ZEZERE, jornalista e escritor dos melhores da sua geração, não deixou
de corresponder ao nosso apéio. Orgulhamo-nos pelo belo trabalho que vamos inserir.

FIAT LUX…

O esquecimento, é bem verdade, gera por vezes o remorso. E esquecer-me eu de
meia dúzia de comentários dedicados ao bom e cavalheiresco povo de Sernache do
Bonjardim, na data festiva da inauguração da luz eléctrica, significaria menos consideração
por alguns dos seus filhos ilustres que a amizade prende a mim — indiferença que perdu-
raria transformada em mágoa.

Não… eu não desejo esconder meu júbilo.

E lembrando-os, antevendo-lhes o regozijo, quase me embaraço ao pensar no que
possô ou vou dizer.

Mas, senhores, que considerações se poderão urdir, quando uma terra surge da
treva ou da penumbra, inundada de jorros feéricos, sob o comando e contrôle de botões
minúsculos, premidos pela mão gigante e maravilhosa do Progresso?!…

Tantas e tão várias…

Galopando através da História, no ágil corcel da Fantasia, desnuda-se de chofre,
muito longínqua, a esfumar-se na poeira do Passado, a batalha do homem, na pista da
luz que o alúmie. Ressuscitam visões milenárias de bárbaros antepassados, tentando
estrangalhar a camisa dolorosa da escuridão.

A boca das cavernas, no limiar das cabanas, erguem-se as primeiras labaredas a
iluminarem os rostos atónicos dos pioneiros do Fogo aqueles, que batidos pelas intem-
péries e pelas sombras, tempos sem fim perseguiram até captarem o Elemento que iniciou
uma nova Idade, libertando-os dos frios, espantando as feras que os rondavam, picando
de lumes as noites tórvas que temiam

Sucedem-se as Eras… Rolam os séculos… Os homens vão sacudindo sempre os pêlos
selváticos de primitivos. O cérebro evoluciona, improvisa, adapta, cria e não sossega.
Descobrem gomãs e resinas com que untam os fachos de lenha e palhiço, para melhor
arderem e durarem…

Dos antros das tendas e das palhoças saiem para- pequenas moradias que o engenho
vai alçando. As grandes épocas dos arraiais no descampado, da vida errante de nómadas,
seguem-se as aglomerações, a estabilidade no viver; tomam força as tribos, mães dos povos.
E desenham-se, protegendo o casario dos ladrões e de raças inimigas, as muralhas e as
fortalezas. As guerras tomam folego, e a faiscarem no gume das espadas, nos metais das
couraças, lá estão ainda os brandões resinosos. Mas o reinado das essências e dos óleos
começou também.

Lembremos iúnicamente o azeite que em lampadários de mil formas, clareou as’
faces de inúmeras gerações. Chorou-se, riu-se e trabalhou-se à sua luz.

Derreteram-se a seu calor muitos ódios e dores. Viu amar e viu sotrer.

Seu império gigantesco chegou até nós; e ainda hoje, aldeias fora, alumia rocas
enfeitadas de toucas brancas, brilha nos linhos, e enche de doçura os olhos das velhinhas…

A Humanidade não estacara. A pavios tôscos foi unindo camadas de substâncias
que colheu e experimentou, surgindo a cêra, as velas, as tochas. O clarão dos círios
encheu as catedrais, os conventos soturnos, os palácios e as locandas, sem que o sôpro
dos vendavais do Tempo conseguissem até agora apagar a sua chama…

E o homem não cansou. A passadas de colosso, corre na esteira da perfeição.

A ânsia da luz obceca-o e domina-o. Vem o petróleo, o gás e o acetilene.

As cidades engrinaldam-se com candeeiros, apetecem desesperadamente o dia eterno,
arredando para sempre as cerrações.

E a maravilha… a enorme maravilha rebenta. Eis a electricidade, a chave mágica
que escancarou: uma Epoca e vestiu’o Globo de luzes.

Mas a marcha do Génio será infinda. Depois de nos dar a fluorescência magnífica,
singrará à procura de melhor, eterno e audacioso desbravador do desconhecido. A imaginação
não tem fronteiras. Entrados na Idade Atómica, todas as surpresas são de admitir.

Ele, o mesmo que tirou da fricção de dois paus ou do seixo bruto, o lume com
que se aqueceu e iluminou, não se fatiga, e calcará a rota formidável do Futuro, capaz

 

EE a SR TN AAA NA Pei rd ad NS M ER O RR RR a A E

 

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LUZ! 11

 

A energia eléctrica e a Indústria

Hoje que a energia hidro-eléctrica chegou à pitoresca aldeia de Sernache do
Bonjardim, não quero deixar assinalar aqui, a significação que este grande bene-
fício pode representar no desenvolvimento desta tão prometedora povoação.

Num concelho onde a agricultura é pobre, e pouco compensadora, o interesse
dos seus naturais, pelas pequenas indústrias parece-me que seria a mais acertada
iniciativa, para levantar um pouco o nível de vida da gente que habita esse
pequeno planalto. As lãs, as madeiras, as resinas, as frutas, os caulinos e as
peles constituem matérias-primas abundantes que poderiam ser industrializadas
em pequenas fábricas, criando um modesto centro industrial, agora que a força
hidro-eléctrica chegou a essa linda aldeia.

Até hoje, todos aqueles que albergando na alma algumas aspirações, não

têm podido permanecer numa terra que nenhumas provabilidades de vida inde-
pendente lhes poderia dar. E vêm-se obrigados a emigrar para as terras da
África ou do Brasil, voltando mais tarde, os vencedores, a fixar-se outra vez na
terra que lhe deu o ser, enquanto os vencidos, por lá ficam sem esperança de
voltar para a linda terra, onde viveram a sua meninisse.

É pois com toda a simpatia que vejo as primeiras tentativas industriais,
com a montagem das três pequenas indústrias, que presentemente aí se se estão
a instalar. Tenho que aplaudir sem reserva essa nova tendência de meus
conterrâneos.

Eu avalio bem o alcance desse novo factor na economia da minha aldeia
natal, e já antevejo o futuro prometedor e belo em que os jovens dessa risonha
região, não necessitem mais, de emigrar ao sabor da fortuna para longes terras,
em temerária aventura.

Hoje esse cabo aéreo, condutor da luz, da força e do calor, que pelas
serranias e vales se estende, não representa apenas a alegria das noites caligi-
nosas, nem o calor dos lares pelo inverno, pois ele representa sobretudo a segu-
rança na vida, pelo trabalho honrado, dos jovens laboriosos da minha terra.

O dia de hoje, data gloriosa, representará para Sernache do Bonjardim uma
das datas mais importantes da sua vida, já plena de datas assinaláveis, e eu
neste momento aqui de longe, não posso deixar de felicitar a linda terra, a terra
“amada que me viu nascer,

Maio de 1949.
JúLio MarçaL Corrêa LEONOR

 

 

VISIZE. SERNACHE. DO: BONJARDIM, CENTRO DE TURISMOURISMO

 

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12 EZA

 

 

Cernache do Bonjardim
está em Festa

 

es
: Ba

Entre as grandes preocupações dos povos merecem especial menção, as que se
referem ao seu progresso e melhoria de condições de vida dos seus habitantes. E de
capital importância a solução de problemas, como o da sua iluminação, abastecimento –
de águas e abertura e reparação de estradas e caminhos, meios de aproximação dos
povos dispersos de uma freguesia, da sua sede. Com a solução de um destes problemas,
o da iluminação, Cernache rejubila, e com razão, por haver conseguido o que de alguns
anos era sua legítima aspiração. Possui já uma sólida rêde de distribuição de energia
eléctrica, que levará a todos, quantos o desejarem, um pouco de conforto da vida moderna.

Cernache rejubila, neste dia, e, exteriorizando o seu
júbilo, mostra-se reconhecida a todos quantos, próxima ou
remotamente, contribuiram para a realização de um melho-
ramento, que a princípio pareceria talvez um sonho efémero.
Esforços conjugados e luta porfiada de alguém nos prepa-
raram a alegria deste dia. E deste esforço saíu dignificada
a Câmara Municipal da Sertã, pela actuação inteligente e de
cada instante, do seu ilustre Presidente, o Senhor Dr. Flávio
António dos Reis e Moura. Cremos bem que, Sua Ex.ºi2, a
quem desta maneira protestamos a nossa gratidão, esquecerá,
neste dia de júbilo para si e para nós, os dissabores que lhe
ocasionaram a incompreensão de muitos e espírito de contra-
dição de não poucos. — Centro espiritual de uma vasta região,
Cernache recebe no campo material um benefício que, no
campo espiritual tem dado a tantas almas dispersas pelo
mundo inteiro. Recebe a luz do corpo e tem dado, de há
muito, a luz da alma. Do seu querido Seminário sairam às
levas durante bastantes anos e continuarão a sair, luzeiros
que, animados do amor de Deus e da Pátria, se dedicaram e
Pe Luís Augusto Rosa dedicarão à missão espinhosa de desbravar as trevas do espí-

rito e prender, com a virtude, os corações dos pobres pagãos.

Terra com ambiente propício para progresso, bem

merecia este benefício, que, a meu ver, lhe é início de época

de prosperidade. Este factor, «luz permanente», vem resolver muitas dificuldades… Prin-

cípio de saneamento moral, será um freio para os que, embrenhados nas trevas da noite,

sem temer responsabilidades, têm em menos conta o respeito devido à pessoa do seu

semelhante. A indústria local nascente, tem na energia eléctrica um poderoso incentivo

para o seu desenvolvimento. Surge a oportunidade da melhor solução do problema de

abastecimento de águas à população, dada a absoluta necessidade de uma bomba eleva-

tória, que, accionada pela corrente eléctrica, será de grande economia para a Junta de
Freguesia que se empenhar em resolver este magno problema.

Em igualdade de circunstâncias está agora o particular, que habilitado a montar
bombas nos seus poços, vê resolvido em parte e econômicamente o trabalho das regas.

Tudo isto nos é motivo de alegria. Parece-me antever já a realização da «visão de
sonho», que o P.º Cândido Teixeira nos narra no seu livro intitulado: «Sernache do Bom
Jardim, traços monográficos». Cernache está em festa e, com alegria, começa a usufruir
de um grande melhoramnto.

A este outros se seguirão se, cernachenses e nossos amigos, unidos num mesmo
esforço, trabalharmos pelo progresso da nossa terra, que, a meu ver justamente o merece.

O seu passado orgulhoso, preparará o seu futuro risonho.

E Cernache do Bonjardim continuará, com maioria de razão a ser uma das mais
lindas e apetecidas estâncias de turismo. Continuará a ser uma das mais lindas terras
do nosso querido Portugal. Por tudo isto Cernache está em festa.

 

Maio de 1949.
P.E LUÍS AUGUSTO ROCHA

Prior de Sernache do Bonjardim

 

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LUZ! 13

 

 

 

 

Homenagem Continuação da página número sete

“Sim, misturo a minha fraca voz à dos que jubilosamente erguem neste momento
hinos de louvor ao progresso da luz que se fez nas ruas de Sernache do
Bonjardim.

Mas antes, exige-mo o coração que porfia em ser justo, quero deixar aqui
duas palavras de Saudade e de admiração por essa grande e nobre figura de
republicano e democrata que foi o Dr. Abílio Marçal, o homem a quem Sernache
do Bonjardim mais ficou devendo, pelo amor que lhe consagrou e pelos sacri-
fícios que lhe ofereceu sem mira no prémio, que foi, em alguns casos, a injustiça
feia e a ingratidão negra.

É de festa o dia de hoje. Nela comungo e nela me integro. Mas não o faço
sem ir ali abaixo ao pequenino cemitério de Sernache depor duas rosas no
túmulo desse honrado português que foi o Dr. Abílio Marçal, para quem
Sernache do Bonjardim foi glória, foi paixão — e algumas vezes foi martírio…

ARTUR INEZ

 

 

 

 

FI A T L U X ses Continuação da página número dez

de transformar talvez a própria carne em braseiro prodigioso que tudo afogueie… Só
desejamos que a ambição vaidosa que vitimou um Ícaro, não gere nova hecatombe, e não
mergulhe o ideal sublime dos grandes inventores no lodaçal do crime e na ruina final,

Pine

Fiat lux… Nunca como no nosso tempo, estas duas palavras, quase intimativas,
tiveram tão completa resposta.

Faça-se a luz… — Rezam as Escrituras — foram palavras do Criador.

E a treva fugiu, surgindo a claridade.

Século XX. Fiat lux… Preme-se um botão e golfadas igneas desabrocham dos
espaços… Ra e

ê Agora que a energia eléctrica chegou à bela e farta Sernache do Bonjardim, o
«E tat Lux…» do Velho Testamento torna-se, com justiça, também realidade para os bons
filhos desta nobre terra. A alegria enche os peitos. Partilhando-a com os novos contem-
plados do Progresso, daqui os saúdo efusivamente, daqui lhes desejo que a pomba da
paz não abondone jámais os píncaros do seu casario, que a prosperidade não murche nos
seus campos úberes, que nas ramadas dos vergéis não cessem os gorgeios dos pássaros…
Que pela calada da noite, no luminoso silêncio dos seus adros, assentem arraiais as
Deusas da Concórdia e da Fartura,

Que ao novo bafo civilizador, sob a fronde incandescente da Técnica, frutifiquem
as ideias, os planos industriais e as realizações; e que a histórica Terra avance, confiante,
para o futuro glorioso a que tem jus

Lisboa, Maio de 1949.
LEAL DE ZEZERE

 

 

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14º: LUZ!

 

m Frente

«— Não há obstáculos intransponíveis. Há sempre um
caminho para a frente. Basta coragem para decidir o modo de
passá-los: se atravessando-os, escalando-os ou contornando-os.»

I — Arreigada nos espíritos mais timoratos ou menos esclarecidos, “a falsa
concepção da pobreza concelhia, foi a administração municipal condicionada a
essa circunstância tornada axiomática, a causa do estatismo a que se chegara.

Penúria ilusória, porque encerrou num ciclo vicioso causas e efeitos da
mecânica do progresso desejável e possível.

Pobre — não podia valorizar-se; valorizando-se — não teria meios de enri-
quecer.

Destruída a premissa sofística num rasgo de entusiasmo e devotação, com
serena mas obstinada coragem inverte-se aquela concepção normativa, na ridente
promessa de um dinamismo ignorado há mais de um quarto de século.

Foi possível assim encarar a partir desse momento novas perspectivas e
possibilidades que outrora seriam apenas fantasias mais ou menos aliciantes.

Um homem dicidira e escolheu o modo de ultrapassar o obstáculo.

H — Do conjunto, isolando por interesse a fim, o empreendimento vasto
e quase ousado da electrificação do nosso concelho, não pode imputar-se como

desmerecido, todo o relevo em salientá-lo.

– Fonte inesgotável de múltiplas utilizações, a electrificação é, de certo, a

mais sólida, a mais poderosa alavanca da prosperidade e da riqueza.

Quer económica, social, artística, científica ou cultural, apenas, a electrificação
é sempre riqueza imediata ou em potência,

Do aspecto particular, bem pode dizer-se que ela é sempre o complemento
necessário e suficiente do progresso efectivo e útil do mundo actual.

Sernache do Bonjardim está pois, com dobrada razão, festejando tão Iinsigne
melhoramento.

Com dobrada razão, digo, porque se lhe antevê um promissor futuro, Já
do facto em si, já porque dispondo de corrente eléctrica há mais de 20 anos, e,
conhecendo as possibilidades da valiosa energia, não podia tirar dela o rendimento
conveniente.

HI — Fixando porém, em conjunto, embora necessariamente vago, o potencial
comercial e industrial de Sernache do Bonjardim, porventura creio que, não
obstante dispor já de grandes e esplêndidos estabelecimentos — incluindo um
óptimo mercado fechado e coberto, o fornecimento da energia eléctrica permanente

lanente

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+ LUZ! ad 15

 

permitirá, por lógico, um desenvolvimento maior ainda, e, a criação de novos
ramos, pela acessibilidade de potência.

Exceptuando as instalações fabrís da importante Casa Vaz Serra — com a
solução de energia privativa — todas as outras iniciativas se debatiam contra
a impossibilidade prática de força utilizável.

Por isso, como exemplo, — e ainda porque é justo salientá-lo — os serna-

chenses não devem esquecer nunca, que foi justamente devido à actuação da
‘ Casa Vaz Serra, pela solução apontada, que não sofreram mais profundamente
e em integral extensão — especialmente o comércio — prejuizos morais e mate-
riais de suas crises de ordem vária. ;

Por ali se dispor de força motriz permanente, foi possível erguer essa enorme
fonte de riqueza local, como sua notável Casa Agrícola, Serração de madeiras,
oficinas mecânicas, esplêndidas carreiras de óptimos auto-carros, etc.

O que aí fica, porém, parece-nos suficiente como elemento ilucidativo do
que é, e do que deverá ser amanhã, esta terra cheia de latentes possibilidades reais.

E, essas possibilidades vão materializando-se já através de novos empreendi-
mentos comerciais e industriais: Lanifícios, malhas, novidades, camisaria, moagens
de cereais, cafés, lagares de azeite.

Ligeira referência, inopurtuna talvez. A intenção desculpa-a.

É com mágoa que não possamos associar a vizinha localidade de Nesperal,
que igualmente anseia pelo resgate — do olvídio —.

Pequena distância a servir, em baixa tensão, justifica o diminuto dispêndio.

E, juvenis embora, eu creio, firmemente, as novas iniciativas serão o incentivo

para o progresso a estuante vitalidade de contidas energias.
De novo fulgará a apagada chama em seus olhos renunciantes!…

Maio de 1949.

AntTÓNIO MENDES NUNES

do

 

 

 

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Número especial e único, dirigido e editado por um GRUPO DE AMIGOS DE SERNACHE
DO BONJARDIM ;

Composto e impresso no CENTRO TIPOGRÁFICO COLONIAL, Largo Rafael Bordalo
Pinheiro, 27, 28 e 29-1.º — LISBOA Tiragem de 2.000 exemplares

 

O produto da venda desta edição destina-se exclusivamente a fins de. beneficência

 

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