Eco da Beira nº5 13-09-1914

@@@ 1 @@@

 

EseRRa nao rrenan orpamcamam

 

1º

 

Certã, 13 de Sete

DA

 

 

 

 

Assinaturas:
Ano… Pa, . 120
Semestico o
5sbooo

Brazil (moeda brazileira). ..

Anuncios, na 3.2 e 4.2 página 2 cen-
tavos a linha ou espaço de linha

&
a

a a dh 8

PROPRIEDADE DO CENTRO REPU

cxemreseereemanmenes

DIRECTOR — ABILI

Editor e administrador— ALBE

 

 

 

ICANO DEMOCRÁTICO
MARÇAL |

O RIBEIRO

Ea
a
a
&

É

SERNACHE DO BONJARDINI

Publicação na Certã

 

Redacção e administração em

 

Composto e impresso na Tipografia Leiriense Ec

LEIRIA

 

PARA ÁFRICA

No momento em que escreve-
mos sulcam já o oceano naus
portuguesas conduzindo 3:000
soldados que ali vão defender a
integridade da pátria e tomar
posições nesta tremenda confla-
gração que alastra por todo o
mundo.

Sem dúvida que a nossa ac-
ção ali não vai ser meramente
defensiva.

Não é de crer que êsses 3:000
homens se tenham deslocado de
Portugal, em duas expedições
escrupulosamente organizadas —
as mais bem municiadas que te-
mos enviado —para defendermos
da Alemanha o nosso patrimó-
nio, agora que a sua bandeira
começa a ser arriada nas forta-
lezas da Prussia oriental e a
águia prussiana esvoaça já, de-
sorientada, nas gargantas dos
Voges.

Outro deve ser o seu fim.

Seja como fôr, nós vamos por
efeito da nossa comparticipação
na guerra, como aliados da In-
glaterra, ocupar o posto que nos
foi marcado, E

Seja qual fôr a missão desti-
nada à expedição, o exército
português saberá cumpri-la com
honra e glória, com a abnega-
ção e com o heroísmo que é a
divisa do soldado lusitano.

Vão com êles as nossas saú-
dades e os nossos entusiasmos.

A êsses nossos irmãos nesta
pátria comum, que neste momen-
to partem, alegres e despreocu-
pados, no cumprimento dum glo-
rioso mas duro dever, com os
olhos fitos na bandeira do seu
querido Portugal, que é a ban-
deira da liberdade, hoje o pregão
da humanidade, enviâmos as
nossas calorosas saúdações!

enseada
ANTÔNIO COSTA

Está em Sernache, na sua casa
do Pampilhal, com sua ex.”2 esposa,
êste nosso querido amigo, um dos
mais conceituados comerciantes da
praça do Póôrto.

As-visitas de António Costa Ã
sua terra natal são sempre motivo
de regosijo para os seus amigos,
que são todos aqueles que com êle
tratam e sabem apreciar os. primo-
res do seu carácter lial e da sua al-
ma bondosa.

Um grande abraço de boas vindas!

pese
Está melhor, podendo conside-

rar-se livre de perigo, o sr. padre
António Serra, com o que sincera-

— mente nos congratulâmos,

 

 

POLITICA LOCAL |

DDT

A minoria da Câmara Municipal

vem de requerer, com a nota de ur-
gente, a convocação de uma sessão
extraordinária, com o fim de tomar
contas à comissão executiva das ir-
regularidades praticadas na arrema-
tação da ponte da Galeguia!

Não consideraremos agora o fun-

damento ou legalidade do pedido,
que está afecto à decisão do sr. pre-
sidente da Câmara. Ele o resolverá
com a serenidade e espírito de jus-
tiça que inspira todos os seus actos.

Nós falaremos depois.
Referimo-nos sómente, por hoje,

as intensões e ao fim a que mirou
o pedido de convocação.

Qual a intenção da minoria?
Perturbar os trabalhos da Câma-

Ta.

Qual o seu fim?
Fazer escândalo.
Não sabemos se a minoria pen-

sou bem antes de assumir a atitude
que tomou.

Cremos que não, mas bem me-

lhor seria que nela e nas suas con-
sequências reflectisse, se ainda é
tempo.

* Desde o princípio que a maioria

tem revelado o mais tolerante espí-
rito de conciliação, a que a minoria
não tem correspondido, e oferecido
e pedido uma cooperação sincera e
leal, que a minoria tem persistente-
mente repelido.

Ela desviou prudentemente, de

todos os seus actos a inspiração de
quaisquer rivalidades locais.

Ao elaborar o seu orçamento ela

mantera em favor da Certã todas
as verbas do orçamento anterior, e
algumas, mesmo, as aumentou.

Em Sernache, até hoje, não se

gastou um centavo a mais do que
nos anos anteriores!

Votou-se a celebrada ponte da Ga-

leguia, nem ela podia deixar de ser
aprovada em face da maneira como
lhe foi feita oposição.

Mas não mais nela se pensou, pa-

ra evitar susceptibilidades, nem por-
ventura se pensaria senão fôra os
arautos.

E, ainda assim, ao dotar a sua

construção no orçamento a maioria
nada foi buscar às verbas de benefí-
cio para a Certã: cortou todas as
verbas de Sernache, incluíndo a de
400 escudos que lá tinha para fon-
tes e calçadas.

A minoria não quiz reconhecer a

isenção e correcção dêste procedi-
mento, entendendo que melhor lhe
convinha adoptar a atitude de intran-
sigência que tomou.

Ninguêm põe em dúvida a impor-

tância e necessidade de tal obra:
simplesmente se lhe opõe que ela
prejudica a Certa.

Mas, então, o critério da adminis-

tração municipal pode vasar-se e
conter-se em tão acanhados moldes

de não se fazer uma obra
Certã é contrariada ?

porque a

Não poderia honestamente admi-

tir-se que se despresem as necessi-
dades das outra freguesias do con-
celho só porque a satisfação dos
seus benefícios possa, próxima ou
remotamente, afectar a capital do
concelho.

Alêm disso, o critério é funda-

mentalmente falso,

 

 

“Quanto mais rico e mais próspe-

ro estiver o concelho e mais fomen- –

tado de melhoramentos, mais im-
portante será a Certã, como sede
dêsse concelho rico e próspero.

E o critério seria novo e não se-
ria leal, porque a Certã desde sem-
pre que tem vindo cuidando de si
sem querer saber dos interesses das
outras povoações, sem cogitar mes-
mo se o dinheiro aqui consumido
seria indispensável ás necessidades
de outras freguesias.

Mas, dado que a ponte fôra um
desperdício ou significasse um ca-
pricho, bem diverso devia ser o pro-
cedimento da minoria.

Aceitasse-o como facto consuma-
do, mas aceitasse tambem a colabo-
ração que lhe era oferecida,

Fôsse ‘a Câmara pedir os meios
de fazer uma obra que fôsse de uti-
lidade para a vila e de alguma ma-
neira a indemnizasse do prejuízo
que porventura lhe causasse a pon:
tg.

Isto é que seria correcto e patrió-

+ tico.

Assim é que se faria alevantada
administração, evitando: prejuízos é
procurando compensações mas em
obras novas,

Melhorando e transformando sem-
pre: levando benefícios a todo q
concelho, que tem 14 freguesias pa-
ra pagar e deve ter outras tantas
para receber.

Mas a minoria pensou diversa-
mente e entendeu que a melhor ma-
neira de defender os seus interesses
e os do concelho eram a dessa gri-
taria em que se lançou irritante e
intransigentemente. Tudo lhe serve
para especulação.

Levanta do chão as mais despre-
síveis palhetas de lixo.

E, senão, veja o público o caso
da convocação.

A comissão é acusada de ter adop-
tado uma planta que não foi feita
por um técnico, e para a arremata-
ção da ponte não foi pedida autori-
zação à direcção dos serviços hidráu-

-“licos.

Veja o público que negregados
crimes !

Mas não é verdade!

A planta e o orçamento foram
feitos por um profissional competen-
te. E as diligências a fazer perante
o govêrno foram feitas pelo sr. pre-
sidente da comissão executiva junto
da 3,2 repartição da Direcção Geral
dos Serviços Fluviais e Marítimos,
pela forma e no tempo marcado na
Jej: /

E é para isto que se convoca,
uma sessão extraordinária !

Como se a comissão fôsse uma
tutelada da Câmara e a maioria ti-
vesse a imbecilidade de estar a atu-
rar os desvarios da minoria!

Não faz administração, faz políti-
ça:

Não orienta; especula.

Ofereceram-lhe uma boa vontade
—repeliu-a.

Pediram-lhe a sua leve coopera-
ção : recusou-a,

Para se lançar neste turbilhão de
agitações e impertinências, provo-
cando e explorando, como se al-
guêm se arreceiasse das suas arre-
metidas. E

Mau caminho, mau caminho!

O futuro lhes dirá quão impruden-
te e insensata é a sua atitude ! |

 

7

” Colégio das Missões |

Está aberto concurso para preen-
chimento das vagas de alunos exis-
tentes nêste instituto. 15

As condições de admissão cons-
tam do edital que adiante publica-
mos.

Nêste colégio fica êste ano já de-
finitivamente instalado o curso ge-
ral dos liceus.

O método de ensino, a distribui-
ção das disciplinas, os livros, à or-
ganização escolar, emfim, é rigoro-
samente a das leis de instrução se-
cundária e do regulamento dos li-
ceus.

Pode ser frequentado por alunos
externos, de ambos os sexos.’

A matrícula é gratuita.

Os pais dos estudantes receberão
trimestralmente um boletim de fre-
quencia, com as notas da sua apli-
cação; comportamento eestado sa-
nitário. Poco

E” um grande benefício, sobre- |
tudo para os povos desta região.

ape É
bh OZEesS…

Informa a da Beira:

«Em virtude de não ter reunido a Câma-
ra Municipal nas últimas segunda e quinta
feira do passado mês de Agosto por falta
de maioria e havendo assuntos a tratar de
reconhecida urgência, uma parte dos ve-
readores, requereu uma: sessão extraordi-
nária que deverá ter lugar na próxima se-
mana,

— PE. E na próxima.

E.se quer mais cedo é só mandar
dizer.

E sabem quais são os assuntos
de reconhecida urgência?

A ponte da Galeguia!

E não lhe passa.

Que coisa lhe havia de dar.

e

À mesma voz, dando conta de te-
rem sido removidas as decantadas
pedras:

Ora aínda bem. Felicitâmos os morado-
res da Rua do Valle e os que por alli te-
nham que transitar. Ao sr. Chefe-de Con-
servação os nossos agradecimentos, visto
termos contribuido alguma cousa para este
desideratum.

—Lá isso contribuiu.

Em se ter calado no número an-
terior. :

E a câmara tambem: em ter de-
sistido da tal reclamação.

Um sexteto de vereadores quer
para ali uma sessão extraordinária
da Câmara, a fim de fazer em fani-
cos a comissão executiva, que man-
dou fazer a obra sem as formalida-
des legais, que afastou concorrentes,
que fez ditadura… o demónio !

Um horror! .

A. tal obra-—claro é-—é a ponte
da Galeguia. Que não se pensa
agora noutra coisa !

E o drama vai
lar-se : –

O sr. presidente, a correr, coma
urgência que lhe foi recomendada,
de olhos fechados e sem querer sa-
ber da lei, vai convocar a sessão.

A maioria-—está claro-—acorre Ã
chamada, comparecendo, . penitente
e submissa, de baraço ao pescoço.

assim desenro-

 

@@@ 2 @@@

 

E senta-se nas cadeiras, como reo
em mocho de tribunal.

Começa o julgamento.

O sr. Tasso fulmina numa acu-
sação cerrada.

O sr. Luís Domingues troveja
tropos contundentes.

sr. Albano invoca as unhas
aduncas.

O sr. José Bernardo despede raios
de indignação.

O sr. Figueiredo apoia estrondo-
samente.

E a maioria, submissa, condena-
da a ouvir…

Um dêles balbucia uma moção
de confiança, que não chega a votar-
se porque o respeitável público in-
tervêm em manifestação expontá-
Nedraim

Está encerrada a sessão.

Estão salvos os interesses urgen-
tes do município.

A maioria retira-se.

O sexteto comentaria, risonho e
triunfante :

Que imbecis!

Nós também:

Que patetas!

Com um T para cada um!

*

Ainda andam aos tombos com a
ponte da Galeguia.

Forte teima!

Agora, por causa dela, foram-se
os únicos fundos disponíveis, fica a
Câmara sem cabedal, os municipes
molham os pés, os russos andam
de «muxila» e já não vão jantar a
Berlim !…

Aquilo não é uma ponte. E” um
cataclismo !

 

 

Ainda a ponte

AD

O nosso presado colega « União
Figueiroense», referindo-se ao caso
da ponte da Bouçã, escreve o se-
guinte : : <

A propósito da construção da
“Ponte sóbre o Zézere e ceifando os
louros alheios, o sr. senador Tasso
de Figueiredo dirigiu ao jornal
evolucionista-camachista-talássico,
desta vila, e ao «Eco da Beira», que
valentemente defende a política de-
mocrática no concelho da Certã,
sob a hábil direcção do nosso ilustre
correligionário e amigo dr. Aúblio
“Marçal, as cartas que a seguir
transcrevemos déste último jornal.

No presente número, não dizemos
também da nossa justica, por falta
de espaço, mas fa-lo-hemos no pró-
ximo, porque é preciso que se saiba
que o partido democrático de Fi-
gueiró também meteu a sua colhera-
da no assunto, em devido tempo, e
é justo que não fique esquecido.

Por agora, limitâmo nos a confir-
mar, em tudo e por tudo, o que se
diz no «Eco da Beira» acérca da
intervenção que teve o director dês-
se jornal na construção da referida
ponte, sem o que, estamos certos
disso, ela não terra ainda começado.

Tem razão.

Efectivamente, tambêm a comis-
são municipal do partido republica-
no português de Figueiró dos Vinhos
representou ao govêrno.

Dessa sua intervenção, sem dú-
vida valiosa, nos foi dado conheci-
mento ou no directório ou no mi-
nistério do fomento. E já com o
director da União haviamos con-
versado em Figueiró, combinando
uma acção partidária comum.

Afinal de contas e bem diluido
tudo, mui pouco ou nada fica para
o sr. Tasso. Sómente foi um dos
muitos sinatários duma das muitas
representações que se fizeram a tal
respeito.

E foi pedir ao Partido Republi-
cano Português, emprestado, um
benefício que o seu partido não foi
capaz de lhe fazer..

Para poder dizer que também ti-
nha feito alguma coisa por êste des-
graçado concelho.

E todo o seu activo.

Tamanho alarido!

Por tudo isto!,..

 

 

 

ECO DA BEIRA

E igreja do Golégio das Missões

Já nos ia esquecendo falar da se-
cularização dêste templo e respon-
der às acusações que à administra-
ção “do Colégio de Sernache foram
feitas na Voz da “Beira.

Vamos hoje fazê-lo com toda a

“calma, embora não fossem essas,

primitivamente, as nossas disposi-
ções.

Quando o actual director daquele
instituto entrou no exercício das suas
funções, em Fevereiro do corrente
ano, já aquela igreja havia sido de-
finitivamente encerrada ao culto e
destinada a biblioteca e museu.

Sôbre a sua secretária encontrou
êle, vindo do ministério da instru-
ção para informar, uma representa-
ção da junta de paróquia de Serna-
che pedindo paramentos e objectos
do culto, que o Govêrno pudesse
dispensar.

Dêste facto informou o director o
presidente da junta, que já não era
a mesma que tinha representado,
comunicando-lhe, ao mesmo tempo,
que iá fazer subir a representação,
com informação favorável.

Foi-lhe, porêm, respondido que
era propósito da junta pedir o tem-
plo ao Govêrno, para igreja matriz
e que, assim, melhor-era sobreestar
na devolução da representação.

Ao director do Colégio pareceu
pouco viável essa ideia e duvidou
mesmo da competência da junta pa-
ra fazer mudanças de girejas matri-
zes, dado mesmo que êsses fossem
realmente os seus propósitos.

Todavia, prestou-se a sondar as
disposições de quem teria de resol-
ver o assunto. E assim fez.

A resposta que lhe foi dada, con-
tendo já considerações que, de per
si só, muito embaraçaram a preten-
ção, conciuia por uma objecção que
a comprometia irremediavelmente!

As repartições competentes enten-
diam que, em face do Código Ad-
ministrativo, a junta não tinha atri-

buições cultuais nem competência ‘

para intervir em tal assunto.

Só, pois, seria de aceitar o pedi-
do, se êle viesse duma associação
cultual, regularmente constituida, ou
da junta de paróquia, sim, mas co-
mo agrupamento cultual, nos termos
em que a constituiu uma portaria
do ministério da justiça. Só assim o
Govêrno examinaria a pretenção.

Isto é irrespondível!

Repelida a solução pela junta, pre-
judicado estava o seu pedido.

Entretanto, com inexactidões e de-
turpando factos começou a fazer-se
em volta do caso uma campanha
pouco séria e não faltou quem rom-
pendo com conveniências que não
devia obliterar e até com o próprio
dever profissional andasse a fazer
propaganda insidiósa contra o direc-
tor do Colégio.

Este deu-se por desentendido, mas
com a resolução de não mais tratar
o caso com quem por tal forma pro-
cedia.

Assim foi que, sempre com os me-
lhores e mais conciliadores propó-
sitos, êle sugeriu a um digno ecle-
siástico, professor do Colégio, que
lhe manifestou a sua mágoa pelo in-
sucesso da pretenção, um expedien-
te que, a nosso vêr, conciliava to-
dos os interesses e aplanava todas
as dificuldades.

Essa solução era a seguinte:

Um grupo de individuos de res-
peitabilidade pedia e tomava de ar-
rendamento aquele templo e as ne-
cessárias dependências.

O director do Colégio não criaria
dificuldades, o govêrno não seria
decertu exigente, e desta maneira a
igreja reaberta ao culto com todas
as suas imagens e devoções.

Este meio de solução foi comuni-
cado ao sr. dr. Joaquim Correia
Salgueiro, e, entretanto e para co-
meçar desde logo a facilitá-lo, o di-
rector do Colégio mandou suspen-
der as obras de transformação que
ali se andavam fazendo.

Esperava êle que alguêm pegasse
nêste expediente que era duma sim-
plicidade extrema, mas como por
toda a parte há mais quem diga as-
neiras do que quem tenha umaideia
aproveitável e saiba ou queira pô-la

em prática, é certo que ninguêm

 

 

mais perisou no caso senão para an-
dar a cochichar calunias e a leva-
as colunas dos jornais.

Nessas almas não aflorou sequer o
interesse, O zêlo da conservação da
queles ricos paramentos, alfaias,
imagens e tantos objectos de valor
e saudade que ali existem e todos

“Jhe seriam entregues no arrenda-

mento.

Não: borbulhou sómente o pruri-
do de dizer mal, de intrigar e de
éstragar tudo!….

Nestas circunstâncias, o director
do colégio destinou a capela-mór
a museu de arte sacra, transferin-
do para ali todos os altares, ima-
gens e insignias religiosas, que exis-
tiam na igreja, com a sua mesma
disposição e ali conserva tudo com
um escrúpulo e respeito que podia
servir de exemplo a muita gente.

E, emquanto aos objectos do cul-
to que não merecem lugar no mu-
seu, sabe-o articulista da Voz da
Beira o que fez o director do colé-
gio?

Indicou ao govêrno que os distri-
buisse pelas freguesias circumvisi-
nhas, e o govêrno aceitando o seu
alvitre, autorisou-o a essa distribui-
ção. X

Veja o «missionário». como êsses
paramentos, vasos, insígnias, ima-
gens e adornos para o culto vão,
com a nota ainda simpática de. au-
xílio a freguesias pobres, ás quais
tais objectos serão. concedidos logo
que elas os peçam, indicando as
suas maiores necessidades.

Nem mesmo nas coisas mínimas
o «missionário» é verdadeiro.

O director. do colégio não man-
dou escavacar os confissionários.

Apenas mandou inutilizar um,
porque estava em mau estado: os
outros deu-os a eclesiásticos, e o
que lhe levou a notícia bem podia
talvez ter-lhe dito quem. pediu e
obteve um…

Finalmente, é insidiosa, e indi-
gna a referência feita ao reitor do
colégio que nada teve nem tem com

* êste caso da igreja, que está muito

fora das suas atribuições.

Aqui ficam os factos expostos em
toda a sua nudez e com toda a sin-
ceridade: o público que. deles jul-
gue e da correcção e boa vontade
com que procedeu o director do
colégio das missões.

Do que fica. exposto vê bem o
«missionário» da Voz da Beira que
foi injusto nas suas acusações e me-
nos verdadeiro na sua exposição.

Não sabemos se se determinou
por iniciativa própria se procedeu
por conta alheia.

Nem disso cogitamos.

A acção tem o mesmo valor —
caluniar.

Tem a mesma intenção—ferir.

E o mesmo fim — malquistar um
funcionário.

O «missionário» pode ter ficado

bem com a sua consciência, se ela
é acomodatícia, mas ficam sem dú-
vida em conflito com os seus deve-
res sacerdotais, que não lhe permi-
tem atitudes tais, que nós, mais ge-
nerosos, queremos atribuir apenas
a uma ingenuidade ou a uma levian-
dade.

O «missionário» é um padre, e,
mesmo como jornalista, não pode
esquecer a sua qualidade de minis-
tro duma religião, que é de tole-
rância e de caridade, e que tem co-
mo culto inalterável o amor: da
verdade.

Foi o jornalismo que num passa-
do bem recente cavou uma grande
parte dos males presentes que a
igreja sofre. Sirvam-lhe os exem-
plos do, passado de lição para o
futuro.

Não repila deturpando factos:
atraia desculpando os êrros alheios.
Use da sua inteligência mais para
convencer do que para condenar.

O «missionário» escolheu o jor-
nalismo para campo de acção das
suas faculdades de trabalho e de
inteligência.

Tomou uma posição de destaque.

Maiores são as suas responsabili-
dades.

Se a sua inteligência e a cultura
do seu espírito lhe permitem distin-
guir-se e elevar-se é honrar o seu no-
me, a sua religião e a própria casa

 

 

 

que o educou, para que ha de des-
cer e dedignar-se em criticas infeli:
zes em que nem ao menos manteem
o respeito pela verdade?
O senhor poz o seu nome na ca

beça dum jornal onde escreve arti-

gos que se distinguem por algum
bom senso e gramática, mas a seu
lado brilham, numa pomiscuidade
repugnante as concepções filosóficas
da “Pulquéria e da Estrudes e a
crítica genial e conceituosa de Fer-
reira de Vaquinhos e de Vaz Upa,
numa deturpação grosseira da bela
língua portuguesa, como se o jornal
fôra escrito nas vielas do bairro de
S. Sebastião !

Com o seu nome, que eu supo-
nho dum homem de bem e inteli-
gente, o senhor cobre chocarrices,
como as do último número, que
não se recomendam pela gramática,
sem graça ou espírito que as tóle-
re, num português que termina por
uma graçola de bordel e escritas
com. o fim odiento de meter a ridi-
culo um incidente da vida privada
duma família digna e respeitavel e
que não teme confrontos com a do
autor da: local.

Um jornal feito da vida particular
de cada um, com referências até as
criadas de servir!

Um bom ouvido para andar a es-
cutar às portas dos visinhos e vir
denunciar nojornal’o que por lá
ouviu !…

Aí fica a nossa resposta, em que
fazemos ao «missionário» mais jus-
tiça do que êle nos dispensou, a
nós, de quem não: tem’ agravos e

– em quem devia ao menos reconhe-

cer-mais bom senso e. patriotismo
do que aquele que, pouco evangéli-
camente, nos concedeu.

CGondolências

Ao nosso presado amigo dr. Fa-
rinha Tavares e a todos os seus as
enviâmos, mui sinceras, pelo faleci-
mento de sua irmã D. Palmira.

J. Paula Antunes

Vindo de Londres, onde esteve
watando de importantes negócios
financeiros, regressou a Lisboa o
nosso querido amigo, Joaquim de
Paula Antunes, a quem Sernache
deve assinàlados serviços.

Ás nossas boas vindas.

as isto

Estação telegráfica da
Gertã

Chegam-nos informações duns in-
cidentes ocorridos na estação telé-
grafo-postal desta vila a propósito
da apreensão dum jornal, duma: tal
gravidade, que nós chegâmos a he-
sitar em dar-lhe crédito.

Segundo as nossas informações,
indo ali um empregado da’ adminis-
tração para fazer’a apreensão da
“Restauração, não poude fazê-la por-
que a encarregada da estação já ha-
via entregado os números daquele
jornal a um indivíduo que desafiou
o funcionário administrativo a que
lhos apreendesse.

A mesma empregada ainda teria
intervindo: na diligência afirmando
que certos números do jornal não
podiam ser apreendidos porque não
estavam compreendidos na ordem
telegráfica que lhe tinha passado
pelas mãos!

Nós ‘pasmâmos do que se está
passando em algumas repartições
desta vila.

Os factos a que vimos de aludir,
com os episódios que os acompa-
nharam, que entendemos dever ca-
lar, se são verdadeiros, são de ex-
trema gravidade e reclamam a ime-
diata intervenção das autoridades
superiores.

Cada um pode ter, particularmen-
te, as opiniões que forem do seu
agrado e pertencer ao partido que
lhe apetecer: dentro da repartição
tem que ser um funcionário da Re-
pública, à qual deve lialdade, e ao
exercício das suas funções o maior
escrúpulo e circunspecção,£o,

 

@@@ 3 @@@

 

LITERATURA

UMA HISTÓRIA VULGAR

Ela era, quando eu a conheci, uma
esbelta rapariguita de seus catorze
anos, pálida e loira, como as mado-
nas de Rafael Klopstock; nos seus
olhos, de um azul puríssimo, trans-
parecia a candura de uma alma de
virgem, como através das águas lim-
pidas de um regato, se descobrem
as finas areias do seu leito doirado.
Encontrava-a todos os dias no meu
caminho, seguindo rente das casas,
modesta e recatada, vestida pobre-
mente, os fartos cabelos de oiro
mal sujeitos pela renda grosseira da
mantilha Retborida! numa das mãos
o-cesto da merenda; e fazia-me tris-
teza pensar que essa figurinha gra-
ciosa se estiolava, de manhã á noite,
nalguma oficina de costureira, lutan-
do já pela vida numa edade em que

 

tantas raparigas só cuidam em folgue-

dos ajudando talvez a confeccionar
vestidos caros, que ela nunca pode-
ria usar, e porventura despertariam
no seu espírito pérfidas ambições. E
depois, tão só, pelas ruas da cidade,
exposta ás insolentes grosserias dos
devassos, aos pretenciosos galanteios
dos conquistadores de ofício…

Como todas as manhãs nos cruzá-
vamos na mesma-rua, quer o sol
doirasse as pedras da calçada, ou a
chuva caísse em torrentes, saudáva-
mo-nos em silêncio, num breve olhar
de simpatia, sem que nunca eu pre-
tendesse indagar quem ela era, adi-
vinhando apenas, no rosto pálido da
criança todo um quadro de comove-
dora miséria — essa miséria que. se
oculta em mansardas frias e estrei-
tas, ignorada e sem amparo. E, o
que nela simplesmente me encanta-
va, era aquele olhar feito de ingénua
pureza, que serenamente pousava no
meu, com a inefável doçura: de uma
carícia, como a claridade suavíssima
de uma estrêla; e talvez o som da
sua voz, por mais fresca e harmonio-
sa que fôsse, bastasse para quebrar
o encanto em que andavam meus
olhos enlevados.

Num dia em que deixei de a ver
senti a invencível melancolia dessas
manhãs pardacentas, em que o sol
se esconde por detrás de espesso
biombo de nuvens: tão indiscutível
império o hábito exerce despótica-
mente sôbre toda a creatura! E na
verdade o hábito uma segunda natu-
reza: ele constitue o laço indissolú-
vel que estreita duas vidas, quando
delas se evapora a embriaguez efé-
mera das primeiras carícias…

Quantos actos singelos da nossa
existência se tornam hábitos cada
vez mais profundamente enraizados?
Um amigo meu tinha por costume
dar esmola a um pobre aleijado, que
estacionava à esquina de uma das
ruas do trajecto que diáriamente per-
corria; de uma vez encontrei-o ta-
citurno e atormentado, como se al-
gum desgosto o oprimisse: confes-
sou-me não ter avistado naquele dia

o seu pobre no lugar habitual, e ape-
sar de haver dado esmola a muitos
outros, sentia que alguma cousa lhe
faltava… Em meio da saudade que
nos deixa a ausência dos entes que-
ridos, ao recordarmos amargamente

a cada instante, os seus gestos cos- .

tumados, as suas palavras habituais
não sentimos mais viva a dôr que
nos alanceia e mais profundo o vá-
cuo em volta de nós?

Assim foi com verdadeira alegria
que, dias passados, tornei a vê-la,
descendo a rua com o seu passinho
leve, com o mesmo ar de ingenui-
dade. Mas, ao aproximarmo-nos, no-
tei, com pesar, que nela havia qual-
quer coisa diferente: uma saia mais
comprida, o loiro cabelo ondulado
em bandós, um apuro mais cuidado-
so em toda a sua pessoa — pequeni-
nos nadas muitas vezes inocentes,
que revelam o despertar do coque-
tismo feminino, nessa idade, cheia
de encanto e de mistério, que asra-
parigas se tornam mulheres, mas que
nela me davam a impressão de uma
vaidade, perigosa para quem, nova

e bonita, caminhava indefesa pela

vida, e a meus olhos levemente em-
baciavam a candura da sua alma,

como a geada inclemente cresta e

 

 

 

 

ECO DA BEIRA

amarelece as pétalas delicadas de
uma rosa em botão. –

E desde então dia a dia, a cada
encontro, como o jardineiro recioso
espreita o desabrochar das suas flô-
res, eu ia observando o suave cres-
cimento do seu busto gentil, onde a
curva dos seios começava a dese-
nhar-se graciosamente, a modelação
cada vez mais perfeita, dessa figu-
rinha galante, toda frescura e moci-
dade.

De uma vez, os seus olhos azues
fixaram mais demoradamente os
meus: aos labios finos aflorou-lhe
um ténue sorriso, de indefinível ex-
pressão, e a alvura das suas faces,
coloriu-se levemente, ao mesmo tem-
po que um furtivo raio de sol pul-
verizava de scintilações cromáticas
o oiro fulvo dos seus cabelos…

E depois dêsse dia nunca mais a
avistei; mudara talvez de bairro ou
de oficina. A tristeza que me cau-
sara o desaparecimento daquela vi-
são de sonho, foi-se pouco a pouco
diluindo em novas impressões.

Mais de um ano passara. Uma
noite, no Coliseu, o meu binóculo
investigador, descobriu na penumbra
de um camarote, um rostosinho pá-
lido, emoldurado em loiros» cabelos

ondulados sob um caprichoso cha-

peo de fartas plumas negras.

Tive um sobresalto de mal repri-
mida surpresa: nas linhas daquele
perfil gracioso, havia uma flagrante
semelhança com a rapariguita ino-
cente e modesta, que outr’ora co-
nhecera; quiz certificar-me, e aguar-
dei-a á saida.

Era ela, não podia duvidá-lo !

Luxuosamente vestida, o busto
gentil envolto numa peliça cara,
atravessou o átrio, altiva e magesto-
sa como uma rainha, atraindo todos
os olhares, escoltada por dois rapa-
zes alegres. Ao passar junto de mim
como antigamente na rua, reconhe-
ceu-me, e o seu olhar desviou-se do
meu, as suas faces ruborizaram-se,
como naquela manhã em que pela
primeira vez me sorrira: a recorda-
ção do passado honesto que a minha
presença lhe despertou, sem dúvida
acudiu-lhe ao pensamento, numa lu-
fada de vergonha e de desgôsto…

Depois subiu com os seus com-
panheiros para o auto, iluminado e
florido, que num ronco surdo, aos
silvos da sereia, rodou numa nuvem
de fumo. .

A meu lado alguêm comentava:

— Aquela teve sorte, subiu depres-
sa!

E emquanto o automóvel desa-

‘ parecia veloz, projectando longe na

calçada.a luz intensa dos seus fócos
eu fiquei sismando como: depressa
tão baixo descera-aquela raparigui-
ta modesta e recatada, que todos
os dias encontrava no meu caminho,
pálida e loira como as madonas de
Rafael, franzina e delicada como
um serafim de Klopstock, em cujos
olhos de um azul puríssimo trans-
parecia a candura de uma alma de
virgem, como atravez das águas lím-
pidas de um regato se descobrem
as finas areias do seu leito dourado.

Lisboa 1912.
cd. Cardoso dos Santos.

A GUERRA

Do nosso presado colega Primei-
ro de Janeiro, na sua carta de Lis-
boa, transcrevemos a seguinte notí-
cia, que é deveras curiosa e impres-
sionante :

«Um facto que mostra até onde
pode ir a crueldade da guerra:

Há trinta anos, uma senhora por-
tuguesa casou com um alemão ; viu-
vou dêle ao fim de um ano de casa-
mento, tendo um filho. Passados dois
anos de viuva casou com um fran-
cês de quem teve tambêm um filho,
rapaz hoje de vinte e quatro anos;
o filho do alemão tem vinte e nove.
Cada um dos filhos, seguiu a nacio-
nalidade dos respectivos pais; um, é
cidadão francês, e outro súbdito ale-
mão. Os dois irmãos são amicíssi-
mos; a mãe quer-lhes, a ambos, com

apaixonado amor. Rebenta a guerra: :

e os dois são intimados a partir!
Sairam’ no mesmo dia; um, a com-

 

 

bater pela França, outro, a comba-
ter pela Alemanha. Imagine-se o que
seria o abraço derradeiro dos dois,
e o que teria de saudade, de deses-
pêro, de dôr, o coração da pobre
mãe! Nem pode pedir a Deus por-
que as orações por um filho são co-
mo que o abandono e o desprêso

pelo outro. Contaram-me a scena do.

último adeus, Vieram-me as lágri-
mas aos olhos, tamanha impressão
senti!

AGRICULTURA

Aves úteis e nocivas

 

 

Entre os lavradores inteligentes e
observadores é hoje bem sabida a
utilidade da maior parte das aves.
Se é conveniente proteger aquelas
que à agricultura prestam relevan-
tes serviços, não é menos útil ten-
tarmos reduzir o numero daquelas
que lhe são nocivas. Convêm pois
que todos saibam distinguir umas
das outras e por isso deixâmos aqui
arquivado o resultado da nossa lei-
tura sôbre êste importante assunto.
São conhecidas como aves úteis Ã
agricultura em geral as seguintes:

A Cegonha, que se sustenta de
reptís e batráquios.

O Grão-duque, come por ano mais
de 4:000 ratos. |

A Garça-real, defende a espécie
bovina das moscas e mosquitos para-
sitas. :

O Córvo, engole por dia uma
quantidade prodigiosa de vermes
brancos (rôsca) e larvas de muitos
insectos variados que vivem escon-
didos na terra.

O Peto, limpa dos insectos a ma-
deira velha das árvores.

A Codorniz, come vermes bran-
cos (rôsca) e pequenos insectos.

O Cuco, tem um valor inestimá-
vel porque caça as lagartas peludas
que as outras aves não podem co-
mer.

O Tórdo, engole por ano mais
de um milhão de insectos nocivos.

O Estorninho, alimenta-se de in-
sectos e alêm disto é muito guloso
por saltões e gafanhotos.

A Calhandra, ataca os vermes,
grilos, e ovos de formigas.

O Verdegaio, limpa de insectos

as partes corrompidas das árvores.

A Cotovia, alimenta-se especial-
mente de vermes, grilos, saltões e
larvas de formigas.

O “Rouxinol, é um grande des-
truidor das larvas das formigas, que
particularmente aprecia.

A Andorinha, tem um estômago
que póde absorver seguidamente
uma média de 340 insectos.

A Coruja, destroe as toupeiras,
os ratos ordinários € os arganazes,
que infestam os ricos celeiros dos
lavradores e devóram as sementei-
ras e frutos das árvores.

A Toutinegra, caça no ar as mos-
cas e mosquitos, e limpa as árvores
dos pulgões.

A Carriça, alimenta-se de lagar-
tas.

O Pisco e o Chasco, apanham
moscas e mosquitos.

A Alvéola ou Lavandisca, come
insectos, incluindo o gorgulho que é
a ruína dos celeiros.

O Pardal, devora o verme bran-
co (rôsca), os bezouros, moscas, pul-
gões, grãos de sereais e gramínias.

O Môcho, devora numeorsos in-
sectos nocturnos e crepusculares.

O Melro, come lêsmas, caracões
e minhócas.

A Perdiz, não come só trigo como

“muita gente supõe, mas sim outras

sementes, e durante a postura gran-
de quantidade de formigas e larvas
das mesmas.

O Tentilhão, não se alimenta só
de grãos mas de moscas e outros in-
sectos.

A Rôla, come de tudo, tanto insec-
tos como sementes.

Alêm das “aves citadas, são tam-
bêm úteis o picapão, o milharuco,
o peneireiro, a poupa, a trepadeira,
o gaivão, o noitibó, a folosa, a me-
gengra e 9 tentilhão assim como to-
das as aves de rapina nocturnas Ã
excepção do bufo.

Destruir qualquer destas boas

áves, estragar-lhes os ninhos, caçar .

em massa qs exemplares novos, é

 

praticar um acto de ingratidão.
Quais são as aves nocivas à agri-

cultura? São a garça, a águia, o mi-

lhafre, o açôr, o gavião, a pêga e o
gaio.

De certo alguns leitores extranha-
rão que não cite o pardal incluido aci-
ma no número das avesúteis. E” por-
que o pardal apesar de comer bastan-
tes grãos de trigo, tal prejuizo com-
pensa-o êle com a restante alimen:
tação de que se nutre.

Pelo menos é esta a opinião da-
queles que se teem dedicado a tais
estudos. idos

Se alguêm resolver declarar-lhe
guerra não me surpreenderei visto
saber que há 100 anos ainda a Cá-
mara da Certã tinha uma postura
obrigando os- moradores do têrmo

a apresentar-lhe um certo número
de cabeças de; pardal, assim como a –

Câmara de Vila de Rei tinha idên-
tica postura a respeito dos gaios.
Sendo de grande vantagem con-
servar as aves úteis, como protegê-
las?
(Continua)

P* Cândido Teixeira.

ANUNCIOS

EDITAL

Colégio das Missões Ultrama-
rinas em Sernache do Bom-
jardim. E

Abilio Corréa da Silva Marçal,
bacharel formado em direito e di-
rector do Golégio das Missões UI-
tramarinas:

 

 

Faço saber que, perante esta se-
cretaria e por espaço de trinta dias
a contar da data dêste edital, está
aberto concurso para o provimento
das vagas de alunos, existentes nês-
te Colégio. Ho

Os concorrentes deverão enviar a
esta secretaria dentro do referido
prazo os seus requerimentos, reco-

nhecidos por um notário e instruido’

com os seguintes documentos :
1.º—Certião de idade, pela qual

mostrem ter mais de doze anos e

menos de dezoito;

2.º— Atestado de bom comporta-
mento, passado pelo administrador
do concelho ;

3.º—Certidão do registo criminal;

4.º-—(Certidão de exame de instru-
ção primária do 2.º grau;

5.º— Atestado do médico afirman-
do que é de robusta constituição e
não padece de moléstia contagiósa.

Os concorrentes poderão tambêm
juntar, com êstes documentos, ou-
tros que demonstrem melhores ha-
bilitações literárias. :

Os concorrentes que vierem a ser
admitidos, como alunos, deverão
apresentar-se nêste Colégio no pra-
zo que lhe fôr indicado em aviso
desta secretaria, com o enxoval e os
livros que no mesmo serão indica-
dos.

Nêsse acto, por termo lavrado na
secretaria, seus pais ou tutores, pes-
soalmente ou por: procuradôr, darão
a necessária autorização para o in-
ternato do aluno e compromisso das
suas obrigações, e, com fiador idó-
neo, tomarão a responsabilidade de
indemnização quando o aluno venha
a abandonar o Colégio ou a ser dêle
despedido por culpa sua.

Sernache do Bomjardim e secre-
taria do Colégio das Missões Ultra-
marinas, 26 de Agosto de IgI4.

O Director,

Abílio Marçal.

 

Cândido da Silva Teixeira
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quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na terapeutica,

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ros gastriços, putridos ou parasitarios;—nas preversões digestivas derivadas

das doenças infeciosas;—na convalescença das febres graves; —nas atonisa

gastricas dos diabeticos, tuberculosos, brighticos, etc.,—no gastricismo dos
exgotados pelos excessos ou privações, etc., etc.

Mostra a analise bateriologica que a Agua da Foz da Certã, tal como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das especies patogeneas
gue podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma certa acção microbi-
cida O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios apresentam porém re-
sistencia maior.

A Agua da Foz da Certã não tem gazes livres, é limpida, de sabor le-.
vemente acido, muito agradavel quer bebida pura, quer misturada com

da DEPOSITO GERAL
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