Eco da Beira nº17 06-12-1914

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120
Do
Sooo

 

Brazil (moeda, brazileira),-

Anúncios, na 3.º e 4% Página 2cen-

“= tayósia linhã-ou espaço | E nn

PORTUGAL |:
“NA GUERRA

Na sessão exlidstaha is do
Congresso, do. dia.23, 0 Parla-
mento português votou; por una
niimidade, a proposta do sr. pre-
sidenté’do minis
zá O govêrno a intervir directa e
ostensivamente; na guerra, – Está,
pois, Portugal lançadorna: con»
flagração eúropeia, a que talvez
em breve devamos mais propria-

– mente chamar a conflagração
universal.

Quando êste. jornal: fôr grab
cado; certamente estará decreta-
da a mobilização parcial e em
breve os soldados portugueses
marcharão para.o teatro das ope-
rações, para, em confraterniza-
ção com o exército aliado, com-.
baterem pela gloriosa causa da

liberdade, contra as, OpFSAsorAs
hostes germânicas,

O momento é eo trágico e
decisivo. :

“AO exército português a, “Pã-
tria confia neste momento a glo-
riosa bandeira dum Portugal-no-.
vo; coma fé de que êsse exérci-
to se cobrirá “de glória e “essa
bande ira voltará de lá inscreyen-
do nas, suas pregas tantas datas
gloriosas quantos os combates
em que “a” legião Pontagura a
desfraldar:

– Este transe solene, ‘não é de
desânimos mas. de: entusiasmos.
E? preciso que o país se levante
como’um só homem para afir-
mar a virilidade e o patriotismo
dum povo que quer viver, com
honra.e. glória. e. inscrever, em
traços sublimes o nome-de Por-
tuúgal nas’páginas keroicas e bri-
lhantes da história da humani-
dades. E

A nossa vontade, a nossa ati-
tude é -o nosso: dever foramma-
“gistralmente definidos pela pala-
vra elognente de Afonso Costa,
no seu memorável discurso par-

lamentar, nos períodos vibrantes
que-em, seguida transcrevemos :

1o«Q sra dr. Afonso Costa: — À
“proposta que acaba deser lida
“na “mesa representa o corolátib
lógico da resolução parlamentar
de 7 de agosto findo, e o que
“hoje se nos pede não são pala-
vras, nem aquelas que possa di-
tar o sentimento mais puro e ele-
vado, mas actos, O primeiro dos
quais, base constitucional dos
outros, é o voto do: Parlamento,

 

 

 

 

rio que é autori- á

!

pe

 

su

“votô que eu desejas siiE una-
nime, para se saber, não apenas
dentro das fronteiras, mas; nO
mundo inteiro, que Portugal cam-

“pre sem hesitar, con serenidade

e firmesa, sem excluit o próprio
entusiasmo, os seus. deveres de
nação livre, mas ao mesmo tem-
po aliada da Inglaterra: (Muitos
apoiados). Trago o-meu Voto à
proposta do góyérno, porque a
proposta sôbre a base das nego-
ciações, com a Inglaterra, que
constani/em resumo da nota que
acompanha “essa proposta; tra-
duz; ao mesmo tempo,o’ prófun-
do respeito das’ duas nações uma
pela outra’e o entranhado afecto
que-as une-e que vai consolidar-
se é fortificar-se na nossa, perfei-
ta e estreita solidariedade até no
campo, «militar, com a nossa, Ye
Tha aliada. .O meu, voto, o voto
do partido aque tenho a honra
de-pertencer, está assegurado-á
proposta, mas) dámos-lhe’o’sij

 

 

 

 

ficado não apeiias de palavras

ou de votos, mas. de actos, | ue
precedem: outros actos que-nós
sabemos terem uma: imensa im-
portância “e poderemos mesmo
dizer uma gravidade na vida do
pais, os. quais fazem prenunciar

 

que-o: Portugal novo que nós

fundamos em 1910,:com-o esta-
belecimento da República, en:
controu na hora, ao mesmo tem-
po trágica .e convulsionada da
actual guerra europeia, a-base
mais: firme do seu désenvolvi-
mento rápido e progressivo,
Vozes: — Muito bem.

» O! orador :-—-Não se é grande”

senão sofrendo eo que se nos
pede e o que estamos ‘ dis-
postos a fazer deliberadamente
ésofrer pelo direito, é sofrer pe-
lo dever e é trabalhar, como ge-
ração “sacrificada pela vitória,
pelo. progresso, pela expansão,
pela cultura e civilização das ge-
rações; portuguesas que nos su-
cederem.(Prolongados aplausos).
Dêste lugar, sr. presidente; é em
nome dó partido a que pertenço,

“deixe-me… ex.* saudar carinho-

samente a-nossa aliada, ‘a Ingla-
terra; representada aqui pessoal-
mente pelo seu ilustre ministro
em Portugal, que quis vir, com

-a sua presença, significar a .es-

treita intimidade, não apenas de
relações; mas“de afectos, mas-de
compromissos, mas de obriga-
ções altas e reciprocas que nos
teem unido à Inglaterra; e que
agora ficam’ solidificadas para
sempre, com a amizade que une
dois irmãos. Saúdo mais às ou-
tras nações que, ao lado. da. In-

cumpre atravez de:sacrifícios in-

 

 

glaterra e sob a sua superior di-
recção neste conflito entre o pas-

-sado eo futúro, se estão: baten-

do pelo Direito, pelo Progresso,
pela Civilização e que estão so-

frendo infinitas dôres que só po-

dem ter como resgate o porvir
liberto eprogressivo da raça pro-
gressiva, da-raça latina e: anglo-

Saxônia, que fundaram essa cixi-

lização e com ela a felicidade

dos povos, em PARES indestrú-
diveisso supro Naor

Vozes :— Muito! Eni

O orador; mo Sr. presidente:
Portugal foi: sempre; forte, nas
suas aspirações do’ progresso“e
prestou ao mundo, pelo seu ‘es-
fôrço, serviços que, posso dizê-
lo sem menoscabo. de ninguém
e de nenhum “outro país, ainda
nenhum povoigualow;: agora é
chamado a’concorier para O es-
tabelecimento definitivo do Di-

reito e da Paz e até —quero-es-

perá-lo-—do desarmamento uni-
versal, E? com entusiasmo que o
povo democrático do extremo
ocidente da Europa cumpre o
seu dever, sabendo, bem que o

finitos de! ordem moral-e’tam-
bêm de sacrifícios: de vidas que
nos são caras, que farão o luto
em muitas familias, mas que te-
rão- uma: compensação: que ne-
nhuns-outros podem encontrar,
nem igual, nem semelhante, em
qualquer outro lance da vida de
um povo, ou da vida dos indivi-
duos: (Apoiados). Eu saúdo o
Portugal que ressurgiu ‘em 1910
e que conguistará as suas espo-
ras de ouro, agora que, em fren-
te de uma grande dificuldade,
ele’a vai resolver. Quero expri-
mir “o pensamento de que não
vejo que Portugal se afirme co-
mo êle o é e como quer ser se
não tomando parte nos -comba-
tes-que se ‘travam: na Europa,
para onde todo o: mundo olha e
onde o esfórço de um repre-
senta ‘o esforço de cem ou de
mil realizado em qualqueroutra
parte, Não que nós’ descuremos
ou esqueçamos às nossos primei-
ros, essenciais deveres de defen-
der-o nosso territorio» continen-

 

tal-ou colonial, onde quer; que ‘

seja ameaçado ou invadido mas
independentemento dêsse nosso
dever imediato; directo-e instan-
te nós temos de realizar um ou-
tro, e êsse nos campos de bata-
lha da Europa, onde se afirma-
rá quem existe ou não existe.
(Apoiados). Eu desejo que Por-
tugal cumpra tambêm êsse’ de-
ver, porque quero que a Repú-

 

 

“ Redacção e aaniiaação em

SERNAÇHE DO RO, APNR

9up

sideração. do “mundo.
tados os povos, de todas as; soivi-
lizações e de todos: os: tempos,
pelo procedimento! que adoptar
mos. . 1

– (Muitos dida cobrem, as úl-
timas Dir do aluára orador).

 

de Hisgónia do ia

Existe pma rpelhi + pivalidadevt pen-
tre as duas principais povoações
dêsté ‘concelho-“Certãs e: Sernache.

Para -quemegáclo, sb todos ‘o

 

 

 

 

bem e tantosio sentem Do obs

A lutá das segundas” povoações.

“A implacávelder da finalidade!»

‘Na vida das sociedades, como em
todos os reinos da criação, ‘ tudo) se
transforma e acaba, !migezosil or

AS povoações, grandes! e: opeque-
nas, como’as próprias! nacionalida-
des, vencem eleyam-se-e prógridem,
atingem o seu maior esplendor, mais
ou menos duradoiro,’ para-‘tomba-
rem no seu período de decadência.

É dahistória. Em BM

“A própria Europa’é já: considera-
da por muitos um Fundo velho e
esgotado, -*

A Certã não se didi à facalida-
de, “E creio mesmo que parairessa
ruina a empurrou insensatamente a
inépcia e a imprudência-dosqueise
“dizem e’teem dito os ‘seus:defenisores.
“Ema terra exausta, sem elemen-
tós’de vida) pretendendo viver, ‘co-
mo os velhos fidalgos, dos seus-per-
gaminhos e da sua tradição.

Aos primeiros sintomas da terri-
vel doença que. a atacou, . Os, seus
assistentes -puzeram as mãos. na, ca-
beça e, em lugar de lhe aplicarem
revolsivos is Je “estimulantes
enérgicos, envolyeram- “na em panos
quentes e vieram PAR rua gr
contra o papão. :

E foi contra o papão que, di igi
ram a sua terapeutica. :

Não cuidaram-da, doença: trata-
ram de prejudicar a saude dos ou-
tros…

Em lugar de tratarem: de salvar a
Certã, empregaram. todas, as: lucu-
brações geniais dos seus | Destuntos
em perseguir Sernache. . É

Como se a salvação da vila. ae
vesse na morte, da. visinha,

 

 

 

 

 

saude alheia,
:, Dagui resultou tambem “que esta
situação, representando. a. princípio
e devendo representar sempre e;Só-
mente uma luta de. localidades, se

outros fins, nem quiras. “consequên-
cias; que a: emancipação , legitima
“duma delas se veiu, agr
ima intensidade desagradável. –
Pieiid SE-6, pa que ja

 

 

perigue e Edo os; RR s
das-qutras povoações, para que elas
não valham tanto ou valham muito
menos do que ela,
no e odioso

 

E odioso

 

E

 

@@@ 2 @@@

 

Tirar um olho aos outros, já que
‘ ela começa a padecer da vista. Um

egoismo torvo e obcécado e tão

doentio como a sua doença.

Alêm disso, essa“terapeutica po-
lítica tem sido aplicada-com uma tal
falta de serenidade e com tamanha
inabilidade que nós estamos em que
ela feito mais ‘ mal ao doente
do” eus achaques próprios! –

Indicâmos factos.

A Certã gastou umas dezenas de–.
contos de réis nuns paços de conce- .
lho que estão a cair, na construção

“duma praça que é insuficiente para”
mercado é na canalização de ‘ águas
que não chegam para, 0;seu consu-

 

 

 

 

 

truir um ramal que a tornasse in-
dependente de Sernache. |
SS ramal seria a continuação
da estrada do Couto, pelo centro
“da freguesiá do Castelo: pois foi
-construi-lo ‘no! vale “da “ribeira: Sar-
«deira!-Nem causou os prejuízos que
pretendia, nem. tirou, para, si, benefi-
cios que espérava. A

Esta orientação política foi-sé ma-
nifestando é “desdobrando em inci-
-dentés vários; idos quais o úlimosfoi
a celebrada creação de mais um
mercado na Certá, sendo um dêles
ao; domingo—o dia-destinado-ao-de
pair] De td É »

Que não foi por-mal! Talvez.

 

Sernaçhe, em verdade, dewse por
dese FERN Enf tar Cort
dn se apercepeu-da-im-
de. 2 1063 ans

becilida

 

que o acto; de citear; na: Certá um
mercado nó mesmo diacdo,; de Ser-
nache, sem, sequer, se, ten! uma
atenção com esta povoação, «é sum
primor de: lealdade. ede correção !
= Oi.que não: diria a Gertã se tal
lhe fizessem ! jo simon
‘Sernache.não disse nada. Não to-
miou represálias. Fácil lhe.seria exer-
cê-las..Bastará atender a que, sem
orconsumo de Sérnache, a Certã
não poderia ter um talho semanal!
.=/4D’ sistema de defesa política era
mau, mas, executado; portais pro-
cestos, era simplesmente ridiculo e
inofensivOb rue cus colmos dog di
Ficam as intenções que, a seytem-
po;poderão ter; O devido ‘reconheci-
mento. o dis
“E assim e por issoque, nesta po-
Jítica-de desvarios e imprevidências,
asGentã começa a aperceber-se num
cireulo; de fernoe a construção idu-
ma simples ponte se julga, jál;uma
ameaça à sua prosperidade.
*

 

 

 

 

=

 

“E 1ódavia de Justiça e dever nos-
so registar que nos últimos tempos
da monarquia, uma época houvé ém
“ca – política tomou orientação
“mais alevantada e nobre. Foi quan-
“do da formação dum partido” politi-
co tom os nossos velhos amigos, pa-
dre Santos Silva, Emídio Magalhães
eJddo Branco. +” s, na
Estas fôrças políticas sóbrepon-
-se com, O seu são critério aos de-
vanéios de certos pataratas, eram a
garantia de que o partido dissidente
hão prejudicaria os” interesses da
Certa, os interesses “dé Sermáche,
fêsses, estavam também suficiente-

 

 

 

mente afiançados. | ; :
“Essas rivalidades locais tendiam
a desaparécer : nós davamo-nos mú-
tua garantia da nossa lealdade. *
| Os manipansos é que tomeçavaim
a’perder,-dentro das aringas, o Chei-
to da virtude. : RRRPi
“Prestando justica a todos, ‘ nós
‘não devemos ocultar qué o ultimo
chefe dó partido regêne o
colaborou nessa mesquinha política.
Com o’seu superior, critério éle
entendia também que a” prosperie-
dade ‘de todas as freguesias E que
faziá à prosperiedade dé todo o, con-
celho e que em todas elas ele, po-
ia ter amigos. da
e, entretanto, à Repu-

 

 

 

 

 

 

 

blíca.

Um regime de fratérnidade, ser-
vido por homens novos. – !
“Uma nova era. À pa
homens. Ra

 

entre os

 

 

Nós veremos como elesja cumpri-
” ram e compreenderam ! é

E” historia um tanto massadora,
* mas tenha o leitor paciência em nos

ir aturando. – E:

“Em volta da guerra:

-r cMorte heroica dum
fe português

[Seja aindã’a um português que

dediquemos estas notas: de guerra
* escritas, geralmente, sobre o joelho,

no desprendimento de quem muito “|

amando a paz múito “ódio “tem ai!
guerra. Pois é verdade… Já um
português morreu na guerra, heroi: ..
camente, quando exercia a sua pro-
fissão modesta, simples e heroica de
brancardier, isto’é, ajudante de en-
fermeiro, batendo-se com intrepidez
pela civilização. Um português! O
seu nome ideve- ser inscrito em le-
tras que não: esqueçam: mais Adol-
fo. Coutinho, de Medeiros… Em bra-
vo! Um patriota! Um homem civi-
lizado mortalmente ferido por
um obus prussiano.” Conduzido “a
una” hospital, co pobre rapaz: agoni-
zava, sendo-lhe: contadas as-pernas,
quasi moribundo. Meia hora depois,
a nã médico . cirur=

 

 

 

– Estas pala P
português, | sentimentalménte,
um queirume, sem: uma dôr,tradu-
zenv:bema alma – portuguêsa, nos
seus rasgos heroicos e na sua eter-
na paixão pelo futuro, Devia ter si-
do assim que os marinheiros da
nossa terra marcharam para’á India
sob’ô comando de Vasco idaGama.
Foium dessés: marinheiros que, ao
morrer exclamou, apaixonadamente:
E morro sem que se conquiste
a vitória desejada !…

“* Filhos de Portugal, almas lusas,
espiritos varonis, campeões ousados
de uma terra-ousada de-herois, so-
nhadores de um futuro, belo que se
aproxima, tendes nesta, hora de sa-
crifício, sépultado no campo de ba-
talha, um amigo’é um irmão, Nes-
sa sepultura: humilde, entrecortada
nas moritanhas, batida, pelos;ventos
agrestes:. da; serra, esmagada pelo
pizar de exercitos em luta, germina
generosamente um coração dé por-
iuguês. Dessa sepultura evóla-se to-
do o perfume da: nossa “história a
grandeza enorme de uma;raça:valo-
rosa. em todos os campos, desde os
homens rudes que se tratavam tu
“cá, tu lá com os reis, organizando
a nossa independência, áté aos intré-
pidos’bravos do: Mindelo, Nesses
«peitos; palpitou a mesma (chama de
Foi feito, ;que hoje se rea-
7 ldados que vão partir
para honrat o nome sempre fremen-
te/’da”pátria. “Ao! acaso, o húmilde
redactor destas linhas, que não pas-
sa-de uma obscuridade vulgar, ,e
tem. colocado, o sentimento, da hu-
manidade acima do sentimento da
pátria, sente-se neste momento ar-
dentemente: patriotaí E” porque a
ideia: da Pátria, neste ‘minuto; se-in-
tegra no princípioç da; Liberdade e
da República, ; E

 

 

 

 

 

 

 

 

“Querido compatriota; querido por-
tuguês, sentimental, e bom, como
em geral são todos Os portugueses,
sôbre a tua sepultura .caem as nos-
sas saudades ea nossa esperança!
Honraste o téu nome e honraste’a
tua pátmia de homens civilizados !

Cónego Benjamim
so soda Silva

 

 

“Vindo de S. Tomé, está em Ser-
nache O nosso presádo amigo cóne-
gó-Benjámim ida Silva, digno’provi-
gário capitular daquela proviúcia, a
quem afectuosamente abraçâmos. é
enviâmos os Nossos, cumprimentos

 

de boas vindas,

 

 

. vigár

 

 

 

| LITERATURA

– Uma freira de Lorvão.

 

As freiras de Lorvão queriam
festejar com desusada solenidade O
Natal daquele ano. Tinham feito co-
municar O seu desejo, por intermé-
dio da madre-vigár a, ao abade de

 

 

 

8. Paiorde Melgaço; confessor e es=

‘melér-do senhor Bispo de Coimbra,
provisor e vigário-geral do Bispado, .
que logo poz sua Ilustrissima ao
ffacio das intenções piedosas das no-

– bres bernardas. Pensavam elas em

—Tepresentar um auto no côro-de-ci-.
“ma, lévantai! um presépio, e rogar:
ao prelado a graça de oficiar na mis:
sa da meja;noité,-Sua Iustríssima,

 

o que era um velho agostinho fidalgo,”

tipo dos prelados galantes do sécu-
lo, XVII, deu imediatamente o, seu
consentimento ao pedido das ma-
“dres e mandou pôr à disposição da
“senhora Abadessa todas as álfaias e
paramentos da Sé e(do> Paço da Mi-
tra.) Tao ser caquele;isem dúvidajco
«melhor; Natal de Lorvão.,

Desde a chegada do vigário-geral
com o recado amável do D, Bispo,
“nunca mars ninguém parou nómos-
teiro: “Focon!a!fsinetas reúniucsesco
icapítulo, revolveusserá livrarias con-
sultow-se o confessor frei, Estêvão,
o frei provisor D. Diogo, tratou

 

* dá’representação, dos fatos, das es-

Palas, dos ‘antos) dás corbas,/dos
vasos de “oiropara! osoMagósyido
berço e da jumentazpar á
mamentos & do cerimonial pa-
o senhor Bispo, vieram dois
pinteifos“para as obras, dois arr
“dores para a ipréja “as leigas andá: .
vam númarroda-sviva,> sovor e Simãa
guitarra, sorors Ana-punha-as; mãos
na icabeça,; soror; Agostinha corria
dum lado para outro, não se repou-
sata, não se dormia naquela casa,
as horas:do côro estávam trocadas, »
ningúêm ‘atinava-‘con a’leituraino
refditório, andava-tudosdoido; tudo
embrulhado,—-e se não é a; madre-
lembrar-se de repartir, tare-
fas é determinar trabalhos, a con-
“fusão dasbernatdas -era“de tal or-
idem que chegava com certeza a nói-
te de Natal esainda não tinham cfei-
to-coisa alguma, E assim; mesmo,
com tarefas determinadas, foi pre-
ciso fazer intervir a autoridade da
Abadessa para acalmar Os ânimos
e evitar graves conflitos: pessoais
entre as:religiosas, prontas “sempre
aitravarise, desrazões E a remangar
da sandália. à ;
Havia tarefas que todás reclama-
vam tomo” mais nobres” preparar
o berço,’ vestir’o menino, fazera
parte de Nossa Senhorana! repre-
sentação. os tHIStr
Soror Genoveva, da casa dos mar-
quezes: de ‘Ponté do Lima, a quem
aconbera em sorté bordar: a; coliertu-
ra-para à mulinha, do presépio, ip-
dignou-se, protestou, gritou, faltou
ao respeito à madre-vigária efoia
pão é água para’a cela. aee
Soror Ana doMeninoDeusp quê
devia represefitar; a parte; de, um
dos Reis Magos, declarou terminan-
temente que não podia, porque; lhe
picavam às barbas na cara. Por, úl-
timo as Coisas ‘tompuzeráim-se, tu-
do entrou’na “ordemjostrabalhos
prosseguiram – regularmente; soror
Dor já não gritava, -soror «Ágos-
tinha já não corfia, começou a ha-
ver regularidade nó côro, leitura no
refeitório, vieram – músicos” para a
capela, flôres para: opresépios para-
mentos para a sacristia, –e-a gran-
de noite ia-Se aproximando, com yi-
yo júbilo das freiras é sincera má-
goa do frei Provisor D. Diogo, para
quem sé acabavam “de Tépente” ós
mimos“de manjar branco que as ‘sam-
tas-senhoras lhe costumavam oman-
dar à; cela todas as manhãs, E
– A ambicionada. tarefa de préparar
“o berço e vestir o menino Coúberaa
sóror Viblahte!’do “Ceu, no Século,
Leonorsde: Mascarenhas Barreto, da
ilustre casa -dos condes da Tônce, e
marqueses. de, Fronteira, criatura
singular, hirta é grave, enorme e
extremamente pálida, duma beleza

 

 

 

 

 

 

“|**nho branco, tinha às vezes |

 

antiga de medalha romana, o quei-
xo-forte, os olhos imensos e profun-
dos, a anca possante, o seio redon-
do, e não sei que ar de indefinível
contradição em toda a sua figura ao
mesmo tempo espiritual e sólida,
misteriosa e criddora, angélica e
serisual, o E ;

A face, enquadrada novoval de li-
ex-
pressão fugitiva de selvageria que
–=assustava as madres, outras vezes
“oclatões espirituais de graça, êxtasis
– Súbitos de iluminada, imobilidades

de imagem que. eram; para o seu

confessor frei Estevão, grande en-‘
tendido na confusa psicologia d
munidades, sinal certo duma vid:
interior singularmente intensa.
1: Soror, Violante, como, filha; segun-
da dos condes da Torne, fizera o seu
noviciado ém Lorvão, aos 16 anos,
e aí tomára O seu véu preto e se
conservára, . por. ser piedosa-tradi-
ção na casa’ide, seus pais sacrificar
se a filhaisegunda ao serviçoidô
nher.. Mas. pela sua natureza, pela
onstituição, pelo seu tempera-
Aento,, pel: UA rogelalhbredita-
riedade, a pobre Bernarda era a ne-
gação essencial eprofunda das quali-
dades indispensáveis
virgem do rito, condena-
da ‘à pérpétia esterilidade: ea per-
pétmasreclusão,v zôuguro

 

 

 

 

 

 

ipst

S| o

Os que ela à soluçar, à
facé “escondida no” seio” abirigo eh
Abadessay suá! grande protectora! ou
rasa comcá-terral aos: péscdo velho
Idi icitual.,

Ao
ha e ra
docatre, ou no ‘arqui-bahico dá cela. –
Dias e dias sucessivos, aolsubiftião
côro para | miatinas, traziabos tólhos
roxos,.o, hábito em: desalinho, as
mãos salpicadas de sangu 1 Sstig-
mas seguros ‘de mortificação. De
resto, dra alegre ou parecia alegre,
trabalhava, tocáva orgão é Espiiter
ta; bordavasa joiro de bastidor,
eram obra sua o gremial e a capa
que serviam na eleição trienal das
Abadessãs Cm dart
– Uma tia de’scror Violante, reli:
giosa de véu preto: ‘comô ela; ! «que.
acabára santamentechaviatrês(anos
naquele mesmo mosteiro de. Lor-

 

 

 

 

 

vão, dizia-lhe às vezes. olhando-a
muito, como a analisá-la, num Sor-

 

riso doloroso :“=«E’s demasiado tab
lher para ‘ser boa freira, minhao fr
lha;..»-Asópalavras da pobne.mov-
ta valiam toda a psicologia. de frei
Estevão. Era, aquele, justamente, 9
supremo defeito de soror Viólant
do Céu: era demasiado mulher. º>

Entretanto, quarído lhe «coube cem
sorte a tarefa de preparar so berço
do presépio é de vestir, a imagem
do Menino, parecia uma criança.
Perdeu o séu ar habitual de” gravi-
dade, riu; subiulhe &’ fácé um tu-
‘bor leve, cantou, tocou cravo-messa
tarde, nodeada de todas as madres.
Dai a poncos dias, foi-lhe. entregue
o berço, um verdadeiro pequeno
berço que servirá a qualquer crian-
“ga nobre e que” vierá emprestado
para o: conventova pedido) do Aba-
de vigário-geral, Soror-Violuntede-
via acolchoá-lo de seda, rodeá
flôres, cobrilo de pequeninas, pa-
lhas doiradas, e dispôr sôbre“elas
com toda’a“arte à imagem do/Me-
nino; a:meésma jinagem que estava
na igreja de Lorvão, em, tamanho
natural, muito côn de, rosa,
‘do angelicamente Sob 1
resplendor “de prata.

 

 

 

 

 

 

 

‘Mal poderiam” supõe o” Bispolºh
Abadessa; o ‘vigário; O confessor,’o

provisor, a comunidade inteira, que
aquelé”berçoera la têntação,> que
raquele-berço-era;o Infernoiqueoen-
«trava na-cela de soror. -Violante do
Mo ami pad
its mssiiod oboutassa-Bb 09
Nos primeiros tempos, logo |
seguida aó seu noviciádo, a reclu-
sãó, a excéssiva vida mtetior em
que falava frei Estevão, w ‘solieita-
ção Jenta; constante exercida «sôbre
0 seu, espitito pela sensualidade das
fórmas externas do culto, tinham
révestido na pobre freira, o instin-

 

 

 

tô nascente de mulher dum cértocérto

 

@@@ 3 @@@

 

“caracter confuso de misticismo e de
angús sal i
Fogação, que a afligia sem que ela

 

soubesse porquê, e que a-vobriga–.
va às vêzes, alta noite, a erguer-se |

 

do catreíto

uma-eriatura intruzas e desconheci-
da tivesse sufgido.jnesperadamente.

 

“e de extranheza foi-se desvanecen-
do; sororsVj oude-dominar-
‘se, anali gou ideias, apro”
ximou factos, observou-se, compre-
endeu-se e vu
criança, na sua alma. d
grande intruza era-—a mulher. As-

 

 

 

 

sistiu à sua própria eclosão, ao seú

próprio-desenvolvimento, à floração

lenta de cada; fórma da sua: beleza, -:
de, cada-parcela:i do: seu complexo -:

spanto-de si mesma,

de sobresalto e de inter–

-Depois, essa impressão de-terror

ue no seú corpoide ..
e. Cuianta é dus

instinto. À Natureza, naguela-cria-

tura condenada à castidade e à es-

terilidade, estava sábiamente, amo- |

rosamente, Criando à encarnação
perfeita e fecunda da: Mãe. Daí por
diante soror Violante, passava horas

é horas danoite nó argui-banco da |

cela, os braços estêndidos sóbre

am grande livro de Meditações, er-..

guendo-se apenas, de quando. em,

quando, cheia-de terrores, “rodeada:

de-sombras para castigar à fórça-
ride nodasãe-

sua carne fecunda. Mas era inútil. –

 

ma

de disciplinas a reyol
Artentação: espreitava-a decada -can-
to, palpitávaa emvolta dela Nos
quadros, nos retábulos, nas ima-
gens, nós próprios silhares de azu-
lejo do Gapituloga glorificação» da
obra da Maternidade surgia, exci-
alimentando ainda, na po-
bre freira, a ideia confusa e pertur-

 

 

badora dum filho -=surprema-e-ins= ; d-
tintiva razão de ser da sua existên-

cia.
Aqui era uma Madona dando–ao
Menino um seio turgido e rosado ;

ali, numa névoa luminosa e sobre-
natural, a Aninciação, dum velho |
gótico; mais longe, nos próprios –

azulejos das escadas, evocada’ por

um pintor medíocre do século XVII, |

a Natividade, grosseiramente hu-
manisada numa Virgem dé ancas

1

1a

possântes, de largo seio, fecunda e

imensa. Nem mesmo podia abrir o
seu breviário, que a ideia dum filho
não surgisse ainda, nas letras ilu-
minadas duma velha edição -hespa-
nhola,–Mater puríssima, Mater in-
violata. Mater admirabilis…—
sempre a Mãe, eternamente a Mãe,
em livros, em quadros, em tudo.
E constantemente excitada; constan-
temente perseguida pelá mesma
ideia fixa, as crises seguiam-se ‘nú-
ma luta perpétua, num combate he-
roico contra Si própria, contra 0 seu

róprio instinto, terminando no de-
rio é nas disciplinas, na alucina-
ção é no pavor, nãs macerações e
no suplício. Foi em seguida a uma

 

 

dessas crises, quando ja: já, melho- |
rando, resignando-se, pacificando a |

sua rebelião de estéril, quando já

voltava a cantar, à tocar pelas tar- |

des o lindo crayo de soror Virgília,

a distrair-se, a “trahiquilizar-se;—foi

então que, por obra do, Diabo, en-.

trou na sua cela o pequenino ber-‘

co, o ingênuo berço do presépio.
Fôra a velha leiga soror Simôa
que lho púz

dessa, junto à cabeceira do seu ca-

 

tre estreito. Tinha-o ali, bem perto,..|
como-coisa sua; podia tocar-lhe, mo-.: |.
vê-lo como um. brinquedo, fazê-lo.

oscilar – como: «quem embala: uma
«riança:iRecolhera à cela «para-.se
deitar. “Começou: a, despir-se,. na,
meia luz de;um candieiro, de, latão,
tirou o hábito, o escapulário,. as
camandulas, o cordão, e ficou ;sô-

bresorleito; enlevada a olhar, num.
vago -sorriso.de beatitude. A, prin-.
cípio fez-lhe;uma impressão de ter–..
nura,; deu-lhe. vontade de: chorar:
aquele;pobre berço sósinho, deshabi-:

tado, vasio, mandado sem amor pa-

sa o presépio de um convento. De-

pois, «pouco: ;a; pouco foi “Jigando-.a
ideia daquele berço à ideia de uma
criança. Começou “a pensar como
seria lindo ver um pequenito ali,
muito loiro, muito rosado, com as
mãosinhas polpudas a surgir dum
molho de rendas, no que lhe faria

Zefa, por ordem da Aba-( |

– tinas, -soror Violante- não apareceu

lho £ +

 

=

“se ali O tivesse, como o adormece-
ria, como o-embalaria, -como lhe

daria o peito para o aleitar. Insén-
sivelmente-as mãos pálidas de -so-
ror Violante foram procurando, por

sôbre o bragal rude “da camisa, “a

curva forte do seio que se acumi-

“nava, que se movia, que palpitava.

A-ideia confusa, a ideia-vaga dessa

| » criança já era-inseparável! da idéia

da sua «própria carne.-Dai à pou
co, “a –povre “freira. já/ via–mas
via, claramente–uma fórma arre-

“dondande-se, estremecenido=no. pe-

“queno berço, – sorrindo, brincando.
O córação batia-lhe apressado, sen-
tia uma opressão. na garganta, in-

 

—vadia-a uma excitação progressiva

e singular. Esfregou os olhos para
alastar aquela alucinação absurda,

«estendeu os braços, convulsos para

o berço, palpou-o, foi à cabeceira
do catre, tomou as disciplinas ade

“pontas de ferro, fagelou-se, ensan-

guentou-se, voltou de novo ao ber-

“80, transfigurada, os olhos extáti-

cos, os dentes cerrados, palpon-o
outra vez; erguet-se, quis arrimar-

| -+secao arqui-banco, a estante «resya-
– lou, o corpo abateu sôbre o tijolo

da cela, houve um grito, um rugido,
—e tudo “voltou. ao silêncio; o si-

-—êncio profundo, pesado, aflitivo,
– das noites dum mosteiro.

req

*. Quando mais tarde tocou a ma

TN E

= no-tôro. Era a primeira vez:

A Abadêssa revestiu o ar grave
das grandes solenidades, -compoz a
cruz peitoral-de oiro massiço, sô-

‘bre o escapulário negro, e encami-

nhou-se para a cela da foragida. Ao
abrir a porta, na luz trémula dum
candieiro de dois.bicos, viu a po-

“bre freira quasi nua, ensanguenta-
sda; extática os olhos vagos, a face

terrosa, um sorriso a brincar-lhe
nos lábios, embalando lentamente,
amorosamente, o pequeno-berço va-
zio; como se dentro dêle, houvesse
uma-criança.. 5 entosle »0i

:—(Que é isso, soror Violante ?-—
interrogou a Prelada, encarando-a
com espanto. . ; ao O

A freira, tranquilamente, -conti-
nuou a, embalar o berço deshabita:
do, sorriu para a Abadessa numa
expressão suprema de beatitude, e

– numa: voz; onde haviastodo. o “júbilo

duma maternidade ilusória,» balbu-
ciou, como num gemido:
— —=listou à adormecer o meu fi

Bait ob Júlio “Dantas,
so =s525 a [a o

Com sua ex.ma espósa, saiu para
Lisboa o sr. Joaquim Núnes da Sil-

va, digno vereador da Câmara Mu-

nicipal. Be.
O-nosso amigo vai consulter es-

– pecialistas – sôbre “uma doença! de
– olhos de que padece sua interessan-

te filhinha. A
“Boas melhoras.
– Está em Sernache o nosso amigo,
sr. Libânio Girão.
ea pese

Expedição militar

ê

“| Uma nova expedição militar par-

tiu na quinta feira para Angola, em

-refôrço da guarnição daquela pro-
º víheia, já em luta com ‘os
“ros alemães. RS

“flibustei-
Uma “entusiástica saudação aos
“valentes defensores da pátria! o

Nesta expedição seguiu para Áfri-

| ca; como soldado de infantaria 16,

o aluno: do Colégio das Missões, Jo-
sé: Pedro: Marçal, natural: da “Gu-

> meada.

Felicidades | o]

Certidões do Registo.
Paroquial

Tendo.a Conservatória Geral do

Registo Civil sido por muitas vezes

consultada sôbre os emolumentos e

sêlos, relativos às certidões de re-

–Bisto paroquial, tem-se sôbre tal as-

: as ES Ss o E

 

É 1

sunto seguido: a doutrina que vai ex-

ôr-se, enquanto qualquer providên- –
E , 4 A?

cia futura a não venha alterar. –
Pelo disposto-na-b)-do-n.º-30:-do

artigo 2.º da tabela segunda,-da Lei

de 10 de-Julho de 1912, as certi-

dões extraídas dos livros de-registo–
paroquial, teem os; mesmos emolu-:

mentos que aquela tabela determi-

– na, para as certidões do registo ci-

“Tanto umas como outras“ certi-

dões, estão sujeitas à percentagem |

de 10 º% estabelecida no artê 5r.º
do Código do Registo Civil, a qual
deve ser assegurada por meio de

sélos de imposto, devendo as do re-
gisto civil pagar também “contribui-”

ção industrial.

| Às “tertidões, porêm, extraídas
pelos detentores; dos arquivos paro-
quiais, pelós párocos-ou seus legíti-

mos substitutos, não: estão sujeitas .

à contribuição: industrial, por fôrça
da Portaria de 14 de Julho de 1899,
que se considera vigente sôbre essa
matéria.

 

AGRICULTURA:
O bicho das frutas.

As árvores «frutíferas são, todos
o sabem, atacadas por um grande
número der inimigos, Entre. estes,
certos Lepidopteros são-lhes parti-
cularmente danosos: põem os ovos
sôbre elas e, ao despontar da pri-
mavera, êsses óvos povoam de la-
gartas numerosas todos os raminhos.

 

 

novos. ‘ eo die o a
Note-se porêm que dêsses Lepi- *
dopteros nem todos teem azas que |

lhes permitam voar.-E? desde.o fim
do outonô-até ao fim do ifvern
a postura dos ovos dêstes últimos
se faz: e para os depositar nos bra-

 

ços e nas varas mais altas da árvo-

re, onde os filhos acharão depois o
alimento, as fêmeas sobem de noité
pelos troncos. Cada fêmea põe cer-
ca de 250 ovos que aos primeiros
calores de Abril e Maio, produzirão
outras tahtas pequeninas lagartas,

uasi invisíveis, que-se agarram aos-
9

gomos novos, devoram as fôlhas
tenças; e ,mais-tarde veem a pene-

trar nosifrutos, mal que êles nascem,

perfurando-os até ao centro e viven-
do dentro: deles. até que, na época
da sua maturação e do pleno desen-
volvimento delas, se deixam cair no
chão, buscando no solo junto ao pé
da árvore abrigo em que se ócultem
para aí fazerem a sua metamorfose
e reaparecerêm sob a fórma de in-
secto perfeito-no-outono seguinte.

E preciso evitar que o bicho

chegue às frutas

 

– E indispensável então fazer guerra

dé extermínio a estes animais. As
frutas bichosas desvalorizam-se com-
pletamente: o seu desenvolvimento
é prejudicado por êste parasita; e
não ha nada mais desagradavel do
que encontrar dentro delas, quando

as comêmos, êsses hóspedes impor-:

tunos. |

O melhor modo é—e nesta época
o recordâmos-—-impedir que as mães
subam pelos troncos até à ramagem
das arvores: cortando-lhes aí a pas-
sagem, destruindo-as cuidadosamen-

te. Os bichos da fruta não aparece-:

rão.

Os arboricultores franceses recor-
rem para êsse. fim, a um processo.
singelo: Visto

A” altura de um metro, pouco mais
ou menos acima do chão, rodeiam o
tronco” de: cada uma das arvores
com uma tira de papel de 30 centí-
metros de largura, atando-a com cui-
dado na parte Superior e na parte
inferior por meio de uma corda fina,
mas forte é bem apertada, de modo
que os insectos não possam meter-
se por baixo dela e passar pela cas-
ca da arvore. Em seguida, cobrem
atira do papel com visgo, aplican-
dó-o com os dedos. dinda

Se as arvores teem tutores, esta-
cas para lhes amparar os ramos,

quaisquer comunicações emfim com

o solo, por onde os insectos possam
subir, é preciso defende-los do mes-
mo modo,

do inverno que |

 

O resultado será que os insectos
tentando trepar ficarão presos na
camada do visgo onde serão encon-

«trados.

A precaução de colocar esta ar-
madilha a um metro do solo tem
por fim evitar que, caindo das arvo-
res, alguma folha yá facilmente agar-
rar-se ao visgo, estabelecendo uma
ponte que dê passagem á fêmea em
postura. Re a
Pode preparar-se uma subs-

-tancia viscosa para esta
-;– Caçada aos insectos .

Em comércio encontra-se: com fre-
quência o-visgo necessário. paraso
fim que deixâmos indicado. Mas, se
nas localidades onde sé pretende
fazer êste tratamento o não houver,

pode preparar-se. em casa mui in-
grediente viscoso de magnífico -re- –

sultado. Ú Do sb con

Numa vasilha suficientementegran-
de por causa da efervescência que
se produz, lança-se 15 gramasde
gordura ordinária; depois acrescer-
ta-se-lhe 125 gramas de óleo de pei-
Xe; pouco a pouco vão-se-lhes| mis-
turando 500 gramas dercôlofana em
pó. Aquece-se tudo e; logosque:
colofana tenha fundido, retirassesdo
lume.-A“mistúra arrefece e a massa
viscosa está pronta-a servir do dia
seguinte em diante… Sopa

“Mas repare-se quê a consistência

 

dêste ingrediente varia com a quali-

dade das matérias primas emprega-

“das. E assim é preciso vêr: se ficar
demasiadamente líquido, deve jun-

tar-se-lhe. mais colofana, se dema-
Siadamente prêso, deve juntar-se-lhe

“um poúco de óleo de peixe.

(Do Seculo Agricola).

— ANÚNCIOS
Castanheiro do Japão

“OQ unico que resiste à terrivel

 

móléstia, a filoxera, que tão gra-
ves estragos tem produzido nos
HOssos soutos, é castanheiro do

“Japão. E

; O castanheiro japonez ofere-

-Ce iguais vantagens que 0 bace-
lo americano tem oferecido no.
-caso da doença da antiga) videi-

ra cujas vantagens são já bem
conhecidas. = experiencias teem
sido ‘feitas não só.ao norte do

nosso pais mas principalmente

– em França, onde o castanheiro

foi primeiro que em Portugal

– atacado pela filoxera, e hoje en-

contram-se os soutos já comple-
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando um rendi-
mento magnifico. «si ses

O castanheiro japonez “acha-
se à venda em casa de Manuel
Rodrigues, Pedrogam Grande.

CHALE’

 

 

Com boa vivenda e nos arrabaldes –

de Pedrogam Pequeno — vende-se,
Trata-se com o notário desta co-
marca, Carlos David…

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AGUA: QUENTE. EM UM MINUTO. .

Eº muito útil nos eseritórios’comerciães, govêrnos civis, administrações
de concelho, câmaras municipais e, finalmente, em todas as repartições, pu:
bii icas’e particulares” em alguinas das quais funciona com inexcedivel êxito,

E”‘o único que dá tantas provas nitidas e que pode funcioher . .cinço
minutos depois de ter servido, por se lhe tirar a tinta com água quente em
menos de’dois minutos. era dg se o bom resultado, Anetinindo; -SE O PORE:
te em caso! contrário. PISAR

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fig Md »nlgnaço VUSOL <TE E -rUSCR . masa LIDO
e duplos enuih e cl- mr cd retido E RA DADO id
MassaLeta de quilo So ariana CC e aa net o to
nação quiOs ss ecerono – a l< ecaiacaco mw monta as, 700 MD]
Tintabrasco, ra Re e St
Siad si! » Pequeno. job rodo * [= cum Foiêga CRER niaD.

Para as províncias acresce mais 100 réis por aprélho: 5

 

 

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“FRANCISCO SIMÕES. 1,

238, RUA DOS. FANQUEIROS, LISBOA. o

 

“Agua da. Foz da, Certa

 

51

 

UA RR aminero: imadicinál a a: Foz da Ger vá! Iapseetita uma sapos
quimica que a distingue «le todas.as outras até hoje úzadas na terapeútica.
= E!-empregada-com segura vantagem “da Diabetes-= Dispepsias — Catar»
ros gastricos; pulnidos Qui parasitavios;—nas’preversões digestivas ider tiradas
das doenças infeciosas;—na convalestença das febres graves; “nas atonisa
gastricas dos diabeticos, tuberculosos, br ighticos, | eles; 10” gasipicísio” aos
exgotados pelos excessos) iurprivações, etê- eos! cito OI

Mosira’a analise bateriologica: que a “Agua da Fog ão Certã; talicónmio
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como” microbicamente
pura: não: contendo colibacitlo; nem nenhuma dás especies: -pátogeneas
que podem existir em aguas. Alem disso, ‘gosá de uma certa acção “microbi-
cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico; “em” ‘pouco tempo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros rricrobios apresentam a Te
sistencia maior. =

1 À: Agua da; foz dajGertà não tem gazes: livresy é limmpída, de sabor ja.
vemente acido, , muito «agradavel quer Dea puré; Ra oo “com

CA DEPOSITO! GERAL oro aneis
RS DOS FANQUEIROS—8(—LISBOA
Telefone e16s. Hu abutda ontoabutda onto