Campeão do Zezere nº20 14-06-1891

@@@ 1 @@@

 

ESNNO

Redactores
UModoo A D Souro, Bruaxnão

diniião H on Cuscnição:
a — TT ——
ASSIGNATURAS
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2. omingo.

SEMANARIO

14 de junho de 1891

INDEPENDENTE

NUMERO 20.

Adminislrndor

FnaxciscoManTtINS GitnrLô

F E ÉLICAÇOES

No corpo do jornal, linha 80 rs
Annunrios, » 40 »
Repeltições, » 20»”*
Permanentes, preço convencional
Os s18. assighantes tem o abati-
mento de 25 9 c

Annuncian:se gratuitamente
obras de que se recebajum -exem
plar. t

sdrogam Graxde

‘Loda a cortespendencia, dirigida ao. director==2J. M. Grillo, )

EFRTÃ

| Us originaes recebidos não se devolvem quer sejamou

não publicados, se a redaceção assim o entender,.

PEDROGAM GRANDE

Q TRATADO

Estão, finalmente, approva-

das nas duas casas do parlimen-
to as bases do tratado, com a
Gri-Bretanha.
» Está, pois, breve n sustar-se
a guerra continva em que vive-
mos ha desoito.mezes com uma
nação , poderosa, que a cada
momento levantava novos inci-
dentes, novas complicações, no
1ntuito de nos prejudicar; vac
liquidar-se, emfim, a desgraça;
da pendencia que nos teve á
beira do abysmo, a dois passos,
t;lv.ei,. da perda da nossa au
ctonomia, da illiminação de
Portugal do numero das nações
livres! Í

Sim, a dois passos, porque,
aquelles que mais e desordem-
nadamente gritam contra essa
nação, infame, é verdade, mas
que dom’na na sexta parte do
globo, seriam os primeiros a
Tecusarem-se a Peguí: em ªl’ll]”d.s
para defender a patria llltljâl]u-
da, humilhada. Os jornalistas
exaltados que, 1as salas das
redacções, longe do â),erigu tan-
to esbravejam, quando um &o-
“verno, os chamasse a prestarem
serviços À patria, a expor o
peito dignamente ás balas dos
canhões da bebeda Albion, ne-
gar-se-lam tenazinente à coope-
rar na grande obra da defeza
du pateiaçattibar o calix “da
abnegação, conjunctamente com
OS governos a QqUem exigem
rasgos de heroismo, e a quem
escarram ígnnmmms nas filcflª,
pór não screm tão usteros

quanto, 2 sua phantasia & ext-
gia, por não resistivem 4 mão

armada, responderem 1″& inso-
lencia com a insolencia, impon-
do-se altivuamente à uma nação
que nos, podia, esmagor para
jamáis uos levantar-mnos, por-
que, se é é certo que dado u
rompimento, b governo teria a
aeu lado homens dignos, por-
tuguezes leaes, dedicados à pa-
tria, promptos a sacrificar-lhe
a propriu. vida, não é menos
certe -que no numero d’esses
não se contariam aouelles que

F tanto berram. .. longe do, pe-
rigol!.. .

Não deffendemos o actual go-
verno nem o transacto, mas
tambem os não aceussinos, por-
que não podemos, porquo não
devemos,

Esses governos cumpriram
o seu dever. Do meio da nos-
sa pequenez, sem o «direito da
força» que, presentemente, tan-
to impera, os srs. Ennes e Bo-
cage, souberam deffender a di-
gnidade. da nação, muito mais
valiusa, que todos os terrenos
que os piratas da «Svuth Afri-
can» nos roubam.:

Salvando-nos a dignidade,
galvaram a nossa independen-
cia, a nossa nacionalidade, que
esteve prestes + submergir-se,
“ senão pela desigual Inde da luta,
pela falta-de recursos financeiros,

E’ mau o tratado . porque
| perdemos alguns dos terrenss
que nos pertenciam por . posse
secular, por direitos bistoricos;
porqueentregamos nas mãos dos
| inimigos muitos dos nossos pa-
drões de gloria, ganhos com
o sangue de nossos maiores, de
verdadeirvos portuguezes, deseo-
bourtos pelos. nossos audazes e
intrepidos exploradores; porque
é tão ruinoso como o de agos-
to, dizem, Mas às condieções
actiuaes impunham a sea appro-
vação, eassim o entende &x
parte sensata do paiz, assim o
entendeu o puarlamente onde
toi regcítndo apenas por cinco
votos na camara dos deputados
e seis na camara alta,

Perdeu-se muito terreno, mas
ainda nos fiea quais do que o
Neceasario para ax nossas ex-
pansões coloniaes, mas. .. sal-
vom se a dignidade da patria!

Haja moralidade e ensrgia
na administração colonud, que
o terreno que em África perde-
mos em nada nos prejudica,
antes alivia e metropole, à
quem eusta amuitas centenas
de contos; a quem taes padrões
de gloria se tornam pesadissi-
mos.

Honra, pois, a03 negociado*
res que proferiram a dignida-
de de Portugal, a dois palmos
de terreno em África, resol-
vendo assim tão desgraçada

pendeneia.
J. M. Grillo

2.

N$
Pedidos 4— aue

quim Martinçk

Chromos
LIVRO DE CONTOS

DE
tu Mscins de Caroalha.
EÇO Soo REIS

ra em Reguengos, ou ao editor, Joa”
Tlo, na Certã.

— a c to esBoamo —— | ““—Já vistes alguma alma?

Para cansar tonturas.

Não menos de 6381 portugue-
zes falleceram, só no Rio de
Juneiro, durante o mez de

mumarella 398!!
” não reparam niisto os des-
gragados emigrantes que aos

putria.
Tristissima ecsueiral

doão Orth

À hquidação da herança do
ex archiduque João d’Anstria,
que falleceu no naufragio da
«Margarite» effectuou-se ha di-
àas, conforme as prescripções do
testamento. Como se sabe, Jo-
ãào Orth tinha casado com úlma
aetriz, mademoiselle Í’Él.lllml7
que morreu com elle. Os mem-
bros da famiha desta não fo-

março nultimo, sendo de febre|
alma?

milhares por 1mez nbandonam aí

ram esquecidos 10 . testamento; |
um d’elles, um actor de nome!

| 50:005 finrins austriacços,

1 Camillo Stubel, chegou ha dias|
de Now York o Berlim, para
i tomar conta de wm legado dej

 

O medico e o padre

Um jornal amerieano relata
pela seguinte maneira o final
d’wna questão entre um medi-

‘ co e um padre subre a religião
|

ebristã: :
« Um medieo materialista quiz
ultimamente sustentar
um famoso orador ecelesiastico
a doutrina da não existencia da
alma, e pará este fim dirigiu ao

EEA

reverendo padre as seguintes
palavras:

contra ]

LISENHO,

— Já ouvistes algum alma?
— Nio. é A |
— 2á cheirastes alguma alma?
— Não.

— Já. saboreastes alguma
ENBA AA A a go AA

— á sentistes alguma alma?

—Sim . graças a Deus, res-
pondeu o padre.

— Pois bem proseguin o me-
dico; admittindo isso, aqui te-
mos nós, quatro sentidos contra
um para provyar que a alma não
existe,. :

Chegou a vez uo, reverendo,
e este, divigindo-se ao medico,
disse-lhe: :

— HNa vossa qualidade do dou-
tor em medicina haveis de par-
mittir-me que pergunte tambem:

— Já vistes alguma dor?

— Não. ; :

— Já ouvites alguima dôr?

— Não.

—— Já cheirastes alguma dôr?

— Não:

— á saboreastes alguma dôr?

— Não.

— á sentistê alguma dôr?

m. F y
— N’esse caso continuou o

GTA —— —— i padre, aqui” tendés tambem
| quatro sentidos contra um uni-
i eu, para provar que v dor não

existe, e todavia sabeis
la existe.

O doutor ficos perplexo, e
virou costas por não poder dar *
troco.

que elj

DDD ——
Sahida
Sabiu para Lisboa o nosso

collega nesta redacção 0 sr:
dr; Antonio da Conceição;

 

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CAMPEÃO DO ZEZERE

CORRESPONDENCIA

Um pouco livre do rheuma-
tico. na emão do fauso», vou
«reproduzir a cavyaqueira», que
commigo teve Angelica de Je-
aus, mulhersinha levada da bre-
ca, que se tornou muito nota-
vyel numa. funcção de semana
santa, em . que desempenhou
sdmiravelmente o papel de Ma-
gdalena.

Chovia à cantaros na sexta
feira quando estava pregando de

-paixão Manoel Pedro Ramalho-
na; natural da Certã, Augusto
Váz, marido da tia, Angelica,
furavar por entre a multidão
composta de fieis no momento
em que 6 pregador B,lgm’axça
Christo no Jardim das oliveiras
interregando a Judas da seguin-
te maneira: & queémr. buscaes?
a quem buscaes?—Augusto Vaz
que tomou Judas pela rua pes-
soa:-Busco a minha « Angeli-
ca» para lhe entregar este
chapeu de sol, e ao mesmo
tempo exibiu uma especie de
-barraca de campanha capáz de
tobrir todos os fieis al reuni-
dos!

Desde então ficou muito co-

ecida a tia «Ángelicar, que
é hoje sectaária da Liga Libe-
ral, da sociedade da Crnuz-Ver-
mélha, é – partidaria do — Porto-
franco, declarando ser «Porta-
“franca). Mas vamos adeante.

Saiba a tin Pelonia, que a
PeCambra»> municipal d’este con-
celho de Ferreira do Zezere
.vae cbotars uma contribuição
“dê BOO reis sobre cada cão!
Tsto : € duro! Não seria melhor
que os vereadores empregassem
«bagalhoças na compra de bol-
los para os «ostourarem?,..»
“Tsto é abarbaros, lhe disse
eu (como «membra» da socie-
dade protectora dos animaes),
além r£) que traria uma despe-
eA para o municiípio; olhe visi-
nha n’um só anno a camara de
Teiria lançou nas suas contas
200000 de Bollos com que de-
7à cabo dos cães, embora conta
exagerada, como muitas de va-
rias corporações, e ainda assim
louvada em verso por um poe-
ta, que -escreveu o seguinte:
Sinh eimo

COLLAR DE PEROLAS

Bozes Daoima

jo, que noite tão bella
Não nos trouxe tão lneido julho;
Ouve; escuta du pomba o ariulho
Junto 4 rosie À virente cerem,
Vê: repara; são trdo convitea
Que te fazem as aves e o mentes,
Vem; são bellas nº horas; e as fontes
Gemem tristes dizendo: — «umjo, vem!»

Vem; não temas!… À noite é brilhante,
Tem segredos, tem fundos mysterios,
Quando, envolta em seus mantos sideríos,
Em a vejo d’além despontar.

Que mil ões d’harmoniás não 8 ouverm,
Quando brincam as auras nocturnas,
D’essas rosas nas mysticas urnas

Alta noite, ao fulgor do luar!

Vem!… As noutes doou-as a Eterno
que sonham d’omor, ou ventura,
1 formon dos sertões e espessura

úPara o tigre ou adusto leão.

FX(!;]!; são ballas as horas passadas

Ão olor d’estas relvas floridas,

Da avesinha escutando as sentidas

“Doces notas da sua canção,

N’este valle onde as aguas queixosas
Brandas correm por ti suspirando,
Vem as aáuras em timido bando
Junto á no’te teu nome evocar!

Mas debulde; que tu, lindo archanjo,
Longe vives das patrias collinas,
Tuas fallus d’escanto, p’regrinas

Ah! talvez as 1ão torne a escutar.

Vive embora de mim tão distante,

Mus não percas jámais a lembrança,
D’essas horats d’umor e bonança

Que conugo viveste, anjo meu;

L. sum dia volizsndo do exilio

Me não, vires vagar n’estes prados,

Chora triste oes viomentos passados

Sobre a campa, que á lnz me escondén, *

Alfredo Carvalhaes.

Feliz e pacuta camara
Que em eporna. tão nefasta
Para matar os sens cães
Só duzentos mil veis gaste!

Ai! como eu, pobre coitado,
Louvores daria a Deus,

Se com duzendos mil reis,
Podesse matar 08 meus!

Ora a respeito de veneno,
tia Polonia, seria verdade n’um
dia de tão grande ventania,
que «dermbou» o maior pinheí-

FOLHETIM

LILA

1 No seu -quarto pequenino,
perfumado, um ninho, um ber-
ço de ereança feliz, Lila dor-
mitayva.

—A luz coada pelo «store»
<côr de rosa, de figuras chinezas,
beija-lhe: o rosto avelludado,
branco de neve.

Viera dojardim ha pouco;
o cachos de ]Í’I;az, 05’j,unqui.
lhos, ‘ 0S geraneos que troxe-
ra; pendism-se no rebordo das
djarras “de Sévres estontendas

] pelas essencias caras. que aro-
matisavam o toucador.
Nas prateleiras adornadas

agitava mansamento +s rendas
da ematinées nocollo velado
de Lila. Advrmecêra sobre uma

de bustos de Vrepze e de mar-
mares de Pa;os, havia uns amo-
res pequeninos, de «biscnit»
que despendiam flexas visando
o alvo com uas suas pupilias
brancas, fixas.

Era a hora da sesta.

La fóra os raãios do sol caiam
a prumo, arrancando seintilla-
ções À superficie serena dos
lagos, abatendo lentamente o
caule-delicado das flores, torcen-
do e desbotando as pétalas ro-
sadas das begonias.

No quarto, mergulhado na
penumbra, apenas se ouvia a
respiração regular e subtil, que

«chaiselongue» estreita, de seda
escoceza, uma phantasia delici-
osa, d’um gosto exquisito e
delicado,

Lila sonhava.

No rosto infauntil—uma péta-
la de rosa— passavam, indo
coucentrar-se-lhe nos Jabios,
uns sorrisos subtis, meio vela-
dos, fogitivos,

Sonhava com o baile que os
paes lhe tinham offerecido ha
dias quando elle fizera os qua-
torze annos, o primeiro’ a que

assistira depois de sahir do col-
legio.

Darvertira-se tanto e preci-

ro que ltavia. niostus
de portus

tiropias
la nascersa de San-
to Antonia dos Ohbvaes, / emors
Ter» um cáerivão, ali para 485
bandas.de Porto de Móxz, enve-
nenando, por ter passado pela
lingua 52 sellos que collon
wumas «cpapeletas»? Se «esihn
é, não será mau «prantáro UM
MuNCios, Nàs gazetas prevenin-
do os senhores «escrivões» de
Pedrogam, e d’outras bandas,
de que os selloa são mais vê-
nenosos do que a stryehinina.

«Ora» a respeito da «ques-
tã» londrina, disseram-me es-
ftar acabada, mas que o «reta-
lho» que nos ficou na terra da
pretalhada, val menos, em re-
lação á parte roubada, do que
os calções de 8. Sebastião! Eu
emburo com o «Salysburros,
apesar de o não conhecer, por-
que tenho «patriotiemos». a dar-
lhe com um pau. Valha-nos S.
Vicente da Tormeira,, ./ digo
da Tórreira para não confundir
com outro «Vicente» …

Julgo, sr.* Angélica, que/ o
diabo não é -t1ão feio como o
«pintam». Nós ficamos (até ver)
com à margem septéntrional do
Zambeze nté Ároanga, n’uma
largura que varia entre:meio
grau a.do’s graus,

Eu não entendo isão de «de-
grauss, tia Peloniul O que eu
queria era ver tudo ucabado &

e levassemos «castanha»; dese-

tos matutinos que me apoquen-
tão «todos os dias diariamente»,
me deixassem e ao meu.«Augus-
tio», que comímnigo tem ‘”parti-
lhado de tal molestia. o

1sso é passageiro e se.oxseu
homem tuúmbem padece não é
cato novc. Se bem me lembro
li no «Ivmparcial de / Coimbra»
v segninte: j

N vuia reunião da sociedade
de Fhiladeiphia (que fiêa sli pa-

um carso singular de sympathia
conjugal. Tratava-se d’um ma-
rido atacado de vomitos, du-
rante o estado interessante de
sua esposa. Este easo, segundo
o tal doutor, não é raro, pois
declara que tem conhecido ma-
ridos que tem vomitos de ma-

e fm e

sumente naquelle instante, Li-
la julgava-se ainda arrvastada
ao longo do salão n’uma walsa
arreb.tadissima que «elles lhe
solicitár.

«Ellea» era um rapaz distin-
c to, delicado, um poeta, uma
Pplysionímia expressivamente
b endora é insinvante. CGostava
muito de Lila, que elle conhecia
de pequenita, achava sdoravel
aquella ereatorinha gentil, mui-
to loira, muito risonha, com os
sens ares de senhora e o seu
sorriso de creança.

sc o

maa

Continta
Reguengos :

Carvalho,

nosso favor, embora dessemios

jande igualmente que uns vomi=’

ra ss bundas de Ribeira de Pe.
ra) o dr. Haúmill apresentou

r, Magdalenaá Marti ns de

 

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miim a ii ueniaesslioae am cn *

nhã, sempre que suas mulheres
entram Huqueile estado.

E pois, à molestia que vo-
cemecê «padessesr mutionente
com seu marido, denvininada=—
syinpathia. :

E’ certumente, terminante
nenre, sabizumente. .. como diz
o burbeiro da Árega:

À sr.º Angelica apresentou
em seguida sos adverbios su-
prá, um «rosarior d’elles para
jinitar os: «sabios» da época…

VYou terminar esta correspon-
dencia com “mil parabens ao
ex.”º Abilio Marçal pelo seu

brilhanite acto de – quartanista |

em direito, bem como ao ex.”*
dr. Guilherme e” a“ seu . estu-
dioso . e intilligente filho, da
Certã, pelo bom resultado do
seu: acto de terceiro anno; e
d’aqui os «abençoar a todos
tres

MAh

tcl aa tb on dicE SE MSA Sc E ee a o aa

vadliaya o meu ser, concebi uma
lembrança,

Ambiweriinava, sobretado, fal
lar à bella que me fascinava, e
a Lga nculta-me esperança,
alentava-ne de eoragem & offe
recia-me oceasião propria.

Sim, como cavalheiro, diri-
gir-me-ia 2 ella, entregur-lhe-in
easa prenda- e, em recompensa,

| recebia um sorriso e um agra-

decimento. Esse soerviso 15«1;“.;
ãvÉI]í’:llinM’-rle* É Asao :If.fl’.’ulm’i
t v ansformarvíe-a em
«vmpathia. -.

Decidi segnir tal expediente.

Ella já ia distante, maás, abre-
viando o passo consegui alcan-
l!’íll’il.

Comprimentei-a, ella córou é
a mãe, olfactando ‘uma pitada,
olhou-me de soslaio.

Expuz-lhe. a minha preten-
ção, e ella, . sorrindo, respon-
deu-me:

—Essa liga, cavalheiro, é de
minha ma:ni. : :

Imnagine-se o meu desgosto!

Alvaro Dia.

mêénto

, liga

Ella pastenva com a rechon
chuda mamã pela avenida do

| jardim.

Todos os olhares se confron-
tevam com o d’ella, e um leve
rubor lhe coloria as faces seti-
NOSaAs.

Todo o meu pensamento

actual se fixava n’ella e serme- |

ia impossivel desvial-o para ou-
tra parte.
AÀ musica, exbibia uma walsa,

mas, se me perguntassem o su

título, eu não, pederia respon-
der, por ouvil-a setn consceiencia
proópria., |

Seguia-a sempre, unhelando
o ensejo de lançar-lhe um wa-
drigul, o que seria difficil em
consequencin da vigilancia pers-
picaz exercida pela mamã, que
tinha ciumes de que os olhares
devorassem « filha.

N’este entretanto vi que nm
pequeniny objecto cahia junto
das duas, sem que ellas perce-
besseim, pois que não interrom-
peram o passeio.

” Aproximei-me um pouco pa-
ra analysar a realidade e, ob!
fortuna das fortunas! conheci
que .era uma liga de: meia.

Olhando em redor de mim
para me certificar que não era
espreitado pos ninguem, . apa-
nhei-a;rtapidamente,

() smeu jublln indiseriptivel]

asstniin ds proporções d.º dely-
vrio quando me vi possuidor de
tão precioao achado!

Com a ardenceia, que algum
poeta classificaria de amor, ehe-
gnei a liguinha- junto ao meu
cornção, invólvido n’esse mo-
mento pelo fogo d’um Vesuvio.

Parecia um sonho a minha
inesperada ventura.

Vêr-me senhor de tão delica-
do objecto era, na verdade,
um caso extraordinario!

Fensrndo na alegria que ir-

FD GRERD:
Roubo?!

Os &rs. Vasconcellos Rosa &
C., commerciantes na cidade
du Praia, remetteram pelo va-
por «Cabo Verde», para Lis-
boa, à consignação do sr. Gil-
berto de Varvalho, uma caixa
contendo moedas de ouro e pra-
ta.

Hontem o sr. Gilberto diri-
giu se á alfandega & fim de re-
ceber a caixa, o que não fez,
por lhe parecer que alguem ti-
nha diligenciado abril-a. O di-
nheiro que à caixa continha foi
immediatamente contado, vere-
ficando o sr. Gilberto de GCar-
valho faltarem, segundo à nota
que tinha sido mandada pelos
srs, Vaseoncellos € C.*, da Praia,
121 libras.

ÁAquelle sonhor, lembrando-to
de que a falta podia partiv ude
quem remetieu à ceixa, expediu
paraali um telegramma e a res-
posta foi que a eaixa tinha sido
pesado, à partida;e devia con-
ter à importancia que 1mênciona-
/4 na carta.

A caixa, 4 partida, pesava 22
kilos, segundo aceusa a factu-
ra. dtepesada na alfandega, foi-
lhe encontrado o peso de 21
kilos e 100 grammas. À ditfe-
rença, isto é, 900 grammas, é
ponen mais. ou menos 0 peso
de 121 libras.

O ar. Carvelho queixou-se à
policia da 1.º divisão.

Nomeação

Pela morte do sr, Adriano
Machado, proceurador geral da
corõa e fazenda, foi nomesdo o
sr. conselhkheiro Frnesto Ri ln
tzo Ribeiro.

A escolha, attendendo ao
elevado talento e longo tirocr-
nio dos mnegocios publicos, de
s. ex* não pode ser mais vcer-
tada.

; DO ZEZERE

;Padre nosso d’um bebado
Í

5 Santo abafadinho, que estão

SE S mm, |na cartola, purificado sejaes

MANGEL SIMOES CASTA- | sem agua, venha a nós o vâlao
NHEIRA

hquido, para ser bebido á mi-
Pelroyam Grando nha vontade, aºsim da taberna
Est

como em casa. ‘Tres quartilhos

1 pharmacia éstá muito|por cada hora nos dae hoje;
bem sortida de drogas e medi- | pardoae-me àas vezes que te bebo
esinentos, achando se, por’isso, | INnenos, 2ssim como te perdôo o
“ proprivtario. hsbilitado n sa-‘ mal ené ás vezes me fazes; não
P iodas às exigencias da |me deixes enahir atordoado, mas
SE RAA : liyvra-me da pelicia. Amen,

S
FILULAS

Gontra a tenia ou solitarial Refere um collega quê no
Preparam-se inteiramente : ve- | districto -de Angra do Herois-

LEetaes o inoffensivas mo ‘ha 1:802 casas deshabita-

SAU INFALLIVEIS |das por effeito da emigração,
Simplesmente e spantoso!
ATREI—

— CHROMOS
urrs Simbes ferragem
10, uuuA dos Fanqueiros, 13—Lisboa

DEPOSITO DE. CHAPEOS E BONETS
ÉN TODOUS O5s FEITIOS E QUALIDADES

Emigração

Enviam-se pelo correio,

Etrecno 1 $00D réóis

– Variado soriimento de fazendas d algodão, 1% e seda, colla-

rinhos, gravatus, meias, chales e Jãs para vestidos, boa e va
riada colleeção de roapas feitas para homens, senhoras e crean-
çus ASSIm / como vasemirás pretas e de cores para roupas por

medida. — Preços Jimitadissimos. — Tambem se encarrega
de vestidos e roupas para senhora. & ]

e Oa Ul x Tm Vias

CONTOS PERSAS, TUPCOS E OEINHIES
POR

— DERVIS MOCLES
Obra iMlustrada com bellas gravuras
“L BILRA DSA TDA

Oscar MNep

Aeiramente extraordinaria, cheia de soj
banhuda por uma luz saliente e mysteriosas
impreza inicia uma seria de publicaçõuee
nlí::-rít:ilrl:tr. 8& Causar senaçãoes, obras-primas devidas é pena ala
thorisada de escriptoves de primeira grandeza. Hsta, que no-
fuz passar pelos olhos deshunbrados, como n’um sonho produxi-
do pelo opio, toda à plantastieca vida oriental, é, sem duvida
twnuito superior ao0s contos que existem traduzidos por Gallando
pois. que encerra vs mysterios, as — reminiscências do Oriente,–
desdvy a litteratura d India até aos poemas traçados nos confins
da Asia, como a litteratnva persa, arabe e japoneza. i

E’ uma obra vêr
€ de vivos aron:
a obra com que e:

Em todos oº paízes onde OS MIL E UM DIAS tem

feito a sus apparição, nunerosas edicções se tem logo esgotade
em resumido espaço de tempao,
CONDICÕOES DA ASSIGNATURA
LISBOA
de 8 paginas, em 8.º grande, alternadas com
to da. entregas SEA S o o EDA NE oA
é : : GVINCIAS :

Um fascieulo quinzenal de qualxo folhas, de oilo paginas, uma gravury
inprer siída, pagamento adiantado.f..itívivo. FE AtAE reis
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Fructas seceêas e conservas

47, Roa de S, Julião, 47 (Vulgo Algibebes)-=-Lisboa

Piuas folhas, por senmana,
tullas ilaustrações pagas no

 

@@@ 1 @@@

 

CAMPEAO DO ZEZERE

CHROMOS .
WYibra de Contos
de

D. Magdalena Martins de Carvalho

O livro que brevemente váe ver a luz da publicidade seb;
o titulo de VHROMOS, e onde se reune uma ndmiravel e va-
rassimas collecção: de contus, váe ter um grande smeeesso por
ser uma obra de merito, onde o Jeitor vacila no que mais de-
verá apreciar: se o elevado do estylo, se o burilado da phrase.

À sua auctora e uma escriptora distintissma, como o attes-
tam as suas produleções que são muito procuradas e lidas, es-
peci almente no, A emtejo; e o lvro que ora váe aparecer terá
uma . larga extrac£ão não só ali, mas em qualquer parte onde
app areça algum exemplar.

Condições da assignoatura

O livro CHROMGS, formará um elegan te volume que, óm
Reguengos e na Ceriã, pode ser adquirid pelo modico.

— MVreco 300 reis

nas demais Jocalidades por 320 reis.
Pedidos á auctora, em Reguengos, ou ao editor Joaquim Mar
tins Grillo, na Certã.

Dlbesto &G LTeitão
llll’nícri-wáo e ‘l’ab;allião ;

Pedrogam Grandej

. ESCRIPTORIO
Rua deMiguel, Leitão d’Andra-
de,
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João Antonio Caetano
Rna do Eirádo

Loja de mercearia, tsbacos, ca
peal, sóla, ferragens ecutros «itigo

Precos convidativos
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Abilo Nogueira David
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15 de cada mez.

recehidos.

Agente na

As creanças de passageiros, ate dois annos,
nos, um quarto de passagem; e de cinco a dez annos meia bassagem.
Para os diversos pontos do BRAZIL, em differentes dias dos

Passagens gratuitas para o Brazil

Nos magnificos paquetes da Companhia Char,

de Lisboa em um dose e vinte e dois dois de eada mez dão
tuitas às famiílias, de trabalhadores que desjeemjr pira
do Brazil, d’esde Lisboa ate ao Rio da Janeiro. A’sua
Verno conçede-lhes transporte gratuito ate à Provinciá à que se distinem-
se shi são livres para empregarem a sua activídade laboriosa
né mais lhe convenha não contrabhindo nenhuma divida pelos beneficios

de Únverpacão

CTChargenre
REUNIS

Messagereis
Marinnmes
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Para todo os postos ds

Brgal, Alrice Oiidenial e Oriental ete,
SAHIDA DE LISBOA, para todos os partos d’Africa, em

gratis: de’tres a quatro an-

mezes

guers Reunis que . sahem
-se passagens gra-
qQUasquer Provincia
chegada ali, o Gor

trabalho=-
re-

Na redacção d’este jornal prestão-se esclavecimentos

dCextã
duaquim Blartivs Erillo

D Mercearia e Tabacari:
Advogado é
J. A. de Souto Brandão
ESCRIPTORIO FORENSE:

“”Largo da Igreja

Pedrogam Grande

N’este. escriptorio toma-se
conta de qualquer causa civel,
crime ou. prommoções quer
dependam dos tribunaes da Co-
marca de Pedrogam Grande
quer de outros quaesquer tri-

Treoon

DE

Travessa Pires N.º 1-2 é

bunaes do paiz; e tambem de NITIDEZ

Qqutros quacsquer negocios civis &

das repartições publicas d’esta E

villa, ou fora d’ella. Bom papel »

FNS T ANERHEAT UTA AEN TA S y ENT REZA
” Mercearia e Tabacaria
j DE
Augusto [Thomaz'[Barreto
Rua dé’ilignél Leitão d’Andrade | trações, Recebodorias,

quaesquer outras repartições,

. ESTA, . acreditada. cása acaba? de culares, etc.

receber fina manteiga e hons 3assuca-
res, chá e café, que vende por preços :
muito rasoaveis, assim como esta á Bilhetes de visita…,
espera de magificos charutos e outras & é

“qualidades de tabacos. F

S « R pmios’.’….
Wlazosl Cuastans’ Th SRA ca :

« « « q
Largo do MNunicipio
Estabelecimento de ferragens
louças -(‘—’C%lb(;*dal. _Agento
da Compyanhia de
Seguros Tague

d 2.

quer serviços, na Certã.
Cumpra livios e encarrega se

APHIA

JOAQUIM MARTINS GRILLO

Beceo da Imprensa N.º2

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RAPIDEZ
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Preços modicos

: Nªefem typugraphia confecionam-se com rapidez quaesquer
livros“ impressos para Juizes de Direito, Delegados, E
Juntas de Parochias, Juizes Ordinarios, de Pax e M
cobrança de congruas, diversas Confrarias,

Iscrivães,
e Unicipaes,
Camaras, Adminis-

: dorias, Repartições de Fazenda, Escolas, Corpo
fiscal, Pharmacias, Estabellecimentos, Depositos de tabacos, e

corporações publicas ou parti

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50 de 150 a 450 «
… 100 je 250 a 900 «
.. 26 le 200 4 500 «
sa.. DO de 800 1 DOO «
«. 100 de 500 a 1200 «

Partecipaçõ es de cassmento de E(O e para cima.
c s Q

O proprietario d’este estabellecimento encarrega-se de quaes- | T

da verda d’ontros, ete.

mma o a5m o

Olicinx Wenendienador
DE
: MANOEL ANTONIO GRILLO
Travessa Pires N.º 2

dertaá

Nesta officina confeciona-se todo & qunalquer trabalho GCon-
cernente a esta arte.

donguim Pircs O. David

LAKGO DO MUNICIPIO
Loja de Mercearia, tabacaria,
ferragens e fazendas bran-
ths f ete.

W—
Marceilino Lopes da sSilva
Larçgo do Encontro
Mercentria e Tabavaria

D BECREIO

Revista semenal. Livte-
raria v Charhdistica

D, — Recreios= é semaduvida, uma
das publicacões litterarias mais bare
tas do paiz e que tem unicamente
em Vista proporeicnar aos s.Es assigs
nantes lettora ameva é tuilmediânte.
U a dieissima genilaiçõos — asto0é
Cada vumero —t 0 1618, com AÍ pagi-
vos à duis colomuas e em optimo pa-
pel.
Está em pullicação a 10 * seri.Ca-
da série de 96 numeros formam um
volume completaemente independente.
Fm Ligfhoa a aesienatura pega no à. o
da tntrega. Para n provincia, a assic
unlura e feifa As series de 26 numero;,
e rfusl:. B0 seis. f

Yoda a correspondencia deve
ser dirigida nº João . Romano
Torres fna o Dierio de Noti-
cias IB— Lisbna.

—EDITOR—
==Albano Nunes Roldão=-
Ypographia e impressão

ravessa Pires, N.º. 9
=CERTA==