A Comarca da Sertã nº58 23-09-1937

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TSE
EDUARDO BARATA
DIRECTOR E EDITOR
DA SILVA CORREA
o RUA SERPA BP
= REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
ENTO SS SERTÃ
| Propriedade da Emprêsa Editora dá
COMBRCA DA SERTÃ (em organização)
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dia De e
“A
Rae
YENÇADO
— Dr, José Carlos Ehrhardt +
Dr. Angelo Henrigues Vidigal:
—— António Barata e Silva A
Dr. José Barata Corrêa e silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa
COMPOSTO E INFRESO “MA
ANO il Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã, E E ai
Nº 58 Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Reis e frequesias de Amêndoa e Gardigos (do concelho de Mação) | 55
Notas…
: PELA pasta do Interior foi
s publicada a lei eleitos
niral, ao abrigo da qual se de-
| ‘vem realizar, em outubro pró-
0 Zimo, as eleições das juntas
v de freguesia do país. de acôr-
Ô do com o novo Código Admi-
nistrativo.
Aquele importante diploma,
gue contém 54 artigos, trata
largamente dos direitos dos
“eleitores do recenseamento
« eleitoral, das operações do re
| Ccenseamento, que deverão ter
À
Y
.º inicio em 1 de fevereiro de ca-
Mu da ano, da apresentação das
FE distas, da eleição e das as-
posembleias ou secções de voto,
O do apuramento, etc.
Q As comissões de freguesia,
n.º 23.400, de 27 de novembro
de 1954, procederão á revisão
da relação dos eleitores, de
modo a abranger todos os
chefes de familia, nos termos
do mesmo diploma mulhe-
“Tres portuguesas, sEg
vorciadas ou judicialmente se-
paradas, solteiras, maiores ou
emancipadas, guando pos
suam idoneidade moral e vi-
vam inteiramente sôbre si e
tenham a seu cargo ascenden-
tes ou colaterais, e os cida-
“dãos portugueses, maiores ou
emancipados e com lares pró-
prios.
Os novos inscritos consti-
tuirão uma lista complemen-
tar, que serà apensa ás rela-
ções já existentes.
E Até três dias antes do desi-
! gnado para a eleição, os pre-
E — sidentes das camaras munici-
é pais, os administradores de
bairros, remeterão aos presi-
dentes das juntas de fregue-
sia as cópias dos cadastros e
das listas complementares dos
chefes de família eleitores,
: desdobr ados de harmonia com
: as secções de voto, onde as
houver.
et GD eprag—
– O artigo «Interesses econó-
é micos», que hoje temos
a honra de pnblicar em fundo,
é de uma actualidade flasran-
fe e encerra considerações de
transcendental importância,
devendo, por isso, merecer a
maior atenção a todos aque-
les a quem é dado ocupar-se
com os problemas económicos
da nossa terra.
* Deve-se à pena brilhante do
insigne jornalista, nosso bom
amigo, sr. Monteiro do Ama-
ral, digno director da magni
fica revista «Expansão Porta-
Suesa», a quem rendemos o
preito da nossa indefectivel
gratidão e inconcussa cama-
“radagem.
tag
: (GOMPRANDO a linda cole-
cção de postais da Sertã,
presado leitor, possuirá o me-
lhor documentário das bele
£as que nela se encerram e
contribuirá para a sua pro-
paganda.
Faça o seu pedido a esta
Redacção sem demora.
1º aque alade a artigo 6.º da lei
WTERESSES
(O povos, em todas as suas trajectorias e
a bussola da alma — é o trabalho.
Desde que iniciamos as nossas reportagens
atravez do país numa ansia justificada de aus-
cult’r a alma nacional, muito temos aprendido e
compreendido,
Não vem a talho de foice expôr ou discu-
tir as teorias “a continuidade das raças e as li-
gações destas com a terra: — lembremos apenas
que o homem fica sempre preso á terra onde lhe
nascem os filhos, e onde, pela alquimia sagrada
da Natureza, se descompõem os cadave es dos
entes que ele amou e que fugiram ao seu amor.
Aº-parte essa razão da ferra, existe, impe-
we forte 0.1 ‘od ant
podem separa-las, que elas se unificarão quando
se acercarem…
tou-nos o convencimento perfeito de tudo isto
Por todo o nosso Portugal impera o fraternal
amor de uma raça a Raça Portuguesa, Se a
distancia acolhêmos com credulidade as intrigas
de estranhos, mal nos aproximamos, logo nos
abraçamos, nos compreendemos e nos curvamos
comovidamente ante as realidades invenciveis,
sob o dominio irresistivel do mesmo sangue que
nos vivifica.
Só assim nos foi possivel obter o grafico
mais completo, ilucidativo e nitido da vida, dos
costumes, dos processos e da acção da gente
portuguesa.
Não nos bastaria, para o di gnostico a for-
mular, um estudo impressionista, produto da
fricção do nosso instinto de jornalista com os
aspectos berrantes, exteriores, demasiado epider-
micos, ao alcance facil dos nossos olhos, dos
nossos ouvidos, de todos os nossos sentidos.
Vamos radiografando um por um, vencendo di-
ficuldades, naturais mas fatigantes, todos os or-=
ganismos representativos da vida economica da
.nação — todos aqueles que, por longos anos de
esforços heroicos, sactificios nobres e estudos
atentos e profundos, dispõem das chaves de to-
dos os problemas, a erudição maxima de todas
as realidades, a experiencia, por vezes dolorosa,
de toda a maquinaria industrial, comercial, agri-
cola e financeira desta terra admiravel de traba-
lhadores e lutadores que é Portugal.
Não negamos que, á margem dessa inves-
tigação essencial, dessa analise minuciosa feita
directamente ao sangue vivo de Portugal labo-
rioso, amealhamcs impressões pessoais, colhidas
ao ac s» da vagabundagem de reporter, aqui e
alem, nus cidades e nas vilas, as quais, talvez
frivolas, não oferecem o interesse tecnico, esta-
focar. Mas nem por isso nos esquivamos a exte-
riorisa-las, porque são como que o fluido subtil
que prepara os espiritos para outras revelações…
E? um dever a cumprir — e que cumprimos
comovidamente antes de entrarmos na zona in-
formativa desta reportagem: -a imediata com-
preensão do nosso objectivo, o auxílio expon-
alguns dos homens de maior valor e representa-
ção da Sertã, entre os quais distinguiremos por
direito de conquista, o nosso querido amigo sr
Antonio Barata e Silva, espirito moderno, de rá-
pidas visões positivas.
Olvida-lo aqui, seria uma ingratidão cruel,
Graças a ele todas as muralhas se transparenta-
ram, todas as luzes se fizeram numa milagrosa
evoluções, são bussolados pela alma; e
Da nossa missão por esse país fora, resul-.
tistico, matematico, que ímporta acima de tudo.
taneo, dedicado, constante, que encontramos em
ECONÔMICOS
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A Sertã, pele valor dos seus homens mais representativos na ciencia, nas le-
tras, nas artes, no comercio e na industria –e, ainda, pela riqueza da sua a-
gricultura, é um dos concelhos da Provincia da Beira Baixa que superior-
mente marca na estrutura geral do Distrito de Castelo Branco. O que o sr.
Henrique Pires de Moura, culto e considerado exportador, disse á «Expansão
Portuguesa» sobre o alto valor dos resinosos e dos azeites da Sertã.
apoteose de verdade e de revelações interessan-
tes. Graças a ele, á sua inteligencia e á sua ami-
– Sade, a nossa missão executou-se completamen-
te na Sertã — terra bem portuguesa onde palpita
a alma forte de um povo que quere progredir e
vencer. Terra hospitaleira por excelencia que tan=
to admiramos e queremos, onde nos sentimos
tão bem e tanto à vontade como na propria terra
onde nascemos e fixamos o nosso lar
E, rematadas assim as nossas lijeiras im-
pressões pessoais, entremos na essencia do nosso
inquerito.
Vai falar o ilustre beirão, vulto de
destaque e prestigio como comercian-
“te e exportador, sr. Henrique Pires
Sa
ER e ã LES ” – a
: e
Eº ainda o nosso amigo sr. Barata e Silva
quem nos acompanha a casa do sr. Pires de
Moura, embora tivessemos tido já oportunidade
de o conhecermos quando, em 1934, em identica
missão, estivemos na Sertã.
Uma vez anunciados, logo nos lizeram en-
trar num confortavel gabinete cheio de bom-gôs-
to e bons livros como nos curtos momentos de
espera, pudemos apreciar. O sr. Pires de Moura
não se faz demorar, porem; e numa gentileza
bem beirã, acolhe-nos sorridente para nos dizer:
— Já nos conhecemos, e é sempre agrada-
vel tornar a encontrar alguem como V. que já
disse da Sertã alguma coisa justa, tão pouco ha-
“bituados estamos a que nos façam justiça…
Aqui estou pois, ás suas ordens.
— Com a nova organisação administrati-
va — dissemos — a provincia da Beira Baixa mo-
dificou o seu mapa e consequentemente, os seus
varios graficos estatísticos. Foi por isso que re-
solvemos voltar á Sertã para focar as evoluções
operadas e ouvirmos as suas forças vivas pela
voz das pessoas competentes e autorisadas como
V. Ex.º. Quere ter a bondade de nos dizer al-
guma coisa que possa interessar o momento que
passa ?
– — Tudo quando possa e saiba lhe direi,
sem pretender salientar-me mas somente no in-
teresse colectivo da Sertã.
Falvu-me V. na nova organisação adminis-
trativa da nossa provincia e, por isso, na possi-
vel transformação dos nossos graficos comer-
ciais e industriais. Sobre este assunto é cêdo
ainda para se fazerem vaticinios: estamos no re-
gime de experiencia, cujos resultados só mais
tarde se poderão constatar. Aguardêmos, pois.
— Não julga V. Ex.º interessante, oportuno
até, tornar publicos alguns dados que demons-
trem a acção e a situação dos valores economi-
cos do seu concelho ?
O sr. Henrique Pires de Moura aprova,
num movimento rapido de cabeça, a nossa ideia
— e imediatamente abanca à sua secretaria de
onde retira e compulsa varios apontamentos, me-
– morios, etc. e vai-nos informando :
— Como sabe, o azeite da Sertã, que é
considerado sem favor o melhor azeite portu=
guês. tem um logar proeminente não só nos
nossos principais mercados consumidores, como
tambem nos do Brasil e das nossas colonias E
é interessante not»r que o príncipal propagandis-
ta dest: azeite, é o medico — que nel: encontra
qualidades organolepticas muito especiais, acon-
selhando-o a doentes do estomago, e do figado
muito particularmente,
“(Continua na 4.º pagina)
-«..a lápis
AS senhoras que dirigem a

esclarecer que o «Atlético» nada
tem com o grupo desportivo da
Casa do Povo, limitando-se a
Direcção desta o ceder o campo
sem que, contudo, alinhasse qual-
quer dos seus jogadores.
A Bem da Nação
Sernache do Bonjardim, 15 de
Setembro de 1937.
Pela Direcção, O Presidente
da Assembléa Geral — Antonio
Ferreira da Silva.
Este numero foi visado pela
Comissão de Censura de
Castelo Branco
nosso amavel entrevistado diz-
nos aínda, rematando a nossa
palestra :
— Creio que— se de facto,
como o st. e eu julgamos — uma
informação tão completa quanto
possivel da situação economica
da Sertã, assim de momento e
ao correr de uma simples con-
versa, pode interessar a sua Re-
vista—a sua reportagem deve
ter atingido o objectivo deseja
do…
Se não lhe forneci uma me-
moria total, minuciosa e detalha-
da de tudo o que poderia dizer-
se — e isto seria impossivel den-
tro da estreiteza, improvisação
e rapidez de uma entrevista —
juígo ter-lhe dado materia su-
ficiente para que forme uma
ideia clara do que é a Sertã na
sua vida actual, e do que pode-
tá vir a ser num fuiuro que eu
desejaria ver proximo, se não
imediato.
Estava terminada a nossa en-
trevista. Prolonga la na ansia
crescente de maiores conheci-
mentos, na sofreguidão de co-
lher mais notas e apontar im-
pressões, seria abusar de ama-
bilidade que nos havia dispen-
sado o st. Pires de Moura, com
uma franqueza e cordialidade
cativantes.
O que o inteligente e culto
comerciante nos disse, propor-
cionara-nos, na verdade, mais do
| que simples informações — um |
esquema rigoroso, embora sin-
O remate da nossa en-
trevista Ultimas pala-
vras.
Devolvidas ás respectivas ga-‘
vetas as pastas e os documentos.
que o sr. Pires de Moura con-
sultára e aproveitára para me-
lhor nos esclarecer e orientar, q
tetico, do trabalho, do vlor e
das justas aspirações dessa ex-
| plendida, linda e laboriosa terra
| da Beira Baixa, que é a Sertã,
Muito gratos lhe ficamos e
aqui lhe repetimos os nossos
| agradecimentos,
Monteiro do Amaral
Homenagem ao sr. dr. Jaime
Lopes Dias
Como dissémos no último nú.
mero, é no próximo domingo.
que se realiza em Castelo Bran-
co a imposição solene, ao Ex.Pº :
Snr. Dr. Jaime Lopes Dias, da
Comenda de Cristo com que o:
ilustre beirão foi agraciado pelo –
Govêrno. a
O nosso querido amigo, sr. dr.
Argelo Vidigal, um dos funda-
dores dêste jornal e distinto mé-
dico municipal do concelho, dis=
cursará em nome de , comunicação apresentas
da ao | Congresso Nacional da
Imprensa Regionalista, recente.
mente realizado.
Muito agradecidos.
— Oras
GÊMEAS DO GABEÇUDO
Com destino às gémeas do :
Cabeçudo, que agora são só 2,
recebemos do sr. António Mar…
;celino, de Lourenço Marques, a
| quantia de 20800, que foi entres :
‘gue à respectiva Comissão de :
Auxilio. a
– Osnossosagradecimentos mui-
‘to sinceros por, lá de tam longe,
| ter tomado em conta o nosso as
pêlo em favor das pequenit s –
pobresinhas. a
St Oro
“Sopa dos Pobres”:
Movimento em Agosto
Receita : Cotas cobradas, 2538;
donativos: do sr. Eugénio A. de
Carvalho Leitão, de Lisboa, 208;
da G.N R., 20$00; do sr. Ma-
noel dos Santos, de Tomar, 158;
de um patrício que vive em Afri-
ca, 1 alqueire de azeite; do sr.
Henrique Moura, 1 dito; de um
“anónimo, um cesto de batatas,
Despesa: 13 sopas a 45 pobres,
342830, E