A Comarca da Sertã nº45 24-06-1937

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EDUARDO BARATA
DIRECTOR E EDITOR
DA SILVA CORREA
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
= RUA SERPA PINTO – SERTÃ —
Propriedade da Emprêsa Editora d’N COMARCA DA SERTÃ (em organização)
arca
%
AVENÇADO
FUNDADORES
—, Dr, José Carlos Ehrhardt —
Dr. Angelo Henriques Vidigal
—— António Barata e Silva —
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa
a É o
Tp. Pata Fo
ANO 11 Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã, Li oO
Nº 45-* | Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Emêndoa e Cardigos (do concelho de Mação) TOA E
Notas…
NO próximo dia 29
realiza-se na Ser=
tã a tradicional feira de
S. Pedro.
nal
VINDA directamente de Lis-
“boa, esteve na Sertã a
«Tournée Dubinis», onde den
os seus espectáculos nas noi-
e 12, 13 e 14, que agra-
di dum modo geral pela
variedade do programa apre-
sentado : números regionais,
anedoctas, canções espanholas
etangos, bailados, monólogos,
comédias ligeiras de picaresco
sabor, episódios cómicos, fa-
dos, quadros de revista—todo
um conjunto de representações
modernas.
Não correspondeu o público
ao sacrifício daqueles que da
arte de representar fazem mo-
do de vida, tanto ou mais sim»
pático que qualquer ontro,
porque o teatro alegre saco-
de-nos osnernos, afugenta-nos
ua neurastenia proporciona-
nos uma disposição agradável
e sádia, fazendo-nos esquecer
por momentos, o pêso esma-
gador da vida, detodos os dias,
repelindo da retina a visão de
um futuro negro e ensandeci-
do, de conturbações assusta-
doras. Três noites fracas, fra-
quíssimas, numa demonstra-
ção palpável de desprêso, de
indiferença por parte do pú-
blico, contrária ao seu gósto
pelo teatro, na falta de com-
preensão concludente e irrefu-
fável, de que os artistas tam-
bem precisam do nosso cari-
nho, precisam de viver, porque
as necessidades são tam jus-
tificáveis como as de nós ou-
tros, Não é, talvez, em teatro
dêste género, onde se retratam
— quantas vezes—misérias da
sociedade dos nossos dias, que
os doentes de alma saboreiam
profundamente; não é em es
pectáculos dêste, dizemos, que
o povo se educa, que se faz
reclame, que se apregoam ex-
celêncios morais, probidade,
acções virtuosas e dignifican-
Mas nem por isso deixa de
ser teatro popular, que a gran»
de maiosia do público da épo-
ca, entermo da alma e deca-
e mais aprecia, Sim, por=
que os escritores, os escrevi-
nhadores de obras e composi-
«EA trais, estão amarrados
Y ncia do público, e os
as são intérpretes dessas
s, boas, sofriveis ou más,
te Oles representam sem que
eja possivel curar de sa-
numa ou noutra terra a
‘ão da maioria é contrá-
Pp pa cpimimtio pisan.
não fere os ouvidos das
as mais afeitas às fra-
ezas humanas, conhecedoras
mundo e que, por isso mes-
“compreendem o double-sens
e alguns ditos, des
iramente das
nosas, ingéhuas e
gr
tês, pudicícia, fé e caridade, |,
ODOS que conhecem a Sertã, e principal-
T mente aqueles que nela tiveram o seu ber-
ço e nela viveram e passam o seu tempo,
devem sentir um certo desânimo pela Ilta de
iniciativa, urbanização e progresso de que a Ser-
tã tem andado afastada,
Há uns 50 anos, sê a memória me não fa-
lha, fez-se o paredão na margem esquerda da
Ribeira Pequena servindo de suporte á Avenida
Baima de Bastos, obra de grande envergadura
naquela época, e a seguir, como já Irizei em ar-
tigo antecedente, o abastecimento de água pota-
vel para a vila, importantes embelezamentos de
grande utilidade que se ficou devendo á Câmara
Municipal daqueles tempos,
Mais tarde construiu-se a ponte de S, Se-
nhal, e esta á estrada de Castelo Branco, onde
actualmente em poucas horas alcançamos por um
bom caminho o distrito a que pertencemos.
Dos edificios de construção moderna, po-
demos na realidade enumerar além Go Grémio
Sertaginense, o Teatro Tasso, Hospital de St.º
Antonio e a nova escola, edificios êstes construi-
dos, se não estou em êrro, a expensas públicas
e particulares,
Apesar-de todos êstes edificios que na rea-
lidade representam já alguma coisa na presente
ocasião, quem hoje ao entrar na Sertã, subindo
a Rua do Vale até ao mercado, o local mais
concorrido para onde convergem todas as artérias
da vila, e daqui se encaminha para o Adro da
Igreja Matriz, retrocendo depois para entrar na
Rua Direita e descendo o Castelo até á Carva-
lha; no final deste trajecto todos os novos idifi-
cios lhes passam despercebidos, e acaba por se
convencer, e nóvamente repito, de que a Sertã
d’hoje, é a Sertã de ha 50 anos…
Se todos os edificios acima enumerados,
se em logar de estarem dispersos e intercalados
com outros sem estética e sem alinhamento, se
fôssem de antemão construidos em terrêno apro-
priado, obedecendo o seu conjunto a uma futura
Urbanização, teriamos já hoje uma «Nova Ser-
tão,
A edificação dos novos Paços do Concelho
bastião sôbre a Ribeira Grande ligando o Pi- |
“A NOVA SERTÔ
TERRAPLENAGENS DE 8.º ANTONIO
no alto do Soalheiro, marca o inicio das dire-
ctrizes para o resurgimento em questão, e é para
ali que de futuro devem convergir todas as edi-
ficações que necessariamente se terão de fazer,
começando desde já pela preparação duma larga
terraplenagem em tôda a sua volta.
Às terraplenagens de-Santo Antonio, são,
uma questão de vida ou de morte, que nêste mo-
mento deve ser a preocupação de todos os ser=
taginenses que se ir sam pelo desenvolvi-
mento da terra que lhes foi berço.
Este grandíoso empreendimento a realizar-
se, será O maior de todos tempos, e poderia ser
levado a efeito por uma empreza particular, me-
diante contracto com a Câmara, ficando aquela
encarregada das terraplenagens, vendendo de
futuro, por sua conta, os talhões que marginem
as novas ruas a construir, para compensar a a-
mortização do capital que no fim d”um estipula-
do prazo, tudo passaria para a Câmara sem en-
cargos alguns, Não sendo assim, teremos então
de recor er ao Ministro dás Obras Públicas, á
Juta Autónoma das Estradas e com o auxilio do
fundo do desemprego, para que as terraplena-
gens em questão, tenham o seu início em breve.
Se quando se começou a construção dos Pa-
ços do Concelho, se se tivesse pensado em apro-
veitar os presos, que desde essa data têm pas-
sado pela cadeia da Sertã, (operarios e trabalha-
dores), hoje quasi sem dispêndio de maior tudo
estaria feito,
Vejâ-mos o exemplo da Serra de Monsan-
to em Lisboa, que ha poucos anos era um cam-
po inculto e intransitavel, e hoje está transfor-
mado num belo parque, bem cultivado e arbori
zado, com bôas estradas e moradias, e tudo isto
feito pelos presos da próxima cadeia,
Os sertaginenses que amam a sua terra e
principalmente aqueles que nela vivem, não po-
dem nem devem cruzar os braços perante tal
empreendimento, e os que fora d’ela residem
mas que nela têm o seu coração e o seu pensa
mento, os coadjuvarão nas fôrças de suas pos
sibilidades e inteligência, para o ressurgimento
da «Nova Sertã»,
Antonio Damas d’ Oliveira
tra dôr e angústia, só na vir-
fude encontra delícia e prazer.
rosa companhia
tou,
de bons costumes, séria, de ó-
ptimo e decente convívio social,
desde José Dubinis ao mais in-
ferior comparsa, não teve nas
e dial ficou, po
+
* SERTAÃ- Vista parcial .
CS E Tee
gente ;boa só no crime encon- | panha urdida contra os artis-
ca, que precisa de progredir e
tas por muitas pessoas daqui não de retroceder.
que, pela posição que ocupam |
Não sejamos mais papistas | na sociedade, podiam, e com
que o papa, não vejamos um | isso estamos de acôrdo, não |
cavaletro onde está um arguei-. querer assistir às representa-
ue nos visi- | ções, mas nunca desviar outras
onde só havia boa gente | de prestarem o seu auxilio aos
actores, que também precisam
pie Ag vida, que nos vi-
sitaram, e do bom ou man re- : dida
sultado da sua vinda, desta e se do to E PR
suas representações uma nota | doutras «troupes», depende | 2º!» O litroytrigo, 13800;
gráfica que ferisse a nos- | uma campanha pró ou contra | Mílho, JIS00; centeio, 12800;
Pari -|2 nossa terra, que precisa de | batata, 5800; feijão frade, 16800
a, por isso, a cam-) teatro como de pão para a bo-| os 13,6 litros, :
| Porisso, essa campanha ma-
lévola não ficou bem a quem a
fez. Antes pelo contrário.
et Ora
PREÇOS de géneros no
mercado de 19 do cor-
ca lápis
O punhado de rapazes que
Ê dos liceus de Angola
e Mogambigue veio à Metrópo=
le, teve na capital uma afectuo-
sa recepção por parte da po=
pulação, evidensiando-se os
seus colegas dos liceus de Lis=
boa que receberam os estudan-
tes com alegria e alvoroço, com
entusiasmo e amisade, como
srmãos muito queridos, filhos
da mesma pátria.
luiciativa da mais transcen«
dental importância esta do sr.
ministro das Colónias e de que
secolherão os melhores frutos,
Estadelece-se um elo indissos
luvel entre as mocidades do
Continente e do vasto Império
Português com proveitosas li-
ções para todos.
Dêste cantinho da Beira saile
damos, com toda a vibração
a alma, a simpática
embaixada escolar, fazendo
votos por que a sua visita tras
2a os mais largos benefícios
para o país
App
4 Exposição Histórica da
ç Ocupação foi inangas
rada no sábado pelo sr, Prest-
dente da República, e consti=
tuirá, sem dúvida algama, q
mais completa realização que
nêste campo tem sido efectaa-
da entre nós, quer sob o pon-
to de vista artístico e docu-
mental, quer sob o ponto de
vista histórico,
A Exposição é feita no Par.
que Eduardo VII.
ta
O sr. ministro da Agrical
tura assinou um decre-
to, no qual, salvo casos ex=
cepcionais, se proíbe a extra
cção de cortiça amadia e ses
cundeira com menos de nove
anos de criação.
rode
NA estrada que, do centro
da vila, condnz a Stº
António, deu-se há pouco um
desastre de que foi victima O
sr. Manoel Ferreira, do Pico-
to, o qual, caindo na Quelha
das Regorisses, ficou com um
braço partido e teve vários fe-
rimentos.
Para evitar desastres futu-
ros, a que principalmente es-
tão sujeitas as pessoas que não
conhecem bem o local, lembra-
mos às Obras Públicas q ne-
cessidade de naquela faixa da
estrada ser construído um mu
ro ou um gradeamento de ferro.
DAS
Fo! prorogado até 30 de
Junho do ano próximo
o prazo para a enxertia on
substituição dos produtores
directos existentes.
Ore
NO logar da Quinta, fre.
: guesia de Sernache, reas
liza-se no dia 24, uma festaa
S. João, a que presta o seu
Sertaginense,
gu
concurso a Filarmónica Unigo .a Filarmónica Unigo .@@@ 1 @@@
=
TEATRO
“Tournée Dubinis”
Honrou a Sertã com a sua vi=
sita esta simpática Sernache 13-00 >» Torres Novas 20-25
» Sertã 13-20 » Pernes Ei
Saída 14-00 » Santarém =
: É >» Cartaxo 22-10
Criei, 105 BS Vila Franca 23-10
» Oleiros 15-15 >» Lisboa 0-15
Foram estes horários estabelecidos de harmonia com as nes
sim um menor dispendio de tempo
ás pessoas que os seus afazeres chamam à Capital, pelo que esta
clientes correspondam a mais esta
vantagem, não deixando de utilisar os seus carros,
Desde 1 de Junho a nossa garage em Lisboa é na
n.º 62-H.— Telefone 45 505
ERA
ANTONIO TAMAGNINI Ge
2
a
leetro-radiologia
TOMAR
Duodeno em serie
(vió)
N
Infravermelhos
s agentes electroterapeuticos
30
E
Passageiros entre Figueiró dos
Figueiró dos Vinhos
e
QURIVESARIA E JOALHERIA
ma DE me
José Maria d’Aleobia
Sernache do Bemja’dim à
Variado sortido de estojos com
pratas; Caixas de madeira e relo.
gios com aplicações de prata;
broches, aneis, brincos, pulseiras
cruzes e alfinetes de gravata com
brilhantes; relogios de prata, aço
e niquel; relogios de parede, re-
logios de pulso para homens é
senhoras.
Absoluta seriedade em todas
as transacções,
Vinhos é Coimbra
Concessionário— ANTONIO SIMÕES
Ghegada | Partida Chegada | Partida
Figueiró dos Vinhos | — | 6,25] Coimbra . . =| — | 16,00
Pontão . q ú «| 7,00 | 7,02 | Portela do Gato «| 16,25 | 16,25
Avelar . N ‘ «| 7,10 | 7,20 | Podentes «| 16,55 | 16,55
Ponte Espinhal «| 7,45 | 7,45 | Ponte Espinhal «| 17,15 | 17,15
Podentes ‘ . | 805 | 8,05| Avelar . x . «| 17,40 | 17,50
Portela do Gato «| 835 | 8,35| Pontão . . a «| 17,58 | 18,00
Coimbra» x : [9,00] — | Figueiró dos Vinhos 118,35] —
Efectuam-se diariamente excepto aos Domingos, dias 1 de Janeiro,
25 de Dezembro e Terça feira de Carnaval
TABELA DE PREÇOS DE BILHETES SIMPLES
(CRIANÇAS DE 4 A 10 ANOS PAGAM MEIO BILHETE)
42
4800 Pontão
4350 $50 Avelar
8450 4450 4400 Podentes
12850 8350 8400 430 Coimbra
NORBERTO PEREIRA GARDIM
SOLICITADOR ENCARTADO
munsnaceSonanana
Rua de Santa Justa, 95=2,º
TELEFONE 26607
7 LISBOA
Boca e dentes
Dão-se na Sertã consultas
desta especialidade todos os
domingos, desde as 10 horas,
na Pensão Branco, por um
médico especialiata, y
Fazem-se extracções sem.
dor, obturações, dentaduras
parciais e completas, ete. 37
sd 37
sd@@@ 1 @@@
+.» Sr, Director d’
que informou com tanta falsidade «O He-
os amigos da instrução? Em nos- ;
Embora contra a vontade do informador de «O Heraldo», à
Instrução na freguesia de Alvaro |
Augusto Alves e José Rosa, solicito do sr. Inspector-Chefe que,
3 quilómetros da sede da freguesia as povoações de Sendinho de Re
Santo Amaro, que dista mais de 5 quilómetros, e Quartos de
quilômetros chega a distar. Quanto a Casal Novo, toda a gente
Ha povoações a que «O Heraldo» se refere, que não se Êão se Ê