A Comarca da Sertã nº438 05-05-1945

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—— FUNDADORES

== Dr José Carlos Ehrhardt —
Dr Angelo Henriques Vidigal
— António Barata e Silva —
Dr. José Barata Corrês e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrês

DIRECTOR, -EDI’I’ÓR Ê PROPRIETÉÉIO Cor::;(;::)ºn:s –
Eduardão Barata da Silva Correia Oficinas Gráficas
; — da Ribeira de Pe-
— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO — : ra, Limitada :
RUA_ SERPA PINTO SERTÃ SAEST?,N:E;R:
PUBLICA-SE ÃOS SÁBADOS Taletorais
ANO X Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã : concethos de Sertã, Oleiros, e
, al , : , o . A o MAIO
N. 438 | ====== Prognça-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa & Cardigos (do concelho de Mação) == 1945

Notas…

OR motivo de fórca mator,
«A Comarca da Sertá»

não se pubhcou a semana pas-
sada. . :

RAÍNHA D. Leonor, mu-

lher que. fei de el-rei D.

João, segundo de nome, e irmã
de el-reti D. Manuel, foi uma
— muito virtuosa e católica cristaá,
e fez de sua fazenda muitas es-
— molasa pessoas que disso tinham
necess:dade, e assim a mosteiros
de frados e freiras; pelo que
comuminente lhe chamaram mãe

e amparo dos pobres. Fundou
de novo o Hospital das Caldas,

em termo de Óbidos, e deu-lhe
mªztas rendas, que para isso

comprau da curóa do reino, e

– Ticos ornamentos para o serviço
divino, com grande soma de rou-

pa para camas e servico das
pessoas que ali se viessem curar,
dssim ricos como pabres e para
— os pobres deixou rações ordena-

das por espaço dum mês, que é

— otempo em que as águas daque-
“ las caldas fazem a sua obra».

TD o o R R o aa A …

(Crónicas do felicissimo rei D. Ma-
nuel, Damião de Góis).

230

e SER]A desleal para com as
— verdadeiras bases das int-
nhas convicções religiosas e polz-
« tNcas se eu algum dia renunciasse
à esperança ou à fé de que em
todos os povos, sem excepção,
lateja algum instinto de verdade,
alguma atracção pela Justiça,
—alguma paixão pela Paz».

— Presidente Roosevelt, 21 de Ou-
tubro de 1944:

20

: COMO os srs. sabem, a ini-
miga n.º .1 dos _]ornalzstas,
– mesmo ou até talvez muito mais
dos de meta tigela, como nós —
modéstia aparte ! —
e quando ela poisa, atrevida, na
prosa passada do linguado à le-
ira -redonda, investindo de bico
acerado contra a ortografia e a
sintaxe, no propósito desajeita-
do, ruim e intolerável de ofen-
der os grámáticos e magoar os
autores do escrito, dá vontade de
mandar o jornalismo ao diabo..,
Ora vejam o descoco. No edi-
tortal do último número foi coisa
medonha, a tal ponto que ficá-
mos com os cabelos em pé. Se
– Hhes parece!
: Eís as calinadas : célebre por

.é aoralha .

um horroroso tremor de terra em

400,000 habitantes. E logo se reer-
– gueu, imponente e assombrosamen-

A Conferência

de S. Fr

D RINCIPIOU, no dia 25 de Abril, como
T= fôra anuncxado depois da reúnião de

lalta, na Costa da Crimeia, a confe-.

rência de S. Francisco, em que tomam parte
estadistas de 46 países, dispostos, segundo

| se crê, a eliminarem, de futuro, tôdas as pos-

síveis e imagináveis causas de conflitos in-
ternacionais,.

Essa conferência ínaugurou-se no pre-
ciso momento em que se iniciou o ataque
dos russos a Berlim, cuja queda fatal,
por maior e mais fanática e heróica que
seja a defesa, não pode deixar de se ve-

Ffificar a prazo mais ou menos curto; ora,

se Berlm não é uma fortaleza militar,
tem um valor estratégico de primeira gran-

deza, é alique se acumulam fábricas dema- —

terial de guerra e de abastecimentos, mas é,
sobretudo, o centro político lmportante o
principal, onde se criaram e robusteceram as

AIdeias da famosa: NVova Ordem europeia e

donde irradiaram, também, as directrizes
militares impostas aos aliados e satélites da
Alemanha. Por isso se pode calcular o efeito
desmoralizador que deverá ter para os ale-

mãis a queda da sua capital, não obstante o *

espírito de resistência, e de valentia que
Jjamais os desamparou nas horas da derrota,
comparável àqueloutro de que deu provas
extraordinárias e inexcedíveis o’ povo de
Londres quando da «blitz».

Mas quanto aos ailemãis o caso muda
bastante de figura, porquanto jámais se al-
bergou no seu espírito a ideia da derrota
com a conseqiiente destruíção e conquista
da sua capital, por fôrça de uma mística que
lhes foi fatal, isto é, a de considerarem-se

como raça superior, eleita e invencível, em
contraste com o realismo e positivismo do:

povo inglês, para o qual uma catástrofe mi-
litar não constituíria surpreza absoluta por-
que nada mais se lhe prometera, nas horas
sombrias da guerra, do que «sangue, suor e
lagnmas»

— Voltando à Conferência, é interessante
verificar que se escolheu precisamente, para
a sua realização, uma cidade banhada pelo
oceano Pacífico, mau grado ter.se

ancisco

ção que ocupa como centro da segunda re-

gião do globo mais rica em ouro, logo a
seguir à Austrália.

E’ aí que se acolhem os dlplomatas das
mais poderosas nações do mundo para discutir
os termos do estatuto que deve preservar dos
horrores da guerra as gerações vindouras,
unindo-se na paz, na concórdia, na harmonia e

. no amor para reconstruir um mundo dilacerado

que ruiu estrondosamente pela insensatez e
maldade advindas do egoísmo e de doutrinas
deletérias que se avolumaram ao sabor da indi-
ferença duns e do espírito demoníaco doutros,
que se traduzia na imposição da vassalagem do
mais fraco,

Tudo leva a supor que os povos ali repre-
sentados – virão a tirar o melhor proveito. da
dura prova a que foram submetidos tão cruel-
mente por maiores e mais fundas que sejam,

entre si, as divergências nos campos político —

e economico. E’ que as recíprocas concessões;,

com as conseqgiientes perdas de infuências e

interêsses, são bem menos caras do que as
guerras de extermínio.

“ Enferma Conferência, logo de início de um
grande mal; a falta de representação de muitas
nações, umas que entraram no conflito e outras
se mantiveram neutras, porquanto tôdas elas
deveriam concorrer para a construção duma

-paz duradoura e justa, edificada no bem e na

prosperidade comuns, no respeito da sobera-
nia e direitos históricos de cada nação,

A Paz tem de ser obra indivisível, aceite,
não pela fôrça, mas como conJição fundamen-
tal para a felicidade de todos os povos, sejam
quais forem os seus sistemas políticos e as suas
crenças religiosas.

Nós. estamos convencidos de que a paz
será um facto se tôdas as nações, grandes e
pequenas, poderosas e fracas, se compenetra-
rem de que ela é necessidade imprescindível
ao bem estar e ao progresso Ccomuns, se se
convencerem de que o egoismo tem de dar
logar à colaboração leal, que as riquezas da
terra a todos pertencem e que os povos fracos
deverão ser auxiliados nas suas mais caras e
legítimas aspirações. (

E é preciso não esquecer que certas na-
ções não vencidas, conquanto tenham de sofrer
as conseqiiências dos seus desvarios, deverão,
mais tarde, ser chamadas a colaborar na tarefa
de ressurgimento que o Mundo precisa de em-
preender, com mão firme, encetando uma Era de

‘ventura para todos os povos.

Eduardo Barata

convertido em teatro de gigantescas
batalhas nipo-americanas.

Essa cidade lindíssima — São
Francisco . da Calitórnia — na mar-
sgem duma das maiores baías do
globo, admirâvelmente situada para
as relações marítimas com o Japão,
a China e a Austrália, é o mais
importante mercado de ouro e o
términus das linhas férreas norte-
-americanas que atravessam o con-
tinente. Por sinal, foi destruída por

Abrl de 1906, contando, então, já

te magnífica, dessas ruínas; e o mi-
lagre deveu-se à excepcxonal siítua- |

. O8 novos sélos franceses .

..A lápis

célere; éfere por éter ; embrega-

dura por envergadura; tradições —

por traições ; ixistir por existir;
américa por América ; laburiosos
dor laboriosos.

Nas “«notas a lápis»; romé-
dio por remédio ; embalsemando
por embalsamando ; desemchabi-
das por desenxabidas.

Um verdadeiro pavor.

UANDO da conferência da
«Semana das Colónias»

no Teairo Tasso, foi pena não
ter havido a lembrança de espa-
lhar por aí uns prospectos de
véspera e no próprio dia com o

. intuito de a anunciar, e de solt-

citar ao comércio e indústria que
encerrasse as suas portas às 18
horas, o que proporcionaria a
muita gente o grande prazer de
assiístir a uma lição que deixou
impressões de acentuída beleza
no espírito de fodos que a ouvi-
ram e que encantou pela elo-
qiiência e sentido profundamente
patriótico e cristão.

Bem sabemos que a conferên-
cia foi decidida à última hora e
nem tudo se pode prever.

0

MAIS livros que chegaram

para venda a esta Re-
dacção, Entre ouiros:
na história, na- literatura e na
lenda, de César dos Santos;
Hollywmood em Lisboa, de Fer-
nando EFragoso; Dize fu, direi

eu, de Luiz de Oliveira Guima- –

rães ; CA primeira aliança por-
tuguesa, de “Rafael Marçal; A
esfercf misteriosa, de Max Fel-
ton; Os 295 dias que abalaram
a Erança, de Acúrcio Pereira;
Os 2 leaders do Mundo, de
Amadeu de Freitas; Eça de Quet.

roz (História das suas obras con-

tadas por êle próprio «Páginas

desconhecidas»), de Lopes 2Oli–

veira; Do diário de José Maria,
de “Ramada Curto; Uma mu-
lher nua e A Marselheza, de
Metíner Leone; quási ftóda a
coleccao de Stefan Lweig, etc.

2E
NO dia 28 do mês findo rea-

lizou-se a festa escolar de
Armnuoso com uma apreciável as-
sisténcia, notando-se que o pro-
grama recitativo foi muito bem
desempenhado pelos alunos.

(Conclue na 4.º página).

 

 

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22,45 19,5 253
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SA RTÃ O ( 00

 

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* “ÍI’MIIHW. |O CONTO DO SÁBADO

que propusemos, à memória
do malogrado aviador Rodri-
driguez encontrou a mais
franca simpatia na popula-
ção local,

—No penúltimo número, numa

ligeira e despretenciosa «nota», –

aventámos a ideia de se prestar
homenagem à memória do infor-
tunado cabo-aviador Rodriguez,
da Base Aérea de Tancos, morto

em conseqiiência da queda do seu

avião próximo do Vale do Perei-
ro. Lembrámos que tal homena-
gem deveria pariir da Câmara
Municipal. do concelho, a única
entidade oficial competente e au-
torizada a fazê-la.

Sabemos que a nossa lem-
brança teve o melhor acolhimento
por parte do público da Sertá e
de vários pontos. do concelho,
designadamente da freguesia da
Várzea dos Cavaleiros, e tanto
assim que muitas pessoas nos ex-
primiram a sua simpatia. Essa
homenagem, por muito simples
e singela que fôsse, teria O con-
dão de mostrar, simultaneamente,
– o sentimento da população con-
— celhia pela morte do infeliz avia-
dor nas trágicas circunstâncias
em que ocorreu e a admiração
pela Aviação Nacional, a Arma
que conta os homens mais intre-

pidos e valorosos para a defesa.

da Pátria, os «cavaleiros do ar»,
como alguém os classificou.

— Em que poderia consistir essa
cerimónia, para que expressa-
mente se convidariam a mãe da
vítima e o Comandante da Base
de Tancos? Salvo melhor opi-
nião, na inauguração de uma Cruz
ou Marco de pedra colocado na
berma da estrada do Vale do Pe-
reiro à Ermida, próximo de Se-
marias, em que se grayçria_ a le-
genda adequada e significativa, e
celebração de uma missa no local
onde se colocasse o monumento ;
êste seria benzido e logo de se-
guida a Filarmónica da Sertã
executaria uma marcha fúnebre.
Alguém, em nome da Câmara,
“como directa representante da
população. do concelho, pronun-
ciaria algumas palavras alusivas
e’prêviamente seriam convidados,
para assistir à cerimónia, acom-

anhando-se do maior número
de bandeiras nacionais, os presi-
dentes das juntas de freguesia do
concelho, representantes de to-
dos os organismos oficiais e co-
lectividades, professores e alunos
—que se pudessem deslocar, -etc.

– Gostariamos de saber a opi-
nião da Câmara àcêrca do as-
sunto.

mss

Data memorável

— Fez em 27 de Abril 17 anos

que o sr. dr. Oliveira Salazar to-

mou posse da pasta das Finanças.
Uma tal data, que seria banalís-
sima na vida governativa normal

de qualquer país, não o é no nos-.

so caso porque à Nação Portu-

guesa estava, nessa época, em

1928, muito doente, à beira da
bancarrota, com as finanças pú-
blicas grâvemente combalidas.
— O País sentia os efeitos duma
administração pública caótica e
para o salvar requeria-se opera-
ção milagrosa. Salazar, livre de
compromissos com qualsquer
clientelas partidárias, aceitou
a incumbência honrosa, mas ex-
cessivamente pesada para um só
homem, Nesta decisão prevale-
ceu o espírito de . sacrifício, a
competência e o amor à Pátria,
com desprêzo absoluto por tôdas
as comodidades pessoais.

Salazar pode hoje ufanar se
da sua obra imorredoura, que
marca uma página brilhante na
História de Portugal, como a Na-
ção se orgulha de haver encon-
trado num dos períodos mais crí-
ticos. um estadista de tão alto
valor, que tem jus ao reconheci-
mento de todos os seus compa-
triotas.. —

A Comarca da Sertta

Jjeo

NOCEN

D ERTEmITAN

«Está reaberta à audiência! »

Em profundo silêncio, o oficial de diligências
fez erguer o réu. Movimentos bruscos na sala.

-A? última pregunta do Magistrado, o réu, fati-
gado, doente febril, declara, mais do que disse-
ra, o que tantas vezes repetiu até ao julgamento:

— Estoú inocentel..» —

O Juíz levantou se; nas suas mãos, que não
tremiam, segurava algumas laudas de papel—a
sentença! ;

No auditório improssionavam expressões di-
versas — nuns, a piedade, o dó, amizades sofredo-
ras; noutros o ódio, a antipatia profunda de sem-
pre ; em alguns, a indiferença e ainda curiosidade
doentia. É todos se ergueram, atentos, olhos no
Juíz :

AÃo observador . atento, aquelas expressões,
monstruosas de ólio que não perdoa, e aquelas ou-
tras de tristura, de dúvida, de perdão, davam que
pensar, ..

An fundo da sala, duas mulheres choravam
baixinho, no pranto incontido. Uma já velha, aga-
salhada no seu chale negro, era a figura eterna da
Maártir desde o Calvário— a mãi do réu… AÀ ou-
tra — jovem e infeliz — era a noiva. Junto delas, o
velho Reitor sofria também,

« Ab initic»… A descrição do crime, naquela
noite, no velh5 solar,.. Depois, a acusação ; a pro-
va testemunhal, considerada iniludivel; e os consi
derandos sucederam-se na leitura grave, pausada..,

Finalmente, todos ouviram — 28 anos em pos-
sessão de 1.º classe, na alternativa.,

Todos oúviram a sentença, menvs o réu.

O velho prior aproximou:se e-o réu escutou o
Padre: . :

— Meu filho, resigna-te e não percas a Fé..

— Fui condenado, senhor Reitor ?! Fui conde-
nado, meu Padre?! Condenaram-me senhor Rei-
tor ?! Senhor Reitor, diga-lhes, grite-lhes que estou
inocente! Estou inocente, Senhor Reitor! Não fui
eu! Estou inocente !, .. Estou inocente!

E nos braços do Padre procurou refrigé-
rio para a sua dor…

AÀ noite viera sôbre a vila transmontana, Vi-
nha da serra um frio, que enregelava.

No velho solar em que se cometera o crime,
a velha Morgada, tôda de luto, sentada perto do
fogão, escutava o : acerdote, que ficara de pé:

— Senhora Morgada, creia, que não foi come-
tido um crime, mas sim dois crimes nesta pobre
terra, para onde vim há muitos anos…

— == Prior, não consinto..,.

— O “Luiz está inocente, senhora Morgada|
Não foi êle, não foi,..

A morgada ergueu-se, então ; e, fitando o Pa-
dre afirmou sacudidamente : .

— Onde se viu um Padre defender a mentira ?
Porque afirma, Prior, e capelão desta casa, que o
meu filho não foi assassinado pelo homem que o
tribunal condenou hoje ?! Porque, meu Padre, au-
mentar a minha dor ?!

— Que Deus nos perdôes, fidalga; mas o Luiz
não matoul O nosso protegido, senhora Morgada,
— o pobre pequeno que eduquei aqui — não matou,
não podia matar o seu irmão colaço |

—- Estará louco, Padre?! Então, não se fez a
prova? AÀs testemunhas não afirmaram a discussão
do criminoso com o meu filho, no arraial, por can-
sa da Isabel ?,., Então, o tribunal não aceitou o
crime devido a ciúmes estúpidos e inconcebiveis ? !

— Por isso mesmo, senhora Morgada: Ciú-
mes estúpidos e inconcebiveis,.. O Morgadinho,
que Deus haja e lhe perdôe, bebera um pouco mais ;
excedeu-se num galanteio à Isabel, noiva do Luiz…

— Não consinto, Padre!!

Mas o Padre continuou: *

– — O Luiz censurou, apenas, tomou o braço
do Morgadinho e trouxe-o para casa… Depois, o
assassinato, por outro, no pátio… Deus o sabe!

A Morgada, porém, como as testemunhas, não
vio, não queria ver ; e, como os juízes, condenava !

— Nunca mais Padre! |Nunca mais, nesta ca-
sa, ouvirei falar do criminoso! Matou o meu filho !
Matou-o, .. Matouol,,.

(E caída, sôbre a poltrona, perto do fogão,
soluçou durante a noite),
-E decorreram 10 anos.

A Luanda, chegava vapor naquele dia. Parecia
uma peregrinação, aquela em direcção à estação
telegrafo-postal. Propriamente, era a peregrinação
da saúldade.

Todos procuravam notícias da Metrópole e da
família.

Luiz, o ex condenado,
também dos «peregrinos».

E a carta, que lhe foi entregue, rezava assim:

«Meu querido filho: Fatigado, muito fatigado
pelo trabalho que me deu ja revisão do processo,
só hoje posso escrever-te. | Dºus quiz, que só ao
cabo da tarefa, eu sentisse cansaço.

«Graças, por tanto, a Deus todo misericordio-
so! Estás velho, precocemente envelhecido, eu sei;
tens cabelos brancos e rugas, e contas, apenas, 3o
anos. Mas, para mim, continuas a ser «o meu ra-
pazinho», que me trazia todos os dias «luciatinua»,
cheirava a esteva e a rosrâaninho e queria saber
Jatim para dizer missa; tão puro, tu eras, meu filho!
Tenho pensado, Luiz — nesé;e velho solar que a se-
nhora Morgada, que Deus haja, te deu com a sua
súplica de perdão — que poderiamos nós ambos,
acabar aqui em paz, mortas, que são, e no Céu,
tua mãi e tua noiva, que tanto sofreram, Estou re,
formado, agora, Luiz; e só, muito só, neste casa-
rão, que é a tua casa, Vem, meu filho! Antes-
perdoa a teus inimigos ; tens obrigação disso, por,
que em ti Deus manteve à Fé, e és Seu eleito-
porque muito sofreste, Fico a esperar-te.

Dá-te a sua bênção, o teu velho Reitor e
mestre. :

Ponta Delgada, 18-3-1945.
| ;
*(k!anuel Récio

já rehabilitado, era

Paraquedas

encontrado por dois
pastores de gado

De Oleiros, deram-nos a se-
guinte notícia em 17 de Abril,
Quando no dia 14 do corrente:
dois pastores apascentavam O
gado na freguesia da Isna, con-
celho de Oleiros, notaram numa
vertente da serra de Alvéolos
uma mancha avermelhada, que
lhes despertou curiosidade. Tra-
tava-se de um paraquedas vermer-
lho, ao qual vinha amarrado um
aparelho rádio-receptor de cam-
panha, encerrado numa caixa de
cartão de tamanho reduzido (uma
das faces tem 20 cm,2 e a outra
220 cm.2), que não tinha qual-
quer indicação, além do nºº
426.380 A aparelhagem, da mar-
ca americana R. &. À, traza
impressa a palavra Aerorox, e o
acumulador de energia «Radio-
sonde Battery» tinha a data de 4
Sept. 1944. O aparelho estava
envolvido em camadas de algo-
dã»s, possivelmente para amorte-
cer o choque com o terreno, Além
desta caixa, e, segundo se supõe,
a guarnecê-la exteriormente, vi-

nha um envólucro de borracha de –

côr cinzenta, com algumas man-
chas escuras, talvez para servir
de camuflagem, Os objectos en-
contrados foram guardados e en-
tregues prontamente à autoridade
administrativa. &

Festas comemorativas

do 1.º aniversário da funda-
ção do «Grupo de Amigos
da Freguesia de Madeirã»

Segundo programa que há dias
recebemos, estão marcadas, para
o próximo dia 12, iniciando-se
às 21,30 horas, grandes festas co-
memorativas do primeiro aniver-
sário da fundação do «Grupo de
Amigos da Freguesia da Madeirã»,
que se realizam na Casa das Bei-
ras, Largo de S. Domingos, 14 C.

1.º parte — Exibição dum no-
tável programa cinematográfico
gentilmente cedido pelo Secreta-
riado de Propaganda Nacional e
pela Embaixada Inglêsa. 2-º parte
— Baile, abrilhantado pela afama-
da orquestra «Lopes Ribeiro>.

Trajo de passeio. —

o
Comunicação

— Armando Fernandes Garcia,
natural de Sobral de Cima, vem
comunicar a tôda a sua família e
pessoas das suas relacões que,
tendo deixado de ser sócio da
firma Manuel L. Gonçalves, L.da,
na rua de S. Ciro, 29-31, se en-
contra actualmente na Mercearia
Mimoso, de Paço de Arcos.

Paço de sArcos, 18 de Abril
de 1945.

Armando Fernandes Garcia

Necrologia

Faleceuú no dia 15 do mês fin-
do, em Ferreira do Zêzere, o sr.
João Lopes Ramalho, de 9o anos,
viúvo, comerciante, pai da sr.º
D. Olinda Nunes Ramalho, casa-
da com o sr. Inácio Nunes To-
maz e avô do sr. Inácio Nunes
Tomaz Júnior, aspiranteda Secção
de Finanças dêste concelho, e da
sr.º D, Esmeralda Nunes Tomaz,
de Ferreira do Zéêzere.

— No dia 20, faleceu, nesta
vila, vitimada por doença que não
perdoa e depois de longo e cruel
sofrimento, Zulmira Pires, de 25
anos, uma |boa e simpática rapa-
riga, muito alegre e trabalhadei-
ra. Era casada com António Men-
des dos Santos, pintor, e deixou
dois filhos : António de 4 anos e
Fernando, de 3,

A sua morte foi muito sentida,
No funeral| encorporaram.se pes-
soas de tôdás as categorias so
ciais, entre elas muitas senhoras,.

— No dia 27, faleceu o sr.
Joaquim Pedro Farinha, natural
do Chão da Forca e aqui resi-
dente, casado com a sr.º Margari-
da de Jesus Farinha e tio do sr.
António Pedro Farinha, desta vi-
la. O funeral foi muito concor-
rido.

A’s familias enlutadas apre-
sentamos os nossos sentidos pê-
sames, :

 

A “Semana
: das

Colónias,,
na Sertã

— Numa orientação patriótica
digna de tôda a simpatia e elogio,
a benemérita Sociedade de Gzeo-
grafia de Lisboa vem tomando a
iniciativa, desde há anos, de efec-
tuar a «Semana das Colónias»,
organizando conferências adequa-
das na capital e noutras cidades
do País. Este ano, porém, pro-
curou dar maior latitude à pro-
paganda do nosso Império Colo-
nial, estendendo-a a muitas ou-
tras terras e para isso solicitou a
colaboração das Câmaras Muni-

. Cipais.

A do nosso concelho aceitou
a incumbência com prazer e foi
feliz na escolha do orador que
veio efectuar a conferência na 6.º
feira da semana passada, dia 27,
— o Rev.º P. Vernochi, italiano,
director espiritual do Colégio das
Missões de Cucujães.

No Teatro Tasso, perante
uma assistência selecta, na qual
se contavam muitas senhoras,
o conferente dissertou, com bri-
lho, sôbre o importante e magni-
fico papel desempenhado por
Portugal na conquista e civiliza-
ção dos vastos territórios de
Além-Mar, focando a obra emi-
nentemente patriótica dos colonos
e a valiosissima acção dos mis-
sionários portugueses na dilatação
da Fé Cristã e no amor à Mãe-
-Pátria, levada ao extremo do sa-
crifício nessas paragens longin-
quas que OS nossos guerreiros
regaram com o seu sangue e
constituem património magniífico
duma raça de heróis e santos,

ue tão alto souberam erguer a
%ivilização latina e cristã,
— —”Há momentos em que o ora-
dor empolga a assistência pela
beleza do estilo, pela vivacidade
e colorido da expressão, não fal- .
tando certa graça a tornar mais
belas as figuras de retórica que
se sucedem num estilo com gran-
de opulência de forma.

Na mesa, colocada no palco,
estavam oOs srs. vice-presidente
da Câmara, José Farinha Tava-
res, Reitor do Seminário de Ser-
nache do Bomiardim, Vigário P.
José Baptista, que fez a apresen-
tação do conferente e no final
lhe agradece a aceitação ao con-
vite, e dr. Flávio dos Reis e
Moura.

A eloquente exposição foi su-
blinhada com uma calorosa salva
de palmas. –

o ss——— =
C. R. C- L.

Foi nomeado funcionário da
C. R. C. L. o nosso amigo Joa-
quim Farinha Tavares. ó

aa )

Transportes
satisfatórios

Os Caminhos de Ferro bril-
tânicos têm dado tudo quanto
dêles se esperava e lhes foi exi-
gido. Mais de vinte mil combóios
de mercadorias se deslocam,
tôdas as semanas, na Inglaterra,
o que representa mais de um
milhão da carruagens carrega-
das. Embora muito próximas
do teatro da guerra e, de facto,
no próprio teatro da guerra, os
Caminhos de Ferro britânicos
estão ao abrigo dos ataques da
aviação animiga. Esta, após a
primeira fase de ataques cerra-
dos e em formidável massa con-
tra a Inglaterra, tem de hoje li-
mitar-se a combater, em sítua-.
ção manifestamente no conti-
nente inferior. Até as famige-
radas e tão rêclamadas bom-
bas voadoras, das quais se
fiou a demolição do moral e o
extermínio da vontade de vitó-
ria dos ingleses, parecem ter
falido e emudecido de vez, dei-
xando apenas de si uma impres-
são imorredoira e detestável.

 

@@@ 1 @@@

 

 

A Comarca da sSerta

Notas…

 

do Grémío da Lavoura de
Serta e Vila de Rei a6

por motivo do seu aniversário natalicio

No sábado passado, 28, dia
do aniversário natalício do sr. dr.
Oliveira Salazar, o Grémio da
Lavoura de Sertã e Vila de Rei,
seguindo o exemplo de todos os
outros Grémios de Lavoura do
País, promoveu, em homenagem
ao eminente estadista, uma gran-
diosa sessão solene, que se efec-
tuou no salão nobre dos Paços do
Concelho perante a numerosíssi-
ma assistência das autoridades e
.cerpos administrativos, elementos

directivos e funcionários daquele –

Grémio, sacerdotes, agentes de
ensino e alunos de tôdas as esco-
las do concelho, bastantes senho-
ras, funcionários públicos e mui-
tas pessoas de tôdas as catego-
rias sociais.
— Presidiu à sessão o vice-pre-
sidente da Assembleia Geral do
Grémio, capitão José J. Louren-
ço, secretariado pelo presidente
da Câmara, José Farinha Tava-
res e presidente da Direcção do
Grémio, dr. Gualdim de Quei-
roz, : :

O capitão Lourenço expôs o
motivo da sessão: homenagear o

ilustre Presidente do Conselho,.

dr. Oliveira Salazar; pela passa-
gem do seu aniversário natalício

é oferecer-lhe, como preito de

admiração e testemunho de prc-
funda gratidão pelo permanente
e devotado sacrifício do grande

estadista 20 serviço da Pátria,
por parte dos Trabalhadores da
Terra Portuguesa, um pedaço de
terra de todos os pontos do solo
naciomal, Essa manifestação rea-
lizáva:se, naquêle dia, em todo o
País e o concelho da Sertã a ela

se associava jubilosamente. E de- .

pois de elogiar a obra, magnifica-
mente fecunda, de Salazar a
bem da nossa Pátria, deu a pala-
vyra ao dr. Angelo Vidigal, se-
guindo-se-lhe o Rev.º P. José
Baptista e dr. Elávio dos Reis e
Moura, que puseram em desta-
que a figura de Salazar como ho-
mem de Govêrno e salientando,
sobretudo, a sua acção extraor-
dinária como ministro das finan-
ças.

Numa bonita caixa foi encer-
rada, seguindo depois o destino
próprio, a terra colhida em tôdas
as freguesias do concelho e que
para aqui foi trazida por alunos
das escolas oficiais.

Assinado pelo vice-presidente
da Assembleia Geral do Grémio,
foi expedido o seguinte telegrama:

«Ex.”º Doutor Oliveira Sala-
zar — Presidente do Govêrno —
Lisboa — Em sessão solene pro-
movida Grémio Lavoura Sertã
Vila de Rei, agremiados, escolas,
autoridades, povo, saúdam Y.
Ex.º desejando longa vida e pros-
peridades». .

margem da guerra

No decurso de um combate na Alemanha, a infantaria brifânica

avança. ao longo de um fôsso.

Henrique Nunes

Vindo no vapor «A.Ágola»,
que chegou a Lisboa em 9 de
Abril, encontra-se em Amioso

(Sertã), sua terra natal, de visita.

à familia, o nosso estimado assi-

nante sr, Henrique Nunes, antigo

econsiderado empregado da Com-
pánhia Colonial de Angoche, na
colónia de Moçambique. Folga-
mos saber que fêz uma óptima
viagem e se encontra de saúde,

—Os nossos cumprimentes de

boas-vindas.
sesocosslileersosse
-Éste número foi visado pela

Comissão de Censura
de Castelo Branco

Criança

encontrada morta num pôço.

Na tarde do dia 20 de Abril,
– na Codeceira, foi encontrado mor-
to num poço, numa propriedade
que seus pais possuem nos limi-
tes daquela povoação, o pequeni-
to José Francisco Ferreira, filho
“de António Ferreira e de Piedade
da Conceição,

FHr=sseaE
Nascimento

Teve o seu feliz sucesso, no
Pôrto, no passado dia 23, dando
à luz um rapazinho, a sr,º D,
Aida Vidigal Marinha Rodrigues
Fontinha, dedicada espôsa do sr.
dr. Fernando Elísio Rodrigues
Fontinha, conservador do Registo

Predial em Cabeceiras de Basto.

‘Mãe e filho estão bem..

: A e
…a lapis
(Conclusão da 1.º página)

ÚS crimes horrorosos pratica-
dos pelos alemães, nos
campos de concentração, contra
os prisioneiros de guerra e polí-
ficos, excedem tudo quanto a fe-
rocidade humana até hoje conce-
beu para cevar ódios e vinganças.
As torpezas da Idade Média
ficam muito àáquém dessas bruta-
lidades cometidas a sangue-frio
e com todos os requintes de cruel-
dade premeditada, que são, na
sua essência, a vergonha da hu-
manidade inteira e tgnomínia, a
pesar, pelos séculos fora, sobre
uma raça que se considera elei-
..
Torquemada, de horrorosa e
detestável memória, teria muito

“ que aprender com aqueles car-

rascos,

Pira que mnais tarde se não
diga que as acusações são pro-
auto, de deliberad1 propaganda
ou torpe tnvenção, os Aliados
têm levado a esses campos mui-.
tos alemães de evidência, e fil-
mado, em todos os pormenores,

a reconstituição de algumas ce-

nas, os logares de suplício, os
insirumentos e meios de tortura.

Deus há de fazer cair a sua
maldição sóbre esses verdugos,
que são a vergonha das próprias
feras ! ‘ :

20E

TEMPO, desde há três se-
manas, lem apresen’tado
contínuas alternativas: calor
e frio, sol lindo e carinhoso, céu
carrancudo, carregado de pesa-
das e sombrias nuvens e uma vez
por outra chuva miúda, que al-
gumn bem faz à agricultura, mas
que já “não veio trazer benefício
aos milharais e batatais de se-
queiro. |

LASSIFICANDO a raca

das 1lhas britânicas como

«a mais forte das fortes» Chur-
chill disse: «Se o espírito de li-
berdade que arde nos peitos br1-
tárnicous não fósse uma chama pu-
ra, deslumbrante e enextingui-
vel, não poderíamos ainda estar
tão perto do fim desta guerra».

LELET d DD DEE ESA

Abastecimento
de leite
A propósito do abastecimen=-

to do leite, levanta-se uma série
de problemas da maíor acuídade

e delicadeza, em todos os po-

vos civilizados. O leite é um
dos mais preéciosos alimentos.
Basta que, pela ignorância, pela
estupidez, pela ganância, não
seja transformado num dos mais
perigosos alimentos. Aos pode-
res públicos compete vigiar por
que o leite seja distribuído e
fornecido fíntegro e puro ao
consumidor. Os povos civiliza-
dos dão a êste capítulo da hi-
giene pública alimentar o me-
lhor dos seus cuidados. E’ de
agradecer, venha de onde vier,
tudo quanto, em medidas de hi-
giene e defesa da saúde pública,
nos venha convencer de que,

ao vermos os nossos filhos be- –

ber um pouco de leite, êles não

Proença-a-Nova, 25

Em visita pastoral pelas tre-
guesias dêste concelho, êencontra-se
nesta vila desde o dia 16 do cor-
rente mês, Sua Reverendíssima.
Sr. D. Domingos Frutuoso, Bispo
da Diocese de Portalegre.

Tem vindo Sua Excelência,
com sua bondade e zêlo, aplicando
o sacramento da Confirmação na
infância de quási tôdas as fregue-
sias, principalmente na freguesia
de Proença.a-Nova, onde cente-
nas de crianças receberam o Santo
Crisma.

Como testemunho de gratidão,
respeito e obediência Sua Reve-
rendíssima tem sido visitado pelas
autoridades oficiais e pessoas gra-
das desta vila, assim como pelo
clero e meninas da Juventude
Católica da Sertã,

Teve Sua Reverendíssima, no
pretérito domingo, ensejo de apre-
ciar quanto é querido pela popu-
lação desta freguesia, pois no cor-
tejo da sua residência para a Igreja
matriz e regresso foi processional-
mente acompanhado pelas crian-
ças das escolas com os seus res-
pectivos professores, outros ele-
mentos oficiais e Confrarias, assim
como representantes do Grémio
Recreativo Proencense, Juventude
Católica e muito povo.

— A tim de visitar Sua Reve-
rendíssima Sr. D. Domingos Fru-
tuoso, esteve nesta vila o Sr. Re-
verendo P. Sebastião Alves, Vi-
gário em Nisa.

— Devido às chuvas benéficas
que têm caído últimamente, os
campos apresentam-se exuberan-
tes de vegetação, estando os lavra-
dores mais esperançados no ano
agrícola. ; &

FSEZS :

& ardigos, 23

À povoação de Monta Ricome,
desta freguesia, fica situada na
parte nascente de Cardigos, entre
Mesão Frio e Arganil.

beberam a mais infame e covar-
de místura de porcarias,

“A produção, a higiene e a
distribuição de leitêe na Ingla-
terra tem merecido os maiores
e mais rigorosos cuidados aos
poderes públicos daquele país.
Desde 1933 que a política do
leité tinha sido estabelecida em
novas bases de rasgada e justa
compreensão, benéfica para pro-
dutores, distribuílores e consu-
midores, Para se calcular do
volume dos.abastecimentos de
leite à população britânica, bas-
ta dizer que, no quinto ano de
guerra, os produtores de leite
receberam, dêsse procioso ali-
mento fornecido à Junta de
Compras do Leite, a importân-
cia de quási cem milhões de li-
bras. Pode notar-se, de passa-
gem, que o leite sempre na In-
glaterra foi acessível a tôda a
gente, mesmo à de recursos
mais modestos. Existem actual-
mente naquele país 130,000 cen-
tros produtores de leite.

ES sa a4 o

Casamento

Em Lisboa efectuou-se, no dia
15 do mês findo, o casamento da
sr.º D. Laura Nunes, filha do sr.
José Nunes e da sr,º D. Clemen-
tina de Jesus Nunes, natural de
Amioso (Sertã), com o sr. Augus-
to de Sousa, industrial de barbea-
ria.

Fazemos os mais sinceros e
ardentes votos pelas venturas do.
novo casal, ; S

Ê

Através da Comarça |

Os seus habitantes são hones-

—tos e trabalhadores e amigos da——|
sua terra e progresso da mesma. ——

Conseguiram, com o auxílio da
Câmara que fôsse criado, há anos,

um posto de ensino que lá estãa ——
– funcionar. e
Conseguiu com o auxílio da =

Junta de Freguesia e do Estado,

uma fonte e respectivo chafariz. —
Pois agora, uma nova iniciativa –

apareceu e se transformou logo
em bela realidade: os rapazes sol-

teiros, apesar do sórdido materia- –
lismo que vai pelo mundo, resol- |

veram construírf um interessante

Cruzeiro que mede 5 metros de
altura.

A cruz, latina, tem 3 metros.
A inauguração será feita no
próximo dia 6 de Maio da seguinte

maneira: O povo assistirá a uma

missa na capela de Freixoeira que

será celebrada pelo Rev.º P. João

Lopes; no final seguirão todos

para a Monta Ricome onde o nosso

vigário Rev.º P. Manuel Filipe
procederá à benção do Cruzeiro.

No mesmo dia se fará, logo

de seguida, a inauguração do fon-
tenário. & :

Felicitamos os rapazes soltei-

ros e tambem todos os habitantes

daquela povoação pela sua magní-

fica e patriótica idéia, O Cruzeiro
fica a atestar aos vindouros que,
neste século de egoísmos e terrí-
veis carniticinas, um grupo de ra-
pazes, uma povoação inteira sou-
beram elevar-se e dignificar a sua
progressiva Terra erigindo um
monumento que é o simbolo da
paz, do perdão e do amor. —
Bem hajam e que N, Senhor
a todos proteja com as suas me-
lhores bençãos, : :

— No dia 21 foram celebra-
das mais 3 missas por alma do
salidoso sr. José de Oliveira Ta-
vares,.. : :

— As vinhas àpre’sentam—áe
prometedoras e graças a Deus não
há indício de doença, E

[oniosidades

7.-— D. Sebastião, o Mal-julgado

Um conferencista do «salon»

de madame Yvonne Sarcey: –

Henrique Roberto, antigo bas-
tonário da Ordem dos Advoga-
dos, membro da Academia Fran-
cesa. :

“Fala sôbre Maria de Médi-

cis, a austuciosa florentina, mãe

de três reis e diz que sua filha
Margarida de Valois, mulher de
Henrique IV da França, antes de

casar com êste, fôra oferecidaao —

rei de Portugal D. Sebastião e

chama a êste um belistre (cuja

tradução é biltre, mandrião,

mendigo, efc.). Como não é cri-
vel que o bastonário tivesse in-

ventado aquêle epíteto injurioso
— de que obra histórica o feria

então extraído, para depois, sem

conhecer a infatigável existência
do rei, tão bem descrita pelo
nosso historiador Dr. Queiroz

Veloso; o reeditfor sem rebuço —

nem receio ?

ECarracha

em 2. mão, com cassunetos

de 1/2 «a 1º: Compra

José Martins –
FERREIRO :

MOSTEIRO — OLEIROS —

Anuncial

na «Comarca da Sér’tã’vi:.?,–i.t:ª’