A Comarca da Sertã nº432 17-03-1945

@@@ 1 @@@

 

—— E UNDADORES __——

= Dr José Cerlos Ehrhardt —
rDr. : Angelº Henriquen Vidâg
— Anf«onio Enreta e Silva
Dr. 305& Berata Corrês e Silvn : :
.Eduaráa ªarnta da Silvn Correh%

Notas.g..

COMEFARA assim logo ao
nascer. Sum mãi sentindo

logo as dóres da franco-
-maternidade (éle vinha da Fran-
ca…), desatara a gritar desal-
madamente, alarmando tóda a
escada. Vieram as prímas, as
cunhadas, as tfias, aàs vizinhas
com prat:ca dêstes assuntos, todo

um exército de boas vontades-e

de cafeteiras de água quente, de
senhoras gordas prontas a ofere-
cer os seus préstimos e de toa-
lhas furcas, que davam à cena
um ambiente basfanle internacio-
nal,

Indiferente à a;afama que
tornava a velha casa como um
formigueiro onde pusesse um pé

 

—à ansiedade do pai lívido e

= Íódo entregue à sua dúvida (rapaz

ou rapariga ?), indiferente a tudo,
o que mais tarde havia de dar
pelo nome pomposo de Sebastião

não tinha pressa nenhuma de

TZCNCCT

— Não po te fardcn nada, dz— :
xia a parteira com um ar erz.ten- Ê

dzdo. :
— Talvez meia hora, acres-
centava a do 2.º andar, que já
fivera Ires ftlhos Tnais Ou menos
do mesimo pa:

— Ou menos atnda! — corri-
gia a do rés-do chão que não po-
dia ver a do 2º andar porque

ela lhe deitava o lixo para o
quintal,

— Ai! At! Ai! _.opin“ávaa quáo

si mãi do Sebastião, sem 1á s;ber
de que terra era.
iFivéram-se horas. da mais
exírºaordmarza emoção. Terri-
vel parºto’ O Sebastião, lá onde
estava, rYuminava, hesztante, com
o seu umbigo, porque nessa altu
ra .ainda não usava bolóis:
Parto? —
Era o partias! O maroto não
finha pressa nenhuma. O pai de-

— sesperava. Senfou-se na casa de
;antar e esteve para ali entreit-

do a ouvir a conversa de duas
mulheres ;
úteis: Ficou sabendo, por exem:
plo, que as crianças com um mês
devemn pesar três quilos, que uma
das mulheres tivera escarlatina
em pequenina, e que os alfinetes
de dama a pregarem os cueiros
Jazem mal à barmgumha dos
meninos. Mas eis que lá de den-

tro vem uma mensageira, e o

pai do Sebastião ouve o segumte
diálogo: : :
——ACaA crtança Ji nasceu’
— Ja &

descutdado, indiferente à agita-
Ogued stos de .
das aquelas senhoras, ndz’fere’n- :

 

colheu ensinamentos —

xo DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO ?’i Composto e ir
: —— : D : presso nas :

ª Eduaraão Barata da Silva Correia Oficinas Gráficas
;’ ——iARED.ACAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO — farf.l_bz;;:dfe.:
allRUA SERPA PINTO — SERTÃ easTaNHEIRA | –
>= ; DE PERA
<|| PUBLICA-SE AOS s âm—mºs Teletoneie |,

ANO = ) febdomadário regionalista, independente, defensor dos mteresses da comarea da Sertã : conselhos de Sertã, Oleiros, – ] — ,%IÃ,ÇÓ m

Nº 452 — Prnença a NDVBBVIla de RBI efreguemas de AmendoaeCardlgas (do cuncelho de Mauao) e ; 1945

Lenudao excessiva

No número 430 insenmos as passagens

“mais importantes do relatório da gerência

camarária do ano findo, apresentado na

-sessão do Conselho Munmpal de 15 de Fe-
. Vereiro,

Lamenta o sr, v1ce—presxdente da Câ-
mara, e com fortes razões, «que as condi-
ções difíceis derivadas do estado de guerra,
tazendo subsistir o agravamento do custo

de materiais e mão de obra, hajam impedido

a Câmara, de ter executado melhor papel.»
Que «as obras de vulto aínda em curso do
« Abastecimento de água à vila da Sertã» e
a «Construção das duas casas para os ma-

gistrados judiciais da comarca» tolheram

bastante a acção da Câmara, obstando a
que ela mais e melhor fizesse». «Todavia,»

 

permlhdó pelas“ suas bossxblhdades

“ceiras, não descurando o cumprimento de –
dar às despesas de carácter obrigatório o

verdadeiro carácter de prioridade, bem des
tacado e evidenciado na lei,»

Realmente é de lamentar a situação
criada ao nosso município pelo estado de

—de guerra, que vem impedindo não só a
aqmsxçao de materiais de construção e apliz-
cação por preços razoáveis, mas também a

sua compra, rápida, nas quantidades neces-
sárias, para acelerar as obras em execução e
conseguir levá-las a bom têrmo sem as solu-
ções de continuídade que se vêm verificando

e que são de moide a desencorajar as futu- —
ras edilidades a lançarse em projectos de

vulto.

As obras de abastecimento de águas à —
vila e da construção das casas dos magis-
trados, em que só no ano findo se gastaram, –
na primeira, 241 contos e, na última, pró-

ximo de 82, arrastam-se há um ror
tempo, e mesmo que ambas se;am absoluta

— mente necessárias, porque o são sem dúvida

alguma, chega-se a pensar se não teria si
mais aconselhável adiar a sua execuçã

 

para mais tarde, não quando os preços dos

“tos a lembrar-no

 

mirradinha, não tem ponta parí
onde se lhe pegue, .. =

nna,,,

venda no mercado pa
to para consumo ime
para plantar. Eram
de cestos cheios de ba

— E’ um horror! Éúfêãada,,

— Ah 1 Então é uma me-

— Não, é um rapa;
— Cuidei, .

Era um rapaz ——
Erao Sebashao*

(«Du*ecçao P
Nelson d Barros)

20

Esplêndida batat

materiais baixassem ao razoávul o que, tal-
vez, seja impossível nos próximos lustros,
mas quando desaparecesse ou se atenúasse
a sua carência nos mercados produtores.

Parece não haver uma explicação razoá-

vel para a demora na conclusão da casa dos
magistrados, que, em caso diferente, isto é,
se fôsse obra particular — já há muito estana

pronta e a render, que o capital, exigindo
desempate ou, pelo menos, a cobrança dos
juros, é uma espécie de mola impulsiona-

dora de actividades…

Serão as interrupções causadas por
falta de materiais ou por não virem à tempo
as compa rtlmpaçoes *

—SE)

não fôsse

são vestígios das valas abe
mento da tubagem. ‘

Por tôda a parte, em tôdas as ruas,
montões de pedras e paralelipípedos de gra-

nito para os pavimentos e orlas dos passeios,

tudo aguardando vez de lhe ser dado destino.

As obras na nossa terra parece terem
a marca incontundível de Santa Engrácia!
Com essa marca está o desleixo e a falta
de sentido de urbanização, que nem sequer
esconde o que, por vezes, seria possível es-

,conder das vistas do vmtante vindo doutros

meios, onde o arranjo, a ordem, a arrumação,
o bom gôsto e a estética são objecto duma
preocupaçao constante, que não está no de-
sempenho do cargo ?burocratlco, mas no

:culto pela beleza e no amor propno
— Do resultado dos trabalhos “para o

_ab tecimento de água aos domicílios há,
or enquanto, a assinalar qu«. êles estão

º..a !apus :

– continuamente que de há uns anos —
se nota uma grande* irregulari– —
dade climatérica, aschuvas,queas
Bgeadas e aàas neves poucas vezes —
conduzem com as estações, 1sto é; –
que o Tempo passou a andar às –
aranhas como o próprio Mundo ..

D ESDE o dm 7 que, tódasas — — –

manhãs, na Ígreja – Mc:-
triz, se fazem preces, à

Divina Providência pela vinda

imediata da chuva, que tão ne-

cessária é à agricultura.

A LGUNS entusmstaspel
teboi foram daqui ass

ao Portugal Espanhe

E pena tivemos nós de
poder acompanhar, que n
mos por um bom desafio
porto mais popular do

20

NUMA povoacão 1rert9
Mortágua faleceu,

Bbontta 1dade ae 7
uma mulherzinha que
sempre completa saúd
vista e goxou perfetta
aos últimos momen
tomou medicameni

a explzcar a ra(a

Se não chover dentro em b’reÁ
de fome e isto diz tudo. Feve-

sêco e bastante quente na ultima
quínzena Já diz o ditado; «Fe-
vereiro quente trag o d:abo no
ventre,»
Manhãs
frias, sol esplendoroso, como
de plena Primavera, mas o que
— inferessa é que a chuva ferl
os camnpos ressequidos e bene,
cte as plantas e sementes 1
das à terra. .
As pessoas de íidade afi

ve, estamos condenados a um ano

reiro decorreu impiedosamente

 

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a seguir indícados entraram
em vigor no dia | de Março.

Lisboa — Sertã: Efectua-se

às Terças, Quintas, Sábados e .
– Domingos.

Sertã — Lisboa : Efectua-se
às Segundas, de manhã e de
tarde, Quintas e Sábados.

Sertã — Oleiros : Efectua-se
às Terças, Quintas e Sábados.

Qleiros — Sertã : Etectua-se
às Segundas, Quintas e Sába-
dos.

A’Ivaro — Sertã; Efectua:se
às Segundas-feiras.

Sertã — Alvaro: Efectua -se
aoszDomingos.

Sertã — Coimbra : Efectua-
-se às Quintas-feiras, manten-
do-se as carreiras e horários
das Terças-feiras e dia 23 de
cada mês.

Coimbra — Sertã: Efectua-
-se Sextas feiras.
Sertã — Tomar: Mantem-se

o horário diário,

Serta — C. Branco: Man-
tem-se o horário actual, quatro
dias por semana.

Sertã — Proença-a-Nova e
Sertá – Pedrógão Pequeno :
Efectuam-se aos Sábados com

T ,regresso às Segundas feiras.

“NOTA — Cada passasíeíro

,i—pode fazer-se acompanhar de
— 20 quilos de bagagem (portes
— gratuitos).

Despachos — Só se eíec
tuam até 5 quilos.

Sernache, 20 de Fevereiro
de 1945..

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(Recorte esta Tabela para referência futura)

Horaâ Ondas Ondas Ondas Ôndas
20)30 19,5 25573 3079 39,6
20,45 19,5 2553 30)9 39,6
: 21,45
às é
23’15 ‘ 2573 30’9 39, 49,6

Ouça o locutor JORGE ALVES às 2/,45

A «VCZ da AMERICA» em português pode ser também escutada

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R vita de AlVAra

vai ter melhorados e desenvol-
vidos os seus serviços
de assistência

ALVARO, 4— Em conse-
quência do artigo publicado no
«Diário de Notícias», o sr. Su-
bsecretário de Estado da Ássis-
tência Social enviou a esta vila,
tão esquecida, um delegado dos
Serviços de Defesa da Família,
o sr. dr, António Pereira Mar-
ques, para se imformar das ne-
cessidades mais urgentes. À vi-
sita deste distinto clínico cau-
soua maior alegria e veio encher
o povo de esperanças. Razão
tinha esse jornal em dizer que o
sr. dr. Trigo Negreiros procura
fazer chegar a todos os cantos
do País os8 socotros e auxílios
de que as populações carecem
e só não toma medidas mais
prontas e de maior alcance
porque nem sempre é informado
devidamente do que .se passa.
O sr. dr. Ferreira Marques foi
recebido coem entusiasmo pelos
habitantes de ALVARO e tomou
pleno conhecimento da situação.
Consta aqui que S. Ex.º o sr.
Subsecretário de Estado da Às-
sistência já resolveu enviar um
primeiro auxílio financeiro à
Misericórdia e que vai ser es-
tudado um plano de assistência
regular, conforme se desejáva e
e de justiça. À população de
A’lvaro está igualmente gratis-
sima ao sr. Alfredo Moreira,

filho do concelho, que não só.

tem dispensado sempre a sua
protecção aos patricios mais ne-

cessitados, como tomou agora

a iniciativa desta campanha, que
promete os melhores resulta-

dos —— S –
(Do «Diário de Notícias»

E= ss
Resinagem

Campanha de 19458

Avisam-se os próprietários de
pinhais em resinagem de que foi
superiormente estabelecida a obri-
gação de manifestarem, ou apre-
sentarem ao aVisto», nos res-
pectivos Grémios de Lavoura, os
contratos de aluguer feitos com
as entidades industrias resineiras,
Nesses contratos tem de mencio-
nar-se os nomes dos industriais e
proprietários que nêle se obri-
gam, ainda que ajustados e assi-
naádos pelos seus representantes
legitimos, seguindo se a necessá-
ria identificação de cada pinhal
incluindo no aluguer (nome e lo-
cal, freguesia e Grémio a que per-
tence) o número aproximado de
incisões a fazer, o preço ajustado
por incisão ou por quilo de resina
produzida, conforme a base do
contrato, e finalmente as condi-

ções de pagamento,

— — Informa-se ainda que está em
estudo um plano de detêsa e as-
sistência à prcepriedade florestal,
contra o abuso des maus prati-
cantes resineiros — plano que en-
trará em vigor dentro de curto
prazo.

Esclarece-se, fnalmente, que o
preço habitualmente proposto pa-
ra base cu índice ofícial, não re-
presenta um preço taxativo pelo
qual se tenha de alugar — antes
se confere ao proprietário a facul-
dade de aspirar a preços mais
compensadores e equilibrados com

os valores de exploração dos pro-.

dutos laborados, e tudo indica de
momento ser êste ano justificada
tal aspiração.

Éste número foi visado pela
_Comissão de Censura
de Castelo Branco :

Comarca da Serta

&’ Dreciso produzir
Datatas

PARA I=50:

1.º) Empregue se possível fôr,
tubérculos de variedaae que
seja conhecida e dê boas

colheitas na sua região;
7 0)

selhável (30 a 70 grs.);

3.º) Faça o abrolhamento prévio
das batatas destinadas à
plantação ,

Não devem ser aproveitadas:
a) as batatas «linheiras» e

as engelhadas ;

b) as que, durante a arma-
zenagem, formam, em vez
de brolhos, pequenos tu-
berculos como bogalhos,
ebatata menina», junto
aos olhos;

c) as que apresentam a cas-
ca e polpa manchadas, ou
com outras alterações.

Conte. que com 150 quilos
de batatas bem calibradas
= com cêrca de 5O:prs —
pode plantar 3000 tuber-
culos numa área aproxima-
da de 1.0 O m2;

“No caso dos tuberculos se-
rem muito grandes, só de-
verão ser cortados em duas
partes e sempre no sentido
«coroa:base», de forma que

4)

cada fracção fique com Cs;,

olhos da coroa, que são os
mais vigorosos.
Use como compasso :
a) Para terras de sequeiro
sox38 cent.
b) para terras de regadio
Gox4o cent.
Adube convenientemente os
tuberculos. O estrume de
curral, os adubos orgânicos
e as fórmulas químico:orgã-
nicas são das mais indicadas
para a cultura da batata.
Tendo estrume, aplique 30
tone’adas por hectare,
Plante entre 8 e 13 cent.;
mais fundo nas terras sêcas
e ligeiras
) Conte, em média, com 8oo
grs. de sulfato de cobre pa-
ra o tratamento a 1.0CO m2.
Esta quantidade permite-lhe
fazer três tratamentos com
uma calda a 1º/,, o que é
suficiente se forem feitas a
tempo ;
Leia com cuidado e aplique
os conselhos de um bom
manual sôbre a cultura da
batata.

10.º)

Para curar &s quebraduras

Na povoação da Herdade, do
concelho da Sertã, levam as crian-
ças quebradas na madrugada do
dia de S. João ao sítio onde haja
carvalho novo e depois de aberto
o carvalho de alto a baixo, uma
Maria passa a criança por meio
do carvalho para as mãos dum
João e diz:

«Toma lá João êste menino
doente e dá o para cá são,»

O carvalho é ligado em seguida,
Se soldar a criança melhora, se
não soldar, não melhora.

(Etnografia da Beira, dr. Jaime
Lopes Dias.)

E sç

Necrologia

. Faleceu em Lisboa, em 5 do
corrente, o sr. Joaquim Lourenço,
de 72 anos, natural de Isna de
S. Carlos, casado com a sr.º D.
[Sabel da Silva Lourenço, pai da

* D. Mariana da Silva André,
espôsa do sr, José Carlos André,
tipógrafo do a«Séculor, a quem
apresentamos os nossos sentidos
pêsames.

s ——

Procissão dos Passos

Pour lapso de revisão, saíu er-
rada, no nosso número anteriar,
a data em que deve realizar-se a
Procissão dos Passos. E’ dia 23
e não 16 como erradamente pu-

“ blicámos.

Dê a preferência aos tuber- –
culos inteiros de calibre acon-

«. .O meu Amigo!.

— Castanheira de Pêra.

FPágina Azul
(Do meu Diário)

«O’ minha amiga vem scavemente,
serenamente, a paz virá também
Noivam estrêlas pálidas, fremente
– O niveo luar anda na serra, além.

Dá-me a tua mão — a anémica cecéêm ‘
Que no meu sonhoe biejo infa:i tilmente…
Sonho contigo, ó doce Flor do Bem,
Plena da graça, da Ilusão dormente .

Ai, desce da haste, evola-te do vago
No rastro puro duma estrêla — afago
E sê tangível meu Amor doirado!

Amor extinto. . oh! podes vir comigo

Se apenas sou o teu maior Amigo. .»
. ó voz do meu passado |…

— Maria da Saá’dade

Cobranças
para BAngola
e Moçambique

Prevenimos cs rnossos estima-
dos assinantes de Angola e Mo-
çambique que enviámos à cobrança
os recibos relativos à sua assina-
tura de uma nova série, por inter-
médio, para a primeira colónia,
do Banco de Angola e para a
segunda, do correio, esperando
ficar a dever a todos o obséquio
dos liquidar prontamente, pois
que as devoluções causam grande
transtôrno e despesas, tudo agra-
vado com a morosidade das liqui-
dações, que chegam a atingir um
ano. :

Com os correics de Mocam-

bique dá-se êste facto, que nos
parece absurdo, se acaso as pala-
vras têm a signifiçação que lhes
é atribuída : os recibos devolvidos
trazem no verso a nota «não recla-
mado» ! Ora, como sucede no
Continente e assim é que está
certo, um recibo à cobrança não
tem que ser reclamado pelo des-
tinatário, que pode desconhecer
a sua existência ou fingir desco-
nhecê-la, mas sim apresentado
pela estação competente, que, no

– caso de não conseguir a ccbrança –

dentro de certo prazo, o devolve,
informando a causa da falta de
pagamento.

Nós temos aimpressão de que
alguns dos recibos enviados para
Moçambique não chegam a ser
apresentados aos destinatários;
é claro que, desta forma, não os
pagam, porque não têm o dom
de adivinhar…

o si
Data fúnebre

Em 10 do corrente passou o
1.º aniversário do falecimento da

sr.º D. Itigénia Neves Correia e –

Silva, bondosíssima senhora, que
foi amparo de tantos desgraçados
e mãe estremosa da sr.º D. Ma-
ria José Corrêa e Silva e dos srs.
António Barata Corrêa, engenhei-
ro Joaquim Barata Corrêa, dr. José
Barata Corrêa e Silva e do nosso
director,

Sutragando a sua alma, rezou-
-se uma missa na igreja matriz.

Ebn o

Melhoramentos da Freguesia
de Cardigos

Pelo Fundo de Melhoramentos
Rurais foi concedida à Junta de
Freguesia de Cardigos, concelho
de Mação, a comparticipação de
21.7803%0O para abastecimento de
água à povoação de Mesão Frio.

DOERNRTES

Tem estado grávemente doente
a sr.º D. Maria do Céu dé Almei-
da Lopes, dedicada espôsa do
nosso amigo sr. António Lopes:
também têm estado doentes os
seus gentis filhos José EFrancisco
e Maria Teresa.

— Esteve um pouco doente o
pequenito Amiíilcar, filho do nosso
amigo sr. Assis Lopes.

— Esteve gravemente doente,
podendo agora considerar-se livre
de perigo, o nosso estimado cola-
borador sr. Cardoso Martha, de
Lisboa.

As melhoras rápidas de todos
oa enfermos é o que sinceramente
desejamos..

Abono de Família

O conceito da protecção à fa-
mília ocupa no idário nacionalista
um lugar predominante e teve já
a sua expressão prática em mais.
duma oportunidade na poliítica do
Estado Novo.

Agora mesmo acaba de ser
publicado um decreto, com vista

a auxiliar o sustento e a educação ,

das pessoas a cargo de funcioná-
rios com vencimentos modestos,
que vem melhorar o abôno de
família antes fixado.

Assim os abonos de 3o3poo
e 40:hoo fôram aumentados para
Sosoo e estende-se aos ascen-
dentes do sexo feminino, inde-
pendente da idade e aos netos,

órfãos de pai ou mãi a cargo dos.

funcionários, elevando-se também
o limite da idade dos estudantes
que frequentam curso superior
para 24 anos,

Este é o bom caminho que o
Estado Novo abriu, natural e
muito justamente, para ser se-
guido pelas autarquias e pelos
próprios particulares. –

EsbEssEaEo
Em Castelo Branco,

KHeuniram-se

os presidentes das Câmaras
Municipais do Distrito.

Por convocação do sr. Gover-
nador Civil reúniram no seu ga-
binete, em 7 do corrente, os Pre-
sidentes das Câmaras Municipais
do Distrito, tendo o ilustre ma-
gistrado feito uma longa e inte-
ressante exposição dos problemas
de ordem política mais em des-
taque no presente momento.

Depois, foram tratados .vários
assuntos de administração muni-
cxpal e, em especial, a organiza-
ção do recenseamento eleitoral
com vista & realização das eleições
das Juntas de Freguesia em Ou-

tubro próximo, a cujo acto se pre- :

tende dar a maior amplitude e
propormonar o máximo mteresse
e concorrência.

* deirã,

Madeira, 5

“Na batida aos lobos, realizada
no passado dia 25, na área de Ma-
Vilares, Arrochela, pode :
dizer-se que nem sequer um bate- .
dor passoú e se algum o fêz foi
sem resultado, pois que não havia .
linha formada de caçadores; ape–
sar do número muito reduzido de
caçadores e batedores da Madeirã,
êstes foram para as ladeiras da
Cava, deixando fugir tôdas as fe-
ras por não estarem ao alcance

. dos caçadores, visto estes estarem .

muito distanciados uns dos outros,
Nesta área, por bater, voltaram a –
aparecer as feras, tendo já devo-
rado mais algumas cabeças de
gado. Seria, pois, bom que se fi-.
zesse nova batida e oxalá que apa-
reçam batedores e caçadores em
número satisfatório para tão gran-
de área, de forma a terminar com
OS recelos constantes em que vive
a população pela falta de segu-.
rança dos seus rebanhos. — C.

Receita

Bolo Espanhol

4 Ovos inteiros e 2 gemas, 4
colheres de açucar, 4 colheres de
farinha fina, 4 colheres de farinha
de batata, 2 colheres de chá de.
fermento em pó «Royab, raspas
de casca de limão.

Deitem se numa vasilha as 6
gemas e O açucar batendo-se até
levantar bem, juntando-se então a
farinha de batata e em seguida a
farinha e o fermento «Royab, e
raspas de cascas de limão. sttu—
re-se bem, acrescentando-se por
fim as claras batidas em castelo. .

— Mexa-se vagarosamente com uma
espátula e deita-se numa forma

Ffunda, tendo o cuidado de deixar

3 dedos de espaço nas bordas,
– porque o bolo há-de subir, Cozer
em forno brando, Polvilhe-se com
açúcar pilé ou cubra-se comum ——

«glacé» qualquer, que pode ser o
seguinte: Glacéde chocolate* 150 |
gramas de açúcar pilé, 2 colheres
grandes de cacau em pó, umas.
—gotas de agua Deitem se numa
caçarola o açúcar e o cacau, adi-
cionando lhe uma gotas de água
até obter uma papa grossa. Barre-
-se o bôlo e deixe se secar.

Feijão colonial

Da Intendência Geral dos
Abastecimentos recebemos a se–
guinte informação: .

A Intendência Geral dos Abas-
tecimentos informa que são bre- –
vemente lançados no consumo
público em todo o país e em re-
gime de venda livre— por o mer-
cado ficar largamente abastecido
— mais 3 709.000 quilo OBramas de
feijão colomal
— Informa-se mais que é obrt-
gatória a venda de feijão colo-
nial em todos os retalhistas que
tenham à venda feijão continental, .

O preço de venda pelo arma-
zenista ao retalhista é de 505
por quilograma, pôsto em casa.
dêste último.

O preço de venda ao público
é de 5980 por quilograma, ou.
Esc. 4935 por litro.

Mantêm-se assim, os preços
anteriormente em vxgor

mm::::m

Joaquim Moreira

Acompanhado de sua filha, em-
barcou para Lourenço Marques, a
bordo do «Angola»,
Fçvéreíro, O nosso presado assi- –
nante e amigo sr. Joaquim Mo-.
reira, sócio da firma Cruz e Mo-

reira, Sucessor, daquela cidade. —

Boa viagem e muitas felicida-
des é o que sinceramente lhe de-
sejamos.

 

@@@ 1 @@@

 

A Coma a daentãa

‘.v1am -Sse sombras.1. ..
Agitados, pressurosos Uns; ou-

pxsando fôlhas mortas, trautean-

— pouco antes a músicos frenetxcos,
e todos dirigindo-se à estação de
— caminho de ferro, no regresso a

: Outono

— Atrás um par retardatano. de-
– morava seus passos. Ela, more-
na, linda, elegantissima no seu
casaco de peles, cabelos negros,
penteados com arte; olhos pre-
tos, profundos, a andar saltitante,
— envolvia-se, devagar, no agasalho
— vistoso e conversava, devaneava,
procurava, por vezes, convencer,

geradamente cinéfilo, bigodinho
petulante, quási ndxculo, por isso

dade própria, as mãos escondi-
das nás algibeiras da gabardine
de. boa lá, sorria — um sorriso
superior, de homem pretensa-
mente superior e cêéptico, a más-
cara um pouco irritante de ho-
mem que sabe estar no bar, no
salão de dansa e na sala de jôgo
de Casino,

Ela terá 23 anos-— ele poderá
conftar mais 3 ou 4.
“E o diálogo prossegue, lento,
— a voz dela dolente e cantante, a
denunciar grac1osamente a sua
origem insular.,,.
Ela—Pois não.
guel avida é dlferente——amda
e ]a f01 muito mais diferen-
te-..,.
Ele———Um meio acanhado :com
certeza..
a beleza o

: .J;be’lé

Ela——Com muxtas f]ores ; Ver.

: mas não bhálá selvagens
“Ele—Não faço idéa.. Dlz’sº
que é triste, de clima n“regnlar e
chuvoso—muita lama : terra, afi-
– nal, inhóspita para o amor e pa-
ra a beleza. .

Ela_—(naada Nervosa e raplda»
Não! Muito pelo contrário, é a
lha do Amor e da Poesia!

Ele (deªcrcnte) s. Mrouelª’

Ela- S. Miguel, sim. Vo-:ê
não pode fazer idea ; não conhece
— ailha, desconhece- nos peor com
< Vp;eto

Ele—Conheço a,ast.

= Ela—(lromca, entre sornsos)——
=E por isso, a sua apreciação tão
—Jjusta acêrca da minha terra —

—oamor e para a belezv,
Ele—-—Perdao eu.

—— Ela…_Eºcute Desconhece os
— — nossos poetas.., Ignora que nas-
ceu ali, o desvemurado autor dos
— «Sonetos» em luta viclenta com
* a dúvida, que o prostrou; e [á
í’morreu, a olhar, pela derradetra
— Vez,as árvores verdes, o poente
triste, mas impregnado de Poe-
——sia. (com:ludente) Nostalglco sxm,
“mas belof — —
—Ele—A que poeta se zªfereº?’. :

Ela—(profundamente espanta-
: — Quê?! Não sabe, nunca leu…
: Antero A :

Ele——Anteroªºl ——
Ela-——(magnanima)__A Sua ime-

— mória, Rodrigo, está chuia de.

Gretas e de Marlénes; sim, é na-
— tural. Como pode Voce, entusias-

: ‘í**Ele.._Menma
nao dgo e

— Ela—(rindo) Nao tanto, é cer-
to, mas desconhecer Antero,
— Oh! Rodrigo.,

sa

, — Não está bem.

1ere1 obrlgacao de conhecer o

 

— .Pâssara a hora do chá no Ca–
— sino. Pelo Parque .Estoril mo:

“tros, de mansinho, ao de lexe, —sim, e foi,

do músicas sem rxtmo, ouvidas –

Lisboa, no fim daquela tarde dex

—Ele, rapaz moderno, vulgar exa-

mesmo, todo êle sem personali-.

hm S Mi-.

Quadro 1mpropno pa-

: nã—O*

de, muito verde, como Hooolulu,’

«lama; terra afinal inhóspita para .

ta do cSwmg» ê da «Ch1ca-Cho- :

«Swxngn*, —não,

Ele-—Nao está bem o quê 2

seu Antero, que nasceu e morteu
em S Miguel.?

Ela —(com entusiasmo) — Que
nasceu e morreu em S. Miguel
e é, umas das mais
poderosas celebraçoes contempo-

“ râneas! O Poeta-Filósoto, que

deslumbrou, Aagitou, e tornou uma

geração orgulhosa de si propma’ :

(Noutro tom de mágua e de iro-
nia). Mas, desgraçado. Você não
lê1!

Ele—As tuas cartas, Maria Isa-
Bel…

Ela—Pobres cartas minhas.,,

“ Ele—Os seus versos… São
todas assim poetisas, as mulae-
res da sua terra ?

Ela-(saudosa, evocadorEÚ Po-
bres versos meus,..,. Sim, quási

«nascercos a balbuciar versos..,

Ilha Verde!
am :
Ele—(irónico) Como a casinha
lá no alto da colina.

Ela— Pateta, não querla ser as-
sim, Rodrigo? .,

Ele—Assim como, Maria Isa-
bel2.,

El Bem vê” e tenho pena
—nunca passaremos do vosso
«flirt».,. Seria para si, sempre
uma desconhecida. =

Ele—(rindo)— Incompreendida
não é ? lsso é das fitas. “Chegou,
agora a minha vez,

Ela—Não Seja CImIicO. —

Ele—GComo, cínico?! Você lê
Versos e romances ; eu, não falto
às «prémieres» de São Luxs nem
aos chãs do Casino. Parece me
que de nós dois, é Você quem
menos se diverte,.

“Ela-O Rodrlgo desconhece os
poetas portugueses, mas—oh!—

Minha querida Ter

em compensação, conhece o Jonh,

o Bred, o Bob…
Estica-..

Ele- (ao perceber o tom des-
denhoso) Dois cómicos impagá-
veis não acha? (e noutro tom, rá-

e o Bucha e

—pido) Mas escute, Maria Isabel:.

Estou mobilizado e Você vai re-
gressar à sua Hlha Verde… Quem
sabe?! Poderei ir preClsamente
para lá,.. Bem sei que morreria
de tédio, e talvez não, se Maria
Isabel quisesse, a meu lado, ler
para mim os: «Luziadas», que
nunca lt.

Ela—Você, é horrível!

Ele—Serei. Mas que quere?!
Ainda estudante do Liceu, meu
pai, ao dar-me dinheiro, ao do-
mingo, advertia prêviámente que
os «io palhaços» eram destina-
dos à «matinée» do Cinema!

Ela—Faz pena…

Ele —Falvez… —

E chegaram à Estação.—<«Okh,
Boy!»—pgritou uma rapariga bem
portuguesa a Rodrigo— «V ocê re-
parou como jogou esta tarde o
Ered ? Erês planos no 27! E’ um
gajo com uma sorte bestial!»

*

O combóio electrico parou.
Houve uma verdadeira corrida,
empurrões, exclamações moder-
nas… O comboio partiu.—«cAu
revoir» gritou da gare um meni-
no «bem» português. E Maria
Isabel, então saúdosa da sua Ilha
Verde observou que; a seu lado,
de regresso de Cascais, viajava
um velho elegante, cabelos bran-
cos de neve, segurando sôbre os
joelhos os «Sonetos» de Antero,

Ponta Delgada 26-12-10944.
Manuel Récio

Sapadores da aviação americana, reparam troços des-
truídos duma linka ferroviária japonesa, enquanto
um outro soldado americano, eom espin-
garda. preparada para fazer fogo,
mantem vigilância contra
guerrilheiros

DÃ GUERRÃ

imposto Suplementar

EDITAL

— Lúcio Amaral Marques, Chefe
da Secção Finanças do concelho
da Sertã:

Faz saber que no mês de
Abril próximo futuro os contri-
buintes sujeitos ao Imposto Su-
plementar devem apresentar na
sSecção de Finanças do concelho
ou bairro da sua residência de-
claração em papel de formato
legal com as indicações que cons-
tam do artigo 1.º do decreto n.º
31,128, de 5 de Fevereiro de
1941, OU sejam :

– — E)— Nome e residência;
— 2)— Filhos menores à data
: declaração ;

3)Q—Lugares que desºmpe«_

nharam ;

4) — Entendidade a quem os
— serviços foram presta-
dos, sua sede e situação ;

5) — Vencimentos recebidos,
devidamente . descremi-
nadas por lugar ou fun-
ção.

Esta declaração deverá ser
acompanhada das certidões de
nascimento dos filhos menores e
autenticada com o número do bi-
lhete de identidade ou com a as-
sinatura do declarante devida-
mentê reconhecida.

São isentas dêste imposto as
remunerações globais inferiores
a 60.000hoo anuais.

Secção de Finanças do Con-
celho da Sertã, 6 de Março de

1945.
O Chefe da Seççao,

Lúcio Amaral Marques

Os parvos

Há parvos mudos e parvos

falantes.

Os parvos mudos são os
que nunca deram provas do
seu saber, mas que soltam al-
guns monossílabos misterio-
sos, e baixinhos, numa roda
doutros mais parvos, que os
contemplam sem os contra-
riar. Os parvos falantes são
os mequetrefes que se intro-
metem a decidir aquilo de que
nada entendem.

O parvo enche o mundo
de suas façanhas, porque não
fala senão de si. Se é militar,
julga das campanhas de Ale-

“xandre, de César e de Bona-

parte e nota-lhes os erros;
mas nunca soube comandar
um destacamento: condena
ao mesmo tempo a rapidez
dos movimentos de Napoleão
e a morosidade dos de Fábio.

Se é juiz, o parvo clama –

contra a administração da jus-
tiça, mas nunca proferiu sen-
tença que não fôsse anulada
ou por contrária à lei, ou por
falta de formalidade essencial
no proccsso.

Se é médico ou cirurgião,
o parvo discorre sôbre tôdas
as doenças, censura todo o
tratamento; mas não há notí-
cia de enfermo que lhe não
morresse nas imãos.

Se é advogado, o parvo
nunca fala senão na letra e
no espírito da lei: mas o es-

critório está deserto como as

ruas de Sião, p-rque o parvo
não advoga caúsa que não
perca.

Se é industrial, o parvo ex-
plica com admirável verbosi-
dade todos os segredos e to-
dos os processos da indústria;
mas falham-lhe sempre na
prática todos os cálculos,

Se é candidato em algumas
eleições, o parvo tem sempre
a seu favor o voto de todos os
eleitores; mas consultada a
urmma só se lhe encontra no
fundo um voto a seu favor,
que é à deie.

Rodrigues Sampaio

FDNAL

Lúcio Amaral Marques, Secre-
tário de Finanças de 3.º classe e
Chefe da Secção de Finanças do
Concelho da Sertãa :

Faz saber que nêste concelho
se encontra vago o lugar de ofi-
cial de deligências das Execuções
Fiscais, lugar que é preenchido
por indivíiduo com mais de vinte
e um e menos de trinta anos,
habilitado com o exame de ins-
trução primaria ou de admissão
aos liceus, devendo apresentar,
nos têrmos do artigo 1.º do Dé-
creto-lei n.º 20.554, de 20 de
Abril de 1989, diversos documen-

 

tos, no prázo de 3o dias, a con-‘

tar da data dêste edital.

Nesta Secção de Finanças se
informa quais -são os documentos
necessários, bem como se prestam
mais esclarecimentos sôbre o as-
sunto de que trata êste edital.

E para constar se passou êste
e outros de igual teor que vão ser
afixados nos lugares do costume.

Secção de. Finanças do Con-
celho da Sertã, 7 de Março de

t1945 :
O Chefe da Secção, |-

Lúcio Amaral Marques — –

 

.. BM Segra alheia

EE

A Bem da Humanidade
Aspirina

6 medicamento mais popular

“Já em tempos remotos os
nossos antepassados emprega-
vam contra o reumatismo e a
gôta, infusões de casca de cal-
gueiro, quando nos princípios
do séc. XIX a química assu-
miu um grande desenvolvl
mento.

— Dois investigadores Írance-
ses descobriram em 1920 o
quinino, substância extraída
da árvore da quina, que po-
rém, já fora de igual modo
usada pelos habitantes do Pe-
ru, como remédio contra as
febres.

Esta descoberta levou os
químicos europeus que se de-
dicavam ao estudo do proble-
ma, a procurar a substância
que devia existir na casca do
salgueiro.

O cientista italiano Píria,

após longas experiências, ob-

teve uma substância cristali.
zada a que chamou: ácido sa-
licilico— baseando=se na de-

signação botânica do salguei- .

ro, Isto «silex>,.

Em 1853, o químico Ger—
land, conseguiu obter o mes-
mo acido a partlr do indigo
natural.

Gerland, era então o pri-
meira assistente de Hermann
Kolbe, professor da céletre
universidade de Marburg e
um dos químicos mais notá-
velis do seu tempo.

Na forma inicial, o ácido
salícilico sintético de Kolbe,
não era ainda utilizável tera-
peuticamente ; Kolbe não ti-
vera tempo nem oportunidade
sequer para explorar pratica-
mente a sua grande desco-
berta. = —

As experiências que foram
porém, continuadas por um
colaborador, F. Heyden, que
trabalhou, poder-se-á dizer
com verdadeiro fanatismo no
melhoramento do ácido sali-
cílico sintético até chegar, de
facto, a resultados práticos da
mais alta importância.

Logo no primeiro ano de
experiências conseguiu produ-
zir 4.000 E’ daquele ácido e,
após, 6 anos, a produção sex-

. tuplicara.

O ácido salic’lico revelou-s
sc um antipirético e antiseptl-
CcOo Seguro.

Desde o momento que um
célebre médico verificou a sua
acção curativa contra o reu-
mátismo articular, ficou-lhe
um lugar assegurado em tôdas
as fartmácias.

À procura chegou a cer
tanta ainda no tempo de Hay-
den, que êste viu-se obrigado
a abandonar o primitivo la-

boratório, substituindo-o por

uma grande fábrica de ácido
salicílico, especialmente cons-
truída nos arredorcs de Dres-
den.

Assim, nasceu, um produto
farmaceutico, mundialmente
conhecido:— A Aspirina, com-
binação do ácido salicílico
com a acetilena.

A produção só da Aspirina
anualmente, atinge cêrca de 3
milhões de quilos.