A Comarca da Sertã nº432 17-03-1945
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—— E UNDADORES __——
= Dr José Cerlos Ehrhardt —
rDr. : Angelº Henriquen Vidâg
— Anf«onio Enreta e Silva
Dr. 305& Berata Corrês e Silvn : :
.Eduaráa ªarnta da Silvn Correh%
Notas.g..
COMEFARA assim logo ao
nascer. Sum mãi sentindo
logo as dóres da franco-
-maternidade (éle vinha da Fran-
ca…), desatara a gritar desal-
madamente, alarmando tóda a
escada. Vieram as prímas, as
cunhadas, as tfias, aàs vizinhas
com prat:ca dêstes assuntos, todo
um exército de boas vontades-e
de cafeteiras de água quente, de
senhoras gordas prontas a ofere-
cer os seus préstimos e de toa-
lhas furcas, que davam à cena
um ambiente basfanle internacio-
nal,
Indiferente à a;afama que
tornava a velha casa como um
formigueiro onde pusesse um pé
—à ansiedade do pai lívido e
= Íódo entregue à sua dúvida (rapaz
ou rapariga ?), indiferente a tudo,
o que mais tarde havia de dar
pelo nome pomposo de Sebastião
não tinha pressa nenhuma de
TZCNCCT
— Não po te fardcn nada, dz— :
xia a parteira com um ar erz.ten- Ê
dzdo. :
— Talvez meia hora, acres-
centava a do 2.º andar, que já
fivera Ires ftlhos Tnais Ou menos
do mesimo pa:
— Ou menos atnda! — corri-
gia a do rés-do chão que não po-
dia ver a do 2º andar porque
ela lhe deitava o lixo para o
quintal,
— Ai! At! Ai! _.opin“ávaa quáo
si mãi do Sebastião, sem 1á s;ber
de que terra era.
iFivéram-se horas. da mais
exírºaordmarza emoção. Terri-
vel parºto’ O Sebastião, lá onde
estava, rYuminava, hesztante, com
o seu umbigo, porque nessa altu
ra .ainda não usava bolóis:
Parto? —
Era o partias! O maroto não
finha pressa nenhuma. O pai de-
— sesperava. Senfou-se na casa de
;antar e esteve para ali entreit-
do a ouvir a conversa de duas
mulheres ;
úteis: Ficou sabendo, por exem:
plo, que as crianças com um mês
devemn pesar três quilos, que uma
das mulheres tivera escarlatina
em pequenina, e que os alfinetes
de dama a pregarem os cueiros
Jazem mal à barmgumha dos
meninos. Mas eis que lá de den-
tro vem uma mensageira, e o
pai do Sebastião ouve o segumte
diálogo: : :
——ACaA crtança Ji nasceu’
— Ja &
descutdado, indiferente à agita-
Ogued stos de .
das aquelas senhoras, ndz’fere’n- :
colheu ensinamentos —
xo DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO ?’i Composto e ir
: —— : D : presso nas :
ª Eduaraão Barata da Silva Correia Oficinas Gráficas
;’ ——iARED.ACAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO — farf.l_bz;;:dfe.:
allRUA SERPA PINTO — SERTÃ easTaNHEIRA | –
>= ; DE PERA
<|| PUBLICA-SE AOS s âm—mºs Teletoneie |,
ANO = ) febdomadário regionalista, independente, defensor dos mteresses da comarea da Sertã : conselhos de Sertã, Oleiros, – ] — ,%IÃ,ÇÓ m
Nº 452 — Prnença a NDVBBVIla de RBI efreguemas de AmendoaeCardlgas (do cuncelho de Mauao) e ; 1945
Lenudao excessiva
No número 430 insenmos as passagens
“mais importantes do relatório da gerência
camarária do ano findo, apresentado na
-sessão do Conselho Munmpal de 15 de Fe-
. Vereiro,
Lamenta o sr, v1ce—presxdente da Câ-
mara, e com fortes razões, «que as condi-
ções difíceis derivadas do estado de guerra,
tazendo subsistir o agravamento do custo
de materiais e mão de obra, hajam impedido
a Câmara, de ter executado melhor papel.»
Que «as obras de vulto aínda em curso do
« Abastecimento de água à vila da Sertã» e
a «Construção das duas casas para os ma-
gistrados judiciais da comarca» tolheram
bastante a acção da Câmara, obstando a
que ela mais e melhor fizesse». «Todavia,»
permlhdó pelas“ suas bossxblhdades
“ceiras, não descurando o cumprimento de –
dar às despesas de carácter obrigatório o
verdadeiro carácter de prioridade, bem des
tacado e evidenciado na lei,»
Realmente é de lamentar a situação
criada ao nosso município pelo estado de
—de guerra, que vem impedindo não só a
aqmsxçao de materiais de construção e apliz-
cação por preços razoáveis, mas também a
sua compra, rápida, nas quantidades neces-
sárias, para acelerar as obras em execução e
conseguir levá-las a bom têrmo sem as solu-
ções de continuídade que se vêm verificando
e que são de moide a desencorajar as futu- —
ras edilidades a lançarse em projectos de
vulto.
As obras de abastecimento de águas à —
vila e da construção das casas dos magis-
trados, em que só no ano findo se gastaram, –
na primeira, 241 contos e, na última, pró-
ximo de 82, arrastam-se há um ror
tempo, e mesmo que ambas se;am absoluta
— mente necessárias, porque o são sem dúvida
alguma, chega-se a pensar se não teria si
mais aconselhável adiar a sua execuçã
para mais tarde, não quando os preços dos
“tos a lembrar-no
mirradinha, não tem ponta parí
onde se lhe pegue, .. =
nna,,,
venda no mercado pa
to para consumo ime
para plantar. Eram
de cestos cheios de ba
— E’ um horror! Éúfêãada,,
— Ah 1 Então é uma me-
— Não, é um rapa;
— Cuidei, .
Era um rapaz ——
Erao Sebashao*
(«Du*ecçao P
Nelson d Barros)
20
Esplêndida batat
materiais baixassem ao razoávul o que, tal-
vez, seja impossível nos próximos lustros,
mas quando desaparecesse ou se atenúasse
a sua carência nos mercados produtores.
Parece não haver uma explicação razoá-
vel para a demora na conclusão da casa dos
magistrados, que, em caso diferente, isto é,
se fôsse obra particular — já há muito estana
pronta e a render, que o capital, exigindo
desempate ou, pelo menos, a cobrança dos
juros, é uma espécie de mola impulsiona-
dora de actividades…
Serão as interrupções causadas por
falta de materiais ou por não virem à tempo
as compa rtlmpaçoes *
—SE)
não fôsse
são vestígios das valas abe
mento da tubagem. ‘
Por tôda a parte, em tôdas as ruas,
montões de pedras e paralelipípedos de gra-
nito para os pavimentos e orlas dos passeios,
tudo aguardando vez de lhe ser dado destino.
As obras na nossa terra parece terem
a marca incontundível de Santa Engrácia!
Com essa marca está o desleixo e a falta
de sentido de urbanização, que nem sequer
esconde o que, por vezes, seria possível es-
,conder das vistas do vmtante vindo doutros
meios, onde o arranjo, a ordem, a arrumação,
o bom gôsto e a estética são objecto duma
preocupaçao constante, que não está no de-
sempenho do cargo ?burocratlco, mas no
:culto pela beleza e no amor propno
— Do resultado dos trabalhos “para o
_ab tecimento de água aos domicílios há,
or enquanto, a assinalar qu«. êles estão
º..a !apus :
– continuamente que de há uns anos —
se nota uma grande* irregulari– —
dade climatérica, aschuvas,queas
Bgeadas e aàas neves poucas vezes —
conduzem com as estações, 1sto é; –
que o Tempo passou a andar às –
aranhas como o próprio Mundo ..
D ESDE o dm 7 que, tódasas — — –
manhãs, na Ígreja – Mc:-
triz, se fazem preces, à
Divina Providência pela vinda
imediata da chuva, que tão ne-
cessária é à agricultura.
A LGUNS entusmstaspel
teboi foram daqui ass
ao Portugal Espanhe
E pena tivemos nós de
poder acompanhar, que n
mos por um bom desafio
porto mais popular do
20
NUMA povoacão 1rert9
Mortágua faleceu,
Bbontta 1dade ae 7
uma mulherzinha que
sempre completa saúd
vista e goxou perfetta
aos últimos momen
tomou medicameni
a explzcar a ra(a
Se não chover dentro em b’reÁ
de fome e isto diz tudo. Feve-
sêco e bastante quente na ultima
quínzena Já diz o ditado; «Fe-
vereiro quente trag o d:abo no
ventre,»
Manhãs
frias, sol esplendoroso, como
de plena Primavera, mas o que
— inferessa é que a chuva ferl
os camnpos ressequidos e bene,
cte as plantas e sementes 1
das à terra. .
As pessoas de íidade afi
ve, estamos condenados a um ano
reiro decorreu impiedosamente
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Sertã — Lisboa : Efectua-se
às Segundas, de manhã e de
tarde, Quintas e Sábados.
Sertã — Oleiros : Efectua-se
às Terças, Quintas e Sábados.
Qleiros — Sertã : Etectua-se
às Segundas, Quintas e Sába-
dos.
A’Ivaro — Sertã; Efectua:se
às Segundas-feiras.
Sertã — Alvaro: Efectua -se
aoszDomingos.
Sertã — Coimbra : Efectua-
-se às Quintas-feiras, manten-
do-se as carreiras e horários
das Terças-feiras e dia 23 de
cada mês.
Coimbra — Sertã: Efectua-
-se Sextas feiras.
Sertã — Tomar: Mantem-se
o horário diário,
Serta — C. Branco: Man-
tem-se o horário actual, quatro
dias por semana.
Sertã — Proença-a-Nova e
Sertá – Pedrógão Pequeno :
Efectuam-se aos Sábados com
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tuam até 5 quilos.
Sernache, 20 de Fevereiro
de 1945..
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20,45 19,5 2553 30)9 39,6
: 21,45
às é
23’15 ‘ 2573 30’9 39, 49,6
Ouça o locutor JORGE ALVES às 2/,45
A «VCZ da AMERICA» em português pode ser também escutada
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Sertã na «Comarca da Sertã»
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R vita de AlVAra
vai ter melhorados e desenvol-
vidos os seus serviços
de assistência
ALVARO, 4— Em conse-
quência do artigo publicado no
«Diário de Notícias», o sr. Su-
bsecretário de Estado da Ássis-
tência Social enviou a esta vila,
tão esquecida, um delegado dos
Serviços de Defesa da Família,
o sr. dr, António Pereira Mar-
ques, para se imformar das ne-
cessidades mais urgentes. À vi-
sita deste distinto clínico cau-
soua maior alegria e veio encher
o povo de esperanças. Razão
tinha esse jornal em dizer que o
sr. dr. Trigo Negreiros procura
fazer chegar a todos os cantos
do País os8 socotros e auxílios
de que as populações carecem
e só não toma medidas mais
prontas e de maior alcance
porque nem sempre é informado
devidamente do que .se passa.
O sr. dr. Ferreira Marques foi
recebido coem entusiasmo pelos
habitantes de ALVARO e tomou
pleno conhecimento da situação.
Consta aqui que S. Ex.º o sr.
Subsecretário de Estado da Às-
sistência já resolveu enviar um
primeiro auxílio financeiro à
Misericórdia e que vai ser es-
tudado um plano de assistência
regular, conforme se desejáva e
e de justiça. À população de
A’lvaro está igualmente gratis-
sima ao sr. Alfredo Moreira,
filho do concelho, que não só.
tem dispensado sempre a sua
protecção aos patricios mais ne-
cessitados, como tomou agora
a iniciativa desta campanha, que
promete os melhores resulta-
dos —— S –
(Do «Diário de Notícias»
E= ss
Resinagem
Campanha de 19458
Avisam-se os próprietários de
pinhais em resinagem de que foi
superiormente estabelecida a obri-
gação de manifestarem, ou apre-
sentarem ao aVisto», nos res-
pectivos Grémios de Lavoura, os
contratos de aluguer feitos com
as entidades industrias resineiras,
Nesses contratos tem de mencio-
nar-se os nomes dos industriais e
proprietários que nêle se obri-
gam, ainda que ajustados e assi-
naádos pelos seus representantes
legitimos, seguindo se a necessá-
ria identificação de cada pinhal
incluindo no aluguer (nome e lo-
cal, freguesia e Grémio a que per-
tence) o número aproximado de
incisões a fazer, o preço ajustado
por incisão ou por quilo de resina
produzida, conforme a base do
contrato, e finalmente as condi-
ções de pagamento,
— — Informa-se ainda que está em
estudo um plano de detêsa e as-
sistência à prcepriedade florestal,
contra o abuso des maus prati-
cantes resineiros — plano que en-
trará em vigor dentro de curto
prazo.
Esclarece-se, fnalmente, que o
preço habitualmente proposto pa-
ra base cu índice ofícial, não re-
presenta um preço taxativo pelo
qual se tenha de alugar — antes
se confere ao proprietário a facul-
dade de aspirar a preços mais
compensadores e equilibrados com
os valores de exploração dos pro-.
dutos laborados, e tudo indica de
momento ser êste ano justificada
tal aspiração.
Éste número foi visado pela
_Comissão de Censura
de Castelo Branco :
Comarca da Serta
&’ Dreciso produzir
Datatas
PARA I=50:
1.º) Empregue se possível fôr,
tubérculos de variedaae que
seja conhecida e dê boas
colheitas na sua região;
7 0)
selhável (30 a 70 grs.);
3.º) Faça o abrolhamento prévio
das batatas destinadas à
plantação ,
Não devem ser aproveitadas:
a) as batatas «linheiras» e
as engelhadas ;
b) as que, durante a arma-
zenagem, formam, em vez
de brolhos, pequenos tu-
berculos como bogalhos,
ebatata menina», junto
aos olhos;
c) as que apresentam a cas-
ca e polpa manchadas, ou
com outras alterações.
Conte. que com 150 quilos
de batatas bem calibradas
= com cêrca de 5O:prs —
pode plantar 3000 tuber-
culos numa área aproxima-
da de 1.0 O m2;
“No caso dos tuberculos se-
rem muito grandes, só de-
verão ser cortados em duas
partes e sempre no sentido
«coroa:base», de forma que
4)
cada fracção fique com Cs;,
olhos da coroa, que são os
mais vigorosos.
Use como compasso :
a) Para terras de sequeiro
sox38 cent.
b) para terras de regadio
Gox4o cent.
Adube convenientemente os
tuberculos. O estrume de
curral, os adubos orgânicos
e as fórmulas químico:orgã-
nicas são das mais indicadas
para a cultura da batata.
Tendo estrume, aplique 30
tone’adas por hectare,
Plante entre 8 e 13 cent.;
mais fundo nas terras sêcas
e ligeiras
) Conte, em média, com 8oo
grs. de sulfato de cobre pa-
ra o tratamento a 1.0CO m2.
Esta quantidade permite-lhe
fazer três tratamentos com
uma calda a 1º/,, o que é
suficiente se forem feitas a
tempo ;
Leia com cuidado e aplique
os conselhos de um bom
manual sôbre a cultura da
batata.
10.º)
Para curar &s quebraduras
Na povoação da Herdade, do
concelho da Sertã, levam as crian-
ças quebradas na madrugada do
dia de S. João ao sítio onde haja
carvalho novo e depois de aberto
o carvalho de alto a baixo, uma
Maria passa a criança por meio
do carvalho para as mãos dum
João e diz:
«Toma lá João êste menino
doente e dá o para cá são,»
O carvalho é ligado em seguida,
Se soldar a criança melhora, se
não soldar, não melhora.
(Etnografia da Beira, dr. Jaime
Lopes Dias.)
E sç
Necrologia
. Faleceu em Lisboa, em 5 do
corrente, o sr. Joaquim Lourenço,
de 72 anos, natural de Isna de
S. Carlos, casado com a sr.º D.
[Sabel da Silva Lourenço, pai da
* D. Mariana da Silva André,
espôsa do sr, José Carlos André,
tipógrafo do a«Séculor, a quem
apresentamos os nossos sentidos
pêsames.
s ——
Procissão dos Passos
Pour lapso de revisão, saíu er-
rada, no nosso número anteriar,
a data em que deve realizar-se a
Procissão dos Passos. E’ dia 23
e não 16 como erradamente pu-
“ blicámos.
Dê a preferência aos tuber- –
culos inteiros de calibre acon-
«. .O meu Amigo!.
— Castanheira de Pêra.
FPágina Azul
(Do meu Diário)
«O’ minha amiga vem scavemente,
serenamente, a paz virá também
Noivam estrêlas pálidas, fremente
– O niveo luar anda na serra, além.
Dá-me a tua mão — a anémica cecéêm ‘
Que no meu sonhoe biejo infa:i tilmente…
Sonho contigo, ó doce Flor do Bem,
Plena da graça, da Ilusão dormente .
Ai, desce da haste, evola-te do vago
No rastro puro duma estrêla — afago
E sê tangível meu Amor doirado!
Amor extinto. . oh! podes vir comigo
Se apenas sou o teu maior Amigo. .»
. ó voz do meu passado |…
— Maria da Saá’dade
Cobranças
para BAngola
e Moçambique
Prevenimos cs rnossos estima-
dos assinantes de Angola e Mo-
çambique que enviámos à cobrança
os recibos relativos à sua assina-
tura de uma nova série, por inter-
médio, para a primeira colónia,
do Banco de Angola e para a
segunda, do correio, esperando
ficar a dever a todos o obséquio
dos liquidar prontamente, pois
que as devoluções causam grande
transtôrno e despesas, tudo agra-
vado com a morosidade das liqui-
dações, que chegam a atingir um
ano. :
Com os correics de Mocam-
bique dá-se êste facto, que nos
parece absurdo, se acaso as pala-
vras têm a signifiçação que lhes
é atribuída : os recibos devolvidos
trazem no verso a nota «não recla-
mado» ! Ora, como sucede no
Continente e assim é que está
certo, um recibo à cobrança não
tem que ser reclamado pelo des-
tinatário, que pode desconhecer
a sua existência ou fingir desco-
nhecê-la, mas sim apresentado
pela estação competente, que, no
– caso de não conseguir a ccbrança –
dentro de certo prazo, o devolve,
informando a causa da falta de
pagamento.
Nós temos aimpressão de que
alguns dos recibos enviados para
Moçambique não chegam a ser
apresentados aos destinatários;
é claro que, desta forma, não os
pagam, porque não têm o dom
de adivinhar…
o si
Data fúnebre
Em 10 do corrente passou o
1.º aniversário do falecimento da
sr.º D. Itigénia Neves Correia e –
Silva, bondosíssima senhora, que
foi amparo de tantos desgraçados
e mãe estremosa da sr.º D. Ma-
ria José Corrêa e Silva e dos srs.
António Barata Corrêa, engenhei-
ro Joaquim Barata Corrêa, dr. José
Barata Corrêa e Silva e do nosso
director,
Sutragando a sua alma, rezou-
-se uma missa na igreja matriz.
Ebn o
Melhoramentos da Freguesia
de Cardigos
Pelo Fundo de Melhoramentos
Rurais foi concedida à Junta de
Freguesia de Cardigos, concelho
de Mação, a comparticipação de
21.7803%0O para abastecimento de
água à povoação de Mesão Frio.
DOERNRTES
Tem estado grávemente doente
a sr.º D. Maria do Céu dé Almei-
da Lopes, dedicada espôsa do
nosso amigo sr. António Lopes:
também têm estado doentes os
seus gentis filhos José EFrancisco
e Maria Teresa.
— Esteve um pouco doente o
pequenito Amiíilcar, filho do nosso
amigo sr. Assis Lopes.
— Esteve gravemente doente,
podendo agora considerar-se livre
de perigo, o nosso estimado cola-
borador sr. Cardoso Martha, de
Lisboa.
As melhoras rápidas de todos
oa enfermos é o que sinceramente
desejamos..
Abono de Família
O conceito da protecção à fa-
mília ocupa no idário nacionalista
um lugar predominante e teve já
a sua expressão prática em mais.
duma oportunidade na poliítica do
Estado Novo.
Agora mesmo acaba de ser
publicado um decreto, com vista
a auxiliar o sustento e a educação ,
das pessoas a cargo de funcioná-
rios com vencimentos modestos,
que vem melhorar o abôno de
família antes fixado.
Assim os abonos de 3o3poo
e 40:hoo fôram aumentados para
Sosoo e estende-se aos ascen-
dentes do sexo feminino, inde-
pendente da idade e aos netos,
órfãos de pai ou mãi a cargo dos.
funcionários, elevando-se também
o limite da idade dos estudantes
que frequentam curso superior
para 24 anos,
Este é o bom caminho que o
Estado Novo abriu, natural e
muito justamente, para ser se-
guido pelas autarquias e pelos
próprios particulares. –
EsbEssEaEo
Em Castelo Branco,
KHeuniram-se
os presidentes das Câmaras
Municipais do Distrito.
Por convocação do sr. Gover-
nador Civil reúniram no seu ga-
binete, em 7 do corrente, os Pre-
sidentes das Câmaras Municipais
do Distrito, tendo o ilustre ma-
gistrado feito uma longa e inte-
ressante exposição dos problemas
de ordem política mais em des-
taque no presente momento.
Depois, foram tratados .vários
assuntos de administração muni-
cxpal e, em especial, a organiza-
ção do recenseamento eleitoral
com vista & realização das eleições
das Juntas de Freguesia em Ou-
tubro próximo, a cujo acto se pre- :
tende dar a maior amplitude e
propormonar o máximo mteresse
e concorrência.
* deirã,
Madeira, 5
“Na batida aos lobos, realizada
no passado dia 25, na área de Ma-
Vilares, Arrochela, pode :
dizer-se que nem sequer um bate- .
dor passoú e se algum o fêz foi
sem resultado, pois que não havia .
linha formada de caçadores; ape–
sar do número muito reduzido de
caçadores e batedores da Madeirã,
êstes foram para as ladeiras da
Cava, deixando fugir tôdas as fe-
ras por não estarem ao alcance
. dos caçadores, visto estes estarem .
muito distanciados uns dos outros,
Nesta área, por bater, voltaram a –
aparecer as feras, tendo já devo-
rado mais algumas cabeças de
gado. Seria, pois, bom que se fi-.
zesse nova batida e oxalá que apa-
reçam batedores e caçadores em
número satisfatório para tão gran-
de área, de forma a terminar com
OS recelos constantes em que vive
a população pela falta de segu-.
rança dos seus rebanhos. — C.
Receita
Bolo Espanhol
4 Ovos inteiros e 2 gemas, 4
colheres de açucar, 4 colheres de
farinha fina, 4 colheres de farinha
de batata, 2 colheres de chá de.
fermento em pó «Royab, raspas
de casca de limão.
Deitem se numa vasilha as 6
gemas e O açucar batendo-se até
levantar bem, juntando-se então a
farinha de batata e em seguida a
farinha e o fermento «Royab, e
raspas de cascas de limão. sttu—
re-se bem, acrescentando-se por
fim as claras batidas em castelo. .
— Mexa-se vagarosamente com uma
espátula e deita-se numa forma
Ffunda, tendo o cuidado de deixar
3 dedos de espaço nas bordas,
– porque o bolo há-de subir, Cozer
em forno brando, Polvilhe-se com
açúcar pilé ou cubra-se comum ——
«glacé» qualquer, que pode ser o
seguinte: Glacéde chocolate* 150 |
gramas de açúcar pilé, 2 colheres
grandes de cacau em pó, umas.
—gotas de agua Deitem se numa
caçarola o açúcar e o cacau, adi-
cionando lhe uma gotas de água
até obter uma papa grossa. Barre-
-se o bôlo e deixe se secar.
Feijão colonial
Da Intendência Geral dos
Abastecimentos recebemos a se–
guinte informação: .
A Intendência Geral dos Abas-
tecimentos informa que são bre- –
vemente lançados no consumo
público em todo o país e em re-
gime de venda livre— por o mer-
cado ficar largamente abastecido
— mais 3 709.000 quilo OBramas de
feijão colomal
— Informa-se mais que é obrt-
gatória a venda de feijão colo-
nial em todos os retalhistas que
tenham à venda feijão continental, .
O preço de venda pelo arma-
zenista ao retalhista é de 505
por quilograma, pôsto em casa.
dêste último.
O preço de venda ao público
é de 5980 por quilograma, ou.
Esc. 4935 por litro.
Mantêm-se assim, os preços
anteriormente em vxgor
mm::::m
Joaquim Moreira
Acompanhado de sua filha, em-
barcou para Lourenço Marques, a
bordo do «Angola»,
Fçvéreíro, O nosso presado assi- –
nante e amigo sr. Joaquim Mo-.
reira, sócio da firma Cruz e Mo-
reira, Sucessor, daquela cidade. —
Boa viagem e muitas felicida-
des é o que sinceramente lhe de-
sejamos.
@@@ 1 @@@
A Coma a daentãa
‘.v1am -Sse sombras.1. ..
Agitados, pressurosos Uns; ou-
pxsando fôlhas mortas, trautean-
— pouco antes a músicos frenetxcos,
e todos dirigindo-se à estação de
— caminho de ferro, no regresso a
: Outono
— Atrás um par retardatano. de-
– morava seus passos. Ela, more-
na, linda, elegantissima no seu
casaco de peles, cabelos negros,
penteados com arte; olhos pre-
tos, profundos, a andar saltitante,
— envolvia-se, devagar, no agasalho
— vistoso e conversava, devaneava,
procurava, por vezes, convencer,
geradamente cinéfilo, bigodinho
petulante, quási ndxculo, por isso
dade própria, as mãos escondi-
das nás algibeiras da gabardine
de. boa lá, sorria — um sorriso
superior, de homem pretensa-
mente superior e cêéptico, a más-
cara um pouco irritante de ho-
mem que sabe estar no bar, no
salão de dansa e na sala de jôgo
de Casino,
Ela terá 23 anos-— ele poderá
conftar mais 3 ou 4.
“E o diálogo prossegue, lento,
— a voz dela dolente e cantante, a
denunciar grac1osamente a sua
origem insular.,,.
Ela—Pois não.
guel avida é dlferente——amda
e ]a f01 muito mais diferen-
te-..,.
Ele———Um meio acanhado :com
certeza..
a beleza o
: .J;be’lé
Ela——Com muxtas f]ores ; Ver.
: mas não bhálá selvagens
“Ele—Não faço idéa.. Dlz’sº
que é triste, de clima n“regnlar e
chuvoso—muita lama : terra, afi-
– nal, inhóspita para o amor e pa-
ra a beleza. .
Ela_—(naada Nervosa e raplda»
Não! Muito pelo contrário, é a
lha do Amor e da Poesia!
Ele (deªcrcnte) s. Mrouelª’
Ela- S. Miguel, sim. Vo-:ê
não pode fazer idea ; não conhece
— ailha, desconhece- nos peor com
< Vp;eto
Ele—Conheço a,ast.
= Ela—(lromca, entre sornsos)——
=E por isso, a sua apreciação tão
—Jjusta acêrca da minha terra —
—oamor e para a belezv,
Ele—-—Perdao eu.
—— Ela…_Eºcute Desconhece os
— — nossos poetas.., Ignora que nas-
ceu ali, o desvemurado autor dos
— «Sonetos» em luta viclenta com
* a dúvida, que o prostrou; e [á
í’morreu, a olhar, pela derradetra
— Vez,as árvores verdes, o poente
triste, mas impregnado de Poe-
——sia. (com:ludente) Nostalglco sxm,
“mas belof — —
—Ele—A que poeta se zªfereº?’. :
Ela—(profundamente espanta-
: — Quê?! Não sabe, nunca leu…
: Antero A :
Ele——Anteroªºl ——
Ela-——(magnanima)__A Sua ime-
— mória, Rodrigo, está chuia de.
Gretas e de Marlénes; sim, é na-
— tural. Como pode Voce, entusias-
: ‘í**Ele.._Menma
nao dgo e
— Ela—(rindo) Nao tanto, é cer-
to, mas desconhecer Antero,
— Oh! Rodrigo.,
sa
, — Não está bem.
1ere1 obrlgacao de conhecer o
— .Pâssara a hora do chá no Ca–
— sino. Pelo Parque .Estoril mo:
“tros, de mansinho, ao de lexe, —sim, e foi,
do músicas sem rxtmo, ouvidas –
Lisboa, no fim daquela tarde dex
—Ele, rapaz moderno, vulgar exa-
mesmo, todo êle sem personali-.
hm S Mi-.
Quadro 1mpropno pa-
: nã—O*
de, muito verde, como Hooolulu,’
«lama; terra afinal inhóspita para .
ta do cSwmg» ê da «Ch1ca-Cho- :
«Swxngn*, —não,
Ele-—Nao está bem o quê 2
seu Antero, que nasceu e morteu
em S Miguel.?
Ela —(com entusiasmo) — Que
nasceu e morreu em S. Miguel
e é, umas das mais
poderosas celebraçoes contempo-
“ râneas! O Poeta-Filósoto, que
deslumbrou, Aagitou, e tornou uma
geração orgulhosa de si propma’ :
(Noutro tom de mágua e de iro-
nia). Mas, desgraçado. Você não
lê1!
Ele—As tuas cartas, Maria Isa-
Bel…
Ela—Pobres cartas minhas.,,
“ Ele—Os seus versos… São
todas assim poetisas, as mulae-
res da sua terra ?
Ela-(saudosa, evocadorEÚ Po-
bres versos meus,..,. Sim, quási
«nascercos a balbuciar versos..,
Ilha Verde!
am :
Ele—(irónico) Como a casinha
lá no alto da colina.
Ela— Pateta, não querla ser as-
sim, Rodrigo? .,
Ele—Assim como, Maria Isa-
bel2.,
El Bem vê” e tenho pena
—nunca passaremos do vosso
«flirt».,. Seria para si, sempre
uma desconhecida. =
Ele—(rindo)— Incompreendida
não é ? lsso é das fitas. “Chegou,
agora a minha vez,
Ela—Não Seja CImIicO. —
Ele—GComo, cínico?! Você lê
Versos e romances ; eu, não falto
às «prémieres» de São Luxs nem
aos chãs do Casino. Parece me
que de nós dois, é Você quem
menos se diverte,.
“Ela-O Rodrlgo desconhece os
poetas portugueses, mas—oh!—
Minha querida Ter
em compensação, conhece o Jonh,
o Bred, o Bob…
Estica-..
Ele- (ao perceber o tom des-
denhoso) Dois cómicos impagá-
veis não acha? (e noutro tom, rá-
e o Bucha e
—pido) Mas escute, Maria Isabel:.
Estou mobilizado e Você vai re-
gressar à sua Hlha Verde… Quem
sabe?! Poderei ir preClsamente
para lá,.. Bem sei que morreria
de tédio, e talvez não, se Maria
Isabel quisesse, a meu lado, ler
para mim os: «Luziadas», que
nunca lt.
Ela—Você, é horrível!
Ele—Serei. Mas que quere?!
Ainda estudante do Liceu, meu
pai, ao dar-me dinheiro, ao do-
mingo, advertia prêviámente que
os «io palhaços» eram destina-
dos à «matinée» do Cinema!
Ela—Faz pena…
Ele —Falvez… —
E chegaram à Estação.—<«Okh,
Boy!»—pgritou uma rapariga bem
portuguesa a Rodrigo— «V ocê re-
parou como jogou esta tarde o
Ered ? Erês planos no 27! E’ um
gajo com uma sorte bestial!»
*
O combóio electrico parou.
Houve uma verdadeira corrida,
empurrões, exclamações moder-
nas… O comboio partiu.—«cAu
revoir» gritou da gare um meni-
no «bem» português. E Maria
Isabel, então saúdosa da sua Ilha
Verde observou que; a seu lado,
de regresso de Cascais, viajava
um velho elegante, cabelos bran-
cos de neve, segurando sôbre os
joelhos os «Sonetos» de Antero,
Ponta Delgada 26-12-10944.
Manuel Récio
Sapadores da aviação americana, reparam troços des-
truídos duma linka ferroviária japonesa, enquanto
um outro soldado americano, eom espin-
garda. preparada para fazer fogo,
mantem vigilância contra
guerrilheiros
DÃ GUERRÃ
imposto Suplementar
EDITAL
— Lúcio Amaral Marques, Chefe
da Secção Finanças do concelho
da Sertã:
Faz saber que no mês de
Abril próximo futuro os contri-
buintes sujeitos ao Imposto Su-
plementar devem apresentar na
sSecção de Finanças do concelho
ou bairro da sua residência de-
claração em papel de formato
legal com as indicações que cons-
tam do artigo 1.º do decreto n.º
31,128, de 5 de Fevereiro de
1941, OU sejam :
– — E)— Nome e residência;
— 2)— Filhos menores à data
: declaração ;
3)Q—Lugares que desºmpe«_
nharam ;
4) — Entendidade a quem os
— serviços foram presta-
dos, sua sede e situação ;
5) — Vencimentos recebidos,
devidamente . descremi-
nadas por lugar ou fun-
ção.
Esta declaração deverá ser
acompanhada das certidões de
nascimento dos filhos menores e
autenticada com o número do bi-
lhete de identidade ou com a as-
sinatura do declarante devida-
mentê reconhecida.
São isentas dêste imposto as
remunerações globais inferiores
a 60.000hoo anuais.
Secção de Finanças do Con-
celho da Sertã, 6 de Março de
1945.
O Chefe da Seççao,
Lúcio Amaral Marques
Os parvos
Há parvos mudos e parvos
falantes.
Os parvos mudos são os
que nunca deram provas do
seu saber, mas que soltam al-
guns monossílabos misterio-
sos, e baixinhos, numa roda
doutros mais parvos, que os
contemplam sem os contra-
riar. Os parvos falantes são
os mequetrefes que se intro-
metem a decidir aquilo de que
nada entendem.
O parvo enche o mundo
de suas façanhas, porque não
fala senão de si. Se é militar,
julga das campanhas de Ale-
“xandre, de César e de Bona-
parte e nota-lhes os erros;
mas nunca soube comandar
um destacamento: condena
ao mesmo tempo a rapidez
dos movimentos de Napoleão
e a morosidade dos de Fábio.
Se é juiz, o parvo clama –
contra a administração da jus-
tiça, mas nunca proferiu sen-
tença que não fôsse anulada
ou por contrária à lei, ou por
falta de formalidade essencial
no proccsso.
Se é médico ou cirurgião,
o parvo discorre sôbre tôdas
as doenças, censura todo o
tratamento; mas não há notí-
cia de enfermo que lhe não
morresse nas imãos.
Se é advogado, o parvo
nunca fala senão na letra e
no espírito da lei: mas o es-
critório está deserto como as
ruas de Sião, p-rque o parvo
não advoga caúsa que não
perca.
Se é industrial, o parvo ex-
plica com admirável verbosi-
dade todos os segredos e to-
dos os processos da indústria;
mas falham-lhe sempre na
prática todos os cálculos,
Se é candidato em algumas
eleições, o parvo tem sempre
a seu favor o voto de todos os
eleitores; mas consultada a
urmma só se lhe encontra no
fundo um voto a seu favor,
que é à deie.
Rodrigues Sampaio
FDNAL
Lúcio Amaral Marques, Secre-
tário de Finanças de 3.º classe e
Chefe da Secção de Finanças do
Concelho da Sertãa :
Faz saber que nêste concelho
se encontra vago o lugar de ofi-
cial de deligências das Execuções
Fiscais, lugar que é preenchido
por indivíiduo com mais de vinte
e um e menos de trinta anos,
habilitado com o exame de ins-
trução primaria ou de admissão
aos liceus, devendo apresentar,
nos têrmos do artigo 1.º do Dé-
creto-lei n.º 20.554, de 20 de
Abril de 1989, diversos documen-
tos, no prázo de 3o dias, a con-‘
tar da data dêste edital.
Nesta Secção de Finanças se
informa quais -são os documentos
necessários, bem como se prestam
mais esclarecimentos sôbre o as-
sunto de que trata êste edital.
E para constar se passou êste
e outros de igual teor que vão ser
afixados nos lugares do costume.
Secção de. Finanças do Con-
celho da Sertã, 7 de Março de
t1945 :
O Chefe da Secção, |-
Lúcio Amaral Marques — –
.. BM Segra alheia
EE
A Bem da Humanidade
Aspirina
6 medicamento mais popular
“Já em tempos remotos os
nossos antepassados emprega-
vam contra o reumatismo e a
gôta, infusões de casca de cal-
gueiro, quando nos princípios
do séc. XIX a química assu-
miu um grande desenvolvl
mento.
— Dois investigadores Írance-
ses descobriram em 1920 o
quinino, substância extraída
da árvore da quina, que po-
rém, já fora de igual modo
usada pelos habitantes do Pe-
ru, como remédio contra as
febres.
Esta descoberta levou os
químicos europeus que se de-
dicavam ao estudo do proble-
ma, a procurar a substância
que devia existir na casca do
salgueiro.
O cientista italiano Píria,
após longas experiências, ob-
teve uma substância cristali.
zada a que chamou: ácido sa-
licilico— baseando=se na de-
signação botânica do salguei- .
ro, Isto «silex>,.
Em 1853, o químico Ger—
land, conseguiu obter o mes-
mo acido a partlr do indigo
natural.
Gerland, era então o pri-
meira assistente de Hermann
Kolbe, professor da céletre
universidade de Marburg e
um dos químicos mais notá-
velis do seu tempo.
Na forma inicial, o ácido
salícilico sintético de Kolbe,
não era ainda utilizável tera-
peuticamente ; Kolbe não ti-
vera tempo nem oportunidade
sequer para explorar pratica-
mente a sua grande desco-
berta. = —
As experiências que foram
porém, continuadas por um
colaborador, F. Heyden, que
trabalhou, poder-se-á dizer
com verdadeiro fanatismo no
melhoramento do ácido sali-
cílico sintético até chegar, de
facto, a resultados práticos da
mais alta importância.
Logo no primeiro ano de
experiências conseguiu produ-
zir 4.000 E’ daquele ácido e,
após, 6 anos, a produção sex-
. tuplicara.
O ácido salic’lico revelou-s
sc um antipirético e antiseptl-
CcOo Seguro.
Desde o momento que um
célebre médico verificou a sua
acção curativa contra o reu-
mátismo articular, ficou-lhe
um lugar assegurado em tôdas
as fartmácias.
À procura chegou a cer
tanta ainda no tempo de Hay-
den, que êste viu-se obrigado
a abandonar o primitivo la-
boratório, substituindo-o por
uma grande fábrica de ácido
salicílico, especialmente cons-
truída nos arredorcs de Dres-
den.
Assim, nasceu, um produto
farmaceutico, mundialmente
conhecido:— A Aspirina, com-
binação do ácido salicílico
com a acetilena.
A produção só da Aspirina
anualmente, atinge cêrca de 3
milhões de quilos.