A Comarca da Sertã nº429 24-02-1945

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Dr.

FUNDADORES

 

— Dr José Carlos Ehrhardt —
Angelo Henriques Vidigal
— António Bareta e Silva —
Dr. Josóé Barata Corrên e Silva
Edusrdo Barnta da Silva Corrêa

 

o | | DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO 2 T A Cº’;ªª:;ºn:s =
= Eduarao Barata da Silva Correia Oficinas Gráficas
< : da Ribeira de Pe-
ª’ — REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO — : ra, Limitada :
2/ / RUA SERPA PINTO — SERTÃ CASTANHEIRA
> ; DE PERA
< PUBEICH.-SE AOS SÁBADOS Telefonei16
ANO X Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sert, Oleiros, S
. í : À 1 Ã . FEVEREIRO
N.º 429 === Prognça-a-Nova e Vila de. Rei; e freguesias de Amêndoa e Cardigos (do concelho de Mação) == 19045

ãm–mmmmmmmmmmmmm

 

___Notas

Por motivo de jórça maior,
«A Comarca da Sertã» não se
poude publicar na pretérita se-

 

30
Esquisitices da K$25a
fala

S ÃO por vezes quási cómicos
os casos de inércia lin-
gitística, donde resulta que

as palavras ficam, depois de de-

— saparecidos há muito os factos

— dente, e que compramos uma pena

que as justificavam. Por 1sso
chamamos tórre— Tórre do Tom-
bo — ao rés-do-chão onde está o
arquivo nacional, que há séculos
deixou de estar na tórre d

E

cia ou rotina lingiúística dize-

.meos que damos corda ao reló-

gio, e que vamos chumbar um

de escrever, quando o nosso re-
lógio não é de pésos seguros por
umea corda, nem os dentes se ob-

“ turam com chumbo, nem já se

escreve com penas de pato. Pelo
mesmo motivo o professor ainda

manda o menino à pedra, que é de

pau ou de papelão. :

Coisa muito esquisita é não
termos a noção exacta de certas
palavras que empregamos a ca-
da passo. Por exemplo: Que
quer dizer porta? Duas coisas
diferentes, embora complementa-
res ou conjuntas: a aberiura
por onde entramos, saímos ou
metemos qualquer coisa, e a ve-
dacão ou tapume dessa mesma
abertura. Assim à porta por on-
de se entra não é evidentemente
a mesma porta a que se bate,
com a mão ou com o nariz. Uma
é buraca, outra é tampo.

Se falassemos sempre da mes-
ma maneira, diriamos abrir a rô-
lha em lugar de abrir a garrafa,
êsrsím como dizemos abrir a por-
ta do quarto, em vez de «abrir o
quarto».

De «Língua e má língua»,
Agostinho de Campos.

2Oos

EM lugar de destaque publi-
: cámos uma entrevista do

_ nosso patrício, amigo e
cotaborador José Pedro com o
sr. dr. Anténio Nunes e Silva,
âcêrca-da fundação da «Casa
da Comarca da Sertã», em Lis-
boa, incumbéncia que êsse amigo
fomou expontâneamente a seu
Cargo, o que é mais de louvar e
enaltecer, mostrando alte espírito

Pelo mesmo motive de inér-

— PRESENÇA OUE SE IMPOFE

Lasa da Í[mnmmn da Sertã em Lishboa

Vem, desde há tempo, o semanário «A
Comarca da Sertã» publicando alguns arti-
gos, especialmente editoriais, baseados no
princípio, e defendendo-o, de que seja fun-
dada em Lisboa, por necessidade imperiosa
que ninguém ousará negar, uma CASA, con-
tinuídade por assim dizer do solo a que
pertençemos, significativa presença que to-
des os naturais da região devem procurar
manter na capital do País, a exemplo do
que já outros aglomerados fízeram e vêm
fazendo,. : :

Entretanto — e para que o assunto em

uestão iado em tôda. a

nha julgamos hoje preciso encetar. E para

tal, lançada a ideia, tornados públicos os

intentos que nos animam, garantido —assim
o cremos!—o êxito da iniciativa que igual-
mente vimos pouco-a-pouco delendendo,
respeitosamente dirigimos a um represen-

. tante de cada concelho, nomes ilustres que

«A Comaréa da Sertã» ouve, a partir de
hoje, para bom termo da campanha a que
metemos ómbros — um pequeno questioná-
rio, preguntas a desenvolver, interrogaçõe
sem côr, que o espírito desempoeirado da
pessoa a quem serão feitas, com invulgar
valor, fornecerá valiosa cooperação.
Traçado, pois, o plano geral de traba-
lho a realizar, fomos ouvir o sr. António
Nunes e Silva, natural da Sertã, distinto
causídico, personalidade em destaque na
vida social comtemporânea. Depois de com
êle trocarmos algumas impressões sôbre a
ideia em marcha, manifesta a sua inteira

concordância. expondo nos gentilmente e

sem rodeios:

— O propósito da criação, em Lisboa,
da «Casa da Comarca da Sertã», representa
a evolução duma ideia que não é.nova, re-

. vestida agora do início de acção da qual há

muito a esperar.

— Dig_a-nos, V. Ex.º, francamente, como
encara a criação, em Lisboa, da «Casa da
Comarca da Sertã>?

— — Encaro-a como uma utilidade das
mais produtivas para o progresso material
e moral dos quatro concelhos da nossa
comarca. Quando outra finalidade se lhe não
atribuísse ou fôsse de esperar — e muitas se
visíonam — haveria sempre a de tocar a
reúnir, chamando à união as fôrças desa-
gregadas e às fileiras os elementos disper-
sos. Os concelhos e as freguesias só com a
criação da sua casa comum se podem dizer
unidos, porque a casa é centro de união
de todo o agregado. A casa é centro vital;
a casa quere-se viva e a vida dão-lha os
seus habitantes; a casa sem vida é casa

ínorta e a casa morta não é casa, é sepul-
ura…

— Apoiando a iniciativa, como pensa

: : .
V. Exº que deverá ser a contribuição do
nosso concelhe na organização dessa Casa ?

Uma entrevista com o sr. dr. António Nunes e Silva

 

— Não. me parece susceptível de res.
posta pronta essa pregunta, ou então não
atinjo o seu alcance. Entende que não deve
haver destrinças na contribuição de cada
concelho. À casa é comum a todos. Os in-
terêsses regionais a todos dizem respeito e
devem, por issc, ser encarados pelo mesmo
prisma, ou então — repito — não atinjo o
significado e alcance do vocábulo contri-
buição. E talvez tivesse sido de boa tática
não o empregar, que pelo seu cheiro fiscal
pode a palavra despertar desconfianças ou
mal entendidos, que não estão no propósito

ua da iniciativa da criação da Casa Comarcã. –

AÀ contribuição é para a organização ou
é concernente aosjtins da organização ? Fico
sem sabê-lo ; mas se é para os fins da orga-
nização a pregunta parece-me descabida!
Não nos precipitemos… não vá pensar-se
que o carro vá diante dos bois .
Uma nova pregunta :
— — Quais os fins principais que devem
mover os dirigentes ou representantes dos
quatro concelhos, a unir-se para o mesmo

fim, que é o da organização de uma Casa

Regionalista comuim ?

— Parece-me que tudo quanto se diga
e inoportuno, responde o nosso entrevis-
tado. Não devem marcar-se fins aos dirigen-
tes. A acção dos dirigentes exerce se den-
tro dos estatutos, em ordem a alcançar-se o
maior rendimento sob todos os aspectos do
interêsse regional e do progresso da insti-
tuição.

— Julga V. Ex.º possível dar realidade
a tal iniciativa apoiando a forma como as
outras agremiações congéneres têm erguido
a sua obra, isto é, seguindo as directrizes
que vem adoptando ou entende que se deve
criar uma nova orgânica ?

— Desconheço como as agremiações
congéneres se orientam na consecução dos
seus fins; porém, o que nelas houver de
bom e aproveitável, porque não há-de ser
imitado ? Em conformidade com os fins, se
empregarão os meios e a escôlha dêstes
será da competência dos dirigentes, que es-
colherão sempre, estou certo, os meios mais
adequados agqs fins em vista. :

— V. Ex?, então, idealiza a Casa da
Comarca da Sertã… .

— Os idealismos serão sempre fantasias
se não se referirem a realidades concretas e a
realidade será sempre o prógresso dos povos
constituintes da instituição, encarada sob todos
os aspectos : agrícola, económico, cultural, tu-
rístico, educativo, moral, recreatijo, de assis-
tência, etc.

— E como enfrentar ó problema material?
Angariando, como aliás sempre se faz, asso-
ciados ?

— Direi que é intuítivo que só por via dos
associados se fará, naturalmente, face ao pro-
blema de ordem material. A instituição não

Conclue na 4.º página

.a lápis

bairrista e verdadeiro amor pe-
la sua terra.

Sóbre o mesmo assunto já
José Pedro ouviu mais duas pes-
soas de elevada posição social :
uma natural do concelho de Olei-
ros, e outra do de Proença-a-
-Nova, cujas entrevistas publi-
caremos em breve. Falta ouvir
alguém do concelho de “VUila de
Rei e para ésse efeito já escelheu
pessoa que julga indicada.

Todos, de-certo, são unâni-
mes num ponto: qua a criação
da «Casa da Comarca da Ser-
tã», em Lisboa, é indispensável
ao estreitamento das relações so-
ciais entre os naturais dos qua-

tro concelhos da comarca e é

um imeio seguro de conseguir
muitos dos objectivos materiats e
morais que aãao mesmo concelhe
dizem respeito, do mesmo passo
que há-de contribuir para que es
seus naturais venham. a conhe-
cer=se melhor, tirando o maier
partido duma união que irradie
gerais benefícios individuais e
colectivos,

Nem esta entrevistá nem as
que se lhe seguem serão penhor
seguro da organização da «Casa
da Comarca da Sertã»; maás
tem ao menos o mérito de não
deixar no rol dos esquecidos ca-
so de tanta monta, despertande
no espírito de muitos patrícios,
talvez, certo interêsse por uma
obra que poderta ser de incalcu-
lável valor se grande parte dê-
les compreendesse a sua uútili-
dade.

A margem daquelas entre-
vistas gostaríamos que emitissem
a sua opinião sóbre o assunte
todos os que o entendessem, naá-
turais dos quatro concelhos, re-
sidentes ou não em Lisboa, apre-
sentando o seu depoimento clare
e sem rodeios, E’ que o assunte
nem só interessa aos patrícies
que vívem na capital.

Q

Z T M garoto detém um tran-
seunte na rua.

— O senhor, por acaso,
ferá perdido uma moeda de 16
escudos ? –

O descônhecido palpa nas al-
gibeiras e responde :

— Sim. .. creio que sim. On.
de a encontrou você ?

— Em nenhum logar. Eu sé
querta sabér quantas pessoas per-
deram hoje móedas de 10 escu-
dos. Com o senhor já são trinta
e seis.

(Conelue na’4.*º página)

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A Comarca da Serta

RESTAURANTE mua FEHREIHEHSE

EMPRESA

a
— Estrôla Valmor = . i

i mnioa

d igt-sio do flumpdnhíã de Fiçõão de SI:ranl:.P:E]
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4 Y apresentando um sarviço de primelça ac V Ex uma visita ad! hosso e
RNA PÚHTHGUE&Ã ÚI’ÚBFI’I E Com o maig asmerado asseio labhelecimento e temoós à certeza
iRecorte esta Tabela para referência futira) como’ o próprio freguez podará constatar A o de que ficará com as imelhores
E : ; : ; ; : – impressões, E
FHoras tlodas Codas Lindas Ondas SAA EA EE EAA dA ulA AENA osaSE SAGESS
FOSO 305 195 23 396 to P EA [óuco para vender muito e do meihor
FBA o E 39,6 ENEA gílb]-‘.l”lÚÍES Teservados que bá no génera da sua especialidade
ZIr”-‘i.É h % : ‘
às : ABERT : ; i ). |
E aa 58 — e — VABERTO TODA A NOITE NOBRERTO BEREIRA
Quca 0 flocutar JORGE ALVES às 19,36 td CARDIM
A Ú’f-ºí”: da AMERICA: em portisuêis pode ser também escutada E : SOLTCITADOR ENGARTADO
por btérmedio da «B. BJ C indas 1545 ds 10c horas, Á ªj’-*g];g_ 4ÃHÍHJ’Í€S ÉÚFÍÍÍÚ À EA _…..3 =
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& âm%maaaªm . o |º Adeldo Nikce bahoe
ENEN E il F ª l P ª : Não fazérm lurmo : CÚI’II.L.REIÚ GFRAL
 = E Não sujáns Os altares ;
M : NAA ; CORUCHE i Asresentação jnexcedivel É -R—-i—-ªíª?dlidª, dos Reis e Serta
a Mercesria e Confeitaria | A ‘tr &n [Í S’l ” Livraria ; o ã Embalagem crituzia-lda- ! ee S
AND Rª DE ULUIES D iV x a : = j J UASA FUNDADA EM 1660 Os fogões «ALASKA+ aeçe-
Andrade, Leitáo e loaguíim;.e= ) – .”J-.D?ÚG_ADD apelaria FABRICANTES; — guram o perfeito aquecimento dos
: ªâª? : í’f;rzu’:_ : Rus Serpá Pidto 2 TTAA F eNàª:. DF TIPÚLRAFI.&, 1! li'[]lufifa TH&FEE Fºí vossos larea, Púdem Ver-Bê nca’ca o
EbA o S URESS ‘ : : á NTA aaaA RS RA
MNE QR mal sbAo Rd Mi viads TOMAR F ENCADERNAÇÃO |/ eARDIGOSTA p NS ,,Éfªfª sE
V E – i j : em ‘j : : AEEnte na “:-erta.ª d.
335 Eua Entre Campos, 31 É h e o : ó
1, Av. dos Est, Un, da América; q” ; Heénresentações é Conta ATIGnÇiai: : BARATJ’L . ETA
aEdiaar ii tAA : E : *Cumarca da Sertão E
Lelélune 41945 — LISBOA : PEORPEIA. EE
— ER : Elwª Iªgªaãâ : ; f%!ã&ãªã!ããã%ªª !E)E)QÉBEÉ!EM KK&E !E!(!ã!&_ –
HRMINDO SILVA : Nuo o o ª% _
STS ENAA o Consitas em Lisboa : u v H .“:-I-IT_í DÚURÁDÚR e PINTÚR : M
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Pantino…. Tem Olho!.. : b Pa du o o .1′,-_.,1 Dolriamento em al liíí.ªmâ㺺fª.ªãº*wi%lªê SE
Mercearias é Vinhos Residência € consultório;: ; ES _*’ RET ARERS d UIIIHÚL“J-‘LDÃ%EÉÍ ltl)rIlm”JÍ H.HA Tribunas, altares, castiças )É]É;
W PIRTS PNE AAROO Rua do Castelo — SERT A “h – r;;bflrãn:í Tu-:tm I’:ªlE;, cadeiras puroguiais, esw— c para, ltussnl cadeis A
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R JDSH:]I’I Blªºk: 4 ::__JI:IQ_ H’“—Ú[ÉÚH Ça Eulãtas o marcmores o cadeiras. í : , EÉ
: TERHEIH’.D — SER'[‘.Ã. Da P z í e : EE
: : afLlÍ’EF’Ú ârªáª “zggj. : JDSE KãLmE& d& Sw& ÉIJ I“:l’l._’lli&*:. Bandeiras em r_da CuUm ar tia-tu:as plnluraª para i= â’,’;
À | r:-_’ mandadess IMETAG -ILD 4 dumascos 2 córeá proprias e E—.:[I.
e lhidas- Pinturaa em YFabuleçãas de Vidro, Mideire u Pedra, %

ADYOGADO G FINTURAS e retogues em imagens com comeredo aeabarsento
E Y vl &
a /É: Z Ú a % : cccA Rua do GCrucifino, 3l s floia É’jlrl’ tcc ee ; . a
La Qjàj ª LISBÚJÃ. -.’Jl.’-‘- v ; é

 

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& Pessoal habilitado que se desloca a qualquer ponto do pa[s ê&

: : REE EA o s sLA çD . ‘*:li.!IT’í L rmens , , .’_’:’
À – i E EEA EE Aunto-piot tóla, pintura e roparaçõo em autos emobllias, LVra- gm
Í”””I-‘ªlhafl E h”-íu.l”j-ÉZHS à ]”«.’_ÚLIP’ÍE ÍC]Í”LQ, À ÉHÉÚH!Ú RHÍVÚ .:jª 1511%5?&3allflrlªdlqtrlªr de C.l.s-t[:,]í.l Branco, Santarém, Cuimbtá, ªí“’
? : Alfai e Cinerda: Trabalhos na Exsposição da ” Mundo FJ!'[ILEIJ?’E e nã Nal al
Pe r[mmrm — Chapelaria AA Sle – Portugal Kxecutam:-se tados ds trabalhos que respeita= tu3rre religios: – mo

El Rua Cândido dos Reis a5

(_, ESÁRIO MARO LS a ERESS SERTA S E WW%R&WÉW&%EÉ%ÉMÉÉ&ÉÉÉ.

sEeERTAÃA. : LBDB R LLRRR LLRRA BB BBET TLLBAL BE

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METOCRETEEEr caea STA E TRS+ uA mma o

À Companhia de Viação de Sernache, L.º, avisa o
Ex.”* Público que ein 15 de Julho de 1943 Çomeçaram a vi-l
goTAar aAs Seguintes carreiras:

Lisboa-Seriã de: ‘caste o Branco-Sertâã-Ftguerd
* l dos Fnhos-Combre:
Oleiros—- Dmna——-exceptú aos Domingos — A’s Têrças, Quintas e Sábados

Alvara— A’s Segundas-Feiras ; :
Padrópão Pequeno —A’s 2,%, 5% e Sâbªdús l o mbroa=Figueró doa FYRHOS

Proenca-a-Nova —A’s Eeguanda Sextas i Erm-gfãteªginãzgnãªãrtau é Sextas
| ‘

l’-Ltabufi-‘iíçrta para: : Serti-Coimbra—A’s 3,” e dias 23 (ida e
Oleiros— Diárfia —exepto aos Domingos | e volta) néstes dias.

%Qã?gg;jªªqªgªíª 4º 6” c Sibados | Seriã-Castelo Branco—Aos Sábados

Pmeuça–a-“—m’aa—-âªs GQuintas e Sabados iã Gastelo Branco-Serta— A’ 2.”-Feiras

A qgronde eotisfoçõo que se sonto a6 oplicar

Crame Nivea, é euoísivo e dols eeees. Na GE u
mulher a pela lorrio=so úueve. é o sau aspacto Esta Companhia pede ao Ex.”* Público o favor de se fazer acompanhar -de um nú

Bn lnata Mláa: Conalhera dduuiade mal sluaõvs. B fagei a . | mero de volumes o menór possível, pela dificuldade em adquirir pnéus,
e Bm Aigaltálios, laços — porcloralhe e barbegr-s eem o Mmenar incoinoda, –

DOTTA T Seae mee nite e eem o E REMA ME SS FELEEGOS CEPL E VOLE SETPE

 

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Sertã, 27 de Janeiro de 1945

– Sr. Directo’r da «Comarca
da Sertão» — Ser.tã:

Com a epígrafe «A’ volta
dum desaf’io de futebol», foi pu-
blicada no semanário que V,
tão sábia e dignamente dirige,
uma longa e infeliz carta assi-
nada pelo Presidente do Atléti-
co Club Sernache Bomjardim,
na qual pedia a interferência
imparcial de V. para, por meio de
um inquérito, esclarecer o públi-
co <. .,. dos lamentáveis inciden-
tes que caracterizaram o último
desafio de futebol, jogado na
Sertã, no pretérito domingo, dia
31 de Dezembro…»ec…res-

tabelecendo a verdade, pondo

neste deplorável incidente o ne-
cessário ponto final.»

Em face das acusações que
nessa carta são feitas à Acadé-
mica Sertaginense e, ainda pe-
los dois extractos acima referi-
dos, acha-se a Direcção da A.
S. com o soberano direito de
elucidar o seu público dos fac-
ts tal como se passaram e vis-

tos à luz forte e nua da ver-.

dade. D
A Direcção do A. &. 5.B,
do seu «… depoimento desa-
paixonado e sincero…»foima-
nifestamente infeliz. ;
Permita-nos, sr. Director, al-
gumas observações a tão vis e
deshonestos protestos que O
Presidente do A. C. S. B. faz
na sua carta.”-—
Foi certo haverem as diréc-
ções da A. S. e do A- C. S. B.
acordado na realização de dois

– desafios e, neles disputar duas

taças oferecidas pelas mesmas.

-Foi certo também o A. &. S.B,
— ter ganho a primeira taça, em: –
— pora.o resultado dêsse desafio
“não traduza «… bem a supe-.

rioridade, ..> do A.C. S. B. sô-

bre o «onze» da Sertã, dadas

as péssimas condições em que
se encontrava o terreno e ainda

pelo facto do nosso grupo 1rf

“ desfalcado de alguns dos seus
melhores elementos, :

‘ Sôbre a forma tão desporti-

va e sirrepreensível» como de-

correu êsse encontro, só a lou-
var o grupo da À S.que soube
perder com aquela honra, brio,
dignidade, coragem, educacão
e desportivismo, qualidades que

sempre o caracterizaram e que

delas nada possui o A.C.S.
B, :

O facto do «team» da A. S,
ter sido convidado para casa
do Ex” Sr. Dr. Albano Louren-
ço da Silva, convite êsse que
consideramos de iniciativa com-
pletamente particular, não fa-
zendo êle parte do programa
prêviamente elaborado para a
nossa recepção (que não foi
nenhuma), só temos a agradecer,
penhoradamente, ao Ex.Ӽ Sr. e
Dr. Albano Lourenço da Silva,
pela maneira gentil, desinteres-
sada, cavalheiresca e profunda-
mente simpática como já por
duas vezes ali fomos recébi-
dos. :

Quanto ao desafio realiza-
do na Sertã autorize-:nos, srf,
Director, a expor claramente a
realidade::

AÀ maneira Ííncorrecta e de-
shuimana como o presidente do
A. C. S. B. se refere ao árbi-
bitro, embora não nos calba
prôpriamente a sua defesa, me-
rece da nossa parte a maior re-
pulsa e indignação. E, se a ar-
bitragem foi má, os prejudica-
dos não foram os representan-
tes de Sernache, como preten-
de o Presidente do AÀ. C. S. B,,
mas muito especialmente o
«team» da AÀA, S., a quem foram

invalidados dois pontos de in-.

teira justiça.

Se o árbitro invalidou um

ponto (e não dors) ao AÀ, €. S.
B., fê-lo e muitíssimo bem, vis-
to encontrar-se o seu extremo-
-esquerdo visivelmente deslo-

Comaréa; da Sertã

Ã,valla _Jium desafito de futelol

RESPOSTA A UMA CARTA

cado colt-said» descarado, vali-
dando, em contra-partida, o 4.º,
obtido por uma carga irregular
ao guarda-rêdes da AÀA. S.

, Não desautorizámos o árbi-
tro quanto ac resultado do de-
safio.

Se o consideramos legitima-
mente ganho, é porque adentro
das leis de futebol, respeitadas
e risídamente cumpridas, o 3.º
«goal» alcançado pelo A. C. S.
B., nunca poderia ser validado
dadas as lamentáveis circuns-
tâncias como o conseguiram.

Não usou de desportivismo
o «onze> de Sernache. Incitado
ao jôgo duro, próprio de irra-
cionais e não de bípedes racio-
nais, incorrendo nas piores fal-
tas, a ponto do avançado-cen-
tro de Sernache procurar, num
acto anti-desportivo e deshu-
mano magoar o nosso defesa
esquerdo, qual coluna de Hér-
cules do nosso «team>», que pa-
ra êles era barreira intransponí-
vel.

Éste acto dé que resultou o
«goal» inteiramente injusto, re-
voltou o ânimo dos Sertaginen-
ses, como revoltaria os espíri-
tos mais sensatos e imparciais.
A claque de Sernache manifes-
tou-se, então, vergonhosamen-
te, a ponto de abandonar o
campo, induzindo à mesma ac-
ção indecorosa o seu srupo,

“Porém, levados pelo bom sen-

so de um sernachense merece-
dor de tôda a nossa considera-
ção, voltaram ao terreno, de-
correndo o desafio na melhor
ordem, o que contradiz inteira-
mente as descabidas considera-
ções que a êste respeito faz o
Presiiente do AÀ. Ç. S. B.

— E ainda irrisória a afirma-

“ção que o mesmo senhor faz

ao dizer que o seu grupo vol-
tou ao terreno «…mostrando,
assim, coragem e digna atitude
desportiva…», como também
meénte ao dizer que o dasafio
terminou já com as luzes ace-
sas há muito.

AÀ culpa de tôdas estas con-

trariedades apenas por elas ca-

be responder o À. C. S. B. e
nunca a A, S.

Somos ainda acusados de
fraude premeditada e de desho-
nestidade moral.

Onde encontrou o Presiden-

te do A. C. S, B. a nossa frau-
de premeditada? e onde en-
controu deshonestidade moral ?

Estas preguntas não encon-
tram resposta na pena insolente
do Presidente do À. C. S. B.
Pois, embora nos acuse não ex-
plica claramente onde encon-
trou as duas faltas.

Deiteno-nos um pouco a
adivinhar: deve chamar fraude
premeditada ao facto de o gru-
poda À &. ter alinhado com
três elementos aque habitual-
mente não residem na Sertã e,
portanto, raras vezes jogam por
êle. Quanto a isso não é de es-
quecer que o A. C. S. B. tam-
bém joga com elementos que
apenas passam algum tempo
das suas férias em Sernache e,
durante a sua actividade fora
dessa terra jogam em grupos
de categoria superior.

Não pode, poís, de forma

– alguma, isto considerar-se frau-

de, porque não houve qualquer
entendimento entre as direc-
ções qua-to à constituíção dos
<onze».

“Imputa-nos deshonestidade
moral, sem que nos acuse a
consciência de quaisquer ac-
ções que possam merecer tão
<honrosa» expressão para as
classificar.

Quanto ao haver sido con-
certado verbalmente um novo
desafio de desempate entre .al-
guns elementos dos dois gru-
pos, permita-nos, sr. Director,
que desminta categoricamente
êsse facto.

— Qualquer dos nomes apre-
sentados na referida carta (Joa-

quim Lourenço, José Maria Del-
gado e Arlindo Graça Cravei-
ro, pela (Sertã), são totalmente
estranhos à Direcção e, por
conseguinte. sem qualquer au-
toridade para se pronunciarem

àcêrca do assunto.

Não necessita a Direcção
da A. S. de intermediários para
tratar de assuntos que só a ela
cabe resolver.

E, se alguns dêsses senho-
res, porventura, falou no caso
com os srs. Ilídio Guerra, Ar-
mindo Silva e Armindo Lanita,
de Sernache, não passou de
uma mera opinião individual,
nada tendo a ver com a possí-
sÁel“Sresolução a tomar pela

Nem tampouco qualqner da.
quêles senhores se autorisaria
a comprometer o bom nome da
A. S., porquanto, o seu aprumo
moral, o seu conceito de honra,
dignidade e respeito pelas mais
elementares leis da civilidade,
respondem e desmentem aber-
tamente a acusação vil e inju-
riosa destituída de qualquer fun-
damento de verdade, feita pelo
Presidente do A. C. S. B.

A resolução tomada pela A.
S., conforme seu ofício de 4-1,
em resposta ao do A. C, S. B,
de 1-1, considerando o jôgo ga-
nho pelo seu grupo pelo resul-
tado de 4-3, não é, nem nunca
poderia ser a contradição abso-
luta do que se havia combi
nado, conforme diz erradamen-
te o Presidente do A. C. S. B,
na sua carta.

— A atitude tomada pela A. S.
é louvável e sinceramente des-
portiva,

Não lhe cabem, pois, êsses

atributos «honrosos» com que

procura distingui-la o Presiden-
fedo A.C. S. B.

A A. S., briosa do seu pas-
sado e presente, pode clamar
‘bx_:m.a’lto que sempre honrou e
dignifícou a Sertã, sôbre qual-
quer ponto de vista

E, para terminar, Sr, Direc-
tor. a À S. agradece a V.a
publicação desta carta que tra-
duz sem pretensão de lingua-
gem a sinceridade absoluta dos
factos e, como os devem acei
tar os espíritos honestos.

‘Com os protestos da nossa
mais elevada consideração, su-
bscrevemo-nos,

de V-‘) eÍC-.
Pela Académica Sertaginense

a) Henriíque José Pires AL-

ves

b) Joeaquim Farinha Tava-

res

c) Jaime Pires Alves

A ESTRADA
DA CAVA

dentro em pouco será
um facto

Pois esta risonha povoação
da Freguesia da Mádeirã, con-
celho de Oleiros, ao fim de lon-
gos anos de lutas e sacrifícios,
porque uma comissão de alguns
dos seus naturais, (residentes
em Lisboa) custeando entre si

jecto, para a construção da
sua malfadada estrada, recebeu
como prémio do Estado, a sua
aprovação, e respectiva com-
participação de 40 º, o que
aliás é muito pouco, pois esta
comissão continua agora, na
sua luta de angariar dádivas de
todos os conterrâneos e ami-
gos, para assim levar com êxi-
to para a frente e rápido, êste
seu empreendímento, até hoje
da máxima aspiração, de todos
os seus filhos. A-fim de que a
Comissão não desanime, neste,
e para outros empreendimentos,
espera que seja posto à prova

o bairrismo de todos os nossos

um estudo e o respectivo pro-

Através da Comarca |

Madeirã, 27

<«Grupo de Amigos da
Freguesia da Madeirá>

Por convocação da Direcção,
reúniu-se no dia 18 de Janeiro de
I1945, na sede da Casa das Beiras,
os Corpos Gerentes do «Grupo
de Amigos da Freguesia da Ma-
deirã». : :
Estavam presentes os srs: Ví-
tor Baptista Ribeiro Barata, Epi-
tânio Dias Mateus, João Antunes
Gaspar, Júlio Sequeira, dr. Antó-
nio Dias Barata Salgueiro, Acúr-
cio Rodrigues Barata, António
Dias Macieira, António Mendes
Barata, e Francisco Barata Dias,
e também os srs.: Acácio Baptis-
ta Ribeiro, na qualidade de cobra-
dor do «Grupo», António Alves
e Joaquim .Matenus, respectivamen-
te naturais da Cava e da Gaspa-
lha.

Aberta a sessão, às 21,30, O
sr. Vítor Baptista Ribeiro Barata,
presidente da direcção, expôs ós
fins da reúnião, dizendo que a
direcção havia convocado os cor-
pos gerentes para efeito de se
iniciarem os trabalhos prepara-
tórios para a criação da «Casa
Regional da Comarca da Sertã em
Lisboan, iniciativa que, como já
era do conhecimento de todos,
vinha prendendo há muito a aten-
ção da direcção. Afirmou que al-
gumas horas antes do início da-
quela reunião, a direcção tivera
conhecimento de que alguém,
alheio ao «Grupo», mas, porven-
tura, com a maior competência,
andava tratando da referida orga-

“ nização, e por essa razão a direc-

ção não devia prosseguir naquela
missão. Fêz os melhores votos
porque os iniciadores da criação
da Casa Regional da Comarca da
Sertã» encontrassem sempre as
maiores adesões no desempenho
de tão bela iniciativa, desejando
ver em breve que a referida or-
ganização seja uma realidade.

Deu a seguir conhecimento da
situação do “Grupo», facultando
mapas e estatísticas, nos quais
está demonstrado o bom prosse-
guimento de todos os trabalhos.
Dirigindo-se ao sr.. Joaquim Ma-
teus, agradeu ter vindo a convite
da direcção para tratar da criação
da «Casa Regional da Comarca
da Sertã»o, mas pelos motivos
apontados não podiam tratar do
assunto.

Dada a palavra ao sr, João
Antunes Gaspar, êste na qualida-
de de secretário da direcção, deu
conta de todos os trabalhos efec-

tuados desde a última reunião dos
Corpos Gerentes, e referindo-se à
criação da «Casa da Comarca da
Sertã», teve os mesmos pontos
de . vista do sr. presidente. Deu
conhecimento das dêmarches em
curso para a publicação do bole-
tim do «Grupo»>, cuja autorização
dos serviços de Censura já tinha
sido obtida.

O sr, Epifânio Dias Mateus,
tesoureiro do «Grupo»>, deu a ses
guir conhecimento do movimento
financeiro e da situação geral dos
sócios, verificando-se que os. ser-
viços de cobrança seguem com
tôda a normalidade. Defendeu o
ponto de vista dos oradores an-
tecedentes quanto à criação da
«Casa da Comarca da Sertã», ter-
minando por dizer que a missão
de que está investido lhe merece
sempre o maior zêlo,

Falou a seguir o sr. dr. Antó-
nio Dias Barata Salgueiro, que se
congratulou com a boa marcha
do «Grupo», dizendo ser-lhe mui-
to grato constatar a dedicação da
direcção, não tendo por isso dú-
vidas de que deviamos alcançar
os nossos objectivos. lIerminou
por concordar também com os
oradores que lhe antecederam,
com referência à criação da. «Ca-
sa da Comarca da Sertã».

Usando seguidamente da pa-
lavra, o sr. Acúrcio Rodrigues Ba-
rata, disse que o seu ponto de
vista, quanto à criação da «Casa
da Comarca da Sertã», era tam-
bém o mesmo dos oradores ante-
cedentes, e que entendia que a
direcção devia dedicar tôdas as
suas possibilidades para o engran-
decimento do «Grupo»., Deu pa-
recer sôbre o serviço de cotas,
tendo-lhe o sr. Presidente e o sr,
tesoureiro dado as necesrárias ex-
plicações, :

O sr. Júlio Sequeira defendeu
também os mesmos pontos de
vista, com referência à criação da
«Casa da Comarca da Sertãs», e
deu conhecimenjo da marcha dos
trabalhos da construção da estra-
da da Cava, que seguem com tô-,
da a normalidade, o mesmo suce
dendo com a subscrição em curso
para a angariação de fundos.

Por último, o sr. Joaquim Ma-
teus enlevou todos os presentes
pelas suas palavras ‘de carinho e
de aplauso e incitamento que teve
para o «Grupo», dizendo que sen=
tia grande prazer por verifícar o
amor bairrista dos componentes
do «Grupo», Os quais são mere-
cedores da sua maior simpatia.

Cêfca das 23,45 foi encerrada
à Sessão.

É.

FE AA SE TNAA ,

conterrâneos, de que o Beirão
tem orgulho. .

Já teveé início em 17 de No-
vembro p. p. a construção, es-
tando as obras em grande in-
cremento, para a conclusão da
mesma, para isso espera a
Comissão que inscrevam nas
listas e enviem as suas ofertas
à nossa sede, na Avenida Du-
que de Loulé, 108-Lisboa.

Damos a seguir a lista das
ofertas recebidas até à data.

Ex.”””* Srs : Raul Pereira da
Silva, 6.000$; David da Silva,
2.000$; Capitão José Farinha
da Silva, 35.000%; Manuel Domin-
gos da Silva, 1,500$8; António
Alves, 1.5008; Jaime Dias da
Silva, 1,5008; Júlio Sequeira,
1.0008; Aniónio Barata, 1.0008 ;
Virgilio Diniz da Silva, 1000% ;
David Alves, 800%; Mário Fer-
nandes, 5008; José da Silva Gi-
rão, 1000% ; Libânio Vaz Serra,
1000$; Filipe Sequeira, 5008;
António João Mendes, 5008%;
Libânio Antunes, 500$; Alberto
Fernandes, 500%$; Alfredo Bara-
ta Pereira, 500%; José Mendes
Gorges, 500$; Eduardo Alves,
500%; Lourenço Antunes da Sil-
va, 500%$; Albano Sequeira,
500$00; Júlio Henrique, 5008 ;
António Mendes Gorges, 5008;
Manuel Barata, 100$; Carlos

GRALHAS

Os dois últimos números vie-
ram enxameados de gralhas, o
que principalmente se verifica na
nossa resposta á carta publicada
sob a epigrafe «A’ volta dum
desafio de futebol», onde, além
da troca de vocábulos, se verifi-
ca à omissão doutros, que a sa-
bedoria e paciência do leitor fà-
cilmente corrige. E só temos que
pedir desculpa. :

Fsc sil
Doente

Tem estado doente o nosso
prezado amigo e assinante sr.
Francisco Inácio Correia, comer-
ciante em Lisboa, cujas melhoras
muito desejamos,

Sermões Quaresmais

Durante os domingos da. Qua-
resma são prêgados sermões na
igreja matriz, às 15 horas. O pri-
meiro foi no domingo passado,

Garcia, 200800, António Alves

David, 200$00; José Alves da

 

@@@ 1 @@@

 

Notas…

d : d a
.a lapis
(Conclusão da 1.º página)

M ALIS livros que chegaram
para venda: «Etnogra-

fia da Beirar (2º edi-
ção do 1.º volume), de Jaime Lo-
pes Dias; «Opúsculos históri-
cos», de Damião de Góis; «As
criminosas do Chiado», de João
Ameal e Luiz de Oliveira Gut-
inarães ; «Vencidos da Vida», de
Gomes Monteiro: .«A herdade
dos Castros», de Vergílio Godi-
nho ; «Diário da viagem de Vas-
co da Gama» (r1.º volume) ; «Fô-
lhas do meu cadasiro», de Hipó-
lito Raposo ; « As cartas de Sóror
Mariana»r, de Leonardo Perei-
ra; «Romance de uma notte» ;
Mistério de Malbackt; «O des-
conhecido de Castel-Pior; «A
filha das ruínas» ; «O solar dos
castanheiros»; «Deliciosa mentt-
ra»; «Os herdeiros de to M1
lex»; « Casamento tentador »;
«A mulher que venceu»; «O po-
co misterioso»; «Coração de
marfim»; «Um marido 1deal»;
«A noiva do autómato»; «Uma
garota sem importáncia»; «Fi-
lha de Príncipe»; «Meu marido»;
«Recordação que não esquecê»;
«Grades doiradas», deMax du

Venzit.
2oOE

FO couto da Sertã há oli-
vais muito bem tratados,

árvores limpas, com o ter-
reno quando não semeado, lavra-
do ou cavado, mas, num contraste
verdadeiramente desolador, que
causa pena, outros apresentam-
-se lastimâvelmente ao abando-
no, cheios de mato e as árvores
semn ver tesoura há um ror de
anos! —— –
Uma tal incúria não pode det-
xar de se verberar porque afec-
fa a economia regional, tanto
mais que era possível evitá-la,
entregando os proprietários os
olíivais de arrendamento a quem
queira fazer a sua limpesa e ama-
nho com o zélo necessário,

20
EUNIU, em 15 do corren-
te, o Conselho Municipal
do concelho da Sertã, que
aprovou o relatório da gerência
camarária, relativo ao ano eco-
nómico de 1944.

Dile extiraímos algumas das
mais importantes considerações
e muitas das verbas que consti-
tuem a receita e despesa, publi-
cando êsses elementos no próxi-
me número, atenta a falta de

espaço verificada no presente,

20

Num escritório :
— Que quere dizer 18fo, sr,

Rodrigues… Quem é aqui o .

chefe, é 0 sr. ou sou eu?

— Infelizmente, bem sei que o
não sou.

— Pois se sabe que não é o
chefe, porque há-de estar sempre
a dizer asneiras ?

Os Amigos da “Gomarca,,

— O nosso cstimado patrício
e amigo sr. Aníbal Farinha, em
serviço na P. V. T. de Lisboa,
actualmente na Sertã, entregou-
-nos o donativo de 20$cOo para
auxilio da «Comarca».

— O sr. José Pedro, de Mon-
te de Caparica, indicou para as-
sinante o sr. Miguel da Silva
Teixeira, de Lisboa.

És nossos agradecimentos,

A Conmascarda Sextha

Casa da Comarca da Serti

deve esperar que caia do alto o maná da sua
própria vida, nem venha casualmente da gene-
rosidade o previlégio da sua sustentação. E
ainda que tal sucedesse, nem por isso se dis-
pensaria dos associados o seu tributo; êste
nunca seria de dispensar, porque quanto mais
a receita subisse tanto melhores e maíores re-

sultados poderiam obter:se.

-— Entende V. Ex.º que deveriam existir
diferentes categorias de associados ?

— Sim, porque nem todos estariam em
igualdade de circunstâncias e de aproveita-
mento. Os residentes em Lisboa gozariam be-
nefícios que os de fora não aproveitariam. :

E permitimo-nos fazer uma última pre-

gunta :

— Poderia – V. Ex.º traçar,
dum programa geral de trabalho
dever ser seguido pela «Casa da
Sertã», logo que se encontrem

“seus alicerces ?

(Conclusão da 1.º* página )

— O programa não é
teatral ; êle surgirá, naturalmente, da comissão
que tiver a seu cuidado a elaboração dos es-
tatutos, que não é coisa para fazer de ânimo
leve e sôbre o joelho… Pensar de-vagar, exe-
cutar de-pressa! E quanto a quesitos direi
também que, só por si, não me parece terreno

em Lisboa

cartaz de rêclame

apropriado a dar uva; são entretenimentos

inofensivos do espírito, destinados a fogo de
vistas, que, d. pois de queimado, já não atrai
as vistas curiosas! Uma comissão composta
: de dois ou três membros de cada concelho é
que me parece estar índicada para lançar os
fundamentos da obra. Essa comissão começa-
ria por organizar a lista dos possíveis associa-

dos, que não sômente dos residentes em Lis-

já, o esbôço
que entenda
Comarca da
ergaídos os

boa, para, em face dela, se dar balanço às
possibilidades de organização e de manutenção
da «Casa da Comarca da Sertã», que todos
ambicionamos ver constituída.

JOSÉ PEDRO

MESTRE GRISPIM

Corridinho por
CARLOS DA EUZ
Letra do mesmo autor

O. mestre Crispim,
Sacristão da minha aldeia,
Quando olha para mim,
Faz uma cara muito feia !

Porque é… não sei

Por que me faz fais caretas!..
Talvez por que lhe roubei

Os badalos das sinetas ?

Tlim, tlim, flim,
Tlim, tlim, tlim, Llim,
Assim focam os sinos
De mestre Crispim.

Tem grande azar,
Dão-lhe venetas

Só de ouvir chamar
Escorropicha galhetas !

O mestre Crispim :

Só sabe andar aos pulinhos.-..

Fica sempre assim

guando bebe alguns copinhos!
erta manhâázinha

Em que estava mais pingado,

Em vez de ftocar matinas…

Nos sinos tocou o fado !

Tlim, tlim, flim,
elr., – elC.

O mestre Crispim, ,
Cuidadoso até mais não!
Como tal… eu nunca vi

Um modelar sacristão !
Sempre foi assim

Desde muito pequenino!….,
E eu penso cá p’ra mim,

Que nasceu dentro dum sino !

Tlim, tlim, flim,
tt el

O mestre Crispim

Anda sempre «enresinado» ;
Se éle continua assim…

Um dia… morre! Coitado!
Cheira tanto a vinho…
Ninguém suporta o seu bafo!
Se não toma juizinho: —

Um dia. -. bate o sarrafo!

Tlim, tlim, tlim,
elc., etc.

C nariz, então,

Parece uma malagueta ;
Tem caábeça de melão,

Eº marreco e é chambefía.
E zarôlho… e enfim ;
E’ careca e desdentado.
Eis aqui mestre Crispim
Fielmente retratado.

Tlim, flim, tlim,
EGEn
Tomar—Abril— 1944
: Garlos Pato da Luz
Ec sac

Taxa Militar

Termina, no último dia do
mês corrente, o pagamento vo:-
luntário da taxa militar.

EÉste número foi visado pela
Comissão de Censura
de Castelo Branco

ERTICADA

A’ MARGEM DA GUERRA

As águas acumuladas por detraz da Barragem Shasta no

estado da Califórnia, começando a correr em 14 de Julho .

de 1944, através de duas represas de moinho para a potente

gerador, que produz electricidade para as indústrias rela-

cionadas com a guerra, lares e região agrícolas na costa
ocidental

(Etnografia da Beira,

Tevê o nosso bom amigo sr.
dr. Jaime Lopes Dias a gentile-
za de nos oferecer um exem-
plar do 1,º volume da 2.º edi-
ção da sua formosíssima obra
«Etnografia
que, afinal, corresponde intei-
ramente às manifestações de
amizade e imerecido apreço
com que sempre nos tem dis-
tinguido.

Trata-se dum belo volume,
muito mais completo na sua
contextura, como é evidente,
que o da 1.º edição e bem pou-
cos saberão quão valioso e rico
de ensinamentos é êste género
de literatura puramente regio-
nal; pois que é na vida do povo
simples que vai encontrar a ma-
téria plástica com que se forma,
sem rêcorrer a arcaísmos inú-
teis e fatigantes, mas somente
usando expressões acessíveis a
todos, não perdendo, contudo,
o sabor daquela pitoresca e ca-
racterística linguagem que ex-
príme, fielmente, o sentir e pen-
sar da gente rude e é uma das
facetas mais interessantes e
graciosas da sua individualida-
de, E’ nisto, principalmente, se-
gundo entendemos, que reside
o maior mérito das obras etno-
gráficas do sr. dr. Lopes Dias,

enriquecidas com esta 2.º edi- |

ção do 1.º volume e depois de
já terem sido publicados seis
volumes, todos êles magníficos,

da Beira», oferta »

Ábilio Mata da Costa

Vindo de Lusnda, encontra-
-se no Castelo, de visita a sua
família, o nosso estimado assi-
nante sr. Abilio Mata da Costa,
aviador civil na colónia de An-
gola, a quem apresentamos os
nossos cumprirrentos de boas
vindas, folgando saber que se
encontra de saúde.

que se compltetam e oferecem
apreciável elemento de estudo
e consulta para quem queira
conhecer, até o âmago, os cos-
tumes do povo da Beira-Baíxa.

A 2.º edição, a que nos refe-
rimos, tem uma apresentação lu-
Xuosa ; impressão perfeitissima e
ricas fotografias. Nas 209 pági-
nas, O autor ocupa-se, segura-
mente munido dos elementos que
foi colher, com paciência de Job,
à própria origem, de lendas, cos-
tumes, crenças e superstições, em
que há descrições maravilhosas e
duma fidelidade insuperável, pin-
celadas fortes que revelam não
só a inexcedivel vocação, por
parte do autor, para trabalhos
dêste género, mas a boa graça
do nosso beirão, a pureza dos
seus costumes e um apêgo a tra-

“dições que se perdem na noite

dos tempos.
As nossas felicitações ao sr.

dr.Jaime Lopes Dias por mais êste

êxito, com os melhores e mais
sinceros agradecimentos pela sua
cativante prova de amizade,

r——-Conto ——
Nertainho

Os pais eram amigos e vizinhos de ao pé da porta e, por

isso, à Maria Joana começoun, de
pequenita, a afeiçoar-se ao Tonho
do Ti Zé Barbeiro, companheiro
das suas infantilidades, ora brin-
cando ao jôgo das escondidas,
ora ao das cambalhotas.

Foram crescendo; ela toise
fazendo uma meoçoila apetitosa,

êle um rapaz alto, desempenado,

alegre e cheio de vida, um tfolga-
zão emérito.

Amavam se ; sentiam-se felt-
zes quando juntos; e não havia
arraial ou desfolhada, na Aldeia
ou nos seus arrabaldes, a que dei-
xassem de assistir, formando um
par que fazia inveja.

Nasdanças deroda, então, era o
par mais igual, mais encantador ;
dançavam que era um gôstovê-los.

E os paíis de ambos sentiam-
-se. envaidecidos.

— Compadre Zé, olha-me pa-
ra os pequenos, que bem que

dançam ; que bonito par, hein?

Fazem as honras da festa, não
haja dúvida. :
— Olha que te babas, cempa-

dre. Nós, nos nossos tempos tam- –

bém demos brado por estas re-
dondezas e. quem sai acs seus
não degenera. Ainda me estou a
lembrar daquêle arrsial da «Se-
nhora dos Remédios», em que fo-
mos desafiados pelos do «Mostei-
ro», porque as cachopas só que-
riam dançar comnosco. lembras-
-te? Olha que já lá vão para riba
de trinta anos! E no sapateado,

eramos dois valentes, lá isso é

que é verdade,

Não havia rapaz algum que nos
pusesse o pé à frente. Também as
cachopas eram mais-a- mim, mais-
-a-mim, : d

— Gozámos o nosso bocado,
não haja dúvida — concordou e

pai da Maria Joana, o Joaquim da |
. Venda Sêca. : o o
E naquêle fogo da «Senhora –

da Confiança», em que nós e &
«Tonho do Vale Porco», corre-

mos a cacete todo o Arraiíal, só –
porque um «gajo» da Codeceira

se meteu com a minha Maria!

Aquilo é que foi dar-lhe!
Eramos rapazes; hoje somos

uns velhos. Í :

Mas os rapazes de hoje não

se parecem nada com os dos nos-
sos tempos ! ;

São todos uns tira-tripas e as
cachopas umas lambisgóias. Va-
mcos que os nossos ainda fazem
figura no meio desta jangada tô-»
da. Isso é que é verdade. j

E a dança continuava, o do
harmónio não se cançava de dar

ao fole, mas os pares dançantes

também se não davam por venci-
dos. E a roda ia-se alargando
com novos pares.

Agora, eram os do Chão da
Fôrca; depois os das Codecei-
ras, os de Carnapete… De cada

casal ia chegando a sua represen- –

tação.

O arraial estava animado e já
era pequeno o adro para tanto
forasteiro.

A filarmónica, no seu coreto,
fazia as honras da festa, tocando,
seguidamente, peças de efeito que
extasiavam os ouvintes.

Começou o fogo de artificio;
o «Castelo» e o «Jardim» ilumi-

— naram todo o recinto, e provoca-

ram dos assistentes numerosos
ahs! ahs! Suspenderam-se tôdas
as danças.

Os botequins regorgitavam de
fregueses. Em pouco, se esgota-
ram as reservas de rebuçados e
cavacas, pois todos queriam levar
para a família que ficara em casa,
uma lembrança da festa.

E a Maria Joana e o Tonho
do Ti Zé Barbeiro, não se êsque-
ceram também de encher os bol-
sos de rebuçados para animarem
os irmãozitos, e lá seguiram no
fim do arraial, com os pais de
sentinela, para o seu Casal dos

‘ Gaios, a dormirem a sua sOonéca,

na tranqúilidade de uma vida de
honra, de trabalho e de bemque-
rer.

FRUTUOSO PIRES