A Comarca da Sertã nº386 15-04-1944

@@@ 1 @@@

 

Õ ‘ DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO
É Eduardo Barata da Silva Correia
= “- REDACÇÃO E ADMINISERAÇÃO -—
“| | RUA SERPA PINTO — SERTÃ
Ç PUBLICA-SE AOS SÁBADOS

 

rea :

 

— Dr José Carlos Ehrhardt —-
Angelo Henriques Vidigal
António Barata e Silva —

Dr.

 

 

José Barata Corrêa e Silva
Edusnrdo Barata da Silva Corrêa

DA |

Composto e im-

 

presso nas

Oficinas Gráficas
la Ribeira de Pe-
: ra, Limitada :

 

CASTANHEIRA
DE PERA.

 

Telefo- e 16

 

 

 

 

 

ANO VIII | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã, Oleiros, | |
=== Proença-a-Nova é Vila de Rel, 6 freguesias de Amêndoa é Cardigos (do concelho de Mação) === |

N.º 386

Cedência inexplicável

Notas…

NS 4 feira da semana pas-
sada comecou a ser distrir
buido nitrato de sódio pelo Gré-
mio da Lavoura e pela firma
Antunes & Mendes, sendo a en-
trega devilamente controlada
pela gerência daquéle.

Era ver às portas, dum e
doutra, grandes bichas, que pro-
curavam adquirir o indispensá-
vel adubo para a cultura do mi-

 

 

lho e plantação da batata, pois

certo é que a época já vai adian-
tada e muitos lavradores ainda
não lançaram á terra bago de
milho ou naco de butata por fal-
ta de nitrato, E a terra não se
condoe com carestias nem com
demoras, sempre só prejudiciais
ao agricultor.

ns

GrEM chovido bem e o ribom-

“bo do trovão ouve-se, a és-
— pacos, ac longe ..

Há quem já se sinta enfastia-
do de tanta chuva sem se lem-
brar que, se porventura ela já
fartou as terras — do que, aliás,
duvidamos — as hascentes, que
quás! se exauriram pela longa
estiagem, precisam de uma re-
suva apreciável para fazer fien=
te às regas que se exigem du-
runte todo estio, em que só o mi-
lho tem larga quota no consumo.

Primeiro que os nossos capri-
chos, comodidades e conveniên-
cias estão as exigências da vida
agrícola, que, a final, são as du
nossa própia vida.

Sol na eira e chuva no na-
bul.., é uma utopia !

see
4 últimas grandes chuvadas
fizeram turvar a água do
depósito donde se abastece a vila.
Algumas pessoas que habi-
tualmente bebem muita água

queixam-se de que ela lhes tem
causado desinteria!

pes a secção do Tribunal

Militar Especial do Porto
Jor, há pouco, enviado un pro-
“cesso em que um senhor conde é
acusiio de ter exigido e recebi.
do dos seus rendeiros o paga-
mento do milho das rendas por
preço muito superior ao legal, o
que constilue crime de especula-

cio.
t

E” inacreditável que um titu-
lur — uma pessoa de tão alta es
tirpe! -manche o seu brazão,
explorando os pobres de Cristo
que lhe caism sob as garras!

Custa a crer, mas é a verdu-

 

COMISSÃO Administrativa da Mi-
sericórdia de Oleiros, à2 combi-
nação cam a respectiva Câmara
Municipal, arrendou o hospital

para ali instalar uma das escolas masculinas,
arrancando a dos baixos do edifício dos Pa-
ços do Concelho para nêles ficar a Casa da
Lavoura.

Que a escola saísse do rés-do-chão do
edifício municipal, onde nunca deveria ter
funcionado porque, por falta de luz suficien
te, proximidade da cadeia e falta de recinto
anexo para recreio das crianças, brigava com
as mais elementares normas da pedagogia
moderna, seria recomendável, louvável e ál
tamente meritório, mas não é êste ponto que
queremos ressaltar, nem agora interessam
analizar e debater, tanto mais que a escola
não passou a funcionar em edifício adequa-
do, próprio e capaz, continuando aos trambo-

| lhões, arrumada por favor em qualquer par.

te, até que uma edilidade de vistas largas,
dedicada à Instrução e ciosa dos progressos
de Oleiros venha a conseguir, com a com-
participação do Estado, que a não regatea-
rá, sobretudo quando o prestígio dos seus
serviços públicos o exige, construção de edi-
fício amplo, decente, higiénico e confortá-
vel, onde possam funcionar, sem perturba-
ções de qualquer ordem, tôdas as escolas da
sede do concelho, sem dúvida alguma a
obra mais útil, instante, urgente e necessá
ria que a vila de Oleiros precisa de realizar
se quizer romper a rotina e a vida de estag-
nação em que parece ter mergulhado, em-
balada naquele terpor semelhante ao dos le-
pidópteres em estado de crisálida…

Um concelho que queira viver digna-
mente não pode descurar, primeiro que tu-
do, os seus problemas de Instrução Primária,
essenciais ao seu progresso e bem-estar, e
depois; a pouco e pouco, com interêsse, per-
tinácia e paciência, os que se prendem com
as comunicações entre os povos, sem as
quais a vida económica se afoga ou não ul-
trapassa o ratineirismo atrofiante, com as li-
gações telegrálicas e telefónicas e com as
fontes para abastecimentos de água potável,
condição fundamental para manter a higiene
nos principais aglomerados populacionais.

Como vínhamos dizendo, não é da des-

locação da escola dos baixos dos Paços do
Concelho que nos queremos ocupar, que,
mal por mal, estava, talvez, ali melhor do
que a outra masculina há muito arrumada,
como coisa inútil e indesejável por cima du-
ma taberna, mas da cedência, que a Camis-
são Administrativa da Misericórdia se per.
mitiu fazer, do edifício do hospital, quando
ela nos parece avdsurda, não só porque essa
Comissão Adminístrativa não deve dispor,
sob a sua alçada, de poderes para fazer tal
cedência ou arrendamento, mas também por-
que essa resolução briga com a vontade do

benemérito Barata Relvas, que deixou o hos- –

pital para o fim a que todos êles se desti-
nam — tratamento de doentes — e não para,
no futuro e por qualquer eventualidade, vir
a ser utilizado para casa de escola.

Se o referido benemérito previsse que
Oleiros não seria capaz ds manter o seu

hospital, ou o não teria mandado construir |

ou aplicaria o dinheiro noutra obra de utili-
dade pública, como seria, exactamente, um
grande edifício escolar de três ou quatro sa-
las.

O dever da Comi:sio Administrativa,
e êste seria o único imperativo do seu man-
dato, era procurar por todos os meios ao seu
alcance, com o auxílio particular, da Câma-
ra e do Estado, que o h-spital, mais cedo
ou mais tarde, reabrisse as suas portas, pra-
ticando a Caridade, junto dos pobrezinhos
e desamparados, conforme os recursos de
disposesse — porque a mais não era obriga-
da —e, no intuito de fazer administração
conveniente, conseguisse que os remediados,
que a êle, porventura, recorressem, pagassem
a diária compatível com a sua situação ga-
rantindo-se ao mesmo tempo a assistência
médica permanente, a existência de apetre-
chos cirúrgicos e o fornecimento de medi-
camentos essenciais. ‘

Com boa vontade, trabalho bem orien-
tado e procurando obter recursos por todos
os meios, de proveniência oficial e particu-
lar, realizando festas, peditórios, subscrições
e cortejos de oferendas em tôdas as fregue-
sias do concelho, instando pelo auxílio de
todos os naturais da vila e concelho de Olei-.
ros que vivem espalhados pelo País, princi-

(Continua na 4.º página)

 

 

Terras da comarca

Docentes

Tem-se agravado o estado de

 

 

Vista geral da vila de Amêndoa

A

saúde do Rev. Arcipreste Fran-
cisco-dos Santos e Silva.

— Há já semanas que perma-
nece retido em casa, bastante
doente, o nosso amigo sr. Ce-
lestino Pires Mendes.

— Também tem estado doente
o nosso amigo sr. dr. José Car-
los Ehrhardt.

— Esteve oravemente eniêr-
ma, encontrando-se agora, fe-
lizmente; livre de perigo, a pe-
quenita Maria Fernanda, de 20
meses, filha do nosso estimado
assinante sr. Augusto João Fer-
reira; de S. Pedro do Estoril.

Desejamos muito sinceramen-
te o restabelecimento de todos.

 

 

«a lápis

de! A fidaiguia, que outrora
media os seus passos pelu nobres
xa de sentimentos e amor da grei,
confunde-se hoje com os tratan-
tes em especulações baixas e mes-.
quinhas, na ância de sugar o
suor e sangue dos pobres e dos
humildes !

Como êste mundo é iniserável !

OS

à IRMANDADE da Miseri-

córdia da Sertã chegou à
misera sttuição de ter dz recorrer
a uma conginere de terra pizgi-
nha que lhe cedess:, para as so-
lenidades da Semana Santa, as

opas necessárias.

Foi o que sucedeu éste ano e
também o ano passado, segundo
nos dizem! Realmente uma opa
deve custar uma fortuna, bem

superior às posses dos irmãos.
Uia vergonha!

ser

vo conferência que, re-
centemente, fez em Couwn-
bra, o Padre Américo pediu que
o ajudassem a salvar mais crian-
cas do banco dos réus.

Servo dos pobres, dos humil-
des e dos desgracados, como êle
próprio se classifica, o Palre
Américo é o apóstolo da verda-
deira Caridade, em quem se en-
contram tóla a energia e fecul-
dales criadoras para transfor-
mar os párias em homens úteis à
sociedade, pedindo as almas ca-
ritativas e arrancando aos ricos
o dinheiro para uma obra social
e moral da mais extraordinária
envergadura que até hoje se atre-
veu a lançar ao Pais e que pou-
cas similares tem no estrangeiro.

O Palre Américo identificou: .
-se com as almas sedentas de
Justiça, com os mais nobres ideais
da Consciencia Humana e sim-
botiza a humildade e caridade
com todo o seu fervor de sacer-
dote de uma doutrina que êle
abraçou por vocação, por senti-
mento e por amor.

20%
LGUNS dos ricos cá da ter-
ra distinguem-se, e parecem:
fazer gala, em mandar para os
mercados uns grelos ordinários
e os troços de couve, que, dantes,
se não os davam aos animais, os
mandavam apanhar à gente po-
bre, que, com êles, enganavam a
fome!
Ao que chegou a avareza e a
miséria,.. da gente rica!

(Conclusão da 1.* pág.)a 1.* pág.)

 

@@@ 1 @@@

 

António. Rodrigues

com
OFICINA DE
SERRALHERIA

Encarrega-se, em especial, de tôdas as fer-
ragens pertencentes ao artigo de vassoureiro

Calçada Agostinho Carvalho, 23
LISBOA

 

Ca Fo erreira

A Comarca da Serta

“António Ferreira

EMPREITEIRO

Encarrega-se de
todos os trabalhos
de construção civil

Rua Luciano Cordeiro, 96, r/c. Esq.”
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Importação e Exportação Directa

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Largo da Anunciada, 20
22065

1, Rua Alves Correia, 7 é
TELEFONE:

LISBOA

 

 

e

 

alo ata ESA ES SA Yo ao

a ao SA

gorar as seguintes carreiras:

Lisboa-Sertaã de:

Oleiros — Diária—excepto aos Domingos
Alvaro — A’s Segundas- -Feiras

Pedrógão Pequeno -A’s 2.º, 5.º e Sábados
Proenca-a-Nova — A’s Seguandas e Sextas |
Lisboa-Sertã para: |
Oleiros — Diária —exepto aos Domingos
Alvaro —Aos Domingos –

Pedrógão Pequeno —A’s 4.º, 6.º e Sábados
Proença-a-Nova —A’s Quintas e Sábados .

 

 

 

lc)
al

PRF PRRREDIE FEPREREE EE

 

dio: Propriedade

No Casal da Escusa, freguesia do Cas-
‘ telo, concelho da Sertã, à beira da estra-.
” da nacional, composta de casa de mo-
radia, palheiro, currais, pôço com en-
| genho; extensa terra de cultura, oliveir
ras e outras árvores de fruto, pinheiros
| e testada de mato— VENDE-SE.

| Fratarcom João Casimiro Sertã

 

 

ERRAR Ee retesleo

E poéz tola da Sedã

Malhas e Miúdezas—Roupas feitas.
Ferfumarias — Chapelaria

ESA RIA MARQUES LORES
SERTÃ

SFB BED ES

 

Obras de grande valor que as pessoas letradas
de Sernache do Bonjardim e de tôóda a vasta
região que a circunda devem adquirir e
conheçer:

Antiguidades, Famílias, varões ilustres de Ser-
nache do Bomjardim e seus contôrnos

em 2 grossos volumes, por Cândido da Silva Teixeira, inve stigador paciente e
ps que honrou a sua aldeia natale a região com uma obra incom varável
ntre Os ntmerosos capitulos contam-se: «A região Sernacheis-»», «Efemrid:s
Históricas da mesma região», «A Vila da Sertã e o seu termo »», « Vilas e conce-
lhos dz Alvaiázere, Alvaro, Amêndoa, Cardigos, Figueiró dos Vinhos, Oleiros,
– Pedrógão Grande, Proença-a-Nova é Vila de Rai, etc.»

sSernache do Bomjardim

«Um. passado conhecido representa a melhor garantia de um futuro
consciente». — Manuel de Sousa Pinto — (Palavras de abertura das «Explicações
prévias»).

Outro belo volume de 400 páginas, do m:smo autor, recheado de precio-
sos traços monográficos e descrições históricas e muitas gravaras, Está esgotado.

2 obras que valorizam, por si só, uma biblioteca patrícia.

* Encontram-se à venda: — SERNACHE — Herdeiros de Cândido da Silva
Teixe va. — LISBOA — Armando GC. Teixeira, R. Carv lho Araújo, nº I74-A —
SERTA—Na Raco de = Comarca da Sertã».

Ria ar ota sta ay

ç ja dE yr s
Seed RE DNC OO boda Soo eos oieee (O Slotado Msc ENCINCNCCD CO

a e tm de Viação de Sernache, L.ºº, avisa o
E Pablo que Ci Ji de Júlio dc 191) começaram dv:

| Castelo Branco-Seriã-Figueiró
dos Vinhos-Coimbra:

A’s Têrças, Quintas e Sábados

Coimbra-Figueiró dos Vinhos
Sertã-Castelo Branco:

A’s Segundas,

| SertãàCoimbra—A’s 3.º e dias 23 (ida e
“— e volta) nêstes dias.

Sertã-Castelo Branco — Aos Sábados
Castelo Branco-Serta— A” 2.-Feiras

Esta Companhia pede ao Ex.”º Público o favor de se fazer acompanhar de um nú-
mero de volumes o menór possível, pela dificuldade em adquirir pneus.

ao de Ne do e at

Quartas e Sextas

 

Et pr AS

hs Cones

CHAPELARIA
CAMISARIA
GRAVATARIA

ed de

À. SANTIS BARRETO

Sertã:

PIPA Geforce de ge dE Ee

 

 

 

 

 

 

BT ANO BS A DD MS MDS

1 J.LobatodeFaria

COMISSÕES E CONSIGNAÇÕES

 

Travessa da Misericórdia, 23

:CASTELO BRANCO
Paulino… Tem Olho!…

Mercearias e Vinhos
Bar é Petiscos

TERREIRO — SERTÃ

PAPEL de Embrulho

DE JORNAL e doutras qualida-
des, em grandes porções,
VENDE-SE:

Informa-se nesta Redacção.

 

 

– NORBERTO PEREIRA
CARDIM
SOLICITADOR ENCARTADO

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Telefone 271

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José Nunes da Silva

Rua do Crucifixo, 31, sfloja
LISBOA

 

Tia
=

EMISSÕES DOS ESTADOS UNIDOS
EM LINGUA PORTUGUESA

(Recorte esta Tabela para referência futura)

Horas Estações: Metros Est Met Est Met Est Mat.
11,45 WRUS 19,8 WRUA 25,4 WGEO 19,8

12,45 WRUS 198 WRUA 254 WRUW 25,6. W BOS 19,7
13,495 WRUS 19,8 WRUA 25,4 WRUW 25, 6

– 10,49. WRUS. 19,8 WRUA. 254 WRUL 19,5

indo WRUS 19,9 WRUA 269 WRUL 19, 5
18,45 WRUS 19,8 WRUA 26,9 WGEA 25,3 WGEX 25 ii
I9, 45 WRUS 19,8 WRUA 26,9 WGER 2 = WGEO 315

DO, 5 (r/2 hora de programa espec’al)

20,45 WRUS | 309 WRUA: 388 WRUL 25,8 WELJ 30,8.
21,49 WRUS 30,9 WRUA 39,6 WKL] 30,8
23,45 WKL] 30,8

A «VOZ da AMERICA» em português pode ser também escutada
por intermédio da B. B. C€. das 19,45 às 20.

Emissões diarias

OIÇA a VOZ da

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Representante NA COMARGA: DA; SERTÃ:
Eduardo Barata da Silva Correia.

CAceitam-se Agentes em todas as RE
rras do pais onde os não haja e Dá-se b oa comissão –

ESGGS SESC S GSI GS |

 

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A Comarca da Seia

cÁtravós da comarca

RELVAS (ERMIDA), 23 — Em
19 do corrente realizou-se, na
escola de Figueiredo, a festa es-
colar em comum com a das
Relvas. A’s 9 horas, as crianças
das escolas fizeram a continên-
cia à Bandeira Nacional. Segui-
damente, debaixo de forma, di-
rigitam-se para a igreja, assis-
tindo à missa e depois para a
escola, onde se procedeu à ven-
da da flor, sendo-lhes servido
um abundante lanche, que elas
saborearam com prazer.

De tarde realizou-se a récita,
que os pais das crianças e mui-
ta gente aguardavam com im-
paciência; todos os números
agtadaram plenamente e alguns
foram bisados, mas todos, sem
excepção, aplaudidos com calor
e entusiasmo. Notou-se grande
esmêro na organização do es-
pectáculo e as crianças sentiam-
-se perfeitamente à vontade pe-
rante a assistência numerosa.
A récita foi precedida do canto
da «Portuguesa», em côro e a
sr.” professora de Figueiredo,
D. Maria de Matos Abranches
falou sôbre a educação e a ins-
trução da Juventude e fez lar-
egos considerandos sôbre o si-
gnificado: das festas escolares,
ressaltando a sua finalidade edu-
cativa; as suas palavras impres-
sionaram agradavelmente os pre-
sentes, sensibilizando os pais
dos alunos quando especial-
mente se referiu aos deveres
que lhes incumbe de auxiliar o
professor na preparação moral
dos filhos para que, quando ho-
mens, venham a ser elementos
úteis à Pátria e à sociedade. E’
preciso dizer que não só aque-
la sr.“ professora, mas também
a regente do pôsto escolar das
Relvas, sr.* D. Amélia da Con-

ceição Moreira, se esforçam por

cumprir os seus deveres de edu-
cadoras no verdadeiro signifi-
cado’ da palavra, com carinho,
amor e incontestável abnega-
ção; é tanto assim que uma é
outra têm sabido conquistar os
corações desta gente, que as
respeita e admira sinceramente;
e as crianças têm, por elas, não
só respeito, mas verdadeira ve-
neração.

Tudo decorreu bem e para
isso muito contribuiu a beleza
do dia, o sol acariciador que,
mostrando as suas galas, se as-
sociaram à festa alegremente.
Se tôdas as crianças apreciam
altamente estas festas, a verdade
é que as mais pobres esperam-
nas sempre com ansiedade é
com uma alegria que a sua alma
ingénua não sabe ocultar. —€C.

CAYA (MADEIRA), 1 — Fa-
leceu, nesta aldeia, em 17 do
mês findo. a sr.º* D. Maria das
Dores Sequeira, que deixa viú-
vo o sr. Augusto Picão Seguei-
ra. Era uma boa dona de casa e
muito amiga dos pobres; aquele
que lhe batesse à porta podia
contar, como certa, com a es-

mola abundante e dada de boa :

vontade. Não só o marido e
mais família sentem a sua falta,
bem difícil de substituir, mas
todos os desatortunados da sor-
te, que na extinta tinham uma
protectora dedicada.

— Devido ao bom tempo, já
por aqui se fizeram algumas se-
menteiras de milho e as cultu-
ras nas terras de sequeiro já
sentiram os efeitos benéficos da
chuva abundante e caída com
regularidade; a-chuva era espe-
rada com natural ansiedade por
todos os lavradores, que põem
o seu.-futuro e as melhores es-
peranças na produção do solo.

PEDROGÃO PEQUENO, 2
— À procissão do Senhor dos
Passos guarda, ainda, as suas
velhas tradições de aconteci-
mento religioso de grande vul-
to, nesta vila.

Por isso, hoje, um imponente
cortejo percorreu as principais

ruas da vila, numa impressio-
nante manifestação de fé.

Em boa hora o podemos di-
zer que o pároco da freguesia
Rev. Serafim Serra, lançou a
ideia de fazer esta festividade e,
logo, todos irmanados no mes-
mo espírito cristão a acolheram
de bom grado trabalhando afin-
cadamente,

A-pesar do tempo se apre-
sentar chuvoso, nas ruas e nas
janeles, a multidão apinhava-se
numa compostura digna de
nota.

Deu grande relêvo a esta pro”
cissão a filarmónica Pedroguen-
se;

— Encontra-se nesta vila, a
passar as férias da Páscoa, o
sr. dr. João de Barros Morais
Cabral, Espôsa e Filhos.

—Enviaram donativos de 208,
cada um, para a Caixa Escolar
da Escola Masculina desta vila.
os Srs. Jaime Antunes Amaro,
João Antunes Amaro e Francis-
go Amaro, de Lisboa.

NESPERAL, 3 — Realizou-se
no passado dia 25 a festa esco”
lar. Festa simples como reque-
re o meio e as actuais circuns-
tâncias, mas grandiosa a ava-
liarmos o trabalho da sr.“ pro-
fessora, que não .se poupou a
estorços para nos proporcionar
e às crianças um dia alegre e
de boa disposição.

Na véspera realizou-se a de-
sobriga escolar para a qual se
confessaram e comungaram to-
dos os pequenos que para isso
estavam preparados. No dia 25
toi a testa.

– Acompanhados pela sr.* pro-
fessera assistiram todos os alu-
mos 4 missa Cerca das [8 ho-
ras, toi-lhes servido um almoço
que constou de sôpa, carne gui-

-Sada com batatas e pão com

queijo. Todos estavam bem con-
tentes, pois se há alguns que
não têm necessidade, há ou-
tros, coitadinhos. que até im-
pressionam; e aqui como em
todo o lado.

A’s 16 horas começou a réci-
ta, presidindo o reverendo pá-
roco da freguesia, sr. P.º Antó-
nio Bernardo, que, abriu a ses-
são, admirando e salientando
as qualidades de trabalho da
srà D. Eúciília Bastos Dias, E
também a boa vontade de cum-

– prir as ordens dos seus supe-

riores com a melhor das boas
vontades, no desejo único de
poder de futuro. auxiliar mais e
melhor as seus alunos mais ne-
cessitados.

Falou em seguida a sr.* pro-
tessora, explicando o fim da
festa e a que era destinada à
receita que se obtivesse. Agra-
deceu ao reverendo P. António
Bernardo a sua comparência e
as palavras que lhe tinha diri-
gido no seu discurso e pedin-
do aos pais dos alúnos o auxí-
lio e compreensão da Caixa Es-
colar, pois infelizmente poucos
compreendem o seu fim. Foi
muito aplaudida.

Uma aluna veio recitar o
«Teatrinho da Escola», como
apresentação dos seus condiscí-
pulos.

OQuviu-se então cantado pelos
alunos o Hino Nacional, ao qual
todos prestaram as honras de-
vidas. Tôdas as crianças se der
sempenharam muito bem, e nos
intervalos fôram leiloadas as
várias ofertas que constavam de
coisas de casa, milho, azeite,
chouriços. vinho e ovos e um
coelho. Entre a assistência, que
era numerosa, despertou grande
interêsse o leilão.

Tanto as récitas, como canta-
res e danças agradaram muito.

Em seguida foi uma menina
ler um pequeno discurso, agra-
decendo a todos a sua compa-
rência e as suas ofertas.

Finalmente falou mais uma
vez a sr.” professora que mani-
festou a sua satisfação pela or-
dem e atenção da assistência e

| desmembramento

da Comarca da Sertã

O novo Estatuto Judiciário
desligou as fraguesias de Sarna-
das, de S. Simão e Orvalho,
pertencentes ao concelho de
Oleiros, da comarca da Sertã,
anexando-as, para efeitos judi-
ciais, respectivamente, às co-

“marcas de Castelo Branco e
‘ Fundão.

cRepresenta essa transterência
grande interêsse pata as popu-
lações das aludidas freguesias
pela aproximação e facilidade
de comunicações e, consegien-
temente, uma mais assídua e
vantajosa licação económica
com as sedes de comarca onde
foram encorporadas ?

Mesmo assim, temos a dizer
que as relações comerciais po-
dem manter-se independente-
mente de qualquer modificação
no traçado da fronteira comar-
cã, que nada tem que ver, com
o intercâmbio comercial e por
outro lado os serviços judiciais
ficaram altamente facilitados a
essas duas freguesias pela cria-
ção, há anos, do julgado muni-
cipal de Oleiros; só em casos
muito especiais e por deveres
da Justiça as pessoas de Sarna-
das, S. Simão e Orvalho se te-
riam de“deslocar a Sertã, sede
de comarca,

Note-se, ainda, que dentro
dum prazo que supomos próxi-
mo estará conclu’da a estrada
que liga Oleiros a Castelo Bran-
co é então mais lácil será a
aproximação daquelas fregue-
sias com a sede do seu conce-
lho e bem assim com a sede da
antiga comarca.

Consta-nos que as duas fre-
guesias citadas se mostram des-
contentes com a troca, com a
qual parece nada terem lúucrado.
Temos todo o respeito pelos
interesses dos povos, mas, sen-
do assim, não temos maís que
apoiar as freguesias de Sarna-
das de S. Simão e Orvalho no
seu protesto contra uma desa-
nexação que não lhes trás be-
nefícios nem proveito de maior.

cpreoposfarsareps
«A Regeneração»

Recebemos a visita, que mui-
to nos penhorou, é a que pron-
tamente e com todo o prazer
correspondemos, do nosso pre-
zado conirade <A Regeneração»,
que se publica na vizinha vila
de Figueiró dos Vinhos sob a
direcção do sr dr. Manuel Si-
mões Barreiros, que, na quali-

“dade de presidente da Câmara.

Municipal daquele concelho,
muito tem pugnado pelo seu
progresso.

Os nossos agradecimentos pe-
la deferência.

PASPErDHELodS op

Os amigos da “Comarca”

Pelos nossos amigos srs. Abi-
lio José Passarinho, de Alferra-
rede. Amílcar Francisco de Oli-
veira e Manuel Domingues, de
Lisboa; foram indicados para
assinantes, respectivamente, os
srs. Joaquim Luís Macieira, de
Alerrarede, Luís António dos
Santos, José Ferreira -e David
Fernandes, de Lisboa.

Agradecemos.

 

 

 

comparência do sr. Regedor da
ireguesia, Também manifestou
o seu roconhecimento pela ma”
neira como foi recebida por to-
dos, quando, com alguns alu-
nos, foi pedir as ofertas e auxí
lio para o almôço das crianças,
(contribuindo da sua parte com
uma valiosa oferta.

Assim terminou a festa esco-

+ lar no Nesperal, e só nos resta

agradecer à sr.“ D. Lucília o seu
trabalho, apresentando-lhe as
nossas felicitações pelo bom
êxito que conseguiu, desejando
que o futuro lhe reserve tô-

“das as prosperidades de que é

diana = €,

o

Ea?

Santarém, Dezembro de

ERES

Fonte da Pinta

A Fonte da Pinta, dantes tão
poética, que os nossos pensa-
mentos embalaram de saúdosas
recordações da juventude, lugar
previlegiado dos corações amo-
rosos e das almas sôtregas de
belezas campezinas e dos mais
suaves e ingénuos encantos que
a Natureza ali concentrara para
regalo da gente da Sertã. pas-
seio encantador e sempre prefe-
rido pelo visitante nas tardes
de ameno estio, onde o arvore-
do exuberante punha uma nota
de frescura, em que a deliciosa
água férrea tem o condão de
despertar a ternura nas almas
menos emotivas, o passeio da
Fonte da Pinta, dizemos, arra=
zado e destruido pelo ciclone
impiedoso de 1941, continua
abandonado, sem arvoredo di-
gno do seu nome e da sua po-
sição, como se não houvessem
tôrças humanas que lhe restau-
rassem a antiga grandeza, des-
prezado e escarnecido de to-
dos, parecendo que sôbre êle
pesa a maldição, o chasco e o
hotror das gentes desta terra!

eQuem acode à pobrezinha,
quem olha por ela com a aíei-
ção e ternura que merece tudo
o que é belo e, em alguma coi-
sa, suaviza as agruras da exis-
tência, feita, apenas, de conde-
náveis materialismos ?

verao Hiro ossaçã

Dr. Fernando E. Rodrigues Fontinha

Precedendo concurso, em que

obteve boa classificação, foi co-*

locado no lugar de Conserva-
dor do Registo Predial de Bra-
cança, há cêrca dum mês, o sr.
dr. Fernando Elísio Rodrigtes
Fontinha, que, por êsse motivo,

deixou de exercer o cargo de.

chete da Secretaria da Câmara
Municipal de Oleiros.

Apresentamos-lhe os nossos
cumprimentos.

Era
José Nunes

Foi anulado o despacho quo
transferiu o nosso amigo sr. Jo-
sé Nunes, de chefe de Secção da
Secretaria Judicial desta comar-
ca para idêntico lugar na do
Fundão.

E, a terra começa a repousar..»
Soam trindades… Qual dôce prece

() por lo sol

A luz lentamente se evaece

E” do sino êsse meigo soar-

Dos campos soltam rindo e cantando
Alegres bandos de raparigas,
Quantas e quantas vêm sonhando

Ao som das suas próprias cantigas…

O sol vai-se sumindo, sumindo,
Embalando as almas docemente

Num último adeus dum dia lindo…
Como és grande, Deus Omnipotente!…

GERALDO TAVARES

1943.

Minscenaaenagae=

Epístola sem vír=
gulas …

Menina Maria

Ca recebim o seu velhete nê-
le vim tudo fiquei muito. Satis-
feito co que madou dizer. Menina
Maria mandou-me dizer que o
nosso namor que estava termina-
do pois fez vózê muito bem tem
outros rapazes que lhe êtereção
mais do que eu. pois fais bem na- ‘
morar um polidor de calçada mas
com esses é preciso aver qualte-
la que êles são macacos pois,
Menina Maria para me dar uma
resposta dessas já me podera ter
dito que não lhe ganhava tanta
amezidade mas ela tambem já
era pouca | mesmo a sim acabou
menina Maria pois mandou-me
dizer que eu cá que falava com
outra rapariga pois você sempre
tinha essa. Emperção era como
os ségos que não vião bem pois
eu na sua boca tinha fama de fas
lar com outras raparigas mas não
lhe avia de lhe parecer mal que
eu sou rapaz novo gosto muito de
gozar pois eu tenho a fama mas
não tenho o proveito. Olha pois
fui muito bruto não namorar duas
zanga-se umá ficava com outra
mas isto também é bom que é
para eu apriêder a a sim para a
outra vez já sei o preseito do tra-
balho. Pois com tudo isto termi-
no nada mais pois eidelhe tirar o
bóné quando aí lhe passar a
porta.

Ep

 

NECROLOGIA.

Faleceu em Lisboa, em 3 do
corrénte, o sr. Mantel José Ré-
cito, de TO anos, natural de Mur-
tosa, almoxarife do Palácio da
Ajuda, pai do nosso amigo sr.
Manuel Récio, empregado da
Corporação Mercantil Portu-
guesa, actualmente residente em
Castanheira de Pêra, a quem
apresentamos os nossos senti-
dos pêsames.

 

Êste número foi visade pe–
la Comissão de Censura de.
Castelo Branco.

 

SUBSCRIÇÃO

para a construção da estrada Madeirá-Alto

da Cava

Lista IN. 12

Transporte do N.º 343

Esc. lo.t83p50

João Antunes Gaspar, Lisboa, booo; Epifânio Dias Mateus, idem, Soghoo;
Augasto Antônio Ribeiro, idem, 20%00; Pereira da Silva, idem, 27550; D. Erme-
linda de Jesus Mateus. idem, 20p50; António Alves Neves, idem, 50:09; Vítor
Mendes Barati, idem, 504500; Manuel Antunes Gaspar, Madeirã, 2ojboo; José San-
t9, idam, 200 :; e Francisco Ribéiro, idem, 100500.

A transportar

Pela Comis:ão–JOSÉ DÁ SILVA.

Esc. rosgipoo

 

@@@ 1 @@@

 

À Comarca da Seria

 

Notas…
«da lapis

(Continuação da 1.º

EF M vez de farinha, voltou-se
à primeira forma: distri-

buir o milho como pão cotidiano.
Assim é melhor: faq-se um
pão mais capaz, que os pobres

tabém têm o direito de o comer.

sou

vo 4.º feira da sémana pre-
térita chegou a pedir-se,
no mercado, pelo feijão e grão,
entre 90 e 109 ac o alquei-
ret!

fatima essa gente do
campo, compra os géneros ali=
mentícios apenas com pequeno
excesso e só pagacaro 0 calçado
e vestuário.

Um desafóro ! Eostlipamente.
anta tudo doido!!!

ME

A: S festas escolares no concelho
principiaram êste ano muis
cedo porque parece demonstrado
que a sua realização em Maio e
Junho — como se vinha fazendo
anteriormente — perturba gran-
demente os trabalhos escolares,
mais intensos à medida que se
aproxima o fim do ano e a pre-
paração para os exames requere
mais cuidados, atenções e um

maior esfórco.

Gostaríamos de ver o pro-
grama das festas escolares alar-
gados com paradas de gimnásti-
ca, como demonstração de um
conveniente desenvolvimento físi-
co, e em a plantação de árvores
em logares públicos ou parques
e jardins des escolas ; éste último
trabalho, feito pelas próprias
criancas, despertar-lhes-ia o
amor e à estima por um ser que
clas, em geral, só conhecem para
Jurtar os ninhos das avezinhas e
apedrejar os frutos !

PLPOppDDTE DOS

Quere fazer melhor venda dos
– artigos do seu comércio

e produtos da sua indústria ?
Gastando uma insignificância,

pode anunciá-los na «Comarca

da Sertã»,

req rrp Hier erro
Beneficência

De. um. anónimo recebemos
para os pobres mossos protegi-
dos, «muito pobres», a quantia
de 50890, que reconhecidamen-
te, agradecemos.

pPro spo op epags
Anúncios amorosos

Supunha muita gente que cer-
tos anúncios amorosos, que em
tempos proliferaram na: nossa
imprensa diária, constituiam
uma particularidade nacional.

páginã)

Embora expulsos -das colunas.

da referida imprensa, sempre é
tempo de esclarecer quanto era
errónea essa persuação.

De facto, tais anúncios são

“ainda hoje correntes nos jornais.
atesta, –

doutros países, como o
em-relação-ao-Japão, o-seguin-
te, inserto num. jornal de Tó-
quio, que por sinal desbanca
em simbolismo melítluo e sen-
timental quantos por cá saíram
à luz da publicidade:

«Os meus cabelos são leves
como uma nuvem, e minha pe-
le mais docemente aveludada
que a tlor do pessegueiro, os
meus olhos negros e brilhantes
como a’aza do corvo. E possuo
bens bastantes para que o meu
marido não precise de pensar
noutra coisa senão no nosso
amor até o dia em que juntos
formos descansar-num túmulo
de mármore eXçôr de rosa.»

 

Cedencia inexplicável

(Continuação da 1.º página)

palmente em Lisboa, nas colónias e no Bra.
sil, muitos dos quais possuem grandes meios

de fortuna e seriam os próprios a acudir ao:

apêlo clamoroso e desinteressado da Comis-
são Administrativa, — incitados pelo amor
próprio e pelo bairrismo aparentemente ador-
mecidos — o hospital de Oleiros poderia,
em futuro próximo, abrir as suas portas de
par em par, entrando nêle o sol a luz, a ale-

“gria, de mistura com donativos em dinheiro

e as mais variadíssimas ofertas, do cereal

ao legume, da galinha ao coelho, do artigo.

de mercearia mais simples ao vulgaríssimo
carro de lenha, para acudir ao desgraçado,
corroído pela doenca e magro de recursos,
que seest.ola e mirra e definha no pardieiro
lôbrego que lhe serve de habitação, onde es-
tá condenado a morrer à míngua, sem pão e
sem botiça, salvo se pessoa abnegada e ca
ritativa, em apêgo forte e decidido, tomar a
dianteira à doença e à fome, sustando a Mor-
te que ainda não ultrapassara o limiar do
casebre.

E se a Comissão Administrativa se com-
penetrasse do seu papel, que é, a-final, o de
conseguir que o hospital de Oleiros dem
penhe as funções que lhe competem — tão
importantes e valiosas sob os pontos de vista
social e moral —, levada pelo sentimento
forte da Caridade e do amor do próximo, o
mais forte elo que prende as almas cristãs
entre si e solidamente aproxima, pela afeição
e pelo reconhecimento, o rico do pobre, ve:
ria que a sua atitude, cheia de nobreza, seria
incentivo para congregar boas vontades e de-
dicações, rasgando-as em actos filantrópicos,
em testemunhos de elogii nte abnegação…
transformando em ouro as rosas oferecidas
pelas almas generosas e dedicadas; a quem

não é indiferente a desgraça do pobreziaho!

E que. mesmo nestes tem pos satânicos,
de uma insensibilidade que perturba é fere,
ainda há muita gente de bom coração, que
se compraz a suavizar o inforiúaio do seu
semelhante em gestos de magnificência e de
beleza inteiramente alheios a vailades, avês-
sos à adjectivos pomposos proclamados, aos
sete ventos, em letra redonda

Trabalhando com afinco, tenacidade e
amor pelos pobres do concelho, a Comissão
Administrativa da Misericórdia de Oleiros
poderia, sem dúvida, contar com o reconhe-
cimento de tôda a gente de bem do concelho,
que iria ao seu encontro, de alma e Coração,
para a aliviar na tarefe grandiosa de cum-
prir, galhardamente, o testamento do grande
benemérito Barata Relvas.

Transformar o hospital em escola, não
e não. Nem em escola, nem em coisa algu-
ma, seja no que for e para o que for. O hos-
pital deve apenas ser hospital, por muito que
isso custe à Comissão Administrativa da Mi-
sericórdia.

Não sabemos quais são as pessoas que
compõem aquela Comissão Administrativa,
nem procurámos, nem procuramos sabê-lo.
Isso não nos interessa. Interessam-nos, só
e linicamnente, os factos e analisâmo-los com
tôda a independência, segundo o nosso cri-
tério, desapaixonadamente, exactamente co-
mo se êles se verificassem na Sertã cu em
qualquer outro ponto da comarca.

O nosso protesto, feito alto e bom som,
contra uma cedência que. consideramos ile-
gal e, sobretu lo, atentória à memória do doa-
dor Barata Relvas, fica aqui bem expresso e
considerâmo-nos satisfeitos por não termos
deixado passar o facto em julgado.

EDUARDO BARATA

 

 

A HUNGRIA

em foco

Conta-se a seguinte história, a

a: (MARGEM DA GUERRA |

respeito dum novo embaixador
húngaro que foi apresentar as suas
credenciais ao Presidente duma
República da América do Sul:
* —Que país representa? — pre-

guntou o Presidente.

—O Reino da Hungria.

—Ah, então os srs. têm um
rei?

—Não, senhor, somos gover-
nados pelo almirante Horthy,

—lJm almirante? Nesse caso
os senhores têm uma esquadra ?

—Não senhor, não temos ne-

– nhuma esquadra…

—Ah, estou a ver… E, en-
tão, o vosso país é neutro?
— Não, Excelência. Estamos

em guerra com a Rússia.

— Percebo. E, porque razão,
se me dá licença de preguntar ?

Porque queremos a Transil=
vania, Excelência.

AR então é a Rússia que
tem a Transilvania ?

-— Não senhor, é a Roménia,

—Nesse caso, também estão:

em guerra com a Roménia, não é?

-—Não, Excelência. A Romé-
nia é nossa aliada.

O Presidente pegou no telefo-
ne. No seu rosto percebia-se per-
plexidade e foi com voz rouca que
disse :

-—Ligue-me para o hospital
dos’ alienados, se faz favor…
porque estou doido.

HESBE=RE=E

Baile

No Domingo de Páscoa rea-
lizou-se um baile, no salão do
Grémio Sertaginense, dançan-
do-se com muita animação até
as 4 horas da manha.

ESE2S ESEZS ESA PSES PSRS PSRS

Pensão Lourenço

Quartos higiénicos
Excelente comida

Largo de S. Sebastião
SERTÃ

ns

Na

dos Estados Unidos.
costeira na guerra.

cr AEB 45, A (AB

Instrução

Provida na escola da Cu-
miada a professora D. Afra Ma-
ria Geraldes Vaz.

— Transferida do posto es-
colar da Ermida para o de Ca-
sal de Alvaros Peres a regente
D. Bárbara dos Santos Forte.

EE
Agenda

Estiveram na Sertã a passar
a quadra festiva da Páscoa, os
srs. Henrique Peyssoneau Nu-
nes, espôsa e filhos e Reinaldo
Alves Costa, de Lisboa: dr. Her-
mano de Sande Marinha, de
Evora; José dos Santos Pires,
actualmente em Castelo Bran-
co e o menino Vitor Manuel
Bastos, estudante em Tomar.

— Encontra-se em Alvaro a

* D. Maria José Correia e

Silva.

= Regressaram : de Coim-
bra, a sr“ D. Conceição Baptis-
ta e, de Lisboa, com sua espô-
sa e filha, o st. Joaquim Ferrei-
ra Monteiro.

 

6 pásidal duma ten de cavalaria que faz serviço na
praia passa numa planície de arcia na Costa Ocidental
Esta é a participação da guarda

Vida católica

As solenidades da Semanas
Santa e de domingo de Pascoa,
na Sertã, tiveram a costumada
imponência; contudo a procís-
são do Entêrro do Senhor foi
bastante prejudicada pela chu-

va. O domingo de Páscoa apre-
sentou-se lindo e assim, a pro-

cissão da Ressurreição teve a
habitual grandeza.

Pregaram os sermões da
Paixão e da Ressurreição, res-

pectivamente, os Reverendos

Serras e Siva, de Rio de Moi-
nhos e José Baptista, da Sertã.

A igreja matriz oferecia um
aspecto solene e às cerimónias
assistiram muitas centenas de
liéis, que deram à vila uma no»
ta de intensa animação.

A Filarmónica União Serta-
cinense é um grupo musical e
coral, devidamente ensaiado,
apresentaram às solenidades

explêndida e apreciável colabo-

ração,

De seara alhata

Maria de Lourdes — a Milú —
tinha dezoito anos quando o pai
lhe faltou O velho e honrado
empregado bancário morreu de
tuberculose pulmonar. Até à últi-
ma foi um funcionário cumpridor,
E a única vez que faltou ao ban-
co foi para morrer. Umas golta-
das de sangue, e pronto.,.

A muhece a filha venderam as
jóias para lhe fazerem um entêrro.
que não merecesse censuras da
vizinhança. Passavam por viver
bem — não queriam desmentir is-
so fazendo ao extinto um funeral
baratucho.

Grandes anúncios nos dica
muitas flores, padre e uma auto-
carruagem como nunca se vira na
Rua dos Ferreiros a Santa Catari.
na. Orçou tudo aquilo por meia
dúzia de contos — quando fizeram
contas Milú e a mãe quási se sen-
tiram arrependidas. Assim como
assim as más línguas sempre achas
ram por onde pegar,,.

Com uns restos de dinheiro e
a pensãozita, que pela primeira
vez receberam, não sentiram por
aí além no primeiro mês a falta
do chete de família, Mas a renda
da casa era puxada. E quando o
senhorio começou, todos os dias
a farejar-lhe a porta por via dumas
centenas de escudos, elas senti-
ram as primeiras angústias.

Estômago, maldito estômago!…
à noite, à sucapa uma velha ex-
-criada 1a fazendo a mudança de
móveis leves para o «Pregos, ali
perto, Acumulando cautelas e

-desespêro assim se iam mantendo.

Porém, a certa altura, prevendo o
«despejo» iminente por falta de
pagamento de rendas resolveram
largar a casa,

-Chamaram um. leiloeiro e ofe-
receram, depois, aos conhecidos
o espectáculo de um grande lei-
lão incluindo muitas coisas que
lhes não pertenciam e que a astú-‘
cia do negociante ua encai-
xar na casa.

Para que os amigos não suspeir
tassem do estado decadente em.
que se encontravam resolveram ir
para o Campo. Sossêgó, recolhi-
mento, mudança de ares: eis os
pretextos apresentados nos chás
de despedida,

«Revolta» (novelas)
Luís de Guadros
seegoneseedemagenm PRE neto e

Nos Calvos e Gordinheira

caiu granizo com muita ins
tensidade, causando des:
trôçco na cultura.

Na tarde de 5.º feira Santa
desabaram sôbre a região co:
piosas chuvas acompanhadas de
fortes trovoadas. As povoações
dos Calvos e Gordinheira fo-
ram flageladas por granizo, que
pelo tamanho, até então nunca
ali visto, intensidade e duração,
destruiu a maior parte dos ba-
tatais. ervilhais e árvores de
fruto, partindo, destas, muitos
ramos e arrancando tôda a flor
e fruto em formação; a violên-.
cia foi tal que muitos caules de
couve ficaram migados.

Reina ali a desolação geral,
sendo difícil avaliar os danos,
que, contudo se consideram
muito elevados.

cprpro elo coro ras

Nascimento

No passado dia 6 deu à luz
um rapazinho a sr.* D. Alberti-
na da Silva Barata, dedicada es»
posa do nosso amigo sr. Antó-
nio Barata e Silva, secretário de
Finanças, aposentado, desta vi-
la.

Mãe e fi ha passam bem.
ESRES PSSZS PSRZS ESHZS ESEZS PERES

2 batentes de
castanho bravo

O que há de melhor, com.as di-
mensões de 2,”40><0,270 <Q” 14
e mais alguma de outras dimen-
sões, VENDEM-SE
Tratar com João da Mata Lo-
pes (padeiro)— OLEIROS