A Comarca da Sertã nº306 30-07-1942

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e FUNDADORES -—
— Dr. José Carlos Ehrhardt —
— Dr.
—— António Barata s
Dr. José Barata Corrêa e Silva

– Eduardo Barata da Silva Corrêa

ângsio Henriques Vidigal =

Silva —

O | | DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO | mst o tr
= “ Cotuando Barata da Silva Coveia
S — REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO nara CASTELO
w| | RUA SERPA PINTO-SERTA EGO
E Eubirci aa dos “QUARTAS FEIRAS | Ee x > ps
42IN WII | Hebiomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sestã: concelhos de Sertã | ri dao
Nº 306 | Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Gardigos (do conselho de Mação) 1942,
Se z .
Notas .. [VIAGEM DE SOBERANIA|:– a lápis

COMEÇAMOS hoje a publi-

car a interessantíssima
crónica da alteia- «Quem com
ferro mata. .v— do nosso pa-
trício e amigo Jusé Pinto Duar-
te, que nos seus trabalhos li
terários usa o sugestivo título
de «Sertório»,

Já há bastante tempo ha
víamos anunciadoa publicação,
mas só agora, por razões que
é inútil erpor podemos prin-
cipiar a dar cumprimento à
nossa promessa

Mais que uma simples cró-
nica, «Quem com ferro mata. >
é um romance autêntico com
descrições reais, verdadeiras,
sem funtasia op urdidura fan:
tástica do espírito. «Sertório»
revela, neste seu livro, ama es
pecial vocação para êste géne-
ro literário, que sabe cultivar
com esmêro e um chiste muito
sem, a marcar inconfondível
personalitade. A obra tem ele-
gância e, por cima de tado is-
to, atrai a curiosidade da gen-
te da Sertã porque é nela e
nalgamas localidades da co-
marca que se desenrolam as
cenas descritas, algumas das
quais vividas ou observadas
pelo autor. Zé Pinto revela ain-
da uma memória admirável,
porque os factos tratados ocor
reram há mais de trinta anos
— talvez há quarenta—e pouco
depois partiu êle para Qneli
mane, na Africa Oriental dei-
xando, portan’o, de estar em
contacto com o meio, onde vi-
veu alguns anos felizes e des-
preocupados, mas que soube

lar profand: te, de-
monstrando um largo espirit
de observação e o conhecimen-
to exacto das qualidades e de-
feitos, que tanto é dizer, dos
costumes desta gente, da rús-
tica à da mais alta posição
social.

Temos por certo que a «cró-
nica» hd de ser lida com agra-
do por todos os nossos leito
res. mas, sobretudo, com espe
cialinterêsse pelossertanenses,
porque lhes falta um pouco ao
coração, pelo mess como mes-
mo interôsse que a nós mere-
ceu, que a subnredmos dum
trago, sem titubear…

1 raso

AO exame de adintssão ao li-

“cem foram submetidos
7,546 candidatos em todo o
Patls,y número inferior ao do
ano pretérito.

Da Sertà deslocaram se al-
guns rapazitos a prestar pros
vas no liceu de Castelo Bran-
co e todos voltaram satisfeitos
e confiantes no melhor resul
tado! À boa disposição de es-
pírito é alguma coisa mas os
examinadores é que têm a pa-
lavra pn

E até lá o melhor é não del-
tar foguetes, pois que os pon-
tos não são fáceis e algans
têm feição de charadas, pouco
inteligíveis À compreensão dos
miúdos!

viagem do titular da pasta das Coló-

A nias às nossas mais importantes

províncias do Império Português,

tem sido coroada de um êxito que se pode

classificar de triunfal, do mesmo passo que

evidencia o interêsse que o Govêrno nutre

por todos vs problemas das nossas pos-
sessões,

Prossegue-se a sábia e oportuna poli-
tica colonial de trauspor para o primeiro
plano, moldando-os e integrando-os per-
feitamente á vida da Nação e adaptando-os
à nossa situação perante o Mundo, esses
mesmos problemas, cuja solução faz parte
de um. plano delineado, com clarividência
e sabedoria, pelo Governo de Salazar, Cer
tamente não passa despercebido a ninguém
que a principal directriz é unir, em elos
fortes e inquebráveis, as Qolónias entre si
e tôdas à Metrópole, uuma sólida comu-
nhão de interêôsses económicos e morais,
formando um bloco homogéneo onde car
bam as’ aspirações de todos os portugue-
ses seja qual for a raça e a côr.

Que a viagem teve já repercussões
mais que favoráveis na nossa política ex-
terna, basta apontar as manifestações de
carinho com que o er, dr, Vieira Machado
foi recebido no Congo Belga pelas autori-
dades e por tôda a população, sobressaindo,
nela, a sublinhá-la em tintas carrógadas, a
grandiosfssima expressão de respeito, lial-
dade e amor pátrio tributada pelos portu-
gueses do Gungo, brancos e negros, na ca-
lorosa e vibrante homenagem a Portugal,

que sobe do coração aos lábios e que os
portugueses ausentes do turrão natal sa-
bem sentir mais que quaisquer outros,

Tem um epílugo de ouro essa visgem
de soberania: o regresso à aduinistração
forte e honesta, do Estado daquêle iu pur-
tantíssimo território de Manica e Sofala,
de alta valia pela sua pusiçãau geugráfica e
riquezas do sulu e sub-sulu, cuutiado à
Gumpanhia de Muçambique numa época
de bem negras e sombrias perspectivas
para o futuro das Colónias lusitanas, quan
do à sua vulta 09 mastins, concitados pela
gula, referviam no torpe desvario de as in
vestir de salto, reparuudo as a seu belo
talante, como saburosa iguaria em panta-
gruélico testim,

Este facto, em obediência ao Acto Co-
lonial, por si só, ufusca us mais Lranscen-
dentes, da administração das nossas pos-
sessões de além-mar nus Últimos anos, tor-
nando uv Govêrnuv merecodor do nosso Bpolo
sem reservas e impelindo-nos, como por-
tugueses é patriutas, à Sultar Um grito VI-
brante e sinceru :

— Obrigado, Salazar!

E ôsve grito de graudão soltam-no to-
dos os portugueses de Manica é Sufala cor
a alma alvoraçada de jubilo,

Ecoa êle por tdo u Império Portu=
guês como a sintetizar a mais bela, comu-
vida e impresstunante manifestação do Fé
nus destinos desta Pávria abençuada e
heróica,

EDUARDO BARATA

MPEM feito um calor extraor-

dinário, autenticamente
tropical, que amolece os nervos
e faz perder a arpão aos mais
enérgicos,

Há ponco mais dam mês al-
gumas pessoas afirmavam que
êste ano ainda não tinha vindo
calor a valer! Pois, agora, to-
mem lá! Limpem-se a êsse
guardanapo |…

eU

MAIS um atentado contra a
nossa soberania acaba de

ser acometido pelos piratas:
um inofensivo lugre bacalhoei-
ro=-o eMaria da Glóriaa— que
se entregava, confiada e tran=
gilitamente, à pesca entre a
Terra Nova e a Groenlândia,
foi atacado e afundado por um
submarino, Parece não ter ha-
vido perda de vidas e os ndu-
fragos; em número de 44, fo
ram recolhidos por um barco
americano que os conduzin a
um pôrto da America do Norte
A notícia causou profanda
mdgoa eindignação em todo o
País e principalmente na praça

de Aveiro, a que o lugre per-
tencia. Pode avaliar-se a dolo»

“rosa impressão suscitada en=

tre as famílias dos pobres pes-

“cadores ao saberem da triste

nova.
d Quem poderia sapor que

se praticasse tal brutalidade
contra um frágil barquito de
sarmado, cuja junção se limi-
tava à pesca do bacalhau e de-,
mais a mais pertencente a um
Pats neutral Ninguém, abso-
lutamente ninguém, :

Perden-se a tal ponto o res-
peito pelussagrados princípios
internacionais que a fária de
destruição eo canibalismo pas»
saram a imperar cantra tudo €
todos, descendo-se à abjecção
de calcar e espesinhar, afron
tando vilmente os direitos dum
povo pacífico e honrado, que
neste conflito tem exercido
uma nobilíssima missão huma-
nitária em benefício de tudos
os beligerantes, sem excepção,
e das nações mais duramente
atingidas pela guerra,

A Nação inteira repele mais
êste atentado, acto deshonroso
para quem o praticon na som-
bra, a coberto da impunidade.

«rose
FEIRAS

Durante o mês de Agosto rea-
lizam-se as seguintes: no dia 2,
em “obreira Formosa; 9 em Cars
digos; 14, no Roqueiro (Olsiros);
le 15, franc’s, na Sertã; e 20,1
franca, em Sernaçhe do Bom=
jardim,

Varredelas

Bem prega Frei Tomaz…

Touus Us anus, pur esta Época,
protestamos contra O facto de se
varrerew às ruas da vila quando
o sol já vai alto, a horas de bas
tante calor « é regular O muvi
mento de iranscunies, Levanta-se
envrmes É compactas guvcos de
poeira, que sufucam as Vias Fcs=
paratórias € invadem as habita
ções se porventura não há o cui
dado de fechar chiuad sauiente
as portas « janelas,

Nao têm os varredores o cui-
dado de regar as ruas antes de
as limpar, como seria natural e
noutros tempos Se lazia; contudo,
seria preleivel que êste serviço
10sse Ito de madrugada,

A pucira incuroua « prejudica
grâvemente a saúde de quem q

respira.
regra

Pagamento de assinaturas

Para pagamento das suas assi=
naturas .te OS números que vau
indicados, dignarum-se remeter
«nos: 6 $00, 0 sr. Carlus Anió
nio de bousa, de Putudungo
(congo Belg-), 306 3 $00, o sr.
joão Albino, de Mour , 42); €
10800, o sr. Luiz Dias Alves de
Venda Séca (Belas).

Os nossos sinceros agradeci-
mentys,

CONSTA NOS gue os moto-
”* ristas da praça da Sertã
solicitaram da autoridade
administrativa, permissão pa-
ra aumentar as tarifas de alu-
guer dos seus carros com fan=
dumento na curênçia de com-
bastívers e aumento extraordi-
nário que se vem verificando
dia a dia, do casto de pneus,
cânuras de ar e peças destina-
dus aos veículos.

SãO más as perspectivas do

ano agrícola na nossa re-
gião: foi menos que compen-
sudora a produção de batata,
estussas us colheitas de trigo
e centeio, ante.ê se fraca a de
milho, o cereal de maior con»
sumo entre nós, as vinhas so-
freram enorme devastução com
o míldio e o oídio não obstan-
te terem sido tratadas a tempo,
e também ninguém conta com
uzeife suficiente para o consa-
mo de um ano, visto fer sido
regular a Éltima apanha; ver-
se-á o luvrador forçado a rex
correr aos «stocks» armazena-
dos para os gustos do próxi-
mo ano que conserva ainda é
possivelmente, intactos, pois
gue ocara, até agora, tem

Vão resta dúvida, por conse
guinte, que o actual ano agrt-
cola é mau, para o que contri=
butin, em grande parte, a acen-
tuada irregularidade do tem-
poe a insuficiência de adubos
e de caldas,

LSTAMOS em fins de falho
e ainda por ql não se topa
família alguma de visita À Sers
td, como nos anos anteriores,
Fulta de casas cómodas e
baratas ? Indiferença dos ser=
tunenses pelu sua terra, que
tanto é dizer pela propaganda
das suus belezus natarais, pa-
reza de arese magníjicos ares?

Duma e doutra pecam os na
turais da Sertã, que inegável.
mente se reflectem na vida ecos
nómica do meio,

Outras terrus conseguem,
neste ponto, fazer milagres, E
não é porque tennam sido mais
bafejudas pela Natureza on
porque sejam servidas de mes
lhores vias de comunicação; a
vausa deve atribulr-se à ama
propaganda cuidada é Ínteli-
gente, [ucilitando-se ads taris-
tus, por todos os modos pos
síveis, a sua longa permanéns
cia nesses centros, onde êles
encontram, a par dos modos
cativantes e da urbanidade das
populações, o sosségo é repon-
so de que carecem em absoluto,

Ma

NO sábado passado havia &

venda sardinha, gorda e
saborosa vomo há maito tem
Po ndo vimos no nosso mer-
cado.

Um alegrão para os apreciadores do famoso clube

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Concessionário: Companhia de Viação de Sernache, Ld.*

(C. AVoz de Lonttes

; “Cheg. | Part. | Cheg: | Part Ce: | Pare. | Cheg. | Pare fala é o mundo acredita
Figueiró dos Vinhos (Largo do) Sertã (Largo Ferreira Ribeiro) — 6.40] — | 1300 bo ;
Municipio). o) — 1655) — [1950] SernachedoBenjardim. .| 7200] 748/1320) 1332 | 1415 Noticiário | GRZ 1386m. (2164 me”)
Aldeia Cimeira. =| 17.07 | 17:07 | 20.02] 2002 | rca Cimeira RR Ra Res Raia l eo na m. (15 E me/ |
Seimache do Bonjardim . [1737] 17.45] 2032/2035 | cró dos Vinhos (Largo do gs E CARE na são PLA SD
Sertã (Largo Ferreira Ribeiro) .| 1805] — [2055] — Município). + +. — [1415] — 123,00 (s) Noticiário | GSC 3132 m. (958 me/)
Efectuam-se: às 2.º, 4 e làs 2.º e go dia Electuam-se : às 3.º e ao dia) às 88º, 5.º e | GSB 31.55 m. (951 me/)
sextas-feiras |23 de cada més.| Z3decada mes.) sábados |2315 Actualidades + | GRT 41,96 m. ( 7,15 me)
Se este dta cair Se este dia caí,
ao domingo, « o domingo, & (s) Este noticiário ouve-se também em GR V, em 24,92 me-
eira À reira 2
Eee po él Eca o leia iros (12,04 me/’).
aníerios anterior = d. F = A
A Emissora de Londres—B. B. C,,—além das suas habituais

PARA ONDE VAMOS?

A guerra contiua e não se sa-
be bem se ela se aproxima do
seu têrmo ou se, pelo contrário,
se afasta dêle. E” certo que cada
vez é maior a fúria da matança
entre povos que se vêem envcl
vidos em morticínios que êles
não queriam e para os quais os
factos vieram estrondosamente
demonstrar, com tôJa a evidên-
cia, que nem o Império Britâni
co nem os Estados-Unidos esta-
vam preparados, visto que, ainda
hoje, lutam com as maiores difi-
culdades para se aguentarem e
sobreviverem contra os seus ad
versários. Estes povos estavam
ingenuamente convencidos de que
tudo se resolveria pela discussão
diplomática e pelos contactos
pessoais Enganaram se redonda-
mente no estudo da psicologia e
no conhecimento das realida tes,

No entanto, e a-pes r-de tôdas
as actividades e operações pré-
vias exercidas por uma vasta or
ganização e rêde de elementos
certo é que a guerra lulminante
foi. um g’ande fiasco. Faz agora
dois anos que a Alemanha esma
gou a fôrça armada da França
na qual, aliás, parece ter, antes,
alastrado um activo e pernicioso
fermento de derrotismo. Os in
glêses retiravam cêrca de 300
mil homens de Dunquerque para
as Ilhas Britânicas sob os ata
ques infensivos, impiedosos e
em massa, das lôrças combina-
das da máquina de guerra ger
mânica, e essa retirada, digam o
que quiserem aqueles interessa-
dos em apoucar os adversários,
foi das coisas mais inconcebivel
mente heróicas que se deram na
história. Não foi m-is valorosa
a Retirada dos Dez Mil gregos,
descrita por Xenofonte no Ana
basis, alguns sé ulos antes de
Cristo, retirada que sempre cons
tituiu o espanto de estrategas e
historiadores,

Na Retirada dos 250 Mil de
Dunquerque, o que é mais que
muito admirável é que além dês:
se eslôrço supremo que foi um
Milagre não inferior ao do Mar-
ne, os inglêses, em plena deban
dada, derrotados e esmagados,
segundo os seus adversários afir-
mavam e até os seus amigos trã
glcamente receavam, não admi i
ram aquilo que parecia ser a evi
dência, recolheram ao seu baluarte
defendido pelos mares, e ali não
perderam a confiança em si, em
Deus e no seu destino e afirma-
ram aquele Moral que, no diz r
visionário e realista de Foch, é
o nervo essencial, a condição

As

Horário da Carreira de Passageiros entre Sertã

Concessionário: Companhia de Viação de Sernache, L |

Donram-se e pintam-se

tiçais, tocheiros b nquetas,

Pinturas

PEDRO D’
DOURADOR E PINTOR

SER TA

todos «s trabzlhos concernente» à
arte relig osa. Douramento em al-
tares, a ouo fino. prata e dovradura. Mur entes e brunidos.
TODA A OBKA DE TALHA Tiibunas, altares cas-

para missal, cadeiras, guardaventos, etc., etc.. FINGIDOS: a
todes Os má mores e muueiras.

* Bandeiras em sêda com arísticas pintur-s para ii-
* man ades; Imitação a da” ascos a côres próprias e
escolhidas, Piniuras em Tabuletas em Vidro, M dei a ou Peura
Pinturas e retoques em imagens com esmerada acabamento

Pessoal habilitado que se desloca a qualquer ponto do País

Auto-pintura à Pistola, pintura e repar-ção em autos e m bi-
lias. Tiabzlhos à preva no distriio de € stelo Br-nco, Sant –
rém Coimbra, Guzida. Tr balhos na Exp’s ção d- Mend
Portuguê. e na Nau Portugal,

que respeitam a arte religiosa,

OLIVEIRA

cadeiras pa: quizis, estantes

Executam se todos os trabalhos

suprema, o segrêlo da vitória.
Entretanto os inglêses não têm
perdido o seu tempo e, s-nhores
de um Moral que nunca p rde-
ram, já forjaram e obtiveram um
Material de tal natureza que ain-
da os povos em luta tê u de ver-
ter muito suo, lágrimas e san-
gue, emquanto se não vir ainda
claramente para onde pen e o
prato da balança, puis que mu to
longe estamos de se estar a jo
gar a última batalha, a decisiva
Já passaram dois an se a guer
ra continua, Os inglêses certos
de que hoje é aquele amanha
que tanto se receava ontem.
somam desastres e iriunfos e se-
guem combatendo, fazendo as
suas colossais surtidas do Ba
Iyarte britânico.

A guerra ainda desgreçada
mente vai durar muito tempo
Isto parece que já não está nos
mãos dos homens mas sim nas
da fatalidade que arrasta as suas
vítimas à perdição Os cavelei
ros trágicos da loucur sangren
ta ainda não alcançam no cé ,
ne terra e no mar, o mais leve
sinal ou aragem de Paz.

AN,

Norberto Pereira
Gardim
SOLICITADOR ENC ARTADO
Rin Anreã, 189 2º D.º
Telefone 27111
LISBOA

ANUNCIO

(1.º Publicação)

Faz-se saber que pela segun-
da sesção ia Secretaria Judi-
cial desta comarca correm édi-
tos de vinte dias, a contar da
segunda publicação do respecti-
vo anuncio, citundo os crêdores
desconhecidos para no prazo de
dez ars, findus que sejam os
éditos, deduzirem o seu pedido
nos autos de execução por cus-
tas, em que é execuente o Minis
témo Fúblico e executados Ma
ma de Jesus e marido Esinro
Batesta, do logar de Estornei-
ros de Baixo, jrêguesia de Oiei-
vous, Beatriz de Jesus o marido
José Lemos Roque residentes
na Abelheira Aguulva, comar-
ca de Sintra, e Krancisco Afon
so Juniur, do logar de Azinhei-
ra, hêguesna de Oleiros, por si
e comu representante legal. de
sus filhos menores Pedro Ma
muel dus Santos, de nove anos,
e Fernando dos Santos, de sete
anos.

Sertã, 22 de Julho de 1942,

Verifiquei 3
O Juiz de Direito, 1º subst.
Carlos Martins
O Chete de 2, Secção,

Angelo Soares Bastos

e Lisboa

Ghog. | Part. | Ohog. | Part. Ohog- | Part. Ohog | Part.
Sertã (Rua do Vale). . «| — | 745) — [1250] Lisboa (Av. Alm, Reis, 62-H) | — | 630 — [10,00
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Ferreira do Zezere . . | 910] 9,15] 14,25) 1430| Cartaxo , 840 | 845/1210 | 12,15
Calçadas Rd 9,451 9,45 | 15,001 15,00 | Santarém k 9,15) 9,20] 12,45 | 13,05
“Tomár -, TE 9,55 | 10,05 | 15,10) 15,25] Pernes , 4 + | | 10,00] 10,00/ 1345 | 13,15
Tôrres Novas . . | 10,50] 10,55] 16,10 | 1615 | Tôrres Novas. a . «| 1035 | 10,28] 1420 | 1425
Pernes . «| 11,30] 11,30] 1650) 1650] Tomar . 0 | 11,20) 11,30 15,10) 1520
Santarém 1» «| 12/10/1230 | 17,30 | 17,40 | Calçadas. a . 2 «| 11,40 | 11,40 | 1530 | 15,30
“Cartaxo. + + + | 1300/1305] 1810] 18,15] Ferreira do Zezere, 7 «| 12,10 | 12,25 | 16,00 | 1610
“Vila Franca a + 14,05 | 14,10 | 19.15 | 19,20 | Sernache do Bonjardim «| 1320 | 13,35 | 17,08 | 17,25
Lisboa (Av. Alm. Reis, 62-H).| 15,15] — |2025| — | Sertã (Rua do Vale) 4 [13,55] — [17,45] —

pisa ho oiato do 2, fis

Efectugm-=se ;

os domingos [lados 4 on

Efectuam-se ;

emissões, diurnas e nocturnas, respectivamente às 14,15 e às 23
h.ras, começou, no passado dia 4 de Msio, a fazer mais uma emis=
são para Portugal, Madeira e Açõres à 12,45, em satisfação dos
numerosos desejos que lhe foram manifestados para tal efeito,

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Colecção de 7 postais — 7800 | da Sertã», | da Sertã»,

 

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fm mos,

Obras Sociais

Foi criada na primavera Ge
1932, em Berlim, uma instituição,
a que lhe d vam o nome d: Au-
xílio Social Nacional Socialista.

Sob a direcção de Hilg.nfeldt,
a quem se deve u facto que a

pequena associação, cujo traba»!

lhu (dra im, edido antes de 1933
por dificuldades políticas, técni-
cas € financeiras de tÔda a cate
goria transformou-se hoje numa
grande organizção, A N.S V
dedicou-se durante os primeiros
anos da sua existência principal
mente à climinação e deminui-
ção de carência e miséria — as
consequências dos anos da crise.
Em breve, purém, pôde determi-
Nor O Seu objectivo — graças à
deminuiçao da falta de trabalho
-—tem fument r a saúde da popu-
lação. A «Obra de Sucôrro à Ali-
mentação», a «Cbra Mãi e Filho»,
o enviamento de crianças para O
campo e muitas outras tarefas
são aigumas das grandes repar
tições, criadas para a assistência
de tôla a população, Inúmeros
jarains infantis, casas de repouso
para as mãcs, centros p ra bébés,
casas de rep. uso para a juventu=
de, posts de assistência e esta-
ções de enfermeiras são sin is
visíveis e concretos do trabalho
da N. S. V. Um lugar de desta-
que espccial ocupam as «Obras
de Socôrru de loverno», que
voliam anualmene com regula-
ridade: acções de auxílio de in-
verno que sãv electuadas princi-
palmente em virtude das colec-
tas realiz das As Obras de So-
côrro de Inverno de 1933 até
hoje deram o resultado dc mais
de 5 muhres de milhões de
marcos, distribuídos e emprega-
dus a favur da popul.ção.

Durante a Guerra a NS. V.
dedica sc mumeadamente à eva-
cuação de macs e cranças de
territórios cum pe igeaérco, como
também à assistência à centenas
de milhares de repatriado-, que
foram trarspurtados dos territó
rius das fruniciras para o interior
do Reich. Da mesma imporião-
cia, ou ate de maiur imporiância,
purém, é o valor éxco do traba-
lno da Nº >. V., o quel levou e
leva um povo inteiro a reconhe-
cer a sua comunidade e cumprir
o seu dever p.ra com O seu pró
ximo, ds

A Aviação na história o
na técnica

A perfeição dos aviões de vôo
a pique c us seus Êxitus assum-
brosus nunca ultrepassados por
qualquer cutra arma sérea cons=
tituiram, só por si, prova sufi-

ciente de que a in“ústria aéro-
náutica desde muito cêlo se vi-
nha ocupando com o desenvii
vimento daquela arma. De facto,
porém, a história dos «stuks»
remonta a uma época ainda mui-
to anterior 4 que é conhecida
em geral.

As primeiras tentativas de lan-
gamento de bombas de bordo
dum avião de combate por for-
ma a acerta em melhor no :ivo
| datam da Grande Guerra Nessa
‘altura, já havia na Alemanha
i quem se o.upasse c m o proble
ma, mas sem sucesso, porque O
estado em que se encontrava a
técnica de vôo não permitia a
fponlização de vôos picados com

pleno carregamento de bombas.
“O engenheiro Pohlamann, que
;não havia perdido aqu les ectí-
mulos, construíu em 1931 o avião
protótip Junksr K 47 concebi-
do como avião de caça de dois
lugares, com o qual, porém, a
| título de experiência, se ensaiou
o lançamento de bombas em vôo
a pique.

Ao mesmo tempo, também a
fábrica de aviões Curtiss, nos E,
U. A, iniciou experiências aná-
logas, as quais, todavia, não ti-

 

terrompidas pouco depois, Por
que as experiências nes-a altura
feitas na Al:manha com os «stu-
kas» se rodearam do maior se-
grêdo e ap nas eram conhecidas
dum círculo restrito (a constru-
ção de aviões militares ainda não
era então abertamente permitida
na Alemanhs) há hoje quem er-
radamente atribua à indústria
norte americana a invenção do
avião de combate em vôu picado.

As primeiras firmas alemãs que
se tornaram conhecidas pela fa-
bricação de «strk.s> [ôram as
Junksr e Henschel. As fabricas
Juckcr criaram primeiro o conhe
cido modêlo Ju 87 o qual, num
aperfeiçoamento constante, tor:
nou faroso em todo o Mundo o
«stuka» ainda hoje ao serviço da
Arma Aérea alemã, Mais tarde
surgiu também o bombardeiro de
vôo picado horizontel, Ju 88, o
primeiro «stuka> bimutor.

O desenvolvimento do «stuka>
na Alem nha tinha sido fomen-
ta 10 pelo célebre coronel-general
Udet. O caminho até alcançar
tal perfeição exigiu experiências
prolongadas. Tôdas estas expe-
riências lôram corvadas de êxito
cum o facto de, no princípio da
actual guerra, a Alemanha ser
O único país que pu-suia aviões
de combate de vÔo a pique, com
os quais pôde obter inesperadas
vitórias.

Visor XI

Cobrança de assinaturas
em bisboa

Vamos proceder à cobrançe
dos recibos das assinaturas ua
área de Li boa por 1.termédio
do respectivo cobrador, esperan-
ao ficar a dever a todos os nos:
sos estimados assinantes a fineza
de-ps Iiquidarem logo queslhes
sejam apresentados, evitando-nos
prejuízos e trabalho desnecessá-
rio ao cobrador, 4

A Administração
oro

Exames de Estado para 0
Magistério Primário

Os exames de Estado a que
se refere o decreto lei n.º 30 951,
deverão ter o seu início no aia
12 de Ouubro próximo.

Nos termus do artigo 24 do
decreto nº 30 v68, us candida-
tos deverão requere: aquêle exa-
me de 1 a 15 uc Agosto proxi-‘
mo perante u Direcção do Dis
trito Escolar a que pertencem,
acompanhando o requerimento
da declsração exigisa pelo arte
g 1.º do decreto n.º 27,003

ifeNecro logia
pesar

No logar no Barco, freguesia
de Pedrógão Pequeno, faleceu,
no passado domingo, uma pequê-
nita de um ano de idade, filha
do nosso estimado assinante sr
Manoel dus Santos Novo e de
sua espôsa, daquêle logar.

O [uneral realizou-se no dia
imediato, com grande acompa-
nhamento, para q cemitério pa-
roquial, À

Ass ciamo nos à dor que tão
profundamente velo ferir os de-
solados pais,

eus
Interêsses regionais

Pelo Fundo do Desemprêgo
foram concedidas as seguntes
comparticipações: à Câmara Mu
nicipal de Víla de Rei, para abas-
tecimento de águas à sede do con-
celho, 109,5448L0 e à Câmara
Municipal da serta, para abaste-
cimento de águas à sede do con=
celho, 14 277800 e para a cons:
trução de resi ências dos Magis-
trados Jugiciais, 6,600800,

A Qomaroa da Sertã

Bee TULA LAT AD ES Eus o pane Cóisas femininas” Rasino particular ma Sertg” –

Na miragem dos sonhos

H4 mistérios na vida, com que
deparamos a cada instante, que
eu não procuro, nem quero de-
cifrar.

A moite passada sonhei com
um am go da inlância, que me
acompanhou nas rapaziadas, nun-
ca me abandonou pela vida fora,

que foi um companheiro leal nos :

dias felizes e que via sempre a
meu lado nas horas amarguradas
confortando me com a sua pala-
vra amiga e desinteressada. Um
dia, morreu e voou para o des-
conhe ido veus sabe para onde;
mas eu creio que foi para o Céu,

Agora vejo-o em sonhos. O
seu vulto queda-se a meu lado,
Nêstes momentos não penso que
êle tivesse morrido; julgo-o vivo

“como no tempo em que me sen

tia feliz com a sua convivência.
Mas, num instante sem eu saber
como, o sonho interrompe-se, o
vulto do meu amigo desaparece,
e eu fico só, a olhar para o vá-
cuo, e julgar tudo aquilo muito
natural, muito da vida, muito
real…

E só quando acordado eu sin-
to a ilusão, que se manifesia
mais ao vivo, nas salidades, nas
recordações que nos unem a es-

veram êxito e foram por isso in |Sas almas e que jámais se exe

tinguirão!. .

Tive um filho que morreu não
há muitos ans, na primavera da
vida, quando as andorinhas chil
reiam nos beirais de n ssas ca-
sas, e as flores brotam por tôda
a parte e se enlaçam com as cru-
zes dos cemitérios.

Os ganglios ve um cancro, co-
mo vampiros apossaram-se da-
quele organismo indefeso e su-
garam tudo o que nêlo havia de
vida, re uzindo-o a uma múmia
descarnada e inexprimível,

Com» que dolorosa amargura
eu não assisti ao martírio lento,
crudelíssimo, dêsse corpo, à de-
puração dessa alma num sacrití-
cio im ressionante de humildade
e de fél,..

E com que êmação íntima eu
não vi essa alma a exalar-se do
mundo, numa despedida cons-
ciente olhos fitos no Alto, um
sorriso inelável a pairar-lhe nos
lábios ..

Meu Deus! se eu fôra um des-
crente. cairia a teus Pés submis-
so e convertido !,..

Passaram tempos e uma noite
sonhando, senti me transportado
á velha matriz onde o meu filho
fôra baptizado, recebera a pri
meira comunhão e muitas vezes
orava erguendo as mãos, O pen=
samento e os olhos para o Céu

Solidão, sombras. Mas de re
pente, ao lado de um altar, no
alto, eu vej» uma fulguração de
luz que irradiava de um vulto,
em êxtase…

Estátua de um Santo?,.. de
um mártir ?… Não sei: eu não
me atrevo a fazer uma afirmação;
mas o que posso dizer é que O
gesto de meu filho, do meu Ma-
noel, ao despedir-se do mundo,
estava impresso no rosto ilumi
nado daquêle vulto, que, sem me
olhar me falava á alma de uma
forma, que eu não sei descrever.
Bemdito seja Deus/,..

Há pouco tempo tornei a vêr
o mesmo meu filho num outro
sonho, que muito me impressio
nou,

Como tod s sabem, nos so-
nhos os vultos aparecem-nos de
surpreza, inesperadamente, sem
os esperarmos, nem os procu-
rarmos.

Neste s nho, o meu MANOEL,
que morreu aos vinte e quatro
anos de idade, apareceu-me trans-
formado numa criancinha,

Sorria e fitava-me a pedir-me
que o seguisse que o acompa-
nhasse… Para onde?..

Era a mesma voz amiga, cari-
ciosa e alável, de quando era

creança,
Eu queria segurá-lo, pregun-

‘ gistada em myrlades de Annaes e pro-

A VIUVEZ HA Chi

«Morrer de fome é caso sem impor-
tância, psrder a honestidade é caso
muito g ave» — foi a resposta que o
letrado chinez Cheng Tsou deu quan fo
lhe perguntaram se uma viuva, mesmo
sendo pobre e miserável e sem amparo
no mundo, podia aceitar segundo casa-
mento.

«Quando alguém insultar uma viuva
com a oferta de segun 10 casamento ou
pretender violentá la deve ela pre ferir
a morte € assim, imaculada como o jas-
pe, pura como a neve, evitará a sua
vergonha e ainda será a suz morte re-

fusas honras recairão «Ôbre O seu no-
me> — lê-se nos C ásricos,

Os chamados sie hio se são templos
dedicados às mulheres castas & picdo-
sas, onde os nomes delas gravados em
enormes lápides estão patentes e onde
grandes tabuletas com Os seus nomes,
chamadas Pai-wet, são colocadas para
recebeiem as homenagens é os sacrifi-
cios religiosos que Os mandarins locais
são obrigados a fazer-lhes, todos os
anos, na primavera € no outono,

Quando uma viuva, quer tenha sido
muiher legítima quer concubina, tiver
começado a guaidar a viuvez antes da
idade de 3U anos e se mostrar de uma
heroica dedicação para Os scus sogros
e justa para Os scus parentes, suportan-
qo uma vida de miséria, ultrapassar os
5n anos ou morrer tendo sido viuva 6
anos, receberá honrarias imperiais para
lhe perpetuar a menó.ia; — é dada uma
soma de Ginhciro, a tabuleta com O seu
name vai para O lemplo e são-lho ofc-
recidos sacrifícios.

Outrora eram precisos 20 anos de
viuvez antes da morte para justincar
estas honras; O Imperador Yung «ch ng
(1725) reduziu esse p ríodo a 15 anus,
O Imperauor Tao Koang 1824) euuziu-
-pa lU co lnperador Loug-che (1871)
reuuziu-o a 6.

Quando as vluvas apenas satisfazi. m
suas ubiigações é guaruavam os Ganos
da viuvez acCcDiamn, comu prova de
aprovação imperial, uma inscrição —
tun — composta de 4 caractcres,
Ts-ing Piao Tong koang, que signifi-
Cam — Casta Viuva dc memÓ-.ia eterna.
Neste caso a taboleta não vai para o
tempio nem lhe são oferecidos sacufí
Civ», mas à fanítia pude, se quizer, eri=
gir à sua custa um rórtico de Honia,

As famínas onde há viuvas nestas
condições reciamam pelos meios legais
a Cuncessão das honras inherentes.

es
Técnica Agrícola

No próximo número dêste jornal,
micia-se a pablicoçao desta nuva sec
ção, que nau deixura pur certo, de in-
leressar aos lavradures deste cunce-
lo a sua redacçau, está a cargu da
Liga Agrária da Imprensa Regional,
airigida pelo pablicista iulta-Ferrei=
ra, que há anus se vem dedicandu à
causa agrícula poriugaesa. E” de es-
perar, purlanto, que us n05sus lvitu-
res recunheçau a abilidade deste vr=
ganismu, que lhes prestará a assisten-
cia necessária, pur intermédio du nos-
su journal,

tar lhe o significado des sus
pelavras. Impossí.cl, O vulto de
meu filho unha desaparecido, E
no entretanto parecia-me qudo
muito natural…

Desperto ao sonho; sinto-me
ainda preso a êle, e faço a mim
mesmo slgum.s interrogações de
que não procuro solução,

Porque é que, quando sonha-
mos, sentimos a convicção de
que é realidade o que se passa ?
— de que são viy.s € realmente
existem, as creaturas já há muito
tempo extuntas, uv que nós ve
mos, muit :s vezes chetas de vida
e alegria ?

Nau, não!.., eu não quero
profundar, decifrar estes misté-
rios! Preliro viver numa ilusão,
ou ignorância se quizerem, que
me deixa ver entes muito ama-
dos que existem no âmago de
meu seio, que vivem em minha
alma, e que, — quant s vezes! —
a enchem de luz, e de esperan-
ças |

Se os sonhos são desilusões,
ah! essas deixo-as à responsa-
bilidade dos psicólugos |

Meu Deus !,.. Dai-me, quan-
do eu morrcr, um sonho doce «
lindo que se trunsmude em rea
lidade, em que veja os entes que-
ridos que me antecederam na
parida, a Tua Face Bendita e
misericordiosa e o esplendor da
Luz Perpétua |..,

1940

Oliveira Tavares Júnior

Osr H nrique Pires Aives, aqui re-
sidente, obteve uma distinção em Inglês
no exame do 4º ano do Curso Comple=
mentar de Comércio, recentemente
efectuado em Coimbra Sem diminuir,
de qu’lIguer fo ma, a aplicação e apro-
vw-itamento do sr. Alves, que, de facto,
se tem revelsdo um estudante brioso, é
justo salientar os altos mé-itos e com-
provada comp -Iência do seu mestre na
língua inglêsa, sr. dr. António Caldeira,
Firmino, que se dedica ao ensino sem
cundá io durante as horas lives das
suas funções de chefe da secretaria da
Câmara Mu icipal.

D- poucos meses foi a leccionação
até à p estação das provas a que nos
referimos, o que mais põe em destaque
o zelo e saber do sr. dr. Caldeira Fir-
mino, que, que quando professor pro-
visório do liceu de Portalvg e, mostrou
g andes conhecimentos e elevada capa-
cidade pura o ensino

No mesmo abraço de felicitações
envolvemos o sr dr. Caldeira Firmino
e o seu laureado discípulo.

D+ Dad

NOTAS DA SOCIEDADE
NASCIMENTO

No pretérito dia 23 teve’o Seu
bom suc.sso, dando à luz um ro=
busto repazinho, a sr.* D. Maria
“0 Cormu Pires Tavares, dedi-
cada espôsa do nusso bom ami-
go sr. António Viegas de Oli-
veira Tavares, distinto professor
primário em Sontarém e residen-
te em cardigus.

Mai e filho encontram-se de
xeclente seúde,

Avs pais do recém nascido,
bem como a Scu avô materno, O
nosso amigo sr, josé Augusto de
Oliveira Pires, de cardigos,
epresentamos as nossas felici-
lações.

ora
DOENTES

Continua bastante doente o sr.
Luiz Antônio, desta vila,

— 1êm «vXperiwentado sengsi-
veis melhoras, O que muito nos
-grada n.ticiar, a sr” D. Luiza
qc Jcsus, da Mata Velha e 0 nos=
su amigo sr. Angelu Soares Bas-
tus, da dertá,

O que sinceramente almejamos
é u restabelecimento imediato de

tudos.
ad

G.nsultório Técmico Agrícola

Todos us leitores deste jurnal, des=
de que enviem 1pUU em selus postais,
para despezas de expediente, pudem
consular, graCiuSamente, O « 0nsdilÓm
rio Tecnico agrícula da Liga agrária
da imprensa IScgiunal, airigida pelo
pubicista multa-Fertelra,

Tuda a currespondeência deve ser
dirigida para a sua de Faria Gaima-
racs, 2Ji, POriu, excepto as relerens
tes a piniucaçau € aduDuções, que des
vem ser cndcr.çadas, FESpeel-Pumen=
te, para U host tato minero-indastrial,
na ida da ricaria, 71, rÔrio, € pora
US SEND Ços Agrunom cus du Nilrato

do chile, no Ida de Rodrigues Sams
paiu, 5u, Lisbua.
ros

Dispensa de afixação de
sêlus 0e ÍtanQquia

O artigo 15.º do regulamento
paa O serviço d.s COrTCIUS, Apro-
vado pelo decreto qe 14 de Ju-
nho de 1902, passou a tcr a Se-
guinte redacção +

«au uisperisados da afixação
de sélus qc lrunquia vs impres
sos à EXpeuir qurante um mi
cumpletu, com destuno Boiconti=
nente e ilhas adjacentes, em plo
mero superior a 500 exemplares
iguais Ou Nao, Cujus ua tentes
tenham requisitado e realizado o
Pagamento pur avença dos rege
pectivus portes», p

8 único -O disposto nesteigr=
tigo é aplicavel ao jornais in
pendentemente do número de
exemplares expedidos pela ress
pectiva administração»,

redor
Este número foi visado pela
Gumissão de Gensura
de Lasisio Branco

FAETON
VENDE SB

Tratar com José Alves —
Cabeçudo — (Sertã)—

 

@@@ 1 @@@

A comarca da Serta

“Silêneio — voz .que oiço

“E! forte, triste

Sei e Essa voz que me

Suave e desdenh
Cariciosa e doc

E tôda luz, é tôda suavidade;
“E” feita de pedaços de saúdade
De horas que são instantes sem medida,

E embalada ness

Eu ficaria, como o ingênuo monge,

Trezentos anos,

“Silêncio… Eu quero ouvir a voz suave
Que me fala de tudo o que passou

Num tom macio, como um-vôo de ave,

Que quis chegar ao ceu e não chegou,

osa como o-luar,

Maria Luísa Freire de Andrade

8 leve como o Mar
fala ao sentimento, .

e como o vento,

a voz de longe

a ouvir esquecida.

Exames do lustração Primária | A” ma

4.º CLASSE

Efeetuados na sede do con-
eelho da Sertã

(CONCLUSÃO)

Aprovados: Codeceira (Sertã) -Bcá-
eio da S lvn, Guilherme Nanes da Fon=
te e José Ferreira F Ramos; 1 adia-
do; Sertã – Américo Farinha, Américo
Nanes Mertins. António Ferreira Na-
nes, Bagasto Manael da Silva, Lomin-
gos Fernandes, Ernesto Loarenço
Fernando Alves. Is ido Matias da »il-
va Jósqaim Nunes Serrano, Jusé An-
tónio Ferreira, José Martins, Laiz Ma-
galháis N Currêa, Manael de Soasa
Casimiro, Saál Nanes Lopes, Sarmen-
to F da Silva Nanes; | adiado; Várzea
dos Cavaleiros — « once ção Mureira
Cardoso a), Iva Martins Brízio, Ama-
ro Vicente Martins (a), Gailhermino
Farinha Alves (a), João Joogam No-

gaeira, João J :aquim N gaeira eLaz |

Nanes Farinha; figueiredo – Josqaim
D. Alves Pereira; Nesperal -Joagaim
de Jeszs Coelho; Castelo Angelo Mar=

(Ninha)

A passagem, para a posse
–do Estado, dos territórios
de Manica e Sofala

Na Beira ao receber, em no-

me do Govêrno os territórios que |

foram administrados pela Com-
panhia de Moçambique, o sr. Mi-
nistro das Colónias disse:

«Será considerado faustoso o.

dia de hoje pela história da admi-
nistração colonial portuguesa,
porque é retomada a tradição da
uvidade de comando de todo o ter

ritório nacional. Desde os tem

pos longínquos e heróicos dos
primeiros portugueses que aqui
aportaram, nunca esta terra dei-
xou de pertencer inteir mente à
nossa Pátria, sempre defendida
plo pres ígio aureclinte, esplen-
doroso de valsrosas façanhas aqui
cometidas. Mas um momento hou
ve em que Portugal entendeu de-
ver abandonar os processos que
o seu génio criara para imitar
alheios sistemas de administração
colonial e por isso confiou à
Companhia de Moçambique po-
deres: especialíssimos estranhos
aos nossos métodos e aos nossos
usos de comprovada eficácia. O
Estado vai rehaver hoje o direito
do exercício da sua soberania
nos territórios de Manica e Sofa-
la, apaga os derradeiros ve tígios
das desventuras de ontem e rea

ta a tradição nacional de em nin-
guém relegar o uso dos seus di-
reitos e o cumprimento dos seus
deveres».

«Consuma-se, assin, o total
regresso aos princípios informa-
dores da nossa orgânica ultrama-
rina. Este o significado nacional
do acto soleníssimo que acaba-
mos de praticar a que tenho a
honra: insigne de presidir na di
recta representação do Govêrno
do País. No seu mais puro sen-
tido o acto que nos reúne neste
momento cria uma data histórica
no nacionalismo português, A
passagem da administração dêste
território para a directa adminis:
tração do Estado há anos já es-
tava expressa no Acto Colonial
determinado pelo nosso grande

Chefe»,
ç ergreo

Abastecimento de água à
vila da Sertã

Pela . Câmara Municipal do
concelho tinha sido fixado o dia
21 do corrente, das 13 às 14 ho
ras, para a recepção e ab rtura
de propostas para a execução
dos trabalhos de construção civil,
abrangendo a construção de tra-
tomento, do reservatório e da
Câmara de perda de carga e para
o fornecimento e assentamento
da tubagem de fibro cimento e
acessórios, ambas respeitantes à
obra de abastecimento de água a
esta vila; os depósitos provisó

rios eram, respecti amente, de.

Esc. 2 500800 « 6 3008 0.

O primeiro concurso ficou de-
serto e ao último só concorreu a
Corporação Mercantil Portugue-
sa, Li.º fabricante da Lusalite.

Por tal motivo nad: foi deli-
berado na sessão do mencionado
dia 24,

Solónia Balugar Infunil

Relação das crianças, do concelho da
| Sertã, que hão de tomar parte
nas colónias marítimas em 1942

Joaquim A Lima da Silva, fi.
lho de Jaime Raúl da Silva, e de
Amélia Lima da Silva; Maria
Madalena. f.º de José Gomes
Marques e de Gabriela da Cruz
Prata, Cabeçud; António Henri
ques, f.º de Bernardino Henri
ques, Carvalhal; Jozo Lopes da
Silva, £º? de Manoel Lopes e de
Maria José da Silva, Castelo Mo
leiros) Rosalina da Conceição,
f.º de Carlos Fernandes e Maria
Rosa, Idem (Póvoz); Casimiro
Farinha. f.º de Sebastião Farinh
e Georgina de Jesus, Cumiada;
Diamantino D. Lopes, f.º de Joa
quim D Lopes e Maria da Naza-
ré, Ermida (Castanheira Cim ira);
Maria do Rosário, f.º de B rnar-
dino Lourenço e Aniceta de Je-
sus, Marmeleiro (Azinheira), Ire-
ne da Costa Arnauth, É * “e José
Francisco Arnauth e Maria Emi
lia C- David; Pslmir: do Nasci-
mento Barsta, f.º de Teotónio S
Barata e Justina N. Barata, Pe-
drózão Pequeno; Deolinda C.
Patrício, f.º de Manoel Prancisco
fal. e Ana Patrício, Cascabaço
(Sernache do Bomjardim); Joa-
quim da Silva, f.º de José da S 1
va e 4mélia da Conceição Cou-
ceiros (idem; José da Silva Men
d:s, 1.º de João de Deus Mendes,
fal. e Rosa da Conceição, idem
(Idem); Maria Emília de Jesus, f.º
de pais incógnitos, Pampilhal
Cu Maria Luíza Silva, f.º de
osé da Silva Mendes e Maria da
Conceição, Cascabaço, (idem)
António Antunes Costa, f de
Possidónio A. Costa é Joaquina
da Piedade, Calvos (Sertã; An-
tónio S. Salvador, 1.º de Albano
dos Santos e Amélia dos Santos,
Giesteira (idem; Belmira de Je-
sus Costa, f.* de José Dias da
Silva, fal, e de Matilde de Jesus
Costa. Outeiro da Lagoa (idem);
Gracinda Lopes, f.* de José Luiz
e Maria Lopes, Mosteiro da Sr *
dos Remédios (idem): | sé A.

simiro e Joaquina de Jesus Casi-
miro, Sertã José Corrê: dos San-
tos, [.º de José A. dos Santos e
Margarida de Jesus, (idem); Ma-
ria Angela da Conceição, f.º de
Albertina da Conceição, (idem);
Maria Helena do Carmo, [.º de
Maria do Carmo, (idem); Maria
Luíza da Conceição, f.º de Alber-
tina da Conceição, (idem); Marí-
lio Matias da Silva, f.”-de Mário
Matias da Silva e Fernanda da
Silva, (idem); Marino Matias da
Silva, idem idem, (Idem); Alvaro
Nunes, Fº de Jo-quim Nunes e
Joaquina de jesus Troviscal; Ma-
ria da Conceição Mirtins, [.º de
Francisco António e Maria Con-
ceição Martins, | na de S. Carlos
(Várza dns Cavalciros); M ria
de |-sus Martins [º de Manocl
Matias e Nativi ade de Jesus,
Várzea dos Cavaleiros; Meria Ce

leste B ptista E * de José Baptis

tae Mara José de Jesus, Pam

“pilhal, (Sernache); Preciosa dos

Alves Casimiro, |.” de João Ca-‘

ques João Bernardo N Patrício; Mou-

risco (Caslelo,— Eduardo Dias; 1 adia=

do; «arvalhal — Américo Festana dos
Santos (a), José Lopes, José Fernan=
des Pestana; Viseu (Curvalhal) —Alva-=
ro Nanes; Cabeçudo — Artar Marçal(a);
Sernache do Bomjurdim — Abílio Ja-
cito Aleobia, Amilcar Vidigal Leitão,
António da Silva (a), Aurélio Lino Let-

“tão Eduardo M. Patrício Mendes; Ou:

teiro da Lagoa (Serta)— Américo An-
tanes, Angelo Maria da Silva, Joaquim
Lopes dos >antos, José Tumaz Dias,
Manuel Nunes dos Santos,

(9 aprovados com distinção.

s exames terminaram no dia 23.
Da paata dv júri mascalino constavam
37 candidaios, de que faltoa 1; dus 36,
ficaram 2 distintos, 32 aprovados e 2
adiados; da pauta do jári m xto cons-
tavam 48 candidatos, de que faltaram
3; dos 45, ficaram 8 distintos, 35 apro-
vados e 2 adiados. Soma 8! candida-
tos: 10 distintos, 67 aprovados e 4

adiados.

Efectuados na sede do cons
eelho de Oleiros

O júri era composto dos srs. protes-
sores Jonqaim Nanes Rodrigues, de
Pedrógao Pequeno ( erta), presidente,
António Benjamim Mendes do Estrei-
to e D Angelina da Natividade Lérias,
do Mosteiro vogais

Aprovados: Orvalho — Abel Dias,
Abel Pedry Ramos, Abel Ramos, Fer-
nando Dias de Carvalho, Joagaim 5i-
mão, Adélia Martins da Trindade e
Angélica D as de carvalho; Sarnadas
de S Simão Henrique Marques dos
Santos; Vilur Barroco —2 adiadus; So-
bral-Herlânder Martins Mendes, Jo-
sé Maria V da Silva, josé Mateas Ba-
rata; Isna -Francisco Jorge Barata,
João Ribeiro do Nascimento; * adiado;
Alvaro — Ragasto Gaspar (a), Aagas-
to Moreira, carlos Martins, Edaardo
Lourenço, José Juão 3 Barata, José
Maria Mart ns Germano Garcia Cris-
tóvão (b); Amieira—José Luz, José
Martins amelo; estreito – Abilo Ma-
teas Ascensãu (a), Amandio Henriques
da Silva, Américo das Neves A. Bar-
tolo (a), Juau Gonçalves, jusé Martins
Dias, Emília dos Neves, Maria da Con-
ceição, Maria Odete Henriques; Mos-
teiro— Custódio Martins, Joaqaim Lo=
ves Furte, José Lupes dn -ilva, Leo=
poldino Antanes (0), Manael Jusé Ma-
das, Mandel dos Santos e Ladrinda do
Cormo (a); Oleiros Amilcar de Deas
* Garcia, António Martins, Jaime Fer=
” nandes, José Domingaes, José Laiz,
Manuel Nunes Coelho, Marcelino Al-
ves Garcia, Mário Antanes, silvino
iRugasto dos Santos Silvino Mateus,
Maria Ribeiro (a), Maria da Soleda=
de Almeida.

(a) aprovados com distinção; (b)
ensino duméstico.

Os exomes terminaram: no dia-24,
Dos 52 candidatos, ficaram 6 distintos,
43 aprovados e 5 adiados.

Pablicaremos os resaltados dos exa=
mes de 3,* e 4º classes de lôdas as
escolas e posts escolares da área da
comarca da Sertã desde que os srs.
prolessores nos enviem as respectivas

relações.
eae
Fórias Judiciais

Principiaram no dia 1.º de
Agosto e terminam em 30 de Se-
tembro as férias judiciais.

Reis, f,º de Maria dos Reis, Ser-
mache,
+

A partida efectua-se no dia 30
de Agosto; a camioneta faz pa-
ragem na Sertá, no largo de S
Sebastião, às 830 huras,n s ra-
lriros e no | rg do Seminário,
em Sernache do Bomjardim,

rgem da guerra.

prio

O litoral inglês assesta os seus canhõ?s, como o ouriço cacheiro
aponta as shas farpas. Tudo estudado e experimentado pralica-

mente para que se não perca um tiro contra possíveis atacantes
da fortaleza suprema que são as Ilhas Britânicas

QUEM COM SERROMATA…
CRÓIICA DA ALHEIA

por José Pinto Duarte (Sertório)
IN

Sôbre a vetusta e nobre vila da Ser-
tã postada talvez pelos romano-gudos
como sentinela vigilante à entrada dos
deafiladeiros que, pelo suf, dão acesso

naquela tarde abafadiça do mês de Se-
tembro uma atmosfera enervante de
horror e de tragédia.

Pelas três horas, um esfampido for-
midável, abalando até os alicerces dus
prédios da vila, estilh«çara a vidraria
de quási tôdas as casas da Praça Nova
e do Bairro de Santo António. A fábri-
ca de pólvora e oficinas do piro’écnico
Nunes e Silva, situadas juntu à ribeira,
tinham ido pelos ares. O contra-mestre
fôra à oficina, onde a essa hora, feliz-
mente, não hívia operário nenhum, bus-
car quaisquer ingredientes, e, abrindo
um dos cof es blindados unde se costu-
mavam guardar as drogas mais perigo-
sas e inflamáveis. colocara, por lamen-
tável imprevidência, um rosário de
bombas de clorato de potássio no re-
bô do da caixr, afastando-se em segui-
da para abrir uma janela. Ou fôsse por
efeito da corrente de ar que entrou pe-
la janela aberta, ou por qualquer out’a
circunstância desconhecida, a tampa da
caixa fechou-se percutindo as bombas
e fazendo-as explodir.

O que em seguida se passou foi hor-
roroso | Por todos os cantos havia pól-
vora e explosivos e a fábrica, oficina e
d-pendências tudo foi pelos ares! A
deflag ação foi tão violenta que os ba-
tentes das po tas e janelas e parte do
varedo do telhado foram parar ao ou-
tro lado da ribeira, a mais de trezentos
metros de distância.

Acudiu a vita em pêso., O infeliz con-
tra-mestre foi retirado dos escombros
fum-gantes, sem braços, sem pernas,
com os olhos estoirados e os intestinos
de fó a. Metido numa manta, aquêle
farrapo humano ensangueatado, negro,
liorroroso, contorcla-se ainda chamando
pela mulher e pelos filhos !

Cinço minutos depois a morte punha
fim ao seu penar.

lá muito perto da noite e ainda o hor=
ror era a característica predominante
na nobre vila outra notícia velo aumen-
tar o assombro e o mal-estar de todos,
Dera entrada na cadeia uma mulher do
casal da Foz da Sertã que matara um
filho recém-nascido nas mais bárbaras
circunstâncias. A criança metida den
tro de um caixite pregado, tinha sido
atirada à corrente do Zêzere, indo pa
rar à uma azenha da margem direita |

Na rua central da alameda da Carva-
lha três homens de meia idade passea-
vam fumando e conversando. Eram êles
o Juiz de Direito da Comarca, o Dele-
gado do Procurador da República e o
Sub-Delegado de Saú le.

— Era materialmente impossível —
dizia o médico, parando por momentos
— que uma mulher, transportando uma
criança, pudesse na noite do parto per-
correr vinte quilómetros por caminhos
quási inacessíveis,

— Podia ter um auxiliar ou um cúm-
plice — retorquiu o Juiz,

Concretizemos os factos — disse o
Delegado por sua vez.

— Numa azenha; da margem direita
do rio, apareceram na mesma noite
duas crlauças : uma viva, vinda po ter=
ra; outra morta, vinda pelo rio. Três
dias depois, um homem da Foz da Ser-
tã d clarav« às autoridades ter suspei-
tas de que uma filha tinha dado à uz
uma criança ignorando o destino que
dra ao filho Diz ter estado ausente
na noite p ováv E do putoe prova com
testemunhas O logar onde se : ncontra-

va. À sua casa fica isolada da puvoa-
| ção e a uns duzentos metros de distans

ao fértil rincão da Beira Baixa, pairava ; Cr A
! ça de vestuário pois, tanto a viva co-

cia do rio. Realizada a autópsia à cia
ça encontrada na az-nha, verific
que ela deveria ter morido três dias
antes, Realizado o exame médicu-leg !
à mulher acusada, verifica-se que ela
devia ter dado à luz três dias antes,
Interrogada, nega primeiro. Em face
do exame médico declara: «que efecti-
vamente deu à luz uma criança na noi-
te em que seu pai esteve ausente; que
não matou a criança».

Preguntada sôbre o destino que lhe
deu, nega-se a responder.

— Temos ainda — continuou o Dele-
gado — que é inteiramente impossível
identificar as crianças por qualquer pe-

mo a morta, estavam completamente
nuas, tendo «O nente a viva uma manta
a embrulhá-la que, tanto a acusada co-
mo o pai, declaram nunca ter visto.

Acresce que se ignora quem seja o
sedutor da acusada e as testemunhas
declaram não lhe conh-cerem namôros.
ra é inteiramente impossível que ela
tivesse ido levar o su filho r- cém-nas-
cido à azenha, por fi icamente não ter
fô ças para o poder f«zer na noite do
parto. – Contudo, teria fô ças para dei-
tar uma citança ao rio, visto que êste
não passa a mais de duzentos metros
da sua porta. O tempo g-sto pelo ca’-
xote a percorrer a disância entre a
Foz da Sertã e a aznha, tundo em vis=
ta a fôrça e velocidade da corrente no
dia do crime, está perf-itamente 2den-
tro das possibilidades da acusada ser a
sua autora.

Das investigações feitas nas Jocalida-
des p óximas do rio verifica-se que
nenhuna mulher deu à luz nestas últi-
mas semanas.

Conclue-se portanto que :

«a mãi da criança viva teve necessã-
riamente um cúmplice que transportou
o filho à azenha»

«a máãi da criança mota podia deixar
de o ter se vivesse perto do rio, cir-
cunstância que se dá com a acusada».

Adentro das possibililades resultan-
tes dos exames periciais e das investi-
ções feitas, a acusada pode muito bem
ser a criminosa, contudo nega ter morto
o filho que deu à luz mas recusa-se
obstinadamente a dizer o que fez dele.

Os três homens sublam agora a la-
deira do Ca telo e o médico, voltando-
se para o Juiz preguntou:

— Que diz a isto, doutor ?

— Aguardemos — respindeu o Ma-
gistrado — o final das investigações e
os novos interrugató jos à mulher para
podermos fizer um juízo mais seguro,
Entretanto é sempre melhor absolver
um criminoso do que condenar um Ino-
csnte.

Momentos depois os três homens en-
travam no Grémio,

(Continua)

censo
EXAMES

Fez exame do 7.º ano de Le-
tras, com uma boa classificação,
ogr, José Ferreira Vidiga!, filho
do sr. Capitão Raúl Vidigal, de
Pontinha — Carnide,

—Com a aproração nas cadei-
ras de História, C ências e Mate
mática completou o 2.º ciclo li-
ceal o sr. Egas do Vale Santos
filho do sr. Carlvs dos Santos,
da Sertã,

— Transitou para o 3º ano do
Curso Comerci |, com excelente
classilicação. a menina Maria Eu-
lália dos Reis, filha do sr. Daniel
dos Reis de Lisboa, aluna da
Escola Patrício Prazeres

Ficou aprovada no exame do
2.º grau a menina Lília da Con
ceição Alves da Sertã, filha do
sr Carlos Joaquim A ves. resi-
dont: em Lour nço Mrques

Aos briisos estudante , bem
como a seus pal-, apresentamos
as nossas felicitações,