A Comarca da Sertã nº259 04-09-1941

@@@ 1 @@@

FUNDADORES
— Dr. José Carlos Ehrhardt —
— Dr. Angelo Henriques Vidigal —
— António’ Barata e Silva
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Córrêa:

 

O | | DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO pano
E Cuando Banata da. Filva-Cuneia TIP. PORTELA FRUÃO
= —— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: — CASTELO : E
m| |RUA SERPA PINTO-SERTAÃA ELA DA SE
>|] – RR se TELE FONE
< PUBLICA-SE ÀS QUINTAS Riu des! 112

NO WI | Hebiomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã ne é

Nº 259 | Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Gardigos (do concelho: de Mação) 1944

 

Notas bone

PEVE foros de apoteose a re

cepção que o Brasil triba-
tou à Embaizada Extraordiná-
ria Portuguesa, que ali foi
agradecer a magnífica partici-
pação que o País irmão deu a
Portugal o ano passado, por
ocasião das comemorações cen:
tenárias,

Embaixada da Gratidão,
chamemos assim ao escol de
homens ilnstres que o Govêr-
no Portaguês encarregou de
tam bela missão.

O Brasil sonbe correspon-
der a esse acto com a galhar«
dia que lhe é pecnliar, ava-
liando, em tôda a extensão,
quão grande é o afecto que
lhe dedicamos.

Tornou-se mais sólida, se
possível, a sincera amizade
que liga as duas nações atlân-
ticas, puramente baseada nos
sagrados ideais da civilização
cristê—a única que tem feito
a felicidade dos povos; — no
idioma e na comunhão de sen-
timentos.

Não há, nessa amizade, a
ténte sombra do vil interêsse
material.

Portugal e Brasil, que vêm
dando ao Mundo, turvado e
roído pelo egoísmo feroz, um
admirável exemplo de sensa-
tez e de vitalidade, estão fir-
memente ligados para colabo-
rar numa obra sobrehamena :
contribnir, com todo o sen
valor, para a restauração dos
continentes, passada que seja
a tormenta que os sacode cos
mo o mais horrível abalo sis=
mico de todos os tempos.

Será então chegada a opor-
tunidade de os povos que hoje
estão em luta saberem
quanto devem as duas nações
pelos esforços empreendidos
para minorar as brutalidades
da guerra e até que ponto fot
o seu sacrifício para acudir
às vítimas da catástrofe.

Grandiosa, cheia de magni-
tude, vai ser essa tarefa, a
que Portugal e Brasil se as-
sociarão com o júbilo próprio.
de quem soube cumprir nm
sacratíssimo dever, de quem
se vota, inteira e exclasiva-
mente, à missão do Bem e
amôr da Humanidade,

Or

hs TE ano tem havido gran»

de escassez de frutas na
região e parece que em tôda
a parte; deve-se o facto ao ci
clone, que devaston muitos po»
mares e às intensas geadas
que cairam durante o Inverno.

Por isso, nos mercados, pe-
de-se pela fruta um preço
exorbitante; compreende-se que
seja cara, mas não é de admi-
tir que quási tôda que apare-
ce seja veraíssima, a ponto de
se comer assim mesmo, em

Vius de comunicação e helezas regionais

Ligação da Sertã com seus pontos de vista dominantes;

O Picoto da Raínha; Estrada Vale da Junça — Fon-

taínhas, trôco da projectada estrada Vale do Pereiro —

Cruz do Seixo — Cabeçudo da Raínha.

Prosseguem com regular actividade os
trabalhos para a construção da estrada
Vale ds Junça — Fontaínhas.

Esta estrada é apenas um pequeno trô-
ço da projectada estrada Vale do Pereiro
—Cruz do Seixo — Cabeço da Raínha.

Encarecer a necessidade o importância
desta estrada, já para a seje do-concelho,
já para os povos que serve, seria quási que
pretender demonstrar o que é evidente.
Pois’que, corre já como verdade proverbial
que aSertã com seus arredores de aspectos
variados, suas ribeiras, seus pinhais, seus
cabeços cheios daquêle pitoresco quedistrai,
concerta, acalma, revigora, sem outro es-
fôrço maior do que deixar-nos viver entro
espas belezas naturais, se presta a um bom
e óptimo refúgio para aquôles que uma vi:
da forçada obriga a permanecer nos gran-
des centros, a maior parte do ano, onde o
ar é viciado, a luz coada por entre caliças
fatscando nos telhados, morrendo entre
grandes paredões espôssos, digo, a Sertã
que tem, realmente, esgas belezas naturais,
simples, sãs, variadas, que conduzem ao
sossôgo, ao bem estar dos que buscam um
pouco do liberdade, desatôgo em contacto
com a natureza forto e boa, mal vai que
não cuide dos seus pontos dominantes,
nôsto género,

Um dôsses pontos é, será o alto Ca-
beço da Raínha.

Ligar ôste ponto com a sede do:con-
celho não é de tam somenos importância
como à primeira vista pareça, Dali; da-
quêle ponto, situado no extremo oriente do
concelho se guza um dos mais surpreen-
dentes panoramas que a vista pode abran-
gor, Cóu, terra e ar são ali trôs coisas ma-
gníficas, tam harmoniosas que dificil será
encontrar coisa semelhanto em muitas lé-
guas à roda,

E seo homem precisa recolher-se em
ai, meditar, comparar-so com a grandeza e

Picoto da Rainha, bom past:
Dum enorme rebanho de montanhas,

Eu compreendo bem a tua dor

E sinto o solução dessas entranhas…
Saiidades tristes dum perdido amor,

Não há mais cruéis, não as há tamanhas. . .
Sentinela àlerta, sempre vigilante,

Diz à dor «passe de largo, bem distante>.

(L. Silva Dias —Da Possia «A* Sortã», re-
oitada pelo autor no baílo do inaugu-
ração do Olube Sertaginense, em
277 = 1915

mage tade da natureza eterna e boa, suba
ao Cabeço da Raínha e meça ou imagine o
que vê na sua frente! Uma uutra Ruínha
uma Rainha de tanta majostade e grandeza
que a sua cabeça coroada de rosas brancas
e refulgentes inunda de luz Portugal intei-
ro. : 7

Essa Rainha é a Serra da Estrêla.

Não lhe será difícil, alongando a vista
ao sul, encontrar, também, um grande Rei,
em sua marcha triunfal, através dos famo-
sos campos do seu e nosso Portugal. Rei
poderoso que a lua f.z lançar tapetes de
prata sôbre o seu caminho e nem o sol se
recusou a enviar lhe os seus raios mais
dourados e nem os campos lhe negaram as
mais formosas florer, as aves 08 seus cantos
e u humem:o seu eterno preito de gratidão
por tantoa benefícios dôle recebidos.

Esso Rei 60 Tejo.

Serra da Estrôla e Tejo, eis uma Raí-
nha e um Rei, vigiados, acompanhados de
longe por um Rei Rainha que nos dá a
grande glória de podermos saitidar, com a
nossa própria vista, as belezas máximas de
Portugal, A Scrra da Estrôla e o Tejo nas
suas margens !…

Falar agora da utilidado de uma es-
trada até ao Picoto, relativamente aos po-
vos que atravessa, di-lo muito melhor a subs
crição que vem publicada hoje, noutro lo-
gar dêste semanário.

Não seria coisa extraordinária qual
quer auxílio superivr a juntar à subscrição.
Pretende esta subscrição ligar o último
trôço de estrada com a Cruz do Seixo, apro
veitando caminhca e adaptando-os à viação
mecânica,

Ermida, 26- 8. 941

Jva. BP

prejutzo da saúde, ou de a

deitar fora porque, geralmen- | verde devia, simplesmente, ser
fe, apodrece quando se preten- | apreendida.
de que amadureça,

Assim se acabaria com o

Em nosso entender, a frata | hábito pernicioso dos ganan:

ciosos, dos que procuram tos
dos os modos de nos expoliar
com o maior descaramento,

“c. d lápis

O Cabeço da Rainha, donde

se desfruta o mais vas-
to eum dos mais lindos pano-
ramas da nossa região, está
situado a 1.080 metros de al-
titude,

Por ordem decrescente se-
guem-se lhe: Bravo, 898 me
tros; Covões, 842; Serra do
Figueiredo, 824; Muro, 726;
Figueiredo, 602; Troviscal,
570; Ermida, 511; Santa Mas
ria Madalena, 474; Senhora
da Confiança, 458; Mosteiro
de Sant’lago, 431; Várzea,
419; Sernache, 415; Cumiada,
382; Cabeçudo, 879; Marme-
leiro, 375; Castelo, 374; Ser-
tà, 287.

esa
NAS escolas primárias e se-
cundárias do Urnguai
tornoa-se obrigatório o ensi-
no da língua portuguesa.

O facto é de molde a orga-
lhar-nos e envaidecer-nos, Por-
tugal, com o sen prestígio e
magníficos exemplos de or-
dem, trabalho e paz, tem sa
bido conquistar a simpatia de
todos os povos civilizados do
Mundo, elevando-se, no sen
conceito, como pioneiros do
cristianismo e dos mais belos
ideais humanitários.

A maviosa língua de Camões
vem encontrando uma extraor=
dinária expansão nos países
cultos, destacando-se, entre os
demais, os da América do Sul,

HO

CHEGARAM ao Tejo dois

vapores americanos com
importantes carregamentos de
trigo para abastecimento do
País,

so

OS nossos mercados estão a

ressentir-se, gravemente,
da especulação de muita gen-
te sem escrúpulos, que apro»
veita todos os pretêxtos para
elevar os produtos aos preços
mais fantásticos, e, com esse
fim, usa de jogos malabares,
um dos quais — aquêle que dá
melhor resultado —é dificaltar
o abastecimento geral.

Brinca-se com coisas sérias
sem medir os riscos! Espeta-se
a unha sem receio de impani
dade, maldosamente, atribix
lidriamente |

Desconhecer-se À que a fomê
é má conselheira ?

Produções hortícolas e aves
de capoeira — para só falar
mos nestas — têm subido, dia
a dia, alcançando preços ina-
creditáveis e nunca vistos!

ro

NA semana passada vendeni-

se aí sardinha miúda, a
que valgarmente chamamos
petinga, ao preço de quinze
tostões o quarteirão,

Foi nma compensação para
quem a tem pago por bom
preço e uma esperança para
os que se viram forçados a
divorciar-se do saborosíssimo
peixe, indispensável na casa
do pobre e do rico, ]rico, ]

 

@@@ 1 @@@

 

CASTELO BAANCO-COIMBRA

PARA

A “Companhia de Viação de Sernache, Ld,º estabeleceu a liga-
ção entre Castelo Branco e Coimbra, com horários apropriados de
grande vantagem e comodidade para o público.

AS 2, 4, E 6,1º FEIRAS AS 3.88, 5.ºº E SABADOS

Obeg. Part. Oheg. Part.
Coimbra ., . 11-50 | Castelo Branco …. 9.15
Figueiró dos Vinhos 14 14 25| Sobreira Formosa . 11-00 11 10
Sernache do Bomjar- Proença-a Nova . 11:30 11 40
din R 0 5:03715-10/Sertã. DM à .212-30518.00
Sertã. + 15 30 15 30] Sernache do Bomjar-
Proença-a-Nova . 16-25 1635] dim . 13-20 13 33

Sobreira Formosa . 16 55 17-05 | Figuei:ó dos Vinhos 14-15 14-25

Castelo Branco . 18-50 Coimbra . « 16-35
Castelo Branco –Coimbra |. Esc. 47$50
> » ida e volta . » 72850

Não deixem de enviar as suas encomendas por esta carreira

“Aceitam-se encomendas para o PORTO, RÉGUA S. JOAO
DA MADEIRA, VILA REAL, VISEU e tôdas as localidades servi
das pelas carreiras de Joaquim Francisco de Oliveira Lda,

CANALISAÇÕES-TELHADOS-TETOS
Re ro

“ae ENS
E Ss? Se,

Depósito Central em Tomar

JOÃO FERREIRA PINHO
TELEFONE N.º 113

‘ PENSÃO BRANGO

(ANTIGA CASA MARIA MOLEIRA)

A preferida por tôda a gente que permanece na Sertã ou a vi-
sita, pelo seu ótimo serviço de mesa e magníficos quartos,

– INSTALAÇÕES MODERNAS, AMPLAS E BEM ILUMINADAS

Ao visitardes a Sertã, que tem belos passeios e lindos
pontos de vista, não deixeis de procurar esta pensão.

PREÇOS MÓDICOS

 

Serviço privativo de automóvel,
1/11/11 0/0 4/

Avenida Baiama do Bastos – SERTÃ

Cpanasacasasas anusna nona cascas anacco af”

PR oro opevoricnagannde nana

clio aim

Colégio de N. Senhora de Fátima
ABRANTES
Telefone, 66

Para educação de meninas internas, semi-interas 6 externas

lostração Primária, Admissão o Cargo Geral dos Licous

Indústria de extracção e refina-
cão de azeite e de
extracção de Óleo de bagaço

(CONTINUAÇÃO)

Das autorizações e respectivos pedidos

Art.º 3.º — As emprêsas individuais
ou colectivas que, relativamente a al-
guma das indústrias aludidas, preten-
dam praticar qualquer dos actos referi=
dos nas alíneas do artigo antecedente,
devem requerer a respectiva autoriza-
ção ao Ministro da Economia por inter-
médio da 1. 6.1. C. A,

$1.º — Os requerimentos devem in-
dicar concretamente a pretensão dos
requerentes, o seu mome, domicilio e
nacionalidade, a espécie de indústria e
a situação dos estabel:cimentos que
possuem e serão Instruídos com os do-
cumentos seguintes

a) Memória descritiva das instala-
ções e maquinismos industriais;

b) Planta geral do estabelecimento,
da qual se possa aperceber também a
sua localização relativamente à via pú-
blica, aos prédios circunvizinhos e aos
cursos de água que porventura existam
próximos;

c) Plantas, cortes ou outros porme-
nores que mostrem a distribuição dos
maquinismos, incluindo motores, trans-
missões e localização das instalações
sanitárias, de modo a verificar-se se
no projecto do estabelecimento se ob-
servam Os preceitos especlais prescri-
tos para a indústria e’as instruções re-
gulamentares de higiene, salubridade e.
segurança exigidas por lei;

d) Descrição do método de laboração
que se pretende adoptar na nova insta-
lação;

e) Indicação da capacidade máxima
de laboração do estabelecimento, bem
como, descriminadamente, a de cada
um dos seus elementos;

1) Número aproximado de trabalha-
dores que se ocupam ou poderão ocu-
par-se no estabelecimento;

£) Documento comprovativo da pro-
priedade ou posse do prédio onde está
ou se pretende instalar o estabeleci-
mento.

h) Cópia dos estatutos oficialmente
aprovados, quando se trate de lagar
cooperativo ou social.

2º — A memória descritiva deverá
ser feita em impresso especial, forne-
cido aos interessados pela |. G. |, C.A.
após a recepção dos requerimentos,

3º — A]. G. 1. C. A., por inter-
médio da sua sede ou das delegações,
poderá, para conveniente instrução dos
processos, exigir aos requerentes, além
dos documentos referidos, quaisquer
informações relativas aos inconvenien-
tes da indústria e às condições de ex-
ploração, incluindo as de manipulação
transporte e armazenamento de maté-
rias primas, de produtos e resíduos in-
dustriais e gualâquer outras que consi-
dere necessárias.

S 4.º—Tratando-se de pequenas ins-
talações, deverá a Il. G. 1 C. A. dis-
pensar a apresentação dos documentos
referidos nas alíneas do $ 1.º que con-
sidere desnecessários e deverá igual-
mente dispensar sempre os que se en-
contrem já em seu poder, encorporados
em outro processo respeitante aos re-
querentes.

Art.) 4,9 — Nas autorizações conce-
didas para substituição de máquinas
ou outro equipamento industrial poderá
ser imposta a condição de todos ou al-
guns dos antigos serem inutilizados,

S1º — A esta inutilização procederá
O Interessado, a expensas suas, na pre-
sença de um representante da 1, G, |.
C. À,, que lavrará o respectivo auto,

2º — Pode porém o interessado
requerer 4 1. G. |. C. A, que, em vez
da inutilização das máquinas ou outro
equipamento Industrial, se proceda
sua aplicação a outra indústrias

Neste caso proceder-se-á Imediata-
mente à sua selagem, que se manterá
até ser concedida a competente auto-
rização,

$3.º — Se às referidas máquinas ou
equipamento for dado pelo Interessado
destino diferente do autorizado, serão
também lançados as novas máquinas
ou equipamentos até que lhes seja dado
É destino prescrito no corpo dêste ar-

(Continua)

e eo o rare treme

Venda de um tonel

Siríaco Santos, do Outei
ro de Alagõa, pretende ven
der um tonel, quási novo,
com a capacidade do Bb
almudes, por Esc. 1 200800
cujo valôr — avaliado por
pessoa muito cntendedor a -—
monta a Ese, 1,7008400

CURSO LICEAL

Professor diplomado lee
ciona o 1.º ciclo dos liceus
(1º, 2.º e 8.º classes), apro-
sentando a exame,

Nesta Redacção se infor-
mp, l

A Comarca da Sertã

Compra c vende ouro e

Interessantes ‘e magníficos artigos, de
finíssimo gôsto, próprios para brindes |

Sntónio da Bilva Qourongo

acaba de abrir uma

SECÇÃO DE OURIVESARIA
JOIAS, OTRO E PRATA . |

ms

prata cm segunda mão

RUA CANDIDO DOS REIS— Ss E AT À

mersasa

Instrução Primária, Admissão ao

Os mais brilhantes resultados nos Exames oficiais com uma
média de 92 “/, de aprovações nos seus nove anos de existencia

Instalações exemplares, obedecendo a todos +
os requisitos da higiene e -da pedagogia

& Laboratórios completos de Física, Química, Bio- i
ê lógicas e Geológicas, Gimnásio e Campo de Jogos

(1.º e 2º ciclos) Admissão d Universidade = =

| COLÉGIO DE NUNALUARES |

Liceu  Curso completo do Liceu

SÉ PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA POSSIVEL E SEM QUAISQUER EXTRAORDINARIOS e

DESasconsa,

INTERNATO E EXTERNATO
PEÇA O NOSSO REGULAMENTO ILUSTRADO

Carreira entre Sertã = Figueiro dos Vinhos – (oiubra

Ás 2.º, 4º e 6.º
Oheg. Part,
Coimbra …….. 11-50
Figueiró dos Vh.S 14-00 14-25
Sertã .ce-cscocao 19-20
Segue a C. Branco

Companhia de Viação de Sernache, Ld.º comunica ao
público que as carreiras entre Sertã —
Figueiró — Coimbra, têm os seguintes horários:

|A’s 3.”, 5.º e sábados

Vem de G. Branoo
Oheg, Partd.
Sertã sialalotatofataio na 1300

Sernache Bom.º” 1503 15-10 | sernache Bom. in 1320 13 33

Figueiró dos Vh.” 14-15 1425
Coimbra ….. … 16-35

AS lercas feiras o dios 23 de cada mês

Oheg. Partd.
Sertlme tina esa 5-15
Sernache Bom, “im 5.35 5-38
Figueiró dos Vh.” 620 625
Coimbra …….. 8-4

salvo se o dia 23 fôr domingo, pois neste caso
efectua-se ao sábado

Cheg. Partd.
Coimbra …….. 16-00
Figueiró dos Vh.ºº 18-25 18-30
sernache Bom.” 1912 19:15
Sertã mao cocos 19-35

 

Colégio VAL SEARA

Curso dos Licous

Instrução Primária

SERRACHE do BOMINRDIM

PROFESSOR

Ensina instrução primária, 1,º
e 2.º ano dos liceus, contabilida-
de e faz preparação cuidadosa
para os exames de regentes de
postos escolares e de admissão
aos liceus, Lecciona durante as
férias actuais,

Informa-se nesta Redacção,

Cn

ESTUDANTES

ACEITAM-SE em Tomar. Casa
de confiança, tratamento familiar.

Informa se nesta Redacção.

Postais com vistas da Sertã
(EDIÇÃO PRIMOROSA)
Vendem-se nesta Redacção

| Colecção de 7 postais — 7400 |

Bíblia sagrada

Vende-so um volume —
edição peifeita—nitidamens
Le nova,

Quem precisar dirija-se a
esta Redacção.

 

Oficina de Chapelaria
ODE

João Martins Pinheiro

 

Venda e fabrico de chapéus
Conserto, translurmação, lavagem e
tintos em chapéas asados
Sempre à venda us ditimos e mais mos
dernos modêlos de
chapéus em tôdas as côres

Perfeição e economia
PALÇOS SEM COMPETENCIA
Praça da República — Sertã

E

Norberto Pereira
Gardim
SOLICITADOR: ENCARTADO

DD
Rua Aurea, 189 2.º D;*
TELEFONE 27111
LISBOA

 

@@@ 1 @@@

 

» Transporte, 9 623800

 

Vale bem a pena…

O sr. correspondente do «Diá-
rio de’N: tícias» na Sertã, duran-=
tea sua ausência em Agosto, dei-
xou pessoa de confiança a subs-
tituí-lo naquêle cargo; essa pes-
soa limitou-se a enviar uma notí-
cia resumida sôbre as festas pro-
jectadas dos Bombeiros, na qual,
como é evidente, citava os dias
da sua realização

Pois, não obstante a notícia ser
simplificada, tam insignificante a
quiseram tornar que ela aparec u
assim no n.º 24 de Agosto:

Sertã, 23 — Em benefício da
prestante corporação dos Bom-
beiros Voluntários desta Vila, es-
tão projectadas grandes festas,
inaugurando-se no primeiro da-
quêles dias o pronto-socôrro re-
centemente adquirido. O produto
destina-se ao pagamento integral
da viatura e à aquisição de outro
material necessário. A mesma cor-
poração comemorou há dias o
«Dia do Bombeiro».

Ora aí está! «., .inaugurando-
se no primeiro daquéles dias.. »!
Que dias?! Ficou tôda gente sem
saber, m s isso é o menos, ., Se
se tratasse do relato dum crime
não faltaria o mais pequeno por-
menor e até o correspondente ou-
viria uma rabecada se fôsse par
co em minuciosidades !

«O Século», então, não disse
nada! Realmente é preferível
guardar silêncio do que dar in-
formações deturpadas.

Vê-se mesmo que vale a pena
mandar notícias aos grandes
diários!

o +

Hospital da Sertã

 

Subscrição aberta pela «Co»
missão dos Amigos do Hos-
pital da Sertã., em Lisbca,
para a compra de material
cirúrgico:

Ex.?ºs Snrs. Antônio da Cos-
ta, .1.000800; António Nunes da
Silva Matta, 100800; Dr. Flávio
dos Reis e Moura, 100800. Sora,
1 200800.

“A transportar, 10.8238C0.
: + Oro

UMA PREGUNTA

Alguém, do Cabeçudo, pre-
gunta. por noso intermédio :

— Ainda existe a comissãojdos
festejos a N. S. da Piedade de
1940 ?

E conclue com esta observação:

— Como nunca mais essa co-
missão se manifestou e porque o
produto das festas se destinava a
reparações da igreja motriz e da
capela de N. S. da Piedade, lem-
bre-se que é preciso prestar con=
tas, E até breve.

Oo
Aviso súbre cotrespondência

Entraram em vigor, no dia 1.º
do corrente, as novas franquias
postais.

Em virtude do seu agravamen-
to na Metrópole, avisamos todos
os nossos prezados assinantes €
quai outras pessoas que se
nos dirijim que passamos a res-
ponder pela nossa secção Marco
Postal, que será, também, utili-
zada para acusar o recebimento
das importâncias destinadas a li-
quidação de assinaturas ou a
qualquer outro fim; porém, nos
casos em que não seja de acon-
selhar esta norma, responderemos
directamente, notando-se, con-
tudo, que, quando houvermos de
tratar de assuntos de seu exclu-
sivo interêsse. devem, tôdas as
pessoas, enviar as estampilhas
necessárias ou postais com res-
posti pega Damos como não re-
cebida a correspondência que não
esteja nestas condições,

Gastamos, anualmente, muitas
centenas de escudos em franquias |
e não estamos dispostos a ver
aumentada uma despesa que di- |
ficilmente vimos suportando.

A Administração

 

Mravés da Comarça

Tecra ME
(Noticiário. dos: nossos Correspondentes)

PEDRÓGÃO PEQUENO, 25 — Vin=
da de Lisboa, encontra-se nesta vila
a Sr? D. Maria Constança Brandão
Lopes.

— Saíram para a Figucira da Foz,
east Napnes Rodrigues, espôsa e

 

CASTELO, 30 — Mais uma vez ou-
samos chamar a atenção de quem de
direito para a organização do Recen-
seamento Escolar desta Iregaesia.

Há 4 ou 5 anos que a Comissão do
Recenseamento, vem teimando, sem
nada que o justifique, a exclair da
área Escolar do Castelo as povoa
ções da Póvoa. Arnoia e Ribeira Vem

lha que pertenciam à área Escolar do
Mourisco, não obstante as repetidas
reclamações feitas no tempo do Sr.

Director Sobreira

Porque tado leva a crer que no Fe=
cente recenseamento se tenha reinci=
dido na teima do facto vimos dar co=
nhecimento ao actual Sr. Director.

Basta que 5. Ex.? digne mandar
averigaar por pessoa fidedigaa, da
distância a que essas povoações ficam,
respectivomente, do Mourisco e do
Castelo, e estamos certos que S. Ex.à
providenciará devidamente como é de
tôda a jastiça.

D+
Naria Teresa

Uma agradável notícia recebe-
mos há dias: interessante e
gentil Maria Teresa, extremosa
filha do nosso patrício e amigo
sr. Ernesto E. de Carvalho Lei
tão, activo e conceituado comer-
ciante da praça de Lisboa, e de
sua espôsa, sr.” D. Irene Cid Du-
rão de Carvalho Leitão, após lon-
gos e cruéis meses de inacção
absoluta, por virtude de grave
doença, foi autorizada, pelos mé-
dicos ass’stentes, a levan’ar-se,
Isto quere dizer que se operou
uma cura completa.

Exultam de alegria a simpática
jóvem e seus queridos País e to=
dos aquêles que, como nós, a
estimam e lhe apetecem tôdas as
felicidades que merece pelas suas
boní-simas qualidades.

Permíta Deus que a Maria Te-
resa, agora, felizmente, cheia de
saúde, volte a ser aquela garota
travêssa e viva que vimos há
bastantes meses pela última vez
e dê, a seus bons Pais, tôda a
ventura que lhes pode propor-
cionar.

Daqui lhe enviamos um chi
coração e, a seus Pais, as nos-
sas felicitações muito sinceras.

Voltas a lápis

(Continuação)

AS nossas ribeiras têm ser-
vido sempre, e de há um

tempo a esta parte muito mais,
para despejo de tôdas as por-
carias e de avultadas quanti-
dades de entulho, a ponto de
causarem o assoreamento nal-
guns sítios.

Achamos que é tempo de
acabar com o abuso.

Para o assunto chamamos
a atenção da Direcção Hidráu-
lica de Santarém,

ra
AMIGOS!

À Corporação dos Bombeiros
Voluntários, que ainda deve al
guns milhares de escudos pla
aquisição do pronto socórro de
que carecia em absoluto e preci-
sa de comprar algumas dezenas
de metros de mangueira, pede a
todos os Sertanenses e amigos
da Sertã para a auxiliarem den-
tro do máximo das suas possibi-
lidades.

Trata-se de uma corporação
humanitária, cuja existência é im-
prescindível porque garante a
conservação da vossa vida e ha
veres em caso de sinistro,

Prestai-lhe, pois, sem reservas,
o vosso apoio incondicional,

«Vida por vida» é o seu lema!
Ele soa aos nossos ouvidos como
toque estridente de clarim |

A Gomarca’da Sertã :

COISAS PASSADAS

NOS MEUS

Nos meus tempos… Esta era
a frase que servia de introito aos
velhos no meu tempo de rapaz,
quando queriam enumerar algu-
mas das suas façanhas ou preten-
diam pôr em confronto o proce-
der de então com o do presente,

No capiulo—caça — que é afi-
nal um dos melhores passa-tem-
pos do homem beirão, os velhos
contavam-nos coisas mirabolan-
tes que nos deixavam boquiaber-
tos por tanta perícia, por tanta
matança, por lances de atirado-
res tão verdadeiramente fantás-
ticos |

E como êles nos contavam as
peripécias inacreditáveis de fei-
tos que nunca tiveram, nem po-
diam ter, realidade !

Sim, porque o caçador é, ges
ralmente, um mentiroso incons-
ciente, pois à fôrça de tanto con-
tar tal proeza inventada, chega a
convencer-se, por fim, passados
anos, de que o facto se realizou—
que se não ofendam os poucos
caçadores patrícios que contam
os seus feitos com honra—entre-
tanto, sempre é bom lembrar
aquêle provérbio latino: omnis
homo mendar.

E o caso é que na nossa inge-
nuidade de beirões, nos dei-
xávamos ir no bote — como sóe
dizer-se—e, coitados de nós ca-
qadores de três por um vinem,
ficávamos estarrecidos por tanta
falta de arte e confessávamos,
afinal, que já não havia atirado-
res, que não havia quem soubes-
se fazer um bom tiro, liquidar
uma perdiz na fuga rápida da
moita em que se refugiara, ou
cortar a passagem a um coelho
que saísse da toca acossado pe-
los podengos.

Som s uns míseros caçadores,
pechotes até à quintinssência /—
concluíamos nós.

E o caso é que de tanto ouvir-
mos os velhos falar destarte, eu
e os rapazes meus contemporã-
neos, ficávamos no convencimen-
to de que, de facto, a parte do
século em que havíamos nascido
não estava sob o signo de Santo
Hmberto e, daqui, a nossa im-
perícia e o não nos ser permitida
a entrada na sua confraria como
apóstolos,

Por’ êsses tempos não estava
ainda em voga estragar a biquei-
ra da bota (usava-se então a bo-
ta de elástico), com o pontapé
na bola e, por isso, trocámos os
exercícios físicos e venatórios,
por exercícios de carácter abso-
lutamente mental e intelectual:
faziamos música, faziamos tea-
tro—como actores e autores—e,
nas horas vagas dêste exercício
espiritual, jogávamos nas boti-
cas O gamão—dez jogos um pu-
ro de dez reis—e o solo e o
voltarete, no Club, a real o pas-
se e o tento,

E assim, não viamos desfalca-
dos os nossos vencimentos no
fim do mês —em geral todos éra-
mos funcionários públicos—por-=
que êste desporto era menos
dispendioso do que o da caça,
(sobretudo para mim que tinha
uma habilidade rara para estra-
gar munições) e preenchia o fim
desejado : matar o tempo enquan-
to o tempo nos não matasse a
nós.

Por uma questão de rapidez na
bola giratória a que se conven-
cionou chamar mundo e com os
tantos giros apressar o tempo
cheguei, graças a Deus, a consi-
derar-me já velho, por via de
umas décadas que atingem a bo-
nita cifra de seis e… uns pôsi-
nhos e, por isso, no direito de
dizer como os vélhos: nos
mens tempos…

Ora, como acimo digo, lui,
entre isto, aquilo e aqueloutro,
também caçador, caçador dos
tais, dos de três por um vintém,
mas tenho a minha história, por=
que não há caçador nenhum que
a não tenha, seja êle caçador de
vintém ou de libra; por isso vou

 

TEMPOS…
por FRUTUOSO PIRES

contar tôda a minha prosápia,
todos os meus feitos de um ca-
çador, não digo de quilate por-
que o elogio em boca própria é
vitupério — segundo a sabedoria
das nações — mas os meus patrí-
cius, depois de perderem uns
minu’os na leitura destas minhas
mal alinhavadas linhas (gue es
pero os vão encontrar de per-
feita saúde)… — a frase é au
tenticamente beiroa e da nossa
Terra) dirão da sua justiça, fa-
zendo-me o elogio que julgarem
mais consentâneo com os meus
feitos,

Nos meus tempos… — uso 0
termo por direito de conquista, —
como já disse — e até que trocá-
mos a caçadeira pela lira e pela
arte de Talma, eu, e os rapazes
meus contemporâneos, na época
própria, raro era o dia em que
não íamos à caça depois de fe-
chados os cartórios e repartições
públicas, que nêsses tempos omi-
nosos tinha lugar às três horas
da tarde, como então se dizia.

No tempo dos tordos, então,
os vales a caçar ficavam já esco-
lhidos de véspera, fixando se
desde logo a hora e o ponto para
concentração dos caçadores, a-
fim-de demandarmos juntos a
vila e ficarmos conhecendo os
feitos de cada um. Que os meus
eram sempre os mesmos; esgota-
das as munições e o cinto liber-
to de tordos para lhe não sujar
o verniz.

Mas vamos a enumerar alguns
dos meus feitos, que é o assunto
principal :

Nos meus tempos… ou seja
no meu prímeiro ano de caça-
dor, marcara-se uma corrida aos
tordos para as bandas do Val-
bom, devendo a concentração
dos caçadores fazer-se, por vol-
ta das seis horas da tarde, junto
da Semquerença, então ainda
propriedade do velho Pina, para
demandarmos a vila em conjun-
to e passarmos em frente do
Club, recheadinhos de tordos e
fazermos crescer água na boca
aos que por lá tivessem ficado,
por preguiça, a jogar ou a ler
as gazetas da capital— assim opi-
navam o Chico Moura e o Ros-
si que eram, afinal, os grandes
mestres na arte de bem caçar…
tôda a caça.

Como a tarde me não tivesse
corrido em vento de feição, pois
exgotara as munições, restando-
me, apenas, um cartucho que
carregava a caçadeira sem que
ao menos matasse um tordo para
negaça, fui-me dirigindo, aínda
cedo, ao ponto combinado para
a concentração e, chegado ali,
tomei assunto no sítio que encon
trei mais cómodo para descançar
das fadigas da caminhada, alhean-
do-me já dos tordos e pensan-
do… sei lá em quê?l.., talvez
nalguma túrdia porque também
era caçador nêste género de
aves,

De repente, ouço piar um tor=
do numa oliveira próxima; fixo
o ponto, descubro a caça e co-
meço, com todos os meus cuida-
dos a firmar a pontaria, não se
me escapasse êle e perdesse o
último cartucho. Nisto vejo que
de umas moitas próximas surge
um bicharoco, que me pareceu
um gato ao primeiro golpe de
vista, mas fixando-o melhor vi
que era um autêntico e muito
respeitável coelho ! Todo eu tre-
mi de susto; nunca a sorte me
proporcionara atirar a um coelho,
assim .. à queima-roupa, Era
coelho ao mar; estava escrito.
Seria eu o único caçador que,
certamente, enfeitaria o cinto com
caça grossa, caça de respeito |

Até já pensava na maneira da
Angelina o cosinhar: de môlho
de vilão, à caçadora, etc., etc,.

Nisto, enquanto, mentalmente,
fazia estas corsidereções, sinto
um pequeno barulho, assim uma
espécie de bomba dos foquetes

fNeero logia
David Garcia

Cidade da Horta, 29-2º, em 18
de Agosto, o sr, David Gircia,
de 58 anos, natural da Cavinha,
freguesia da Madeira.

Aos 13 anos partiu para Lis-
boa, onde, desde logo, se dedi-
cou à vida comercial, em que
marcou posição de destaque pe=
las suas invulgares qualidades
de trabalho e honradez, que o
tornaram justamente respeitado.

Deixa viúva a sr.” D. Maria
dos Santos Garcia e era pai dos
srs. Carlos Garcia e Fernando
dos Szntos Garcia, residentes em
Lisboa e irmão das sr.º* D, Au-
gusta Garcia, do Vale de Moz
(Mosteiro) e D. Carolina Garcia,
da Cocharia (Madeira),

O funeral, que foi muito con-
corrido, efectou-se, no dia ime-
! diato, para o cemitério oriental,

A tôda a família dorida apre-
sentamos as nossas sinceras cone
dolências.

 

A. da R—Esta notícia recti-
fica a publicada, no número an-
terior, nesta secção.

HO
Lá vão mais três…

Desta feita vão três quadras
para acabar uma das numerosas
poesias que cá temos !

Não fiquem pesarosos os leito=
res na suposição de que os pri=
vamos de tam belas produções
poéticas! Há cá pano para mans
gas!

O! minha querida terra !…
O! meu berço de marfim |…
Onde recebi os afagos,

Da que velava por mim.

E’s de tôdas a mais bela,
E’s um perfeito jardim ;
Não ha outra que te igual,
E’s a mais linda p’ra mim.

E mata-m’ a nostalgia,
Quando de ti, estou ausente,
Pela minha querida terra
Eu sint” um amor ardente.

pequenos, e ouço em linguagem
de pássaro: para o caçador

Fico atrapalhado, sem saber
que fazer: olho para o tordo e
vejo-o manso e quêdo a destru-
tar a cena, reparo no coelho e
| vejo o sacudir as orelhas, como

quem diz: — ora adeus men
amigo —e virou-me a cauda,
seguindo o seu caminho, Nisto
pouso a caçadeira no chão com
todo o cuidado, não fôsse ela
desarmar-se, e corro o coelho à
pedrada, convencido de que ses
ria mais certa a pontaria.

Mas quê? 1… o coelho lá se-
guiu ileso o seu caminho e…
sem a mais leve beliscadura,

Perdido o coelho — de molho
de vilão ou à ceçadora — lem-
bro me do tordo e faço o meu
raciocínio: assado no espeto tam-
bém não é mau! Deito mão da
caçadeira e faço uma pontaria
firme, dizendo muito baixinho,
só para mim: estás aqui estás
cá,

Preparo-me para dar ao gati-
lho e ouço uma risada enorme ;
fico desconsertado, abaixo a ca-
cadeira e pareceu me ouvir q
tordo com toda a sua pose: ora
vai matar ontrol…

Mas afinal, os responsáveis d
tôda esta tragédia haviam sido

Gustavo e o Henrique Moura,’

l que estavam por detrás de uma

| azinheira a desfrutar-me e deram

“aquelas gargalhadas que me fizes
ram perder a pontaria e conco-
mitantemente, o coelho ou o tore
do. E quem sabe se ambos, por=
que os pobres diabos, via-se mes=
mo, estavam com dó de mim é
da minha triste figura e deixar-

|.se-iam caçar. + só pelo prazer
de me serem agradáveis, em aten=
ção ao meu bom coração que êles
apreciaram, certamente, quando
deram pela minha presença e vi-
ram, sobretudo, a minha inépcia
na arte de bem caçar qualquer
coelho qu tordo,

Faleceu em Lisboa, na Rus., na Rus.

 

@@@ 1 @@@

 

js ARVORES “DO ::

A Comarca da Sertã

Gidadela forte de refúgio
«O pêso da refrega é aturado

2 RS ESSO TT O O (EO ce ice

A SERTA REJUVENESCE

apa neao para 2 construção [Teatro e Cinema na Sertã

a estrada Vale do Pereiro-

: PARQUE DA CARVALHA| O oo mas ns não cota. «Os interesses sagrados do | “Cruz do Seixo-Cabeço | Desde o princípio do corrente
bi E o T—— mos combatendo só por nós. terra que nos viu nascer, ca- ta Rainha a a e d o da Sertã está
E, Tofa-a sr: D.Maria Cristina Aqui, nesta forté Cidadela de EirE ia Palais o má Ones cons Tata Mede
E Caldeira Ribeiro Refúgio que religiosamente abri- O exito completo de uma | (a que se jaz referência no edi- | ima boa parte da nossa gente o
Ea oa sa Hu PEA ufa Tede eae peido do torial de hoje) cinema entrara nos seus hábitos
É “097. Redactor de «À Co=| so Humano e da quai gravemen- nona ando a ptedilectos ficaria o

marca da Sertã>

Tratando-se do projectado afor-
moseamento da alameda da Car-
valha, não quero desaproveitar a
permissão de dar sôbre êste as-
sunto o meu humilde parecer que
passo a expôr:

O arvoredo é que o tornou o
mais agradável passeio da nossa
terra e, se lho suprimissem,
substituindo as árvores por can
teiros de ilores quando já pos
suímos um bonito jardim no adro
da Igreja Matriz, parecem-me jar-
dins demasiados.

Os trabalhos já executados
constituem um embelezamento
muito aprazível, porque a veda-
ção para o lado da ribeira, com
seus canteiros de flores e cara-
machão, que as trepadeiras hão
de vir a tornar um apreciável 1-
cal de repouso os bancos en-
quadrados de vistosos azul jos. a
todo o comprimento do muro de
resguardo, forma tudo um con-
junto harmónico e artístico digno
de elogio, As matas do hospital
edo monte de St.” António foram
devastadas pelo ciclone, não são
de fácil acesso, nem oferecem co-
modidade aos passeantes, por is
so muita falta faria o lindo par-

ue da Carvalha, se lôssem aba-
tidas as suas árvores de espécies
tão variadas e apropriadas ao
nosso clima.

Se meu filho não estivesse tão
longe o que faz extremamente
demorada a correspondência, es-
tou bem convencida, que não
seria diferente da minha a sua
opinião, isto é, que se conservas-
sem as árvores, que também po-
dem proteger as flores que ve-
nham a cultivar se em placas dis-
postas em sítios convesientemen-
te escolhidos.

Agradecendo o favor da inser
ção destas linhas me subscrevo

“De V…, ete.
Maria Cristina C. Ribeiro

+
Vota o sr. Norberto Pereira
“Cardim

«. «Sr. Redactor de «A Co-

te pende a Civilização Cristã,
aqui, cercados pelos mares e
oceanos onde as nossas esqua-
dras mandam; abrigados, dos
ares, prlus proezas e abnegação
dos nossos aviadores: — aguar-
damos, impávidos. o assalto que
se avizinha. Virá talvez esta noi

te. Talvez que venha na outra
semana. Não. virá nunca, tal-
vez… Mas-seja a provação vio

lenta ou long+, ou uma e outra
coisa, não procura-emos armistí-
cios, não admitiremos negocia-
ções: podemos ter misericórdia :
— Não pediremos misericórdia!»

CHURCHILL, — 44 do Junho de (940
rosa

Varredelas e varreduras

Sendo prejudicial à saúde pú-
blica o levantamento de poeiras
produzido pela varredura das
ruas às horas de movimento,
quando o sol já vai alto, pedi
mos à Câmara para determinar
que esse serviço de limpeza seja
feito de madrugada.

Além de prejudicar, a poeira
incomoda e irrita as vias respi
ratórias,

D+

Excursão de bisboa à Sertã

Às pessoas que desejarem to-
mar p rte na excursão de Lisboa
à Sertã, no próximo domingo,
primeiro dia da festa dos Bom
bciros, devem dirigir-se à Rua
dos Douradores, 100 3.º, telefo-
ne 23.392 ou ao Mercado do
Poço dos Mouros, n 0 12.

mara tem o apoio, consideração
e confiança de todos 0» muníci-
pes, só éla é competente para le
var a efeito, o que julgue neces-
sário, conveniente e oportuno —
dentro do possível, isto por-
que, o resto seria olvidar ou na
melhor das hipóteses adiar, o
que brevemente: pode muito bem
Ser uma realidade.

Assim, e porque o velho dita-
do diz:—<Não deixes para âma
nhã o-que podes fazer huje», res-

mente dirige os uestinos da nos-

ao fim,»
JAIME LOPES DIAS

A Sertã sob o ponto de vista hidrom
gráfico, pode orgulhar-se de ser ama
das vilas melhor situadas, o mesmo
não acontece com o sistema topográ=
fico, pois que estando situada nam
plano relativamente baixo torna-a
oculta à vista de quem dela se proxi-
ma, principalmente do lado poente,
pois só consegue avistá-la depois de
entrar dentro dela. Mas não é só es-
ta a causa da má impressão que a sua
entrada deixa em todos quantos a vi-
sitam e para dotar a referida entrada.
de um aspecto que justamente mere=
ce, serão precisas algamas ubras de
valto, como sejam: ama conveniente
reparação no mauro do antigo cemité-
rio, assim como na capela de >an’o
Amaro (a qual a mea ver era maito
acertada a saa demolição), demolição
de tôdas as con-trações ex’stentes
abaixo da residência do Rev Pe A
P. Ramalhosa. cortado o môrro que
dista da residência do relerido Rev. à
do Sr. Joaquim Mendes, ficando as-
sim livre tôda essa faixa de terrenos
entre a capela e a Funte da Boneca,
a qual a ser devidamente arborizada
e ojordinada, tornaria esta entrada
encantadora, -pois que ainda segando
a opinião púbiica (assim como a mi-
nha), o fataro mercado coberto virá
a ser construído junto ao referido
local,

Quanto à entrada nascente, é assanm
to do momento, expressar a minha
upinião à nota da Presidência da Cam
mara Manicipal, incerta no n.º 250
dêste periódico.

A Alameda Salazar (Carvalha), é
sem dáv da ama faixa de terreno com
admiráveis condições de embeleza-
mento para um PARQUE, não só por
estar janto à «ribeira, como pela saa
situação à entrada da vila, tendo o
seu aspecto topográfico apenas como
contra a carvaiira oensionada pela
Quinta do Convento, da qual se devia
desmembrar o primeiro botaréa, que
vai desde a entrada da Alameda à es=
cadaria que dá acesso ao Convento.

Lamento que haja sertanenses cm
opiniões piegas, arregadas a velha-
rias dam p ssado distante, que neces»
sitam transformação, por isso todos
os que opinam pela conservação da
Carvalha secúlar, demostram não ter
a mais pequena noção (conhecimen=
to) da completa transformação por
que têm passado e estão passando,
não só cidades ou vilas, como algamas
das aldeias mais reconditos e anóni=
mas Para conironto queiram recor=
dar o aspecto que: ainda há 3 anos
nos dava o Adro da Igreja Matriz e o
que nus oferece actaalmente, a-pesar-
de a sua arborização ainda não prox

Lisboa — Jalho de 1941,

José da Costa Carvalho, 200800;
José Fernandes Ribeiro da Cos-
ta — Perna do Galego, 100800;
P.º António Lourenço — D Ma-
ria, 50200; Manoel Diss Custó-
di» — Perna do Galego, 30800 ;
Sebastião Alves Pereira Casta
nheira, 50800; José Farinha Ma-
tias – Castanheira Fundeira, 20800,
Manorl Purinha Tavares— Ermi-
da, 208 0; António: Farinha—D.
Maria, 20800, Manoel Martins —
Ermida, 20800; José Esteves—
Castanheira Fundeira, 20800; Al-
bino Lopes D. Maria 15800;
José Farinha Neves — Castanhei-
ra, Pundeira, 15800; Sebastião
Alves — Relvas, 20800; Manoel
António — Castanheira Cimeira,
60800; Libânio António — Ermi-
da 20800; P* António Alves
Catarino—Ermida, 50500; Antó
nio Farinha Alves — Perna do
Galego, 20800; Jisé Farinha—
Perna do Galego, 10800; Manoel
Mariins Fundeiro – Ermida, 15300;
Tenente José Alves Pereira, 40500;
Minoel Pires — Sipote, 50800;
Joaquim Lopes Cardoso — Vale
do Pereiro, 100800; Manoel Dias
— Perna do Galego, 50800.

A transportar, 995800,

eso
Sesfa del. Sr.’ da Confiança

Como já dissemos, realiza-se
nos próximos dias 7 e 8 a festa
de N. Sr.º da Confiença, subúr-
bios de Pedrógão Pequeno, a
qual, êste ano, se reduz, prâti
camente, a diversas solenidades
religiosas no dia 8.

rs

abertura da caça

A abertura geral da caça, em
todo o País, tem logar no pró-
ximo dia 15.

Entre os caçadores da região
reina o maior entusiasmo ; pre-
param se as espingardas e o car-
tuchame, mobilizam-se os cais
e cardam-se as botas para as
grandes batidas, que hão de dar

Que todos os devotos de San

passa-tempo e um meio insubsti-
tuível de cultura.

Surgiu, inesperadamente, uma
ordem superior para desligar a
corrente eléctrica da nossa casa.
de espectáculos e tôdas as supo-
sições são unânimes em afirmar
que a repartição competente se
baseara na possível falta de se-
gurança individual dos especta-
dores em cas» de sinistro ou,
talvez, ainda, nalgumas deficiên-
cias de ordem técnica no que
diz respeito à construção do edi-
fício |

Atrevemo-nos a afirmar que,
seja qual for o motivo que de-
terminou uma sentença-tam pe-
remptória e sumária — que nem
sequer permitiu a mais insignifi-
cante explicação, a mínima defe-
sa ou, até, o esbôço de um apê-
lo—o facto é bastante d-sagra-
dável e causa prejuízos ao Club,
que na exploração do teatro e
cinema encontrava uma das me-
lhores receitas, e ao próprio Es=
tado, pela apreciável percenta-
gem que cobrava dos espectá-
culos.

Mas está o nosso teatro, utili-
zado para cinema nos últimos
tempos, em tam delicien ese pés-
simas condições que não possa
ser aproveitado? Porquê, então,
êle serviu durante o largo perío-
do que vai desde 1915 a princi-
pios de 1941 ?

Sabemos bem que não foi só
o nosso teatro que se mandou
encerrar; outros estão em idên-
ticas circunstâncias. Ainda não
há muito tempo que draconiana
medida foi imposta aos dois ci-
nemas de Olhão, motivando for –
tes protêstos e reclamações, não
só porque, como centro piscató-
rio e Fabril, tem uma população
importantíssima, mas também
porque os pobres do concelho
beneficiam lârgamente das recei=
tas dos espectáculos.

Por certo, a grande maioria
dos teatros e cinemas da Provín=
cia virá a sofrer a mesma sorte,

Pretender que no nosso teatro
se executem obras de vulto para

Dra pas porcionar o efeito que virá a ter da- | que falar | que venha a funcionar, também,
| E LD MDA Sei nao Pipa ain cera homensas a qui por mais uns anos. As lebres, os coelhos e as per- | como cinema, isso equivale à
PF sboa, 18 de Agosto de 1941. ” q O e dizes vão ver uma fona! proibição definitiva da sua rea-

bertura porque não há dinheiro

|. sa querida terra, A a E difica-
marca da Sertã i Pedralgir | to Humberto sejam felizes e não | para efectuar grandes modifica:

j d ra pneus Aco rose E se esqueçam do pessoal cá da|ções e, ainda que o houvesse,

4 É SERTÃ eração pá Redacção, que está desertinho | seria pouco de aconselhar e até:

E ES e i – | redun ‘ai ami-
| E* louvável e impõe-se à con- De X.*, ele, FEIRAS por comer uns coelhitos com ar un ‘arja em acto de má aqmi

sideração de todos nós, os au-
sentes, o pensamento do Ex.Ӽ Sr
Presidente da Câmara Municipal,
mas, parece me infeliz, isto pelo
muito que tenho visto em assun-
tos. de tal natureza, senão ve-
jamos:

Os votos até agora E
no seu conceituado jornal, não
são concordes, e se o [ôssem,
seria certamente milagre do Már-
tir S. Sebastião, parte integrante
da velha Carvalha. de tão gratas
recordações de minha infância,
assim como a velha Igreja. onde
muitas vezes ajudei à missa, ao
então já velhinho e bondoso Pa:

Norberto Pereira Cardim

E? do sr. dr. António Nunes e
Silva e não dr. António Nunes
da Silva o voto inserto no nú-
mero passado,

Durante o orrente mês de Se-
tembro efectuam-se as seguintes
feiras: âmanhã, em Oleiros; nos
dias 7 e 8 em Sobreira Formo-
sa e da Senhora da Confiança,
em Pedrógão Pequeno.

foz e umas perdizes de fricassé!

Este número foi visao pela
Comissão de Censura
de Castelo Branco

À MARGEM DA GUERRA

nistração, dispender uma soma
elevada que não obtivesse um
jro sofrível, porquanto a fre-
qliência, tanto em cinema como
em teatro, tem sido relativamen-
te diminuta, encon’rando-se a
sua causa na pobreza do meio,
onde a maioria da população é
formada de modestos operários,

Posto isto, ficamos espe-ança-
dos de que umas ligeiras obras,
satisfazendo o mínimo das exi.
gências, permitirão a reabertura
de uma casa de recreio que é in=
dispensável existir na Sertã e nu=
ma época em que o bom teatro e
o bom cinema representam, in=
discutlvelmente um. instrumento

| dre Joaquim, por ordem do Snr.
am Profesor Tomaz Plorentino Na- adm él a a e desen:
Es morado, aos quais presto saiidosa volvimento intelectual,
| homenagem, | : epi
Pela fôrça das circunstâncias, não a
foram destruídas as àrvores pelo ASSINATURAS

Er Pg
E TAN y

As transformações por que Lisa
boa, nos últimos anos tem pas
sado. não seriam possíveis com
a opinião de outrem, porque &s-
tes seriam os primeiros a contra-
riá las, quando atingidos nos
seus supostos direitos ou legi-
timos interêsses. | y

E, porque estou plenamente

Os veículos motorizados têm dado as mais decisivas provas como agentes irresistíveis
de vitória. Os ingleses inventaram os TANKS e estão-lhes constantemente aplicando novus
teorias de aperfeiçoamento ofensivo e defensivo.

| último ciclone mas se o fôssem,

. o remédio seria plantarem-se ou- Pedimos a todos os nossos as=

io tras, como sucedeu em algumas sinantes, a quem enviámos últi=

po que a deal ou eum gerlaro mamente recibos à cobrança, pelo
É E , : correlo, e não os liquidaram, o
+ a Fr; a y E
Ea Hina ER a tanto, sem prévia con: favor de nos remeter as respe-

etivas importâncias com a maior
brevidade, evitando uma acumu-
lação desnecessária de recibos e
consequente falta de pagamento
de fundos respeitantes a números
já publicad s, o que nos causa
grande transtôrno,