A Comarca da Sertã nº25 28-01-1937

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DIRECTOR E EDITOR
EDUARDO BARATA DA SILVA CORREA
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
PS BRIIA SERPA FPINTO-SERTAÃ O.
Proprieilade da Emprêsa Edifora d’A COMBRCA DA SERTÃ (em organização)
AVENÇADO
FUNDADORES
Er José Carlos Eprhardi o
Dr. Angelo-Henriques Vidigal
—— António Barata e Silva se
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa.
COMPOSTO E IMPRESSO. e
COSTELO BRLICO
TELEFONE 112)
A
A NO 1 Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã, A ER E
Nº 95 Oleiros, Proença -a- Nova e Yila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Gardigos (do concelho de Mação) | “ss
Notas…
Emissora Nacional, no in=
tuito de aumentar e me-
lhorar tanto quanto possivel
os seus serviços de radiodifa-
são, vai, inaugurar brevemen-
te um novo emissor de onda
curta, emissor que será ouvi-
do em todas as Colónias do
Império e ainda por toda a
população poringuesa que se
encontra disseminada pelos
quatro Continentes.
Desta forma, todos os por-
tugueses que se encontram a-
fastados da Mãi-Pátria, ainda
que seju nas terras mais re-
motas, terão a grande alegria
de receber notícias das várias
localidades onde nasceram, e
onde eventualmente tenham fa-
milia e amigos. Para este fim
conta a Emissora Nacional
com a colaboração de vários
periódicos da Provincia, nos
“quais encontre informações
“que possam interessar os co-
lonos, e que, por isso, serão
transmitidas,
— Em conformidade com esta
iniciativa, recebemos um con-
vite da E. N. para lhe ser re»
metido com toda a regulari-
dade o nosso jornal, o que já:
começámos fazendo com mui-
to prazer.
Good) ag
RA muito conveniente vedar
a passagem de veículos
na ponte sobre a ribeira Pe-
quena, em frente da Peesão
Branco, a qual, pela sua es-
treiteza, vouca altura e resisa
tencia das guardas, não ofe-
rece a segurança necessária.
Já por mais de uma vez al-
guns veículos, sobretudo ca-
mionetes, têm embatido contra
as guardas, e mais dia menos
dia temos a registar desastre
de graves conseguencias.
E parece-nos que mais vale
prevenir do que remediar.
tb) Ad
REI TIMO- NOS novamen-
te preguntar quando é
que a Camara resolve proce-
der à remoção dos entulhos do
Miradouro Caldeira Ribeiro.
Tambem seria interessante
que a base do «Pelourinho»
fosse vedada por um gradea-
mento, ficando entre aquela e
esteiumicanteiro, de flores sin-
gelas ou simples relva.
1-6) deb
Carnaval vai esquecendo,
vai passando à história,
entre as dificuldades do mo-
mento, entre as preocupações
da hora presente. prenúncio
de alguma grande tempestade
prestes a eclodir nesta Euro-
pa turbulenta.
Os assaltos na Sertã, que
nos anos anteriores eram o
pretexto da gente moça para
folgar e dançar até altas ho-
ras da madrugada, não tive-
ram ainda, este ano, os seus
admiradores e entusiastas.
Gosar, gosar … que triste-
£as não pagam dívidas,
I
M dos problemas que a Sertã care-
U] ce de resolver, entre tantos de so-
lução urgente e de interêsse vital
para a sua cxistência como terra progres-
sive, é o da construção das casas dos Ma-
gistrados judiciais.
Já uma Comissão administrativa da
“’amara tentou resolvê-lo, mandando or-
ganisar o projecto respectivo sobre a plan-
ta fornecida pelo Consêlho Superior Ju-
diciário; mas, após varias dificuldades que
retardaram e prejudicaram a tentativa,
quando aquêle subiu à Direcção Geral dos
Edificios e Monumentos Nacionaos com o
pedido da comparticipação do Estado
para a eua execução, outra dificuldade
maior se levantou: a devolução do pro=
jecto com a razão de que a planta oficial,
adótada até ali, fôra posta de parte para
dar logar a outra, ordenada pelo Exce-
lentissimo Senhor Ministro das Obras Pu-
b’icas e Comunicações, cuja conclusão de-.
via aguardar se.
Vão decorrido alguns mezes, e não
sabemos se quaesquer deligencias cama-
rarias foram encetadas no sentido de co-
nhecer se até que ponto, hoje, se estende
o obstaculo. O assuntc é que não se com-
padece com dilações. E’ d’aquoles que
teem da ser olhádos com cuidadosa aten-
ção pelo Municipio, prrque as disposições
legaes, que o regulam e sancionam a sua
imnobservancia, não admitem duvidas so-
bre as consequencias que, inespsradamen-
te, podem colvcar esta vila numa situa-
ção arriscada como séde de uma vasta e
antiga comarca.
Desde que a Camara é obrigada a
fornecer casas para residencia dos Magis-
trados, e não possue edificios seus, só um
caminho tem a seguir: alugal 0s e pol-os,
permanentemente, à disposição de quem
tem o direiio de ocupal=os com 0 conco-
mitante encargo da renda. Tudo o mais
será andar à roda d’um precepicio sem
lhe medir o perigo,
II
!AGISTRADOS
E’ certo que, ha anos, o Municipio
alugou uma casa, tendo a felicidade de a
encontrar quando lhe foi requisitada.
Mas a outra?
Como quererá a Camara resolver o
assunto se, um dia os dois Magistrados,
simultaneamente, lhe exigirem habitação?
Só quem desconhecer as dificuldades
com que se luta em terras pequenas para
encontrar residencia de determinados re-
| quesitos é que poderá extranhar a nossa
interrogação.
Mau foi qee o Municipio não procu=
rasse, recentemente, prevenir-se com uma
de condignas condições, que esteve dispo-
nivel,
Desde que o não fez deixando esca-
par a ocasião que, propiciamente se lhe
ofereceu, e não póde alhear-se da respon-
sabilidade que assume desinteressando-se
d’um estado de coisas que não deve sub-
sistir seja qual fôr o pretexto invocado,
“Berá de bom aviso que a Comissão Admi-
nistrativa Municiprl se esforce por colo-
car a séde da Comarca em posição de sa-
tisfazer a uma eventualidade que, se ain-
da não se verificou por um conjunto de
circunstancias conhecidas, bem pode, a
manhã, pesar desfavoravelmente sobre a
Sertã.
Se alguem pensa que a questão que
vimos debatendo não tem a importancia
que lhe damos, engana-se redondamente,
Tem-a toda para os que se interessam pe-
la integridade da nossa terra.
Chamando para ela a atenção dos que
orientam a acção municipal, queremos
crêr que será encarada e resolvida com
patriotismo dentro das possibilidades pre-
sentes. Se não existem probabilidades ime-
diatas da construção das casas para os
Magistrados, alugue-as a Camara,
O Estatuto Judiciario é suficiente-
mente ilucidativo para que pessôa algu-
ma, responsavel, ignore os direitos e obri-
gações que ele determina,
NIOTA
MORREU recentemente em
Nova Vork, na mais com-.
pleta miséria, um mendigo, que
deirou um espólio de 100.000
dolares !
Um pau por um olho!
Em Portugal tambem mor-
rem muitos pedintes que dei-
«ram bons pecúlios, dos quais
nunca se chegam a gosar. E
até alguns emprestam dinhei-
ro a juros!
Vê-se que a pedincha pas. |
ção.
dade.
mais amena.
ciais que se podem conseguir,
e que muito honram as enti-
dades que a pôem em execu-
Sr
AO frio intenso de alguns
dias, sucedeu-se uma se-
mana de grandes chuvas, que
caíram com toda a regulari-
Têm feito bem à agriculta-
ra e tornaram a temperatura
Francisco de Matos Gomes
Dentro em pouco terão os lei-
tores o prazer de apreciar Os be-
los artigos do nosso distinto co-
laborador, sr. Francisco de Ma-
tos Gomes, de Coimbra, um no-
vo cheio de espírito, que, indu-
bitavelmente, trata dos moder-
nos problemas sociais com uma
visão clara e surpreendente.
E” muito possivel que o mes-
mo sr. venha a dar ao nosso jor-
sou a ser uma profissão como
qualquer outra, mas sem gran-
des ríscos e canseíras.
Com a mesma lenga-lenga,
com o mesmo fastidioso Pa-
dre-Nosso, vai-se comovendo
«te Dig
Dr. Acacio Ribeiro
Foi recentemente nomeado
Chefe dos Servicos de Estoma-
| tologia na Faculdade de Medici-
a multidão, vai-se falando ao | | na na Universidade de Coimbra,
coração de muitos, que, quan-
tas vezes, não têm em casa
uma côdea para comer.
E reprimir a mendicidade e
uma das melhores obras so»
o nosso presado conterrâneo e
assinante, distinto médico na-
quela cidade, sr. dr. Acácio Ri-
beiro, a quem apresentamos as
nossas felicitações.
nal um grande brilho com as
«Cartas de Coímbra», em que re-
latará os factos mais palpitantes
da linda cidade do Mondego.
Ao sr. Francisco de Matos
Gomes, que é natural do Peso,
apresentamos as nossas sauda-
ções.
Este numero foi visado pela
Comissão de Censura de
Castelo Branco
a lápis
DE harmonia com o artigo
10.º do regulamento da
Junta Nacional dos Resinosos,
recentemente aprovado até ao
dia 30 do corrente mês de Ja-.
neiro, deverão dar entrada na.
Secretaria daquela junta (Rua
Augusta, 27-2.º, em Lisboa);
declarações de todos os in-
dustriais inscritos referentes.
ao número de quilos de gema
que pretendem distilar duran-
te toda a campanha.
E em conformidade com o
art.º 11,º, até ao dia 15 de Fe.
vereiro a J. N. R. comuúnicará
aos interessados qual a quan-
tidade máxima de gema que
cada um é autorizado a disti-
lar durante a campanha, atens.
dendo à capacidade do indus-:
trial, à localização da fábri-
ca, a outras condições de la=
boração e à situação dos mera
cados consumidores.
Para conhecimento dos res-
pectivos interessados, faremos
a publicação integral do re.
gulamento aludido. Mas por
ser demasiado extenso fá-la-
emos a pouco e pouco, co=
meçando pelos contractos : «de
aluguer de pinhal para resi-
nagem», «entre comissário e
industrial» e «de empreiteiro»
(com e sem fornecimento do
material).
Hoje publicamos as fórmu-
las dos dois primeiros cona
tracios.
EDS
OS portadores de isqueiros
devem munir-se das res=
pectivas licenças, cujo custo é
de 30850, pois de contrario,
a sua detenção, obriga-os ao
pagamento de uma multa que
pode ir do quintaplo ao décu-
pio do imposto.
Dto
DISSEMOS que, segundo’in=
formações chegadas até
nós, a escola da freguesia de
Palhais, seria provida até 7
do corrente.
Infelizmente ainda tal se não
verificou, e rogamos ao sr.
Director do Distrito Escolar
os seus bons oficios no senti-
do de ser atendida a maior &
mais justa aspiração daquela
freguesia, que há mais de 8
anos vem apelando, com insis-
tência, para os podêres pú-
blicos.
so
Á dripe está lavrando assusa
tadoramente em toda a
Europa, registando-se na In.
glaterra e Alemanha numero-
sas vitimas.
Em Portugal, talvez ns
benignidade do clima, a gripe
nunca toma caracter grave,
mas é de toda a conveniencia
ter a maior cautela com a
saúde.
Os «borrachos» nunca se
descuidam nesta época da in
vernia, e fazem bem…» nesta época da in
vernia, e fazem bem…»@@@ 1 @@@
senso me
Una campanha injusta contra
um modesto funcionario dos
Correios de Pedrógão Pequeno
“Esteve na nossa Redacção o
agente deste jornal na vila de
Pedrógão Pequeno, Jacinto de
Oliveira Barata, que nos presen
tou queixa contra um guidanm,
que, certamente movido por in-
veja, lhe moveu uma campanha
de descrédito, no intuito de con»
seguir a sua expulsão do serviço.
dos correios de Pedrógão, e até,
talvez, leva-lo a sofrer castigo
severo se, porventura, não fosse
irrefutavelmente provada a sua
honestidade.
E amargamente o jacinto con-
ta-nos que em 27 de Julho findo
entrou ao serviço do correio,
como contractado pelo chefe da
estação daquela localidade, onde
“trabalhou naquele dia e no se-
guinte; voltou novamente a pres-
tar serviço, como distribuidor ,
“rural, durante SO dias consecuti-
vos, a principiar no dia 3 de
Agosto, percorrendo diversas po-
voações da freguesia, no percurso
médio, diário, de 12 quilóme-
tros. Mas no primeiro dia 28,
segundo dia do prim:iro período
de serviço, chegava à estação de
Pedrógão a carta anónima, re-
metida ao sr. Chefe dos Servi-
cos cos Correios de Castelo
Branco, e devolvida por este para
se obterem inlormações do alve-
jado, que nela era acusado de
gatuno das franquias, que não
dava cuprimento ao serviço para
o quai lhe faltava competência, e
se embriagava Írequentente, pre-
judicando, portanto, as popula-
ções do giro. O chefe da estação,
passados dois dias, informou os
superiores de que todas essas
acusações eram falsas, e que O
Jacinto cumpria cabalmente os
seus deveres, vendo-se que tudo
isso foi tramado na sombra por
alguem movido por inveja—pes-
soa que não pode levar a bem
que o pobre rapaz trate da vida
como melhor puder, e sem pre-|
– juíso de ninguém.
Se nos revolta esta forma de
fazer acusações, não deixamos,
entretanto, de ficar satisfeitos por
se ter provado à honorabilidade |
do Jacinto, que, por ser da Ser-
tá, conhecemos há muitos anos,
e que sempre tem tido bom com-
portamento, é amigo da família,
e sempre tem sido estimado por
toda a gente de bem de Pedró-
gão.
À êle, que é amigo da sua tet-
ra e do jornal, felicitâmo-lo por
lhe ter sido feita justiça.
OD pad
Organização Nacional
— «Defesa da Samilia»
= «À criança filha de pais sifili-
ticos não tratados está continuas
mente em perigo».
Dr Spilimann
iingangago—
SONHOS
Quem não sonha nesta vida?!
Ha uma iluzão perdida ?
Ouirn iluzão logo vem.
Todos sonham muito ou pouco,
E ás vezes um sonho louco.
Que não se diz a ninguem!
O sonho é barca veleira,
O sonho é nuvem ligeira,
No ceu azul da quimera,
O sonho adormece a dor,
O sonho embala o amor,
Sonhar sempre! Ok quem me dera |
E” bem triste o despertar
Mas « vida sem sonhar
Custa mais a viver,
Sem esperanças, sem iluzões
Embetando os corações,
Era dobrado o sofrer, S
Um conho vai? Outro vem,
Hoje ogui, mais tarde além,
Num perpétuo caminhar,
Pela vida fóra, vamos,
E se Deus quere que soframos
Esquegamos tudo, a sonhar!
Ana Maria
24 Comarca da Sertã
ATRAVER
Novo edificio escoiar
PESO, (VILA DE REI), 2 — Reabriu a es-
cola do sexo feminino desta aldeia que se en-
contrava encerrada por motivo de obras. Aquêle
importante estabelecimento de ensino, regido pe-
la Ex”? Sr. D. Felícia Dias Alves Fernandes,
oferece ao pessoal docente todos os confortos
que a moderna pedagogia exige. E” pois de crer
que de hoje em diante, os seus resultados técni-
cos se vejam subir na escala do aproveitamento.
Ao acto inaugural assistiram, além das alunas e
muito povo, os srs. Presidentes da Casa do Po-
vo e da Junta de Freguesia e o Rev.º Sebastião
de Oliveira Braz, que, usando da palavra, dei-
xaram todos transparecer a vontade que os guia,
para o engrandecimento desta freguesia. Além
da verba de que dispôz o Governo do Estado
Novo para a efectivação da obra a que nos refe-
rimos, é tambem de registar a dedicação do nos-
‘so conterraneo sr. Manoel Farinha Portela que
da sua algibeira muito tem contribuído não só
para a nova escola, como para todos os melho-
ramentos de que o Peso tem sido objecto.
PIN Ad
x” “y
SOBRAL, 10 DE JANEIRO DE 1936 —
Realisou-se no dia 9 do corrente o casamento da
Sr.º Maria de Jesus, do lugar da Roda de Cima,
com o Sr. Antonio Barata, do lugar dos Quartos,
da freguesia de Alvaro.
— Pelo Natal foi enviada a quantia de
1.500300 pelo sr. Leopoldino Morgado para ser
distribuida por 100 pobres desta freguesia. Tem
sido este senhor um incansável benemérito da
sua freguesia natal. Bom seria que todos aqueles
que aqui nasceram e que se encontram tambem
em boas condições financeiras se lembrassem
dos pobres da sua terra.
— Faleceram nesta freguesia durante o pas-
sado mês de Dezembro a Sr.º Silvina Barata,
irmã do sr. Aurélio Barata, do lugar do Sobral
de Baixo e o Sr. Manuel Alves do lugar da Ro-
da de Cima.
(Noticiario dos nossos Correspondentes)
da Beira, Africa Oriental, o sr. Eduardo Fernan-
des de Azevedo, filho do ex-professor desta fre-
guesia sr. José Maria de Azevedo.
+ o |
Grémio Recreativo Proencense
PROENÇA A NOVA, 12 — Na séde desta
colectividade, realisou-se a Assembléia Geral,
para a eleição da nova Direcção a qual ficou as-
sim constituída : ss
Presidente, Ezequiel Lopes Ribeiro; Secre-
tário, Manoel Tavares; Tesoureiro, Boaventura
Fernandes Alves. — SUBSTITUTOS — Presiden-
te, Martinho Joaquim Bonifácio; Secretário, Car-
los Lopes Manso; Tesoureiro, João de Sousa.
— Foi transferido para Mirandela, para on-
de já saiu, o sr. José Francisco Pontes d’Araujo,
que aqui exerceu algum tempo o cargo de Chefe
da Repartição de Finanças do nosso concelho.
Ad Ah
Y Yy
Os Amigos da Escola
PEDRÓGAO PEQUENO, 23 — Oferece-
ram á escola do sexo masculino desta vila:
O sr. José Martins Caetano Leitão, de Lis-=
boa, 150 cadernos para os alunos; o sr. Manuel
Lopes, do Dondo, Angola, uma pele de gibóia e
diversos produtos daquela colónia e algumas
moedas; o sr. Antonio Ferreira David, professor
aposentado, da colonia Angola, uma valiosa co-
lecção de postais ilustrados, com costumes, vis-
tas de Luanda, de rios, paisagens, trabalhos a-
gricolas, etc.; o sr. Manuel Francisco Lopes, de
Quelimane, produtos coloniais e notas de Mo-
cambique, bem como selos postais daquela coló-
nia; o sr. José Corrêa Salgueiro, uma linda co-
lecção da nossa Ilha de S. Tomé. se
— O professor desta vila acaba de adquirir
para o Museu Escolar as moedas de prata e bron-
ze comemorativas do Ano X da Revolução Na-
cional. Tôdas as escolas as deviam possuir por
constituir um motivo para uma lição de alto va-
— Partiu no vapor «Angola» para a cidade
lor histórico e moral,
Modelo de contrato de alu.
guer de pinhal para resinagem
Entre F,… (nome do indastrial),
morador em..-, no presente contrato
designado pela palavra «Industrial»,
de uma parte, e F… (nome do pron
prietário), morador em .., no pre-
sente contrato designado pela palavra
«Proprietário», de outra parte, é esn
tabelecido o seguinte contrato: é
1.º — O «Indastrial» aluga ao «Prom
prietário» para a campanha de 195..
os pinhais sitos em… ireguesia de…
concelho de… para a exploração de
resinagem, cedendo até… incisões.
2.º — O «Indastrial» obriga-se:
a) sarada por cada incisão Eseum
OS ..b..; :
b) a não permitir que se façam incim
sões com dimensões superiores a 14
cms. de largara, 50 ems. de altura e
2 cms de proiundidade com as tolem
rancias de 1. cem.,2 em., e 0,5 ems res
pectivamente ;
c) a não resinar pinheiros com diam
metro inferior a 25 ems., medido á al»
tura de 1m,50;
d) a dar como determinados Os tram
balhos de exploração do pinhal até ao
dia 15 de Dezembro.
3.º — O «Proprietario» obriganse :
a) a autorizar todos os trabalhos
de resinagem necessários á explora-
ção dos pinhais que aluga pelo pre-
sente contrato; :
b) a não cortar nem autorizar o cora
te de pinheiros alugados, enquanto du-
rar a exploração da resinagem sem
prévia consalta e assentimento por
escrito do «Industrial»;
c) por si ou seu representante a
assistir á contagem definitiva das in-
cisões, que deve ser Teita até Outubro,
4º — O pagamento do aluguer do
pinhal será electuado da seguinte for-
ma:
N.º de prestações…
Data dos pagamentos: …
Local do pagamento
5.º — O alaguer do pinhal não pode
ser completamente pago sem ter sido
electuada a contagem definitiva das
incisões.
60 — ses
Feito em triplicado em… aos…
dias de… de mil noveçcentos e trinta
ec
O «Indastrial> …
O «Proprietario» …
Contrato entre comissario e
industrial
Entre F … (nome do comissário),
morador em… no presente contrato
designado pela palavra «Industrial»,
de uma parte, e F… (mome do com
missário), morador egn… no presen-
ser resinado durante a campanha de
193 . segundo as condições dos con-
tratos de resinagem elaborados de
acôrdo com o regulamento de 15 de
Janeiro de 10937, na região de…
Cláusala 2.2—0 «Comissário» obri=
garse a não angariar pinhal para ou»
tra entiidade que não seja o «Indas-
trial».
Cláusula 3.º—O «Comissário» obri=
ga-se a alugar o pinhal desde a data
da assinatura do presente contrato
até ao lim do mês de Masço da cam»
panha resineira a que se refere a
cláusula 1.2.
Cláusula 4º—O «Comissário» obrim
“ga-se à informar o «Indastrial» acêr-
ca de quaisquer faltas que possa no-
“tar no serviço ou no comportamento
dos resineiros e bem assim acêrca de
tudo possa prejudicar os interêsses e
bom nome do «industrial»,
Cláusula 5.º—-O «Indastrial» pagar
rá ao «Comissário» como remuneran
ção pelos seus serviços e quando cum»
pridas todas as cláusulas dêste conm
trato, a importancia de Esc… .&.. por
cada incisão que o «Comissário» tex
nha alugado e que tenha sido resi-
nada.
Feito em triplicado em… aos…
dias de… de mil novecentos e trinta
e.
O «Indastrial>…
O «Comissário»…
Cédula da Junta Nacional dos Re-
sinosos, n.º …
Ed
REGISTO CIVIL
Movimento demográfico du-
rante a ano findo:
Nascimentos, 189; Casamen-
tos, 183; Obitos, 372.
Obs. O numero de nascimen-
tos registados desceu quási 10 º/,
da média anual;
Casamentos e Óbitos é a mé-
dia regulamentar.
erre,
Boca e dentes
Dão-se na Sertã consultas
desta especialidade todos os
domingos, desde as 10 horas,
na Pensão Branco, por um
médico especialista.
Sem dor, obturações, den-
taduras parciais e ecomple=
te contrato designada por «Comissám é
tas, ete.
e PETER UTAD SS
7 : e » i i ) Es Ss Es, a Ea
Junta Nacional dos. Regihogos | à scgcínie contrato “TEEN | PC Ca
Cláasala 1.2 — O «Indastrial» en= E
: carrega o «Comissário», de em nome E A GS E N D A =
I e de conta delee aos preços que lhe | ua, qu, dm, Sa 4 E
forem indicados, alugar pinhal para | “e “o “a a ta am?
Partiu para a Italia, em serviço
do Banco de Lisboa & Açores, de
que é empregado, com sua Ew,”ê
Esposa, o nosso presado assinante
sr, Adriano Faro Viana,
-—Com sua ‘esposa regressou à
Sertã, o nosso amigo sr, Caetano
Lopes, que, felizmente, obteve o mes
lhor resultado no operação a que
há pouco se sujeitou em Lisboa,
A
x”
Fez anos, no dia 21, a menina
Maria Odette Pinto Dias Ferreira,
interessante filhinha da s* D.
Maria Madalena Pinto Dias Fer=
reira, de Evora,
= Faz anos, em Í de Fevereiro.
asr*º D. Ema Marinha Guima-
rães.
Parabens
Tem estado doentes as sras, D.
Ema Martins Ferrera, esposa do
sr. José Fereira Junior, D. Maria
dos Anjos da Graça Craveiro, es-
posa do sr. Antonio Craveiro e
Damizela Maria da Luz Vaz Mi
lheiro,
A todas desejamos rápido resta=
belecimento.
INSTRUÇÃO
Nos termos do decreto n.º
20.604 foram criados postos es-
colares no Machial da Estrada,
freguesia da Sertã e Valongo,
freguesia de Palhais.
RUY FUGA
DOENÇAS DO OLHOS
Especializado nos hospitais de Lisboa,
Paris e Madrid
15
CONSULTAS EM TOMAR
“ás gase 5.as (das ll às 17)13,28 e 6,25
(das 9,30 às 12,30 h,)
Umaconfecimento
de sensação
Grande coneurso promovido
pela Emissora Na-
cional de colabora»
ção com o «Diário da Manhã»
Damos hoje aos nossos leitos
res uma notícia que muito deve-
rá interessá-los—a Emissora Na-
cional de colaboração com o
«Diário da Manhã», vai abrir um
grande concurso destinado a o-
bter o mais legitimo dos êxitos.
O comércio e a industria com-
preenderam imediatamente o si-
gnificado da iniciativa, como se
verifica das listas de prémios já
publicadas por aquele nosso co-
lega de Lisboa, listas incomple-
tas aínda, pois sabemos que diá-
riamente chegam novos prémios.
Igualmente tem o «Diário da
Manhã» publicado as condições
do concurso que consistirá na
colecção de determinadas frases
de Salazar e indicação da mais
perfeita e de mais elevado senti=
do nacionalista.
Este concurso — convém frisá-
lo — é diferente de todos os ou-
tros concursos. Há prémios ge-
rais e prémios de selecção, isto
é, prémios que serão sorteados
entre todos os concorrentes e
premios destinados, apenas, aos
concorrentes pertencentes a di-
versas classes sociais. Por exems
plo :–um seguro de acidentes de
trabalho será sorteado entre os
concorrentes da classe operária ;
uma das melhores máquinas de
costura destinada ao sorteio en-=
tre donas de casa; ao con-
trário, uma rica mobília de sala
será sorteada entre todos os con-
correntes. A habilitação aos pré-
mios de selecção é independente
da habilitação aos prémios ge-
rais; quere dizer, um concorrente
poderá ter dois prémios.
O Grande Concurso da Emis-
sora Nacional, de colaboração
com o «Diário da Manhã», co-
meçará brevemente e na admi-
nistração dêste nosso colega de
Lisboa prestam-se todos os es-
clarecimentos indispensáveis que
E nossos leitores queiram pe-
ir.
|
dê»
ficas jP>
Nr
ted pe
Necrologia
Mario Lopes da Silva
Faleceu há pouco em Lisboa,
o sr. Mario Lopes da Silva, an=
tigo guarda-livros do Banco de
Angola.
Era filho do Sr. Antonio Ma-
ria Lopes da Silva, da Roda de
Santa Apolonia, freguesia do
Castelo, e deixa viuva a sr.º? D.
Alzira Ribeiro Antunes Lopes
da Silva e cinco filhos menores.
D. Justina da Conceição
Baptista dos Santos
Com a idade de 84 anos, fale-
ceu em Vila de Rei,a sr.* D.
Justina da Conceição Baptista
dos Santos.
Pelas suas qualides de cara-
cter e ainda porque os pobresi-
nhos lhes mereciam a maior e
mais desvelada protecção, o seu
funeral foi muito concorrido,
constituindo uma grande mani=
festação de pesar.
Antonio Serra
No passado dia 22 faleceu em
Sernache do Bomjardim, o st.
Antonio Serra, proprietario, que
contava 70 anos de idade.
Era irmão do sr. Julio Serra,
antigo funcionario dos correios,
e tio dos srs. José Bravo Serra,
Juiz de Direito da comarca de
Figueiró dos Vinhos, Antonio
Bravo Serra, empregado agricos
la, de Sernache e Jaime Manoel
Bravo Serra, funcionário publico,
de Castanheira de Pêra.
A’s famílias enlutadas apre-
sentamos os nossos sentidos
pêsames.
Albano Lourenço da Silva
ADVOGADO
SERTÃ 14SERTÃ 14@@@ 1 @@@
2 Comarca da Sertã
banal Judicial
Movimento em Dezembro
de 1936
“ Distribuições de inventários or-
tanológicos: —Dia 3, José Luiz
do Casalinho; Joaquim Pereira
Perfeito, Pedrogão Pequeno; Fran
“cisco da Silva, Macieira; 7, Ma
ria do Carmo Serrano, Sobreira
Pormosa; Inacia Ribeiro, Palhota;
José Pedro Rosa, Vale de Agua;
Maria Luiza, Fundada; João Lou-
“renço Novo, Lousa; Manoel Fran-
cisco, Porto dos Fuscs; 10, Fran
cisco Barata, Sertã; Conceição de
Jesus, Tojal; 17, Maria José, Cer-
cadas; 21, Manoel Alexandre Car-
doso, Galisteu Fundeiro; José
Francisco, Foz da Sertã; Mertinha
Barata, Varzeas.
Em 21 foi distribuida a acção
sumaríssima requerida por José
Francisco da Silva, da Sertã, con
tra Eugenio Nunes, da Sertã,
Em 19 procedeu se ao julga
mento de Bernardino Farinha Ras
fael, da Isna (Oleiros); condenado | 49
em processo de transgressão na
pena de 20809 de multa SOZ00
de imposto e acréscimos e 20800
go defensor oficioso,
PROPRIEDADE RUSTICA
‘ Vende se no lagar dos
Carvalhos, const. do pinhal,
matos, torias de semeadura
com abundancia de agua
Mostra Antonio Caetano
etrata soom Lisbcara Tra.
vessa da Senhora da Gloria,
26, 2.º dto. (à Graça). |
ANUNGIO
Proximo da Sertã ven-
dem-se oliveiras e pinheiros.
Rua nesta redação
26
Ei
fa Prjnfeapo D Stefanini tapado – 16,20 010 16,30 || Póvoa R, Cerdeira : 1820 0,05 18,25 | Oleiros . E . 19,30 — 0 — 4
Santarém, 12,15 0,20 12,35; Sernache do Bomjardim . 17,10 0,10 17,20 || Ramalhos. » 1840 0,05 18,45 z as as Es E
Lisboa 15390 — — | Sertã a 1740 * — — || Pedrógão Pequeno . 1900 — — às 2” e 6.º feiras E
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2JARDIM
2@@@ 1 @@@
ser ss
£ Comarca da Sertã
Carta de oia Porto- Angola
Meu caro Eduardo Barata: |
Destas terras de Angola, para
onde o destino me trouxe, pela
segunda vez, há cinco meses, O
venho sinceramente felicitar pelo
seu jornal,<Ã Comarca da Ser- tã>», cujos primeiros números
acabam de vir-me ás mãos.
Fomos contemporâneos no
saudoso Instituto de Sernache, já
lá vai dúzia e meia de anos. Con-
vívio longo «inter muros» de um
internato escolar gera, natural-
mente, sentimentos de estima que
o tempo não logra de todo des-
truir. Sucesso de monta na vida
de um antigo condiscípulo en-
contra sempre certa ressonância
em nosso coração, Só isto—que
mais não fôsse — justificaria o
abraço de parabens Mas há mais,
meu caro Barata. Existe, entre
nós, outro traço de união espiri-
tual, uma como que identidade de
situações a determinar minha
atitude.
Também eu, como sabe, já
tentei o jornalismo na nossa re-
gião. O meu muito amor por ela,
o convencimento íntimo dos ser=
viços que um jornal, mesmo mo-
desto, lhe poderia prestar, move-
me, há quatro anos. a fundar, aí,
o quinzenário «Beira Nova»,
materialização de generoso pen-
samento bairrista.
Teve êste periódico a vida elé-
mera que todos lhe conheceram.
Contra a sua existência se con-
luiaram factos que não interessa
agora reviver. Todo o meu idea-
lismo, todo o meu ardor, todos
os meus sacrificios—incluindo os
monetários—impotentes para es-
magar impecilhos topados no ca-
minho, alguns dos quais, os pio=
res, insidiosamente se ergueram
nos corredores da própria casa. A
«Beira Nova» sucumbiu, assim,
“no início da viagem, como so-
nho lindo que uma realidade im-
pediosa varasse de lés a lés. Sor-
te diferente prognostico ao seu
jornal,
Descubro-lhe bons’ sinais de
vitalidade. Nasceu sob auspícios
que falharam ao meu. Eº só, na
séde da comarca, Ao meu surgiu-
lhe pela proa inesperado compe-
tidor, dando-se, até, o curioso
sincronismo de ambos verem a
luz no mesmo dia. .
Dois jornais, com as mesmas
caracteristicas, nessa região, são
demais. Resultado: nenhum es-
capou a uma morte breve.
O meio, de certo, não é dos
melhores. Nota-se, sem esfôrço,
no grôsso da coluna, gélida in-
diferença por tais iniciativas,
quási confundível com carência
de civismo.
Um órgão regionalista vale, so=
bretudo, como pregão concita-
dor de vontades para o engran-
decimento e defesa da terra.
Tem que se contar, infeliz-
mente, com o grande número
dos que não acodem á chamada.
Mas nada de desânimos. E
precisamente para modificar êste
estado de coisas que um Jornal
existe. Não há vitória sem luta.
Persevere, meu caro Barata, e
“vencerá. i
– Tem «À Comarca da Sertão,
na sua frente. vasto programa a
cumprir.
À nossa região—para que ne-
gá-lo? — não tem acompanhado
O rítimo progressivo da País,
Mercê de circunstâancias diver-
sas, em que sobressai, nitida-
mente, o factor geográfico.
Verdade é esta que o mais fer-
voso bairrismo não consente que
se oculte ou disfarce com a tinta
de cor de rosa de fáceis cufe-
mismos,
“Depara-se com problemas ca-
pitais a resolver, alguns dêles
arrastando-se sob o pêso de lon-
gos anos. Torna-se mister seriá-
los, consoante a sua importancia
e possibilidades de solução. De-
pois, atacá los de frente e sem
tréguas, até serem completamen-
te eliminados.
Sei quanto abunda em cansei-
ras, contrariedades e desaires a
gestão e a factura de um perió-
dico. Mas avalio também a enors
Eme satisfação moral que nos vem
Um passeio à Boafarinha
ARDE de Novembro. O dia estáva fresco,
mas agradavel. O sol parecia brincar às
escondidas connosco, nesta epoca que tane
to o apreciamos, e no ceu desenhavam-se umas
manchas escuras, negras aqui, violaceas mais
além, talvez inicio duma proxima mudança de
tempo, dalguma borrasca,
: Estava tudo pronto para o passeio a Vila
de Rei e Bosaf-rinha. O nosso amigo Romão ans
anceava pela saída rapida, com o seu belo auto
movel «Chevrolet» à espera de nós, de mim e do
| Antonio Barata, que nunca mais aparecia com o
«Zenith» -— um formidavel aparelho de telefonia,
—- Pronto! diz o Barata precipitademente, sem
ae lembrar que faltavam os fios e o resto do ma-
terial para as experiencias; trouxe=0s num prone
to, e instalamoenos todos o melhor possivel, à
frente o Romão e esposa, atraz eu, o Barata…
e a respectiva caixa com o receptor, O «Chevro-
let» guiado pelo Romão com notavel pericia, des-
lisa suavemente, velozmente, o motor arfando em
silencio, provando que o esforço é insignificante.
Não admira ! Trata-se de um carrinho novo, bem
slmofadado, comodo de molas sensiveis. Antes
de Proença a Nova umas pequenas interrupções
em crnsequencia dos trabalhos da estrada; apare-
ce agora Proença com a sua torre e O seu casha
rio branco, que o auto atravessa num ápice; dem
Vacas, Amendos; a viagem egora é feita com
cautela porque a estrada não está empedrada, a-
| presentando grandes barrancos. Depois Palhota, .
Portela e Vila de Rei. Uns dias depois já não
poderiamos fazer o trajecto tam bem, porque a
chuva cais torrencialmente e o ramal de Amens
doa a Vila de Rei apresenta grandes irregularidas
des, r-pesar de já ter pronta a terraplanagem;
não levou a camada da brita de forma que no in-
verno fica todo ele num enorme lamaçal, obatan-
do ao transito de veículos. Chegamos a Vila de
Rei e procurâmos logo o nosso emigo sr. José
Feijão, onde é tesoureiro de Finanças, que nos
recebe atenciosamente e até mesmo com um cer
to alvoroço, como se tratasse de pessoas & quem
o prende a maior intimidade e não visse ha muis
tos anos; nada disso! E’ que o sr. Feijão é uma
pessoa simpatica, espirituosa, agradavel, que na
Sertã, onde tambem foi tesoureiro, conquistou
inumeras amisades. E ha muita gente na Sartã
que gostaria de o ver cá novamente, e que O res
ceberia de braços abertos! Transmito apenas o
gue ouço dizer, porque não sirvo para adular.
Não podiamos recusar um lanche que nos
ofereceu o sr. Feijão na sua residencia, e que nos
soube bem, apesar-de não haver grande larica;
sua Ex.Pà Esposa destaz-se em atenções que não
poderemos esquecer. Esta senhora é professora
em Vila de Rei, tendo sido transferida da Codes
ceira a seu pedido; deixou nesta povoação mui-
tas saudades pela difícil missão de educadora. O
casal tem uma filhinha, uma unica, que é todo o
seu enlevo, todo o seu amor. O Romão fala em
automoveis com entusiasmo, desfiando por ali
fora as melhores marcas, argumentando tudo o
que as impõe, mas sem receio de controversia,
porque des.e capitulo nós não percebemos patavina,
O Antonio Barata apregoa sos quatro ventos o
seu «Zenith» e não compreende que neste seculo
de progresso alguem possa dispensar um bom
raceptor, como é o seul Aquilo, sim: ouvem-se
todas as estações do mundo, seja a que hora for
— Toulouse, Moscovo, Casa Blanca, Tokio, Rio
de Janeiro, Sidney, eto. —- um aparelho fantasti-
co com apresentação magnifica e sem ruído. Quan=
do o Barata fala nos aparelhos, ninguem o pode
interromper; e se rebatem alguma afirmação sua,
esbugalha os olhos de perdiz, a sua voz trovejs !
Por pouco que não cai… o Carmo e a Trinda-
de! A conversa, sempre animada, ia-se prolon=
gando descuidadamente, sem nos lembrarmos que
era tarde e teriamos einda de ir à Boafarinha,
Novamente ocupamos o auto, e em breve
chegámos à Boafarinha, devendo notar-se que a
estrada de Vila de Rei áquela povoação se en=
contra em mau estado, presisando de um grande
concerto. Mal ali nos apeámos, eu e o Antonio
pois Caniçais, Mesão Frio, Freixoeiro, Vale das
Linda povoação da freguesia de Vila de Rei
Barata procurámos o ar. dr, Oliveira Xavier,
administrador do concelho de Vila de Rei, onde
gosa grande prestigio; não estava, mas pouco de=
moraria, informam-nos, Tinha ido às minas, que
ficam ali perto, Entretanto, o Barata foi prepa-
rando tudo para as experiencias do «Zenith» em
casa do ar. dr. Xavier, emquanto eu subo uma
pequena colina para observar o panorama, À tare
de ia caindo rápidamente e o sol lançava nas
vertentes, so longe, os seua ultimos reverberos;
contudo distinguiam-se bem os pinheirais e oli-
vedos, que cercam a Boafarinha, linda povoação,
com o seu casario quasi todo branco, alegre, de
configuração regular, que agrada à retina, Notá-
mos a existencia de muitas laranjeiras, que pros
duzem saborosos e odoriferos frutos, conhecidos
pelas laranjas de Vila de Rei, que rivalizam com
as de Setubal, as melhores de Portugal,
Na Boafarinha ha bons edificios, tendo nos
tido o prazer de visitar dois, os palacetes elegan=
tes dos srs. dr, Xavier e Manuel da Silva Frois,
dotados de todas es comodidades, luxo e confor=
to, onde nada falta, incluindo uma optima luz
electrica, e rodeados de belos jardins, que lhes
dão uma harmonia suave. Ao longe avista-se o
Peso, numa encosta, que é separado da Boafaria
nha por uma estrada mal conservada, medindo
12 quilomstros; tambem se vê Cardigos, Sarna-
che e Marmeleiro. O sr. dr. Xavier recebe-me
gentilmente e mostrou-se muito interessado com
a acção do nosso jornal e do seu papel como por
tasvoz defensor dos direitos legitimos das terras
da Comarca; falâmos muito sobre os interesses
do concelho de Vila de Rei e não puzemos de
parte aqueles que dizem respeito, simultaneamen=
te a Vila de Rei e Sertã, entre os quais figura,
em primeiro logar, a estrada entre as duas vilas,
prometendo o sr. dr. Xavier transmitirenos, pe.
los seus conhecimentos sobre o seu concelho, do
qual foi presidente do Municipio, todas as infor-
mações de valor que dizem respeito ao seu pros
gesso.
Aqui deixamos consignado ao sr, dr. Xa-
vier o vosso egradecimento pelas atenções que:
nos dispensou. Seguimos para casa do nosso bom
amigo sr. Manuel da Silva Frois, eu e o Barata,
este todo entusiasmado, com a convicção de ter
feito um bom negocio na Boafarinha, onde dei-
xou o receptor; já ali se encontravam os nossos
companheiros Romão e Feijão. O sr, F’rois reco
be-nos fidalgamente, sentindo-se satisfeito com a
nossa visito; e saboreando um magnifico e gapis
toso vinho da lavra do gr. Frois, falasse nas be-
lezas da Boafarinha, no mau estado das vias de
comunicação do concelho de Vila de Rei, na ne
cessidade de uma boa estrada de Vila de Rei à
Sertã, que toda a gente reconhece indispensavel
construir quanto antes. E emquanto eu, o sr.
Frois, sua Ex”? Irmã que vive na mesma casa
e o er, Feijão continuamos trocando impressões
sobre varios assuntos da interesse garal, o Romão
volta a falar em automoveis e o Barata em apa-
relhos, não se lembrando que ainda está sujeito
a que elgum apreciador mais caturra atire, ..com
os aparelhos… ao ar |
A Exa Jewmã do sr. Frois não queria que
nós saissemos sem provar o seu licor de laranja,
verdadeiramente divinal e uns bolos de noz, em
cujo fabrico poz todo o seu esmero e toda a sua
arte feminina. Que balos bolos! Não resisti à
tentação de comer uns poucos, abusando da fran-
queza, bom provinciana e bem beirôa, dos donos
da casa. Desculpem, pois a minha incorrecção,
mas quando voltar à Boafarinha não dispenso os
saborosos bolos de noz,
Saímos dali já tarde, partindo para Vila de
Rel, onde jantámos. Na pensão tivemos ainda o
prazer da boa compânhia da Ex.Mê Sr,* Drº D.
Maria Emilia Rossi, nossa ilustre conterranea e
inteligente notaria em Vila de Rai.
Da minha rapida visita à Boafarinha fiquei
com uma optima e imperecivel recordação e ao
gr. Frois aqui lhe apresento todos os agradecimene
tos palas amabilidades recebidas.
FELINT OELISIO
SISTERS
do dever cumprido, ao servir- | Pedrógão.
não se esqueça do meu querido
dão por seu débil restolegar. Po-
dia desfiar um rosário de exem-
tm
mos, através da imprensa, causa
pública.
Agora reparo: estou assumin-
do ares de conselheiro. Eu, que
abomino petulâncias acaciais !
Deslise compreensível da minha
paixão bairrista e do meu entu-
siasmo pelas coisas da imprensa,
Você e quem o acompanha na
direcção do jornal sabem bem o
que querem e para onde vão.
Dispensam, por isso, conselhos
de quem, como eu, nem sequer
lhes ganha no conhecimento das
necessidades da região.
Um pedido, meu caso Barata;
À terra «de Casimiro Freire,
tão caracteristicamente beirôa e
tão formosa, em seu rusticismo,
que Alfredo Keil a elegeu para
motivo pictórico, Pedrógão Pe-
queno, a antecâmara desse pro-
dígioso quadro da natureza, o
Cabril, bem mais merecedor de
reclamo turístico do que algu-
mas banalidades que por aí se
apregoam aos quatro ventos, es-
tá absolutamente abandonado.
Vai seguindo a linha declivosa
z
que conduz á morte, ou pouco
menos. Os poderes públicos, de
tão afeitos a esquecê-lo, já nem
plos, a êste respeito. Por agora,
respigo um dos mais elucidati-
vos:— Quem se se lembrou, nes-
tas duas ultimas décadas, de ir
buscar um edil a Pedrógão para
compor as vereações? Que se
dê predomínio, na representação
camarária, a terras de mais cate-
goria no concelho, bem está. Que
se faça monopólio dela, anos e
anos sucessivos, a favor de tais
terras, eis o que se me afigura
digno de reparo.
Eu sei que a Pedrógão cabem,
em grande parte, as culpas, VO=
luntárias qu não, da decadência
TEATRO TASSO
Sertã, 31 de Janeiro — A’s 9,30 horas
Repetição da Récita In-
fantil com novos numeros
Cujo produto reverte a favor da Caixa
Escolar das escolas desta vila
PROGRAMA
1.º Parte
HINO NACIONAL — TIM BA-
DALIM — A CALHANDRA
Pelo Orfeão da escola
2º Parte
TEEM SÊDE AS FLO-
RINHAS SILVESTRES
Fantasia em 1 acto, escrita ex-
pressamente para esta récita in=.
fantil pela Ex.”* Sr.* D, Fernanda
Tasso Figueiredo, com música do
Ex.” Sr. Dr. Antonio Viana,
3.º Parte
Romeira, dialogo; O fogue-
te, cançoneta; Deita gatos, can-
coneta; Passeio de Santo Ane
tonio, poesia; Lúlú não mente,
diálogo; A pombinha, poesias
Sou gente, poesia; Portugal,
poesia; Espadelada, canção re-
gional; Minho e Alentejo, due-
to; O mandrião, poesia; À ci- .
dade e a aldeia, dueto; Cuco
da aldeia, terceto musicado (a-
daptação).
Todos os numeros de musica
são acompanhados ao piano pela
Ex.”* Senhora D. Maria Bela
Tavares de Moura.
tn ED pa
Bombeiros Voluntários da Sertã
Por lapso foi incluido na lísta
da subscrição, para a compra ou
construção da séde sociai, o su-=
bsídio de 500800 concedido pela
Junta Geral do Distrito a esta as=
sociação, cuja importancia se dese
tina a despesas gerais e não a
outro fim. Feita a rectificação,
fica a soma da subscrição refe=
rida em 5.295800.
x
À Direcção roga aos que ain-
da não responderam ao seu apê-
lo e queiram auxiliar a associa-
ção, o favor de enviarem as im=
portancias respectivas.
x
Foram submetidos á aprovas
ção do Ex.”º Governador Cívil
do Distrito os estututos desta
colectividade, discutidos e apro-
vados em assembleia geral de
11 do corrente. A assembleia:
perfilhou o projecto dos estatu=
tos da Fundação da associação,
introduzindo-lhe algúmas altera-
ções que aportunamente referi=
remos.
Pedro de Matos Neves
Médico-Veterinário
SERIA
23
e desamparo em que jaz. Tendo
tido, em tempo que não vai lon=
ge, luzido núcleo de servidores,
está hoje em crise manifesta de
valores representativos. E os
poucos que lá existem, capazes
de uma actuação positiva, enca-
sularam-se em cómoda renúncia.
Que admira, pois, que as coisas
vão de mal a pior?
Lá reza o velho ditado: – Quem
lhe doi o dente…»
E os meus patrícios–que êles
me perdoem a franqueza—pre-
ferem que os dentes lhe estoirem,
a procurarem o cirurgião…
Muito teria que me alargar,
neste capítulo, mas esta já vai
fóra da medida.
Pode contar, uma vez por ou-
tra, com a minha modesta cola-
boração, se nela vir alguma uti-
lidade.
Desejando lhe, meu caro Bau
rata, e á sua «Comarca», as mes
lhores prosperidades, abraça-o 0
velho amigo e condiscipulo
. Nunes Costa
Silva Porto,
Angola, 3-9-936,