A Comarca da Sertã nº238 03-04-1941
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Comarca da Sertã
FUNDADORES
Dr. José Carlos Ehrhardt —
— Dr. Angelo Henriques Vidigal —
—— António Barata e Silva” =
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa
ei Coca Composto e Impresso
O DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO NA
É | Loluardo Parata da Tilva Coreia E a FEÃO
= = REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO -—— g NO
m| |RUA SERPA PINTO-SERTAÃ | | | Ena
= TELEFONE
«< PUBLICA-SE ÁS QUINTAS FEIRAS 112
ANO VW | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sertã: concelhos de Sertã x SE rú
N.º 238 | Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Gardigos (do concelho de Mação) | 4944
Notas …
NUM dos liceus de Lisboa
havia, há anos, um aluno
muito alto e um professor ex-
tremamente «cambuta».
Certo dia, o professor, para
fazer no quadro uma demons-
tração, precisou do giz que
estava colocado no cimo do
cavalete. Como lhe não chegas-
se, o tal aluno, solicitamente,
“saiu do seu logar, foi buscar
o giz e entregon-o ao mestre,
gue, com um sorriso, assim
lhe agradeceu a atenção:
—Muito obrigado. Quando
o meu amigo precisar alguma
coisa do chão, faça o fuvor de
dizer !
to Dee
A Itália parece que vai ser
fabricado calçado de alu-
mínio.
Como
ntrário
agora tudo anda ao
alquer dia
cabedal para fazer caçarolas !
apa
E tivermos na devida conta
o espírito indómito dos
ingleses na luta actual, a co»
rageme a garlhardia com que
encaram a adversidade; se re=
Jlectirmos, por leves momentos
que seja, no heroísmo dos
gregos, que defendem denoda
damente, e através de todos os
sacrifícios, a terra sagrada
da pátria ; e se, ainda, anali
sarmos as causas fundamen-
tais da reacção do povo iugos-
lavo contra um protocolo di
“plomático que ferin profunda-
mente os seus sentimentos de
raça altiva, pundonorosa e ca-
valheiresca, acabamos por com-
preender-que não há povos jo
vensouvelhos, superiores on in-
feriores, nem tam ponco raças
eleitas para dominar o Mundo
Cada povo tem uma psicologia
especial e conta, no decurso da
sua história, épocas de gran
deza e decadência. Houve sem
pre, e mais uma vez se regis:
ta nesta guerra, nações brio-
sas, de ânimo varonil, que pre-
sam acima de tudo a sta in-
dependência e as suas liber-
dades, não temendo ameaças
de outras maiores e poderosa-
mente armadas.
Fórça superior há uma só:
aguela de que dimana a ver-
dadeira consciência nacional,
que leva ao sacrifício supremo
para a realização de um alto
ideal on sagrado objectivo.
tod) so
COMO os ontros povos da
raça indo-enroveia, os gre-
gos foram politeístas. Divini
zaram as fórças da natureza —
o Sol, a Terra o Mar, — tado
o que para êles era misterio-
so e inexplicável, tudo o que
admiravam ou temiam. Mas a
sua imaginação ardente e fe-
cunda poetizonu os deuses gros-
seiros da A’sia; as suas di-
vindades são inspiradoras de
beleza e tiveram ama enorme.
influência em tôda a vida dês-
Se povo,
não é de admirar | y
carr nano ma an
Freguesia do Pêso
ho inquérito de «A Comarca da Sertã» depõe, hoje, o sr. Ernesto Dias, digno
Presidente da Junta de Preguesia do Pêso ;(concelho de Vila de Rei).
Pêso, 1 de Dezembro de 1940.
«+. Sr. Director de o Jornal «A Comarca
da Sertã»
Ex. Sr,
Sertã
E’ com muito agrado e sentido prazer que
venho responder ao inquérito que V. … se di
gnou dirigir-me na qualidade de Presidente da
Junta de Freguesia.
O assunto versado, segundo diz o mesmo,
interessa apenas sabê-lo desde o advento da
actual situação política até hoje. Pois bem; nós
respondemos; mas antes, eu peço permissão a
ves pala-
ra, em primeiro lugar, e bre
calamitoso atrazo em que à da
a nossa freguesia, e depois, o grau de desenvol-
vimento que atingiu até à gloriosa data das Co-
memorações Centenárias que atravessamos.
Esta pobre freguesia jazia então abandona-
da ao mais absoluto e lamentável esquecimento.
As autarquias locais não podiam sequer atender
ás mais instantes e rudimentares necessidades,
O mal de há muito partia dos altos poderes cons. .
tituidos que criminosamente arremessavam O
País para uma irreparável desgraça, num anti-pa-
triotismo arrépiante !
ste povo já se habituara a sofrer com
cruciante resignação a falta de muitos melhora-
mentos e outros actos de justiça que lhe viessem
suavizar a vida, turnando-a menos penosa, me-
nos árdua. Já não vislumbravam sequer ao lons
ge a aparição de meihores dias — já deixara de
existir na sua alma aquela esperança viviticados
ra que traz a felicidade e prosperidade aos po.
vos. Era uma consequência lógica e vincâdamens
te triste da má política dos homens que então
tinham ao leme a governança do País, cujos efei-
tos vergonhosos se reflectiam em todos os do-
mínios da vida portuguesa,
A freguesia do Pêso, em matéria de pro-
gresso existia como nos tempos primitivos, onde
dieiros em ruinas, completamente incapazes de
servir a alta e nobre missão a que se destinam.
Às ruas da sede da freguesia eram cobertas de
tudo faltava; As escolas eram autênticos pars |
estrumeiras, cuja existência as tornava um peri-
PLÉLSO-VISTA PARCIAL
pre até ali ignorados dos
go iminente para a saúde pública. Os caminhos
vicinais de ligação ás povoações que nos ro
deiam eram carreiros de cabras, e como não exis-
tissem outros meios de comunicações vivia-se
tristemente isolado do resto do País. A falta de
água potável era outro problema atormentador,
insolúvel. Beber a mixórdia das fontes de cha-
furdo existentes era a eterna condenação a que
a nossa humilde condição humana estava sujei-
ta. De nada valia verter lágrimas a implorar mi
sericórdia — só restava sofrer com paciente re-
signação e sacrifício tão humilhante provação.
Muito haveria ainda que dizer das passa-
das misérias a que assistimos, as quais só prin-
cipiaram a extinguir se na feliz hora que para a
ossa Pátria surgiu milagrosamente o ae
do Maio. Então,
o ontos
Poderes Públicos, o
contfôrto moral e ma-
terial que outros re.
gimes
nunca lhe deram e
“jamais lhe dariam.
Foi desde então
que surgiu para a
nossa freguesia uma
nova era de felici-
dade, e que núla
principiou a operar-
se uma radical trans-
formação que lhe de.
ra tôda a prosperi-
dade e engrandeci-
mento qlue agora
gosa. Era bem cer=
to a Nação ainda
tivera a felicidade
de encontrar portu-
gueses ardentes de
natriotismo, dispos-
tos a tudo sacrificar
para salvação e en-
grandecimento da
Pátria. As velhas
aspirações em que
aflitivamente se debatiam pelo País fora os peque-
nos aglomerados humanos, nos quais incluo o
da nossa Íreguesia, Ingo notaram com radiante
alegria que os beneficios materiais, porque sems
pre pugnaram baldadamente, haviam encontrado
no Estado Novo o mais alto e carinhoso acolhi-
mento. De um extremo ao outro ido País nós
assistimos com alvoroço e numa ânsia humana-
mente juta e compreensivel à realização dos
mais Giversos melhoramentos. A nossa fregue-
sia, neste capítulo, tem sido bem contemplada;
negálo seria, não só o consentimento imperdoa-
vel de uma injustiça, como seria ainda olvidar a
dad gratidão dêste povo para com o Estado
Ovo,
Eº sabido que o Govêrno da Nação não
poderia só por si adivinhar das nossas necessi-
dades para trazer até nós os benefícios de que
ca eceriamos, e por isso foi necessário, como é
natural, que alguém fizesse chegat até êle os
desejos das nossas justas pretensões; para isso
tivemos felizmente, a nossa Casa do Povo, a
Junta de Freguesia e a extinta Comissão de Me-
lhoramentos. Todos êstes organismos, num es-
pirito de verdadeira compreensão dos legitimos
interêsses desta freguesia, e trabalhando numa
leal e franca colaboração, conseguiram com o
seu louvavel esfôrço e sob os auspícios do alto
(Continua na 3º pagina)
jos açambarcadores
num sedei
anteriores
ERA
“e. à lápis
DE vez em quando dizem as
nossas emissoras que, em
tôda a costa de Portugal, tem
sido farta a pesca da sardinha.
dcreditamos piamente, mas
não conseguimos compreender
gue o saboroso clúpeo contix
nue escasseando no nosso mer. .
cado, vendendo-se, o pouco
que aparece, por um preço
fantástico !
Da
NOUTRO logar publicamos
um edital da Câmara Mu-
nicipal que deve ser lido por
tôóda a gente e ponderado por
aquéles que julgam que isto é
uma roça, figurando o desgra-
gado consumidor como des-
prezível escravo e eterno bode
expiatório da prepotência dos
senhores.
E logo que ao consumidor
chegue a mostarda ao nariz,
não estão
dar com
rol
Olé se estão! E é bem feito!
[O que é preciso é não ter con»
templação com quem só pensa.
em arrancar-nos a pele!
SO sa
A semana passada vendem»
-se aí bacalhau em pês-
simo estado de conservação;
os apreciadores tinham tal
vontade de o comer que nem
repararam que êle cheirava
mal! Para cúmulo tiveram de
esportular oito paus por cada
quilograma!
Agora já se chegou a isto:
leva-se conro e cabelo e serves
esemclo freguês.
Entendemos que os retalhis=
tas andam mal avisados não
devolvendo aos fornecedores a
mercadoria avariada, princi-
palmente quando se trata de
artigos de primeira necessi-
dade.
LBA
NALGUNS estabelecimentos
da especialidade, segun-
do nos dizem. vão-se escon+’
dendo as ferragens à sucapa
para, iogo que haja nova su
bida, pedirem muito mais dis
nhero por elas, Isto é, «stocks»
recebidos há muitos meses
passam a vender-se por preços
exorbitantes, com uma margem
de lucro verdadeiramente ten»
tadoral!
São uns anjinhos! Fazem
tudo para ficarem ao abrigo
das piores contigências.
O diabo é se as autoridades
descobrem a marosca.
Lá se vai tudo quanto Mar-
ta fion!
4 Qua
HA? pessoas que nos dizem
não ver utilidade alguma
em mudar os mercados sema-
nais para a Carvalha nos dias
em que êles coincidem com as
feiras. Alegam, talvez com ra.
zão, que a Praça da República,
estando num ponto central, pro
porciona maior comodidade ao
público e se aproveita o mesmo
tempo para efectuar as com-
pras nas lojas de comércio,a efectuar as com-
pras nas lojas de comércio,
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A Comarca da Sertã
FISESTE BEM, HONEN 2Votas a Zápis
(Conclusão) (Continuação)
O compadre estava em brasa, a ver
que tinha de pagar a gercpiga.
— “Pois sim, mulher, pois sim, mas
o pior é que eu troquei o porco…”
A pobre torcia-se lá dentro, mas
não deu parte de fraca.
— “Ah! sim? e que te deram por
CN
— “Um carneiro…”
— Bem bom! Tosquia-se, fia-se a
lã, mandam-se fazer cobertores… olha
que é um arranjo, Manuel! Fizeste
bem !
O Manuel estava aflitíssimo com
medo de se rir, ao ver as caretas que
o companheiro fazia, mas quis levar a
experiência até ao fim…
—«(Qlha, mulher, sabes que mais 2…
Também troquei o carneiro…»
—«E” porque tu viste que era bom
negócio, ora essa !»
—«Sim .. lá isso… troquei«o por
uma cabrita .. é
— «Que lindo! uma cabritinha ! Não
há animal mais engraçado! Depois
cresce, tem cabritinhos, dá leitinho.. .
Fizeste bem, homem! Vou já vê-la !»
O compadre bufava, aflito. A Rosa,
muito admirada preguntou-lhe :
— «Está afrontado Compadre?! Que-
re um gôlo de chá ?…»
—«Não é nada, não é nada», res-
mungou êle, E
Ela ia a levantar-se para ir ver a
cabrita, mas o homem atalhou:
–« Anda cá, mulher, olha que eu não
trouxe a cabrita… Troquei-a.,.»
—«<Ah! que pena! E então por
quê ?> :
—«Por um galo…»
Ela bateu as mãos uma na outra,
—«<Qh que lindeza ! um galo é a ale-
gria de uma casa | Canta de madruga-
da ! escusa-se de relógio. Fizeste bem,
homem, Ora! esta manhã já temos can-
tor em casa |»
—«Não temos, mulher, não te-
mos… Junteisme com uns amigos e
mandei matar o galo e fazer uma pax
tuscada !»
«Fizeste tu muito bem ! Regalaste-
te mais os teus amigos | Fizeste a tua
franqueza.. Barriguinha cheia, cara
alegre… Não! O Senhor compadre
não está bom !>
—«Pudera |» exclamou o Manuel
dando uma gargalhada. E batendo no
joelho do compadre, muito alegre ;» .
—«Hein, compadre! quem paga a
geropiga ?,..»
«Rais parta as mulheres ! resmungou
O outro, muito amuado, erguendo-se.—
Pago eu a geropiga, mas se a mulher
me refruca quando eu chegar a casa,
quem as paga é ela…»
—*“Não faça tal, compadre”, pediu.
o Manuel a rir. A mulher olhava para
* &e, muito admirada, sem perceber,
O compadre saíu, muito enfunado,
Daí a minutos o Manuel ria a per-
der, contando a história à mulher e a
comadre Rosária gritava Aqui-del-Rei
com tôdas as fôrças dos seus pulmões.
“Coitada da comadre Rosária”! ex-
clamou a Rosa, aflita.
“Deixa, mulher ! não lhe retrucas
E” bem feito !…” a
Maria da Soledade
erga
Nrarés da Comarça
emacs RR”
(Noticiário dos nossos Correspondentes)
Bbundâneia de sáveis
PALHAIS, 24 — Como se sabe, as
águas do rio Zêzere teem-se mantido
êste inverno quási sempre em estado
de cheia, de forma que, quási sempre
que assim suceda, vem uma grande
abundância de sáveis.
Este ano, é claro, devido à grande
invernia isso não podia deixar de acon-
tecer. Na Fernandaria e na foz das ri-
beiras da Sertã e da Isna têm-se feito
autênticas montarias ao belo peixe,
que têm sido coroadas do melhor êxi-
to, tendo havido noites de, em algumas
destas localidades, se terem apanhado
aproximadamente duzentos.
E* claro que a notícia correu veloz
€ os pescadores do Cardal e do Mol-
nho da Ribeira, perante tão consolado-
ras notícias que chegaram dos lugares
circunvizinhos, não podiam ficar inacti-
vos € por isso toca de agir, cheios de
entusiasmo e de perfeito entendimento,
e vá de armarem uma barrela na ribei-
ra da Sertã, que, infelizmente não deu
resultados. Mas os mais entusiastas
(pois alguns já desta vez bateram em
retirada) não desanimaram e mudaram
a armadilha para a ribeira da Isna, e
desta vez os marotos cheios de sorte
também apanharam… mas em vez de
sáveis, foram noites perdidas e parece
que alguns respeitáveis trambolhões !
— CONTE lá, então, essa
história do badalo do
sino novo!
—E simples: o Tonho Rato
parece que atou o badalo com
um arame delgado; na sexta
feira de Passos, tanto se fez
tanger o bronze que, às duas
por três, o badalo veio cá pa-
rar a baixo. Ainda arrancou
uma lasca de uma das canta-
rias da fachada, mas, por sor-
te, não apanhou ninguém.
—Hein! Foi o que valen.
—0O caso padia ser sério e o
Rato não estava livre dum
desgosto !
— Talvez ele julgue que o
badalo é ôco!
A margem da quesra
CARTA DE UM METRALHADOR DO AR
À SUA MAI, QUANDO ESTAVA MORRENDO
Morrendo na cama de um hos:
| pital, o sargento Alfred Harrison
metralhador da R. A. F. escreveu
a seguinte carta a sua mãi, Mrs.
Harrison, moradora em Edwin
Street, em Nottingham :
«Minha queridíssima mai,
quando receberes esta carta já te
terão chegado notícias. As vidas
são oferecidas de forma que, ve=
nha o que vier, nada poderá al-
terar a dignidade e o amor pela
paz que é a herança de todo o
inglês. Assim, lembra-te, queri-
da, eu assim como os outros
morremos para que aqueles que
amamos sejam salvos e vivam
seguros,
– «Pois bem, querida, com os
meus últimos suspiros pediréi a
Deus que o nosso sacrifício não
tenha sido em vão». |
(Britanova Features Service)
tgp
HOMENAGEM AO SOL-
DADO DESCONHECIDO
Desconhecido ? Jão. Eu conheci=o
€ toda a gente o conheceu também…
Era aquele rapaz, cheio de brio,
Que abandonou a noiva e pai e mai,
E foi tisnado «o sol, curtido ao frio,
€m nobre ardoi,porêsse munda além,
A defender a Pátria, onde floriu
O encanto ideal que a juventude tem.
Batalhou e venceu, glorioso e forte !
Morto?!… Que importa, se mors=
reu em graça !
O herói que morre vence a própria
morte.
O heroismo é feito de imortalidade!
G herói fundiu-se no clarão da Raça,
€ a raça tem porsi « Eternidade !
D. Alberto Bramão
(Oferta da Sociedade Propaganda de
Portugal para venda a favôr do
Cofre da Liga dos C. da G, G.)
«Gba
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Subscrição aberta pela «Co-
missão dos Amigos do Hos-
pital da Sertã-, em Lisbca,
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Ex.meº Srs. D. Ana de Jesus
Teixeira e D Henriqueta de Me-
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lia da Silva Diogo, D. Júlia da
Fonse a Arsénio, D. Maria,C. S.
Silva e Oliveira, D. Olga Te-
deschi Bettencourt, António F,
Maurício, António Gameiro Car=
doso, António de Sousa, Arman-
do Joaquim Moreira, Armando
Pereira da Silva, Carlos Filipe
(âcome de Castro, Carlos Mário
Monteiro Pinto e Carlos Moreia
ra Gentil, 2850 cada. Soma, 408.
A transportar, 2,465800.
Freguesia do Pêso
(Continuação da 1,º pagina)
patrocinio do Estado Novo-—uma
grande obra. Seria todavia difi-
cil, senão impossivel, narrar
aqui, circunstanciadamente, tudo
que foi possivel fazer até agora,
e dizer do esforço que coube a
cada um dos citados organismos,
pois temos como certo que cada
um trabalhou o melhor e mais
acertado que pôde. Desta sorte,
procuraremos apenas aludir em
sintese ás obras de maior vulto
até agora realizadas, abstraindo
também a menção de muitos ous
tancia, mas de valor bem reco-
nhecido; e por fim citaremos as
obras que se encontram em cur-
so, aquelas que foram comparti-
cipadas pelo Estado e cuja efe-
ctivação aguarda o momento
propício para o seu comêço, e
ainda as que aguardam a com-
participação do Estado, e cujos
projectos estão pendentes do
mesmo,
(Continua)
ASSINATURA PAGA
O nosso amigo sr. Carlos Fer-
reira David, de Pedrógão Pe-
queno, entregou-nos a importân-
cia de Esc. 50800 para pagamen-
to da assinatura, até ao n.º 257,
do sr. Gualdim Jacinto Nunes,
de Silva Pôrto—Bié (Angola).
Agradecemos,
ro
R. LARANJEIRA
Sob êste título e a propósito
de uma «nota» que inserimos no
n.º 232, diz o nosso estimado
colega «Semana Tirsense», de
Santo Tirso :
«No último número do nosso
estimado confrade <A Comarca
da Sertã», lemos, na sua secção
«Notas a lápis», uma justíssima
referência ao nosso colaborador
distinto e assítuo, sr. Rodrigues
Laranjeira, sôbre a sua simpáti-
ca e aturada campanha em defe-
sa dos: interêsses da imprensa
regional. A essa referência, que
muito nos apraz registar, seguia-
se um brilhante artigo, que a
absoluta falta de espaço nos im-
possibilita de transcrever».
Por nossa parte, cumpre-nos
agradecer.
ro
Inferêsses regionais
A’ Comissão de Melhoramen-
tos da freguesia da Ermida, Va-
le do Pereiro e Cruz do Seixo
(Sertã) foi concedida a compar-
ticipação de Esc. 45 926800 para
construção da estrada municipal
da estrada nacional à freguesia
da Ermida.
— No plano das obras para o
corrente ano está incluída a cons»
trução de 20.000 metros de es-
trada de Oleiros à Foz do Gi-
raldo (E N. 59-2º).
— À* Câmara Municipal de
Proença a Nova foi concedida a
comparticipação de 28.288$00 pa-
ra construção da estrada de S.
Pedro do Esteval à E. N. 12-1.º.
Oro
HORA DE VERÃO
Os relógios serão adiantados
de 60 minutos de 5 para 6 do
corrente, às 23 hor’s, segundo
determinação superior.
get bb pap
FUNCIONALISMO
Perante o respectivo júri, coma
posto dos srs. Presidente da Câ-
mara, vogal Venceslau Joaquim
Ferreira e chefe da Secretaria,
efectuam-se nos dias 14 e 15 do
corrente as provas do concurso
dos candidatos ao logar de es-
criturário de 3 ? classe da secreta-
ria da Câmara Municipal da Ser-
tã, srs. Artur de Oliveira Moura
e Joaquim Crisóstomo,
tros beneficios de menos impor-
MesrecçÃomMy
GNFEMININARRS
A MODA EM CASA
Assim como os nossos vestidos, cha-
peus e dessous surgem continuamente
novos muuclos, também para as roupas
de casa a Moda decreta sucessivas
transformações.
As roupas de cama, por exemplo
cuja alvura foi motivo de amoráveis
sugestões familiares, perderam muito
do seu delicado encanto para cederem
o logar a tonalidades claras e práticas.
Cuidado, contudo! Os coloridos em
questão não se empregam indiferente
mente neste ou naquele ambiente Até
nisso há regras que é preciso respei-
tar…
Na confecção de um conjunto – de
quarto para uma rapariga muito nova
a junção do azul e rosa é delicado e
moderno. Menos juvenil, mas distinto,
é o rosa pálido guarnecido com rendas
cremes, que deve ser reservado para o
quarto das solteiras já menos novas.
No quarto do casal, o rosa e o azul
um pouco forte, o mauve, o alaranjado
— muito pálido, é claro — estão pe: fei-
tamente indicados. –
O creme muito claro ligado ao ama-
relo um pouco carregado, reservou-os
a Moda para o quarto dos solteiros,
onde realmente as roupas de tonalida-
des frescas, delicadas, não teriam ca-
bimento.
E o lilaz, essa deliciosa côr que tão
maravilhosamente liga com a beleza
loira? A Moda — e o bom senso — re-
servou-o para aqueles que, pelos anos
e pelos desgôstos já passados, desejam
em volta de si a calma, a suavidade!
Nas guarnições tem onde expandir-se
o natural bom gosto feminino, Mas,
acima de tudo, reina a simplicidade e
assim, os djours feitos à mão, os pe-
quenos motivos bordados, como fôlhas
e minúsculos ramos soltos, bolhas,
ilhoses, etc, os grandes monogramas,
os folhinhos plissados, as rendas-e os
crochets artísticos têm a sanção da
Moda actual, que decreta para as nos
sas roupas de casa simultaneamente
beleza, originalidade, leveza e resis-
tencia.
Do Correio do Sul
gota
Feira dos Passos
Por virtude do mau tempo te-
ve fraca concorrência a feira dos
Passos.
Durante todo o dia o vento so-
prou rijo e choveu copiosamente.
Ateáp et
OS AMIGOS DA «COMARCA»
O sr. Manoel Antunes, de Lis-
boa, indicou para assinante o sr.
Daniel Luiz, da mesma cidade.
Agradecemos.
a
«Eintena»
Esta interessante revista men-
sal da T. S. F., com sede em
Vila Nova de Gaia, voltou a vi
sitar-nos depois de uma interrup-
ção de 10 meses por circunstân-
cias inteiramente alheias à sua
vontade.
Como de costume apresenta
óptima colabor ção e assuntos
do maior interêsse da «ua espe-
cialidade.
Os nossos cumprimentos de
boas-vindas,
a
Licença do Comércio e
Indústria
Estas licenças são cobradas
durante o mês corrente. Depois
ficam sujeitas a multa,
rea
Aniversários natalícios
4, Albino Heitor Craveiro,
Tete (Africa Oriental); 6, D.
Maria José Corrêa e Silva; 7,
Antônio Alberto Craveiro; 9,
Mário Bernardo Cardoso, Lisboa.
Parabens
rose
Férias da Páscoa
As férias da Páscoa começam
no dia 6 (Domingo de Ramos)
e prolongam-se até ao dia 20
(Pascoela)
ha dada Rico
Nulheres pintadas
Talvez- vocês não queiram crer
que eu detestel sempre a pintara nas
mulheres e todos os artifícios que elas
usam, não tanto, por certo, para nos
agradarem, mas por imposição tirá-
nica da moda: o cabelo tornado lou=
ro à lôrça de áaua vxigenada, as so-
brancelhas reduzidas a minhoqaitas
delgadas, em rigorosas curvas geo-
métricas, os Ílaces de um vermelho
vivo e exótico como arleguins de fei-
ra, os lábios de côr de papoula e as
unhas, das mãos e dos pés, enverniza=
das e purparadas, apresentam am
conjunto melistofélico, dando à malher
a personificação do demónio na le-
genda do Fausto, são motivo de cham
cota mal disfarçada…
Há mulheres, então que se tingem
com tal descomedimento que se tor=
nam ridícalas e insuportáveis à vism
ta .. desarmada | Observadas atra-
vés dans óculos foscos talvez… não
causem tam má impressão |
As raparigas bonitas de seu nata-
ral não deviam embonecar-se ou re=
correr a artifícios para atrair. Para
se tornarem verdadeiramente encan=
tadoras, já que possuem beleza e gra-
ças, as jovens precisam de caltivar O
espírito e reiinir os dotes da ín!eligên=
cia e do coração, preparando-se para
virem a ser excelentes donas de casa,
espôsas dedicadas e mãis carinhosas.
Que se deixe às malheres feias e
vaidosas e âquelas que os primeiros
sintomas de velhice criaram rugras e
pés de galinha o cuidado de se pintam
rem, na persuasão tola de que enga=
nam os outros, quando, finalmente, só
a si próprias se iladem…
ted) 1d
Carreiras de Camionetas de
passageiros
A carreira de camionetas de
passageiros entre Castelo Bran-
co Sertã-Figueiró dos Vinhos e
Coimbra, de que é concessioná-
ria a Companhia de Viação de
Sernache, Ld.º, passou a efec
tuar-se às 3.º, 5.º e sábados de
Castelo Branco para Coimbra,
onde chega às 16,35 horas; e às
2.8, 4.º e 6.ºº de Coimbra para,
“Castelo “Branco, com o mesmo
horário.
DB ee
E amigo dedicado da
sua terra ?
Indique-nos, como assinantes, .
todos os patrícios e amigos que
ainda o não são.
O valor e o bom nome da sua
terra dependem, em grande pare
te, da propaganda que dela se
fizer nêste semanário.
[Es
EDITAL.
Carlos Martins, Conservador
do Registo Predial e Co.
mercial e Presidente da
“Câmara Municipal do con-
celho da Sertã, faz saber:
Que tendo chegado ao co-
nhecimento das autoridades
que se pretende especular
com o preço dos gêneros de
primeira necessidade no
concelho, vão ser tomadas
medidas rigorosas para re-
primir todos os actos de
açambarcamento e especu-
lação, nos tôrmos do Decre-
to-lei n.º 29 964, de 10 da
Outubro de 1939.
E para geral conhecimen.
to, e ainda para que os is
teressados avisem as auto-
ridades dos factos menes res
gulares praticados na área
dv concelho sôbre géneros
de primeira necessidade, se
afixou ôste e idênticos 208
lugares mais públicos de tô-
das as fiêguesia do concelho.
Sertã, Secretaria da Câ-
mara Municipal, 25 de Mar-
ço de 1941,
O Presidento,— €, Martinsins
@@@ 1 @@@
WINSTON CHURCHIRK
Aos 66 anos de Winston Chur-
chill é um dos homens mais jós
vens do Império Britânico, tendo,
no entanto, tido uma vida de
trabalho, tanto nos domínios do
pensatcato como nos da acção.
enhum general vivo presenceou
tanto serviço activo, em tantas
guerras, como êle.
Educado em Sandhurst, o fas
moso colégio militar inglês, in-
corporou-se .no exército há 45
anos. Era, então, um jóvem de
21 anos, mas tomou parte na
única guerra que então havia —
a guerra espanhola em Cuba.
Dois anos mais tarde, lutava
na India, na fronteira norte-oci-
dental, que era a mais dura es-
cola de guerra de guerrilhas,
existente em todo o mundo. Nes-
te escabroso e traiçoeiro terre-
no, tomou parte em duas cam-
panhas e em bom número de
acções individuais, em que se
houve com bravura.
Em 1898, fazendo parte do
XXI Regimento de Lanceiros, lu-
tou com a fôrça expedicionária
do Nilo, sob as ordens de Lord
Kitchener, estando presente nas
batalhas de Kahartoun e Om-
durman.
Na guerra anglo=boer, era cor-
respondente de vários jornais de
Londres. Foi feito prisioneiro,
mas conseguiu escapar. Depois
disto, tomou, como combatente,
parte em muitas das mais impor-
tantes batalhas do Transvaa!.
Em cada uma das suas sete cam-
panhas, Churchill recebeu uma
menção honrosa, em ordem de
serviço, alcançando também inu-
meráveis condecorações.
Hoje, o primeiro ministro dis-
põe de pouco tempo para exer-
cícios físicos, fazendo a guerra
como chefe do govêrno de Lon-
res.
Winston Churchill, cuja ener-
gia todo o mundo admira, por
ocasião do seu aniversário nata-
lício, poude ver como é querido
em todos os pontos da Grã-Bre-
tanha e dos vastos domínios in-
gleses.
$
Churchill é também historia-
dor, biógrafo, jornalista, novelis-
ta e até pintor de aguarelas,
obtendo êxitos em cada um des-
tes géneros.
À sua obra de escritor com-
preende 22 volumes. A descrição
da batalha de Omdiurman e da
carga do XXI Regimento de Lan-
ceiros, em que Churchill tomou
parte, constitui uma das mais
formosas páginas descritivas da
guerra, que até hoje se tem es-
crito. Lemo-las na «Guerra Flu-
vial>.
A «Crise Mundial» é uma obra
do mais amplo alcance sôbre a
Grande Guerra. E o Primeiro
Ministro traçou também páginas
biográficas de seu paí, Lord
Randolph Churchill, e do gran-
de Malborough, outro dirigente
da guerra. –
Churchill é igualmente um dos
maiores oradores ingleses con-
temporâneos. E antes de entrar
no govêrno foi um jornalista vi-
brante, de colaboração livre.
*
Churchill é um «leão» para o
trabalho. O seu dia de labor co-
meça às 7 horas da manhã, quan-
do se levanta, e vai até às 3 ho-
*
ras da madrugada, quando reco» |
lhe ao leito. Sente aversão ao
barulho e por isso os seus apo-
sentos estão separados do mundo
exterior por meio de grossas
portas, revestidas de baeta verde.
— Que reine o mais profundo
silêncio |! ordena, depois do lan-
che, quando se retira, por mo-
mentos, para O seu quarto, afim
de descançar, com um bocado
de seda negra colocado sôbre os
olhos.
Churchill tem a capacidade
pouco comum, que Napoleão
também possuía, de poder, em
dado momento, pôr de lado os
problemas de momento, por mais
ves que Sem — E passar aq
A Comarca da Sertã
MOVIMENTO RELIGIOSO
(Nota amâvelmente fornecida pelo
Rev.º Pároco da Freguesia da Sertã) ,
Como foi anunciado realizou-
se na passada sexta-feira, 28, a
Procissão dos Passos.
Esta, procissão constituiu pela
afkência e devoção dos fiéis
uma verdadeira manifestação de
fé.
Eram 16 horas quando come-
çou na Igreja Matriz o sermão
do pretório e fíndo êste começou
a organizar-se a procissão,
A” frente, abrindo alas, ia a
Mocidade Portuguesa, Cruzada
Eucarística, Juventude Católica
Feminina, Liga da Acção Cató-
lica Feminina.
Atrás começava própriamente
a procissão com o guião e o pen-
dão e fazendo nôvamente alas
seguia a Irmandade da Miseri-
córdia que com as suas opas e
tochas ladeava a imagem do Se-
nhos dos Passos.
A seguir longas filas de mu-
lheres e creanças levavam na
mão velas acêsas.
Os anjos, lindamente vestidos,
eram distribuídos por toda a pro-
cissão.
Debaixo do pálio ia o Rev.º
Pároco que ostentava o Santo
Lenho e era acompanhado pelos
Rev.’º Padres José Baptista e
Eduardo Filipe Fernandes.
Quando a procissão, depois
de ter percorrido as melhores
ruas da vila, chegou ao Largo
do Chafariz, já aí se encontrava
o Rev.º P.º Augusto António
Ribeiro que fez o sermão do
«encontro».
Daqui a procissão seguiu para
a Igreja Matriz onde teve lugar
o sermão do calvário prêgado
pelo Rev.º P.º Eduardo Filipe
Fernandes.
Para a boa ordem muito con-
tribuiu a Legião Portuguesa. A
cerimónia que terminou ao escu-
recer deixou gravada no coração
de tôda a gente a piedosa lem-
brança de quanto Cristo sofreu
pelos homens.
+
No próximo domingo, liturgi-
camente chamado «Domingo de
Ramos», 6 de Abril, realizar-se-
há, pelas 11 horas, a cerimónia
da Bênção dos Ramos, seguin-
do-se a procissão e a missa can-
tada.
sono. Segundo a moderna medi-
cina, uma hora de descanso as-
sim, equivale a 3 ou 4 horas de
sono ordinário. P’ por isso que
Winston Churchill pode traba-
| período
lhar, muitas semanas consecuti-
vas, durante 18 horas por dia.’
RESET
GENERAL GARMONA y cecer
Fez no dia 26 de Março 13
anos que o Senhor General An-
tónio Óscar de Fragoso Carmo.
na foi eleito, pela primeira vez,
Presidente da República Portu-
guesa.
Lembrar esta data com fé e
devoção patriótica é dever de
todos os bons e leais portugue-
ses porque ela marca jo início
dum ciclo de grandeza para Por-
tugal, a reviviscência dum pas-
sado glorioso e é a garantia dum
futuro próspero para a Nação,
que soube descobrir a sua pró-
pria alma para voltar a seguir,
com energia e admirável espíri-
to de sacrilício, o caminho de
que andava arredada e que por
direito lhe cabe entre os povos
civilizados.
E êste ressurgimento milagro-
so não seria possível sem o
exemplo de sacrifício e amor
patriótico do Senhor Presidente
da República que encarna tôdas
as excelsas virtudes dos grandes
portugueses de antanho.
«A Comarca da Sertã» rende
suas humildes homenagens ao
venerando Chefe do Estado.
HS
«O Caminho de Ferro é q Mação»
O sr. Engenheiro Carlos Manitto
Tórres, que não temos o prazer de co-
nhecer pessoalmente, distinguiu nos
com a oferta dum belo opúsculo da sua
autoria, com o título acima, onde de-
senvolve proficientemente o tema cita-
do, aduzindo razões demonstrativas de
quanto se torna conveniente o alarga-
mento da rêde ferroviária em todo o
País, condição indispensával para a
prosperidade económica da Nação; e
concretiza Os seus argumentos basean-
do-os sob os mais diversos aspectos :
militar, moral, social, cultural, finan-
ceiro e político, que se aglutinam ém
uma só razão — única e sagrada — a
“razão patriótica”.
Da “Garantia económica” há um
que achamos interessante re-
produzir : i
“Meditemos nos grandes transpor-
tes ferroviários nacionais, esqueleto da
Nação Económica, que servem por for-
ma insubstituível, com submissão me-
cânica mas com regularidade e êxito
conscientes, a Paz, a Abundância e a
Grei: a vidae a alimentação pública—
trigos, gados, carvão, abastecimento |
regular dos grandes centros; a agricul-
tura — palhas, cortiças, cereais, vi-
nhos, as mais diversas colheitas; a in-
dústria — matérias primas, maquinis-
mos, combustíveis, produtos manufa-
cturados !
Lêmos êste trabalho com a atenção
que nos merecem os assuntos de ca-
rácter económico e, depois, mais se
enraizou no nosso espírito o convencix
mento de que a nossa região não po-
derá alcançar o progresso a que tem
direito, valorizando as riquezas natu-
rais do solo, enquanto não tiver uma
linha férrea.
E’ que a camionagem, por mais bem
apetrechada e eficiente e por melhores
que sejam as estradas, não pode subs-
tituir o caminho de ferro.i
ologia
Amadeu Augusto da Cunha Valente
Após prolongado sofrimento
faleceu, na sua casa da Amado-
ra, em 19 do próximo passado
mês de Março, 0 nosso estimado
patrício e amigo sr. Amadeu Au-
gusto da Cunha Valente, que
contava 54 anos de idade. O seu
precário estado de saúde obri-
gara-o a trespassar, há dois
anos, a «Ginjinha Rubi», na Rua
Barros Queiroz, 27 popular es-
tabelecimento que administrou
durante uma dezena de anos e
que tôda a Lisboa conhece.
O extinto deixa viúva a sr.
D. Maria Amélia Corrêa Valen-
te e era paí das sr.’* D. Ruth
Corrêa Valente Rodrigues, es-
pôsa do sr. Ildefonso Tito dos
Reis Rodrigues, funcionário da
Câmara Municipal de Lisboa, e
da sr.* D. Maria Isabel Corrêa
Valente, residentes na Amadora
e cunhado dos srs. Carlos Au-
gusto Corrêa, funcionário supe-
rior da Companhia de Moçam-
bique e António de Oliveira
Salgado, comerciante, residentes
em Lisboa.
O funeral efectuou-se no dia
seguinte para jazigo jde família
no cemitério do Alto de S. João.
“N. da R, — Em cumprimenio da de-
terminação expressa pelo falecido sai
esta notícia com bastante atrazo.
dd
sr
João N. Damas de Oliveira
No dia 18 do passado mês de
Março faleceu, na capital, Rua
Ponta Delgada, n.º 38, o sr.
João N. Damas de Oliveira, bar-
beiro, irmão do nosso prezado
assinante sr. António de Jesus
Damas de Oliveira e filho do
nosso saiidoso patrício e colabo-
rador sr. António Damas de
Oliveira.
A’s famílias enlutadas apresen-
ta «A Comarca da Sertã» since-
ras con lolências.
rota
JOSÉ PEREIRA
Foi nomeado vice-presidente
da Câmara Municipal de Oleiros
o nosso amigo st. José Pereira.
pe io a
INTERÊSSES DA FUNDADA
Na ampliação do plano de me
lhoramentos urbanos, o titular
da pasta das Obras e Comunica-
ções concedeu comparticipação
à Câmara Municipal de Vila de
Rei para a construção de um
edifício na sede da freguesia da
Fundada.
A MARGEM DA GUERRA
A DESPÉITO DAS PERDAS SOFRIDAS, A MARINHA MERCANTE INGLESA CONTINUA A AUMENTAR
Bombeiros Voluntários da Serli
A propósito do incêndio que
destruiu a camioneta e os 29
tambores de gasolina, que com-
punham o carregamento, aciden-
te a que fizemos desenvolvida
referência no número passado,
é-nos grato publicar a seguinte
carta, enviada pela «Companhia
de Viação de Sernache, Ld.º> ao
sr. Comandante dos Bombeiros
Voluntários da Sertã e que é àl-
tamente honrosa para a humani-
tária Corporação :
«Er.”º Snr.— No passado
dia 20 do corrente, a briosa
Corporação de que V. Ex.º é
digno Comandante, na persuas
ção de que na n/ Sede lavras-
se intenso fogo, prontamente
acorreu até esta freguesia pa-
ra o camprimento da sua ele-
vada e nobre missão de <«Sol-
dados da Paz». O sinistro, po-
lrém, não ocorren nas n/ insta-
lações. Convencidos de que
fôsse onde fósse o desastre, os
bombeiros compareceriam;
mas porque se deu a circuns-
“tância especial de o julgarem
“nan/ Sede, sentimo-nos no de-
ver de a todos agradecer, ma-
nifestando-lhes a maior grati-
dão e os mais reconhecidos
agradecimentos. Com a mais
elevada conside ração, etc., O
Gerente da Companhia de Vias
ção de Sernache, Ld.º, Antó-
nio Nunes da Silva Matta».
O 1 :
DOENTES
Tem obtido consideráveis me-
lhoras nos últimos dias o que
muito nos apraz registar, a sr.?
D. Maria Nunes Marinha, da Se-
nhora dos Remédios, dedicada
irmã do nosso amigo Rev.º Gui-
lherme Nunes Marinha.
— Também esteve bastan’e
doente em Vila Franca de Kira,
encontrando-se, agora, um pou-
co melhor, o nosso assinante sr.
Sertório Rodrigues, actualmente
na Sertã.
— Durante os últimos dias tem
estado gravemente doente a sr,?
D. Maria Dias, mãi do nosso
amigo sr. Capitão José Joaquim
Lourenço, de Tomar.
A ambos desejamos pronto
restabelecimento.
Stop
«e EM SEARA ALHEIA
Recordações de Eurico
A minha alma via passar dian=
te de si esta geração vaidosa e
má, que se crê grande e forte
porque sem horror derrama em
lutas civis o sangue de seus ir-
mãos.
E o meu espírito atirava-se
para as trevas do passado,
E o sôpro rijo do norte afaga-
va-me a fronte requeimada pela
amargura, e a memória consola.
va-me das dissoluções presentes
com a aspiração suave do formo-
|so e enérgico viver de outrora.
| E o meu meditar era profun-
pás como o céu que se arqueia
imóvel sôbre nossas cabeças;
“como o oceano, que, firmando-
| se em pé no seu leito insondá-
vel, braceja pelas baías e ensea-
das, tentando esmigalhar e des.
fazer os continentes
E,
| Eeu pude, enfim,
chorar.
Alexandre Herculano. Eurico o
presbitero. Século XIX.
pega
COBRANÇA DE ASSINATURAS
Estamos a proceder, pela fors
ma habitual, à cobrança das as-
sinaturas em Lisboa, Província
e na área da Comarca da Sertã,
esperando dever a todos os nos
sos estimados assinantes a fine-
za de liquidarem os recibos logo
que lhes sejam apresentados, evi-
tando-nos. assim, transtôrnos e
maiores despesas.
Este número foi visado pela
“Comissão de Censura
de Castelo Branco