A Comarca da Sertã nº231 13-02-1941

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Eduardo Barata da Silva Corrêa

>—-> FUNDADORES —
— Dr. José Carlos Ehrhardt, —
= Dr. Angelo Henriques Vidigal —
—— António Barata e Silva —

Dr. José Barata: Corrêa e Si) E
É

pepoa 8 baço

O DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO

a Edluando Bonata da Fila Comeia Tp. PoE FÃ
pe —— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —— CASTELO
b| |RUA SERPA PINTO-SERIÃ qt
> FRhP ONA
«< PUBLICA-SE ÀS QUINTAS FEIRAS

MAINO W | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sertã: concelhos de Sertã E 5

Nº 231 Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Cardigos (do concelho de Mação ) 1944

Notas …

REGIONALISMO

0 apélo lançado há dias pe-
lo «Diário de Notícias»,

a favor das crianças vítimas
da guerra, ecoon profunda-
mente nos corações portuguê-
Ses, repercntindo-se; em. al
Stem países estrangeiros, em
tensíssima vibração de amor

e caridade por milhões de ino-
centes condenados ao depan-

. peramento físico, aos horro-

tes da fome, à morte, enfim,
se não forem tomadas resolu-
ções rápidas e adequadas que
Os livrem dos males cansados
bela enerra monstruosa, cheia
ferocidade e rancor, a que
assistimos e que se prepara
pura subverter a Civilização,
arrastando o Mundo a um
maldito e inconcebível inferno,
amordaçando os ideais nobi-
líssimos que proclamam a Jas-
tiça, a lenaldade ea Frater-
nidade entre os homens.

A Civilização ruirá com

fragor, inexoravelmente, se os
povos beligerantes não salva
“rem as crianças das brutali-
“dades da luta, que entroa nú-
ma fase de total extermínio
dados os meios modernos de
ataque.
* Dos milhares e milhares de
pequeninos seres humanos sem.
-confôrio e sem alimento! em,
consegiiência da gnerra. mui-
tos encontrarão na Morte o
“fim ide sen indizível sofrimen-
«fo, engaanto outros = muitos
milhares — surgirão como es-
pectros tumalares, não cria-
«dos pela nossa imaginação en-
fêrma ou exaltada, mas resni=
tado vivo e palpável do desati-
no e loucura da Humanidade
perversa,

“Num Mundo de ruínas ede
“miséria desfilarão longos cor-
delas de entes, condenados,

esde o berço, a uma existên-
abs ma: ldita e verdadeiramente
ia uh botões de rosa que
-gpmarchedera! ram para sempre

o sópro da Desgraça.

Oxalá o ap: lo do’ «Diário
de, aVotícias» seja ouvido por

os os homeris de boa-von-

E e, rd “Uma acção enérgica
e decidida consiga livrar mis

nua de crianças desta tragé-
+ QUE ressoa aos nossos ou=

E os como um tremendo e

bem pungente dobre de finados.

oro

França mantém-se firme
quanto à sua resolução

de não ceder a sua esquadra,
a qualquer dos portos de
que dispõe, seja a quem

e; Está Isto de harmonia com
“as condições do armistício,
Tal atitude mostra à evidên-
cia que a honra e o dever não
são incompatíveis com a des-
graça: nd
E? precisamente na infelicto
de, que É os homens e as na:
es mostram a firmeza de
convicções e a nobreza as fi
timentos.

O nosso inquérito às Juntas de Freguesia da Comarca da Sertã.

Depõe, hoje, o sr. José António Valente, digno Presidente da

Junta de Freguesia da CUMIADA (concelho da Sertã).

«. Sr, Director da «Comarca da Sertã»

OMO uma grande parte dos últimos
dias não tenho estado na fregue-
sia, 8ó hoje posso vir dar respos-
ta à carta de V…, de Outubro,

de que peço desculpa.

Começo por dizer que esta freguesia,
infelizmente, pouco tem recebido do Es-
tado Novo, se bum que, outras ainda te-
nham Te-
cebido
menos.
Alguns
melhora-
mentos
que nela
há feitos,
deve-0s
exclusi-
vamente
a inicia-
tiva sua é
particu-
lar.

Vou des-
crevê los
e seja me
permiti-
do repor-

UM DOS CRUZEIROS

tar me desde o ano de 1.905, data em que
o actual pároco, Isidro Farinha, tomou
posse e se colou na Igreja desta freguésia
e para que também se conheça o que va-
le o esfôrço e vontade do povo duma fre-
guesia quando quere e haja quem o saiba
dirigir.

Ew 1906 construiu a freguesia a cha-
mada «casa paroquial» junto à Igreja e
que está servindo de sessões da Junta de
Freguesia, registo civil, reúniões de bap-
tizados, casamentos, arrecadação de uten
eílios da Igreja, ete,

Não havendo na freguesia casa onde

o pároco pudesse residir, ou se havia fica-
va bastante distante da Igreja e estava
ameaçando ruína, resolveu o pároco, a
expensas suas, construir em 1914 uma e
mais próxima da Igreja.

Como estava em princípio de vida e
sem OB recursos necessários para empre
ender ubra de tam grande trabalho e des-
pesa, tanto bastou para que os paroquia-
nos, na sua grande maioria, se combinas-
sem a auxiliá-lo no que lhes fôsse possi-
vel, como: carreto de bois, fornecimento
de madeiras, etc. e pelo que o reverendo
pároco ainda hoje se mostra muito reco-
nhecido, prometendo então, e assim tem
cumprido, não sair mais da troguesia,

A Igreja paroquial que há pouco mais

de um século era uma pequena capela en-
corporada na freguesia da Sertã, não tis

nha forma estética, muito baixinha, varei-
ra pelo aditamento que por duas vezes
havia sido feito e não comportava a po-
pulação sempre crescente da freguesia,
Em 1919 0 pároco, auxiliado pelo então
digno professor da freguesia Manuel Luiz
da Silva, dos seus amigos e dedicados pa-
roquianos Manuel Pedro Marçal, António
dos Reis e Manuel Marçal, já falecido, re-
solveram em boa hora dar princípio a tam
grande e dispendiosa obra, ao menus a
capela-mór. Em menos de um ano estava
roncluída,

Ficou o corpo da Igreja a destoar
bastante, não condizendo nada com o que
estava teito. Dois aros depois, dava-se
princípio às restantes obras e em 1932 eis
uma Igreja feita pela raiz, menos a tôrre
que, nu dizer de entendidos, não podia ser
elevada por falta de alicerces,

Mais tarde, porém, não faltava quem
insinuasse que a Igreja não parecia bem;
era preciso alindá-la por dentro ao menos,
precisando de ser rebocada, caiada e pin-
tada, se bem que era preciso fazer se mui-
ta despeza. Confiando-se no banco da
Providência, bondade e vitalidade religio-
sa da freguesia, deitaram-se mãos à obra
e dois anos depois estava a Igreja concluí-
da e novinha em fôlha, como: capela-mor,
trono, altares, púlpito, sacristias, côro, bap-
tistório, confessionários, balastres, etc,

Nesta altura, porém, era preciso, impu-
nha-se mesmo, vm natural descanso. De-
via tomar-se alento e fôlego. O pároco, po-
rém e que
já por ve
zes tinha
anuncia-
do aos pa-
roquia-
nos eatar
cansado,
não po-
der tazer
mais, dei-
xando o
resto aos
B6U8 Co-
legas vin-
douros,
não gos-
tava de
ver a sua
Igrejinha
UM TRECHO DO ADRO DA IGREJA MATRIZ por doi-

rar. Eram, todavia, necessários mais al
guns milhares de escudos que os paro-
quianos não tinham e nem Ele tam pou-

| to se atrevia a falar neste assunto. Em

1934, teve a providencial, a óptima idéa e
belo expediente de mandar doirar à sua
custa 08 altares laterais, (Cominia na 3.º página) e a lápis

OS 15 podadores contratados
pela Brigada Técnica da
Vi! Região, sob a direcção
competente do regente agríco-
la sr. José Martins Romão,
procederam já à poda racio-
nal e limpeza de aleumas des.
zenas de oliveiras em proprie-
dades sitas a S. João do Conus
to, subúrbios da Sertã, dos
srs. Augusto Rossi, no Lagá-
rão, Manoel Milheiro Duarte,
Augusto Cardoso e António
Alberto Craveiro, na Redonda,
O ensino ao curso está ago
ra sendo ministrado no olival
do sr. General Conceiro de
Albuquerque, à Redonda, jun
to à estrada municipal.
Fizemos uma visita aos oli«
vais tratados e ficímos com
uma óptima impressão, ainda
que nos falte competência pa-
ra explicar o que vimos ou
darmos qualquer informação
sôbre a técnica dos trabalhos.
4 todos os olivicnltores, que
o possam fazer, aconselhamos
uma visita âquêles olivais, na
certeza de que alguns ensina-
mentos úteis e práticos hão-de
obter. De resto,jo sr. regente
agrícola, sempre amável, está
pronto a dar todos os escla-
recimentos que se lhe peçam.

ALGUNS meninos que se jal-

gam engraçados, mas que
revelam, apenas, maldade”e
falta de educação, lembraram-
-se de andar por aí a escrever
pelas paredes e portas de al
gumas casas, a giz, frases
sem nexo e até inconveniên-
cias, beliscando um ou ontro
a quem votam antipatia,

Os autores da estúpida brina
cadeira, mal sejam descobera
tos, deviam sofrer exemplar
correctivo. Talvez, assim, se
cortasse o mal pela raiz!

rose

CREPÚSCULO

O Sol vai lentamente entristecendo

& na aurora elegante dos Caminhos

tala-se a orgia musical dos. ninhos :

— Setenamente a fardo está morrendo …

Sá eu julgo que sei, oiço e entendo
a voz oculta dos líricos moinhos,
com a brancura lirial dos linhos

que mãos de princesa vão tecendo sc.

Com a carícia estranha dum veludo
aproxima-se a noifo misteriosa
& sinto o absurdo sagrilégios

la quebrar: o encanto doce e mudo

desta paz comovento g religiosa

que embeba a solidão em sortilégio |
Jorge Ramos

cama ee a mae

 

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A Comarca da Sertã

MINISTÉRIO DA ECONOMIA

Er NACIONAL DOS RESINOSOS

RESINAGENM DE PINHAIS

E CAMPANHA DE 1941

(DECRETOS

N.: 28:492 E

30:254)

asdimensões máximas das feridas para resinagem são no ano de 1941, as seguintes:
| Largura . Pepe H centímetros
E Profundidade . 1,5 »
q
| Altura :
E IEano Ea 50 »
E ASS E eo serie e 55 >
E
po So » . . . . . . 5 5 »
.
DE: : MESA RAROS Pie] Sn a itio saio 60 »
c$z Total . .. 220 »
1 Na medição da largura das feridas é sempre admitida a tolerância má-
xima de 1 centímetro e na medição da profundidade a de meio
centímetro,

B—Não poderão fazer-se presas de dimensões inferiores a 10 centimetros, nem resinar
pinheiros com menos de 30 centimetros de diâmetro na altura do peito (a 17,30 do
golo), salvo, neste último caso, quando se trate de árvores para desbaste ou corte

final.

E ainda permitido resinar pinheiros com menos de 30 e mais de 25 centimetros de
“diâmetro na altura do peito (a 1º,30 do solo) desde que a exploração para resina-
gem dêsses pinheiros tenha sido iniciada antes de 1940.

Ah sales quando se trate de árvores para desbaste ou corte final, não poderão fazer-
se novas feridas na base de cada pinheiro sem que as anteriores tenham sido ex-
ploradas pelo menos durante 3 anos, mas a exploração do primeiro ano de uma fe
rida deve ser simultânea com a do quarto ano da ferida anterior; podem, no en-
“tanto, explorar-so simultâneamente duas feridas no mesmo pinheiro, independente-

mente dessa restrição, quando êle tenha atingido 40 centimetros de diâmetro na

altura do peito (a 17,30 do solo).
4)Pelas feridas praticadas em contravenção do disposto nos n.º 1, 2 e 3 serão res-

ponsáveis :

a)—os industriais de produtos resinosos, quando os trabalhos de resinagem es-
‘tejam sendo efectuados por capatazes ou empreiteiros inscritos na Junta a
seu pedido ou por quaisquer pessoas que trabalhem por sua conta 3 sob as

suas ordens;

– b)—tôdas as pessoas que, embora não inscritas na Junta, estejam procedendo a
trabalhos de resinagem;

c)—os proprietários dos pinhais que os estejam resinando por sua conta.

b)—Os responsáveis incorrerão numa multa nunca inferior a 1300 por cada ferida ile-

ima duntaNacional dos Resinosos

clod Sertaginense

Rua Mousinho da

LISB

pisa de Produtos
Resinosos, Limitada

E » galmente praticada, podendo esta multa — tratando-se de industriais inscritos Da
ê «Junta — ascender a 50.000800,
o À Lisboa, 23 de Dezembro de 1940,

Silveira, 34
OB

Emprêsa de Produtos
Resinosos, Limitada

|
af
| A Hj AVIS o Por escritura de 27 de[ Por escritura de 9 de Ju=
E Leva-se no conhecimento Março de 1940, lavrada a fls. | nho de 1989, lavrada a fla.
a: do público em geral e do co- dezanove, do livro de notas | 25 do livro de notas n.º 147,
E: : pRtroio, em particular, aa n.º 159 do notário da comar- | do notário da Sertã, Dr. Reis
ea esta Direcção não poderá) ço qa Sertã, Dr. Reis e Mou: | e Moura, o sócio daquela so-
ES ser feita responsável pelo

pagamento de quaisquer

contas e despesas quando a
‘ respectiva requisição não se-
ja visada por qualquer dí-
pFsqter]

“MOS

Vendem-se trôs casais de
+ mó, sendo uma francesa,

: Jegalizadas,

Dirigir a Mário de Olivei-
“ra Tavaros— Cardigos (Ma-

pão).

ra, o sócio daquela socieda-
de, Manuel Pires, dividiu
com os dois restantes sócios,
José Augusto de Oliveira
Pires e António de Oliveira
Viegas Tavares, a cota que
lhe havia sido cedida pelo
ex-sócio João da Cruz, fi-
cando cada um dos três só
cios com um terço da cota
cedida.

Sertã, 6 de Fevereiro de
1941,

« O Ajudante do Notário,
“José Ferreira Júnior

ciedade, João da Cruz, do
Troviscal, cedeu, na totali-
dade, a sua cota, pelo preço
de 25 000800, ao sócio Ma-
núel Pires, do Sipote.

Sertã, 6 de Fevereiro de
1941,

O Ajudante do Notário,
José. Ferreira Júnior

Postais com vistas da Sertã
(EDIÇÃO PRIMOROSA)

Vendem-se nesta Redacção
Colecção de 7 postais — 7400

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Eléctrica Sertaginense |
Assembleia Geral Ordinária

Convida os seus accionis-
tas à reiinirem-se no escri-
tório da sua emprêôza, pelas
quinze horas do dia 26 du
corrente, para aprovação de
contas de 1940. Se não hou-
ver número, fica convocada
para o dia 9 de Março à
mesma hora.

Sertã, 10 de Fevereiro de

1941,
O Presidente,

José Nunes

CO

PROPRIEDADE

Com oliveiras, figueiras,
laranjeiras e mais árvores de
fruto, terra de semeadura 6
horta regada pelo seu pé e
casa de habitação com tôdas
as dependências inerentes a
uma vivenda agrícola.

Dispõe de açude perma
nente e fôrça motriz hidráu-:
lica, que se pode adaptar a
qualquer indústria, com 25

“Tratar com Mário de Oli-
veira Tavares — Cardigos

(Mação).

VENDE-SE

80 aduelas de castanho
com 1,5m. de comprimento,
3em. de grossura e J0cm.
de largura,

Batentes de castanho com
2,40m. de comprimento, 12
cm. de grossura e 45 cm. de
largura.

Pequenos lotes de madei-
ra de dimensões inferiores
àquelas,

1 caldeira de queimar re-
sina, usada.

Tratar com Joaquim
Matias Júnior — Vale do
Souto — Oleiros.

Oficina de Chapelaria
ADE

João Martins Pinheiro

Venda e fabrico de chapéus,
Conserto, transformação, lavagem é
tintos em chapéus usados

Sempre á venda os últimos e mais mo-
dernos modêlos de
chapéus em tódas as côres
Perfeição e economia

PREÇOS SEM COMPETÊNCIA

Praça da República— Sertã

SEntónio da Bilva Pourengo

acaba de

Interessantes e magníficos artigos, de
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abrir uma

SECÇÃO DE OURIVESARIA

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RUA CANDIDO DOS REIS—Sertã

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A Comarca da Sertã

3

« À . :

REGIONAL

(Continuação

A capela-mór, o principal e
resto, viria depois e quem sabe,
talvez bem depressa…

-Não se enganou. .. Não faltou
logo quem viesse sugerir que
esta obra não estava bem feita,
doirar os pés e deixar a cabeça,
não podia ser, era um contra-
«senso, Eic,, etc…

O pároco, porém, ia fazendo

ouvidos de mercador… Era
necessário ressuscitar um novo
peditório. .. Mãos à obra, Nova
e última avançada e três meses
depois a Igreja da Cumiada es-
tava doirada, sendo inaugurada
em 1936 por ocasião da festa vo-
tiva e caritativa do grande filho
desta terra, Sr. Eugénio Nunes
Farinha, «Rei das meias» de
Lisboa. E’ uma Igreja sem esti-
lo, mas tem gosto e arte. Boni-
ta e alegre, vale a pena ser
observada na obra de talha, al-
tares, castiçais, púlpito etc. E
cabe dizer aqui que à excepção
da doiradura, tôda ela, foi cons-
truída por um curioso, sem apren-
dizagem alguma, o analfabeto
Manuel Fernandes, do Castanhei-
ro, O homem conhecido por mais
de «sete ofícios,» como: pedrei-
ro, carpinteiro, marceneiro, can-
teiro, serrador, ferreiro, serra-
Jheiro, pintor, escultor, entalha-
“dor, etc,
“Honra ao mérito e valor!…
Evidentemente que as obras
da Igreja, além de peditórios da
“reguesia, foram também custea-
-das: por alguns dos seus filhos
“residentes fora e outras pessoas
amigas do pároco e de acentua-
dos sentimentos religiosos, a
quem Ele, timido e envergonha-
do até, se vit na necessidade de
se dirigir pedindo esmolas como
sejam:

Ex.” Sr.* D. Efigénia Sá No-
gueira, Portalegre, João Gonçal
“ves Lopes, Fall River, América,
António da Costa Nogueira, S.
Paulo do Brasil, Ex.2º Família

“Marçal, E’vora, José Cardoso,
“João Pedro Alves etc. etc. aquem
“ainda e sempre prestará a sua
“homenagem da mais viva e pro-
funda gratidão e indelével reco-
nhecimento.
” Recebeu-se também um subsi-
“dio do rendimento dos Indultos
– Pontilícios do Bispado.
” Começaram as obras no ano
“de 1919, período o mais agudo
da nossa situação económica e
financeira, em virtude da «gran-
de guerra» e que por isso, mess
mo tantas vezes tirou O sono à
comissão, À carestia da vida su=
bia vertiginosamente, Os salá-
rios começaram em 1$00 e ter-
“minaram em 108001
“Para também ajudar a custear
no despesas da Igreja, constituíu-
Se uma comissão para, no dia
“da festa de St,” Ana, se levar a
“efeito a organização de um «ba-
zar», que muito bom resultado
podia ter dado, se um então pa-
roquiano não se arvorasse em
esoureiro para se abotoar com
tumas centenas de escudos, que
«meteu no bolso e que ainda não
teve ocasião de restituir! …

Em 1926 foi preciso levantar
tado Pp Enta de poda e mas
deira do corpo da Igreja e sa-
cristias; fagear, cimentar e solhar

= nôvamente a fim-de evitar o ca-
“rúncho da madeira rn
mal que estava minando os ali-
“cerces e que, infelizmente não
– está extinto de todo,
PRE Loves j
* Bra preciso não descurar tam-
“bém a educação e instrução das
crianças da freguesia. A escola
primária estava de ha muito ar-
ruinada, sendo necessário impro-
vizar, e por muito favor em ca-
“sa particular, uma sala sem am-
plitude ar, luz e higiene exigi-
“dos para o seu funcionamento
» legal e ainda por baixo uma tas
“berna!… Em 1928 foi amplia-
a e restaurada a antiga casa da
scola, em ALR ea resi-
dência do respectivo professor e

ISMO
da 1.º página)

triste é dizer que já precisa de
novas e importantes reparações.

Para êste fim mandou o Páro-
co chamar à sua presença as pes-
soas mais categorizadas da fre-
guesia e que tinham filhos ou
outras pessoas de família resi-
dentes fóra.

Assentou-se fazer a publicação
de algumas circulares, pedindo
donativos e enviá-las a todos
êles, que, na sua maioria, tinham
sido alunos daquele velho case
bre. Estas circulares, porém, con.
tra tôda a espectativa, não deram
o resultado desejado. Apenas a-
cudiram à chamada os Srs. Ma-
nuel da Costa Nogueira, já refe-
rido, com 2.000800 (dois mil es-
cudos), Alberto Pedro Marçal,
Macau, com 200800 e João Mar-
çal. Rola, de Palhais, com 1008.

Foi nesta altura que do Estado
Novo se pôde conseguir um do-
nativo de 12.000800 com o qual
se restaurou a escola e residên-
cia do respectivo professor ac-
tualmente em exercício.

xo.

Em 1927 abriu-se uma estrada
do fundo do vale de S. Gião,
que, passando pela sede, chegou
à povoação do «Casal dos Gatos»
término da freguesia, Éste traba
lho serviu de estímulo e incenti-
vo a outras freguesias que, guia-
das por uma santa inveja, fize-
ram iguais melhoramentos, sendo
já rara aquela gue os não possui,
e ainda bem. Tôdas as pessoas
prestaram êste serviço da melhor
vontade, havendo bastantes que
ofereceram 15 dias de trabalho |
Tudo queria trabalhar, ser técni-
co e engenheiro! O primeiro au
tomóvel que apareceu, e para al-
guns foi a maior novidade e sur-
presa da sua vida, era guiado
pelo Sr, João Pinto de Albuquer-
que, da Sertã, acompanhado do
ilustre clínico municipal Dr. An-
gelo Vidigal.

Dias de grande entusiasmo e
elusiva alegria!… E que belo
negócio os taberneiros fizeram
nessa ocasião | 1…

ss…

Em 1936 e 1939 foi ampliado,
rebocado e caiado o cemitério da
freguesia, sendo o último ano
com um subsídio da Câmara
Municipal.

Em 1938 fundiram-se dois si-

nos.

Em 1939 deu-se princípio à
construção de uma casa no lugar
do «Casal de Santa Ana», que,
de futuro, há-de servir para casa
paroquial, em terreno generosa-
mente oferecido pelo actual Pá-
roco, não sendo já segredo que
está disposto a ajudar a sua cons-
trução também pecuniáriamente,

Esta obra, justo é dizê-lo, foi
principiada como auxílio de uma
esmola ofertada pelo estimado
filho desta freguesia António
Francisco Nunes, recentemente
falecido no Brasil.

Há poucos meses construiu-se
com o auxílio da Câmara um
«macadame via reduzida» até ao
lugar do Chão da Telha, onde já
pode chegar o automóvel, apro=
ximando-nos assim da vis nha

Ir a
de Vila de Rel,

Ultimamente, em Julho passa-
do, foi ampliado, aplanado e
guarnecido o adro da Igreja com
novas escadarias. |

Com o seguimento da estrada
distrital de Lousã a Belver, cujos
trabalhos começaram já e com a
maior actividade, vai também
esta freguesia ser beneficiada,
por isso que a sua directriz não
se afasta muito da sede e centro
da freguesia, apenas um a dois
quilómetros.

Trabalho que depois deverá
ser concluído com o auxílio da
Câmara, pois que, na distribul-
ção de serviço a realizar no con-
celho no ano de 1941, o digno
e ilustre Presidente da Câmara

Sr, Dr. Carlos Martins fez o fas

Através da Gomare(Moticiário. dos nossos. Correspondentes)

MADEIRÁ, 7 — Com a idade de 106
anos, sepultou-se hoje na freguesia do
Sobral, Manuel Farinha, residente que
fai no lugar do Sabugal, da mesma fre=
guesia. j

O extinto que era de tima família po-
bre era natural da Chaveira, do conce-
lho de Mação. F

Ne +

SERNACHE DE BOMJARDIM, 6 —
Acaba de ser legalizada a transferência
para a Companhia de Viação de Serna-
che, da carreira de Figueiró a Coim-
bra que era explorada pela Viação
Castanheirense.

E’ esta transacção duma grande van-
tagem para esta região, porque assim
a Companhia Viação de Sernache, pode
organizar os seus serviços, com Os me-
lhores horários para a sua rêde de ex-
ploração e principalmente na carreira
entre Castelo Branco e Coimbra,

Com esta aquisição fica toda esta re-
gião optimamente servida para as suas
ligações com os grandes centros, com
um serviço rápido, cómodo’e bem or-
ganizado, como é timbre desta Em-
prêsa,

— Foi nomeado regedor, desta fre=
guesia o Sr. António Lopes Rosa. E”
um facto banal em qualquer ocasião,
que não fôsse a época que atravessam
mos. Não queremos por isso deixar de
o acompanhar de alguns comentários.

Sabemos que o Sr. Lopes Rosa é
uma pessoa criteriosa e com qualidades
para bem sê desempenhar do seu car=
go. Tem porém muito que fazer e não
pode límitar-se ao tradicional receber
de editais, etc,, para afixar, .

O Estado Novo, na sia organização
administrativa, delega já, nesta autori=
dade bastantes e complexos serviços,
que precisam cuidado e atenção.

Vão também correndo mal os tempos,
assistindo nós a constantes roubos de
toda a espécie, com tendência para se
agravarem,

Todos os dias pelas ruas desta po-
voação se vêm bandos de pedintes e
exploradores da caridade pública, às
vezes sabe-se lá com que intenções!

Tudo isto precisa vigilância cuidam
dosa a-fim-de garantir um pouco a se-
guirança e tranquilidade dos seus habi-
tantes e embora não seja só o regedor
quem tudo há-de fazer, a sua boa orien-
tação muito pode contribuir pata me-
lhorar esta situação é estamos certos.
não lhe faltará auxílio, quer dos seus,
superiores, quer do público.

A propósito dêstes bandos de explo-
radores e pedintes, temos observado
que existe nesta localidade uma locan-
da, armada em pensão, ou casa de pas-
to, que com fins incompreensiveis dá
guarida a tôda a espécie de maltrapi-
lhos, desconhecidos que por aqui va-
gueiam em abundância.

São vários os comentários a tal res-
peito, dos quais, por enquanto nos não
queremos fazer eco, mas é nosso dever
chamar a atenção de quem competir
para êstes factos a-fim-de lhes pôr cô-
bro, ainda que não seja senão. por de-
coro público, pois a locanda se encon-
tra instalada na parte mais central des-
ta aldeia.

— A-fim-de mais de perto acompa-
nhar a educação de seus filhos, foi fixar
residência em Lisboa o nosso amigo
Sr. Libanto Vaz Serra. Sentimos ver
afastado do nosso convívio Este nosso
amigo, pugnador do progresso da sua
terra e principalmente nestagépoca de
crise, que muito contribuia para mino-
rar, o

ore
Casa do Povo dó Pêso

Pelo Ministério das;Obras Pú-
blicas e Comunicações foi auto-
rizada a prorrogação. do prazo
para a conclusão da. obra de
construção da sede da Casa do
Povo da freguesia do Pêso,.con-
celho de Vila de Rei.

Informam-nos que as obras
devem ficar prontas no decor-
rer dêste ano.
=” [DDD
vor de distinguir, e com tôda a
justiça, a nossa freguesia em nú-
mero 1. Bem-haja e muito obri-
gado,

E até que enfim 1…

Da Câmara recebeu-se em:
1938, 1.0008$00 (mil escudos);
1939, 1.300800 (mil e tresentos
escudos; 1940, 1.000800 (mil
escudos). í

ne a

Pedindo desculpa de ser tam
extenso, subscrevo-me com a
maior consideração e estima

, De V… etc,

O Presidente da Junta-— José
António Valente: –

QUESTÃO JUDIGIAL

A correspondência de Serna-
che do Bomjardim publicada no
nosso número 229, na parte res-
peitante ao pleito judicial a que
se referira a correspondência do
Nesperal insérta no número 226
e de que também demos noticia
sob esta epigrafe, em 23 do mês
findo, parece ter estabelecido
uma certa confusão em alguns
dos nossos leitores que se nos
dirigiram a solicitar esclareci-
mentos onde presumem existir
contradições informativas:

O que nós dissemos sôbre a
questão veio de fonte autoriza-
da, mas em vista das dúvidas
suscitados por aquêles nossos
leitôres, concretizaremos hoje os
pontos essenciais, arrumando de
vez O assunto nas nossas colu-
nas, embora resumidamente e à
margem de formulas jurídicas
que aos leigos não interessam.

Os autores no processo, Srs,
António Agripino da Silva e ou-
tros, pediram aos réus Srs.
Olímpio do’ Amaral e seu filho
Eduardo o seguinte :

1.º— O reconhecimento de
servidão para o pátio da sua
casa por um portão aberto do
lado da igreja, que os réus con-
Atera! exclusiva do seu pré-

io,

2º — O reconhecimento de
propriedade duma faixa do pá-
tio de que — no dizer dos auto-
res— os réus se haviam apode-
rado,
4,3º — A demolição das paredes
construídas pelos réus para ve-
dação daquela passagem,

4º —. Indemnização por perdas
e danos causadas pelos réus.

Os réus negando a existência
de qualquer servidão e alegan-
do que, com o levantamento das
paredes, em vez de se apodera-
rem do terreno dos autores dei-
xaram, em poder dêste, terreno
que era deles, pediram ;

1.º—A restituição do aludi-
do terreno.

-2.º — Indemnização por per.
das e danos resultantes do em-
bargo feito ás obras pelos auto-

 

S.
A primeira instância julgou
improcedentes os 1.º, 3.º € 4.º
pedidos dos autores e o 2.º dos
réus, e procedentes todos os
outros.

A Relação, para onde ambos
os litigantes apelaram das par-
tes desfavoráveis da sentença,
confirmou a decisão da 1.º ins-
tância, menos quanto às custas,
subindo o processo em recurso
dum e outro lado ao Supremo
Tribunal que no seu acórdão
desatendeu todos os pedidos dos
réus,

Resumindo : a acção foi julga-
da totalmente improcedente.

ereto
DESPORTOS

No próximo domingo realiza-
se, em Tomar, um desafio de
futebol entre o grupo local a
«Académica» e o team da Esco.
la «Já Ratton», d la cl-
dade.

O grupo parte às 12 horas,
havendo, como dissemos, alguns
logares vagos na camioneta, que
poderão ser aproveitados por
quem o desejar, mediante inscrl-
ção aberta na Barbearia Celin«
da. E’ de 15800 o preço de cada
logar,

eng

INSTRUÇÃO

Encontra-se vaga a escola du-
pla do Vale de A’gua, concelho
de Proençaca-Nova,

— Foram criadas: 1 escola do
sexo masculino e 1 do sexo fe.
minino no logar e freguesia do
Troviscal, concelho da Sertã e
1 escola dupla no Pêso, conce-
lho de Vila de Rei.

— Foi autorizada a entrada em
funcionamento da escola dupla
no logar de Salaviza, freguesia
e concelho de Vila de Rei,

Joaquim fodrigues Manta

O nosso amigo sr. Joaquim
Rodrigues Manta, que -estéve
bastante tempo na Sertã como
empregado da Farmácia Patrício
e aqui conquistou as simpatias
de tôda a gente pela sua corfec-
ção e fino trato, abriu em Gous
veia, terra de onde é natural,
uma drogaria, que gira sob &
firma de Manta & Amaral.

Sabemos tratar-se de um ime
portante e moderno estabeleci=
mento que honra aquela Vila &
há de ser valorizado pelo trabge,
lho e espírito de iniciativa -do
amigo Manta, a quem enviamos
um abraço, desejando-lhe tôdas
as prosperidades que merece.

rose
PROCISSÃO DOS PASSOS

Dizem-nos que êste ano — em
28 de Março—se realiza na Seres
tã a procissão dos Passos, q
que já há muito não sucedia,

Dra
OS AMIGOS DA «COMARCA»

O nosso amigo sr. Aurélio
Antunes Barata, proprietário do
importante Restaurante Estrêla
Valmor, à Rua Actor Taborda,
Za 24, teve a gentileza de nos
enviar o donativo de Esc. 50800
como auxílio ao nosso jornal €
indicou-nos, para assinantes, 08
srs. Francisco Dias e António
Antunes Luiz, residentes na Cas
pital.

Agradecemos, muito reconhes
cidos.

rg
BRINDES

Da popularíssima casa «O Rei
das Meias», dos nossos patrícios
e amigos Eugénio Farinha, Lie
mitada — Largo Rafael Bordalo
Pinheiro, 32 — recebemos uma
dúzia de bonitos e muito intes
resantes calendários para 1940-5,

Também o nosso patrício €
amigo sr. David de Ascenção
Ramalhosa, distinto tipógralo,
empregado do Seminário de Cu-
cujdis, teve a amabilidade de
nos oferecer uma útil agenda
missionária para 1941,

Muito e muito obrigados.

rose
BOAS-FESTAS

Do nosso estimado assinante
sr. Alberto António Peixoto, de
Lourenço Marques, recebemos
um cativante cartão de Boas-Pese
tas, que agradecemos e retri-
buimos,

«rega
CINEMA

Para depois de âmanhã, sábas
do, temos um filme musical em
que a divina voz de Tino Rossi
excede tudo quanto até agora sé
tem feito no género — AO SO)
DAS VIOLAS, — filme de sonho
e maravilha, que é uma adorável
história de amor sob o poético
luar da Córsega,

Tino Rossi é o tenor ídolo da
moda, enquadrado nas lindas pal-
sagens da Córsega, a célebre
ilha berço de Napoleão. ‘

Para a sessão seguinte, dd
de Março, está anunciado o «PÃO
NOSSO», o mais musícal de to-
dos os filmes portugueses.

ro
BISPO DE PORTALEGRE

No fim da pretérita semana
esteve na Sertã, em visita pastos
ral, o Senhor D. Domingos Ma-
ria Frutuoso, venerando prelado
da diocese.

O clero do Arciprestado velo
cumprimentar S. Ex,º Rev.” na
6.º feira

Esfe número foi visado pela
Comissão de Censura
de Castelo Branco

 

@@@ 1 @@@

 

A Comarca da Sertã

sBifmheiros
mi N x

Veluntágias| la | Sertã!

a Relatório da Direeção do ano de 1940, aprovado

“o HE mos Consócios |

E Cofitorme determinam os Esta-
tutos, vem a direcção apresentar-
vôs,0 relatório e contas da ge-
rência de 1940. ‘
Mais do que por determinação
expressa na lei estatutária da As-
ao existe a necessidade,
8 nsideramos imperiosa” de,
“vez por outra, dizer algo
sôbré”a vida da nossa Corpora-
ção, para que-ela venha a mere-
cer de todos os sertanenses, ou,
elo “menos, de todos os bons fi-
los da Sertã, aquela protecção
aquêle carinho a que tem jús
pela actuação que ‘se lhe exige
fia defesa da vidae dos haveres
dos.cidadãos, papel digno de ad-
miração e de respeito, mas que,
por isso mesmo, não é isento de
pesados sacrifícios e grandes res-
ponsabilidades.
nilOrêlatório que vimos submes
ter àlsvossa apreciação diverge,
gifiistancialmente, um pouco, dos
relatórios dos anos/anteriores e
apreseniâmo-lo, mais-do que por
Exigência, como acima dizemos,
pelarvantagem de vos pôrao
dácto;ie-com tôda-a minúcia, das
tranformações: operadas;-no de-
curso: do; correntesáno, na vida
da nossa Associação, E essas
transiormações não deverão ser
somente conhecidas dos sócios
da Corporação, mas de tôda a
* população da Vila e, ainda mais,
de todo” 07 concelho: dá Sertã e
dos concelhos limítrofes, tal. a
importância que ela virá a assu-
anir; em futuro. que se nos anto-

na reunião da fissembíeia Geral dg 51 de Janeiro de 1941
am ia a z aislbpi Otis!

mos: convencidos, por experiên-

“|eiaprópria, mais, até, do que

| por” exemplos verificados todos
os dias — agora’que a existência
é mais dura — que a perseveran=
ça, a boa vontade e a energia,
a-par-de um poúco de amor pelo
bem-comim é de desprêzo pelo
ssofagrs pessoal, são factores de-
cisivos, são as melhores fôrças
para derrubar todos os obstácu=
los, para transpor todos os fos=
sos, para conseguir os maiores
e mais altos objectivos de ordem
material ou moral. Mas, essas
fórças, para’serem postas à pro-
va, isto € para serem fôrças de
facto, terão de ser linsufladas de
um alto’ ideal, todo aiconvergir
para o bém do nosso semelhante,
“Quando, Amanhã, a Sertã pos-
suir úma’ exemplar Corporação
de Bombeiros, sentirá, indubitã-
velmente, um certo orgulho de
si Práncia e poderá encimar o
seu velho e glorioso brazão com
uma corôa de louros, sem que
tenha inveja a outras terras, que,
por circunstâncias de diversa or-
dem, mais cêdo começaram a
marchar na vanguarda do Pro-
gresso. ;
* Vejam, V. Ex.**, às calamida-
des que todos os dias se regis:
tam no”nosso País e-lá fóra,
principalmente nas nações tortu-
radas’ e devastadas pela guerra,
| verifiquem ‘a acção dos bombei-
ros nos-momentos de perigo e o
| seu esfôrço heróico quando as
sereiasidão o sinal de aproxima-
ção dos aviões inimigos carrega-
dos de bombas para a chacina e

“bh muito próximo, da vida desta | para .a destrúição, é terão com-

a/astissima região.

preendido quanto necessária é a

amAssim, sem veleidades de ilite- | existência de corporações de

ratos, para que nos; falta enge-
Sihojvantes, usando de umalin-
guagem clara, como a) melhor
expressão da verdade que deve-
qtos usar em todos os actos, nós
o reproduzir. aqui, com

elidade, ainda. que; sucinta-

bombeiros devidamente organi-
zadas é. apetrechadas com todo
19 material reputado indispensá-
vel para uma acção pronta e lefi-
; ciente.

é Há um fogo, um desabamen-
to, um «choque de veículos, uma

Nolasa lápis

A Estação Agrária de Mi-

A MARGEM

(Continuação)

randela forneceu à Jun-
ta de Provincia da Beira Bai-
za 500 amoreiras selecciona-
das para a criação do bicho
da seda e que se destinam a
ser distribuídas pelos lavra-
dores pobres das nossas fre-
guesias da Serra, entre as
quais, e em primeiro logar, se
conta a do Estreito.
O preço do quilograma do
casulo é superior, presente:
mente, a 50800.

HO

PARA alimentação dos ins-

critos nos registos do
Comissariado do Desemprêgo
durante o 1.º trimestre do ano
corrente foi autorizado, ofi-»
cialmente, o «dispêndio de 600
contos, tendo sido distribuída
ao nosso distrito a verba de

HO

A propósito das famosas e
ormosas colchas de Cas-
telo Branco, cuja restauração
vemmerecendo à Junta de Pro-
víncia da Beira Baira o maior
interêsse, que não se traduz só
em palavras, mas numa inte-
ligente e pronta acção de au-
«ílio a todos que se queiram
dedicar à criação do bicho da
sêda, reproduzimos aqui uma
interessante referência do es.
critor Antero de Figueiredo
no seu livro «O último olhar
de Jesus»:
<A fando, sóbre três degraus
cobertos com tapêtes orientais,
erguia-se a Cruz com o cra-
cificado; e o corpo de Gristo,
no tom ‘carnoso do cedro ver-=
melho, avaltava, vivo, na man-
cha do linho crá de uma ves
lha colcha de Castelo Branco,
bordada, a ponta cetim, com
sêdas antigas, amarelentas e
aznladas, no tom metálico dos !
esmaltes hispano-árabes.

rose

Tropas checo-eslovacas, estacionadas na Inglaterra, aprestam-se y
para a lata. Na gravura treinam-se em avançadas sob o fogo inimigo

Cribunal Judicial

Movimento de Janeiro

Distribuição: 6) Carta preca-
tória para levantamento e trans-
ferência, extraída do inventário
orfanológico por óbito de Antó-
nio Marques, vinda da comarca
do Zaire; Execução fiscal em
que é exeqiente a Fazenda Na-
cional e executado Carlos Mar-
tins Moreira, Cimadas Cimeiras,
Proença-a-Nova; 9) Inventário
orfanológico por óbito de Ma-
noel Dias, Santinha, Figueiredo;
13) Execução sumária que a fir-
ma Cruz, Sousa & Barbosa, Ld.º,
Pôrto, move contra João Gon-
calves Pereira Martins, proprie-
tário da «Gráfica da Sertã», Ser-
tã; 16) Acção sumaríssima em
que é autor José Dias, Isna de
S. Carlos e ré Maria da Concei-
ção, Relva da Louça; Inventários
orfanológicos por óbitos de: Ge-
noveva da Conceição Ferreira,
Sobreira Formosa; Manoel Del-
gado, Chão do Galego, Montes
da Senhora; Joaquim Ribeiro Ca-
tarino, Cunqueiros, Sobreira For-
mosa; Luiz Pereira, Sermógão,

sente —para-vos não fatigar — | inundação, um simples: acidente
a acção que desenvolvemos du-| pessoal que determine interven-
rante: 1940: no sentido, bem legí- | ção tápida?: O bombeiro deve

Proença-a-Nova; Nazaré Ribei-

” aa aa a eg e? tg | ro, Cerejeira, Alvito da Beira;

timo, de criar à nossa Corpora-.
ção de Bombeiros novas e me-!
lhores“ condições “de “existência,
inregrando-a, de facto, na posi-,
% pira lhe cabe’por natutéza e
“por direito. Queremos, tam sô-|
“mente; que a Corporação ‘dos
“Bombeiros Voluntários ‘da Sertã
‘$e desempenhe cabal’e satistato-.
riamente das funções que lhe’es-
tão adstritas, revelando-se como
factor primacial na delesa da vi-|
da Humana e conservação dos!
bens de cada um, sempre que
Há éla “Gu estes corram perigo.
W> E? querer muito? Não JE? que.
*Rer Só o que se deve querer. “Al-
fao tim almejado “objectivo,

tão ‘vencidos todos os obstáci-

“108, considerados, durante largo
“tempo, como inteiramente irre-
“moviveis. Nós, sem nos blaso –
narmos pessoas de mérito; para
aque’ 0) Destino nosnão:talhou,
-Qualificativor esse que: não se
sadapta à nossa modéstia; esta-
[oq 3 vp TE

ab Vir Ee BG O4 |
OA» É qui o t j
“À carreira regular de passa-
geiros entre Coimbra e Pi-
gueiró dos Vinhos foi con-
q dida à importante.Com-
a mhia de Viação do Sor-
posmache, Ld.

“Foi autorizada a’ concessão de
sferência. por porte da Via-

aq “Cuilunhielrensa Lda tm-
aaa Companhia: de Viação
é! Sernache, Ld., da carreira
regular de passageiros “entre
Coimbra e Figueiró dos Vinhos,
prolongamento da carreira já
acao ti TA de Ena,
Fóonces onária a última, emprê-
Bi fre Figueiró dos 1 inhos e
Cástelo Branco, com passagem

pela Séria, Proença-a-Nova “e

ebtar pronto à primeira voz, sem-
pre solícito e vigilante, indite.
rente ‘ao perigo, calcando o seu
interêsse pessoal, desprezando a
«própria;vida para defender a vida
de outrem, pensando, apenas, no
seu semelhante:

«uSem espírito de abnegação, O
bombeiro de nada valeria, “Mas,
sendo assim, é preciso que todos
ise -compenetrem de, que lhe de-
vem dar o-seu gpolo;moral e to-
do o auxílio material possível,
As nossas exigências devem

antes; limitar-se à quota de auxi-
lio que lhe dermos, ao ambiente
!de carinho que lhe criarmos, A
vida «duvbombeiro, do soldado
| da Paz, é feita de devoção e sa-
crifício inteiramente voluntários.
Proporcionemos-lhe, pois, as me-
lhores condições para que (êle
-cumpra: avsua altruístare simpá-
tica missão.

(Continua)

[Sobreira Formosa e ligação nos

‘|comboios da cidade da Guarda,

— Sentimo-nos satisfeitos ao dar
(a notícia desta, transferência por-
que a Companhia de Viação de
Sernache, pela-sua inteligente
orientação, impôs-se, logo que
foi criada, à Consideração e sim=
patia do público que serve, mar«
cando como factor de desenvol=
vimento e progresso, não só des-
ta região, mas de tôda uma área
que se estende por centenas de
quilômetros, :
» PTal e!quali como sucede com
Lisboa, Castelo Branco, ‘Alvaro,
Oleiros, etc., proporcionam-se-
nos agora óptimas condições tan«
to: pela» modicidade: de preços
tomo. pelo iconfôrto; para viajar
» Onls t

até Coimbra,

simplesmente corresponder, ou,|

a À 4” | Joaquim Delgado, Pedreira, So-
ss A GENDA | breira Formosa; António Caeta-

Pe a ça ra a a |
Tivemos o prazer de ver na ,
Sertã os srs. Ernesto E, de’

Carvalho Leitão e espôsa, de
Lisboa, João Baptista dos,
Santos, de Vila, Mário de Oli-
veira Tavares, de Cardigos e !
Abtllo José de Moura, do Pêso. |

— Do Pêso retirou para Lis«
boa o sr, Alberto Baptista de
Oliveira.

—Encontra-se no Castanhei-
ro da Ribeira (Pedrógão Pe-
queno), o sr, José Alves, de ;

isboa,

Aniversários natalícios:

12, Manoel Luiz, Lisboa; 4.
D. Henriqueta R. Tasso Jde
Figueiredo, espôsa do sr, Co-
Fonel Alberto P. Tasso de Fi-
gueiredo, Tomar, D. Maria ‘
de Jesus Farinha, Lisboa, D,;
Maria Engênia Dias ejome-
nino Abílio Eugénio Dias, Es: |
pôsa e filho do sr. António
Dias, Outeiro da Lagoa; 17,,
D. Lanra M, Carneiro de Mon»,
ra, D. Maria Cristina de FR.)
Caldeira Ribeiro, dr. Franoisa
co Nunes Correa, Rogério Pe-
dro Farinha e Ernesto de Oli-
veira Barata; 18, D. Albertina
da Silva Barata, espôsa do
sr, Antônio Barata e Silva,

Parabens
roca
ESCOLAS DUPLAS

Por despacho de S, Ex.” o
Sub – Secretário de Estado da
Educação Nacional de 24 do
mês | ndo fol determinado que
as “escolas e postos duplos lun-

cionem, «desde aquela data, em !-

regime de frequência mista, !

no, Algar, Pêso; Maria do Car-
mo e Silva, Troviscal; Edviges
de Jesus, Alqueidão, Sernache
do Bomjardim; Joaquim Nunes,
Vale Barreiro, Cabeçudo; Marga-
rida da Conceição, Aldeia Ci-
meira da Ribeira, Sertã; Aniceta
de Jesus, Roda da Estrada, Ser-
nache do Bomjardim; Antônio
Nunes, Macieira, Troviscal; João
Mateus, Carvalhal Cimeiro, Tro-
viscal; Carta precatória para ar«
rematação de bens, extraída da
execução de sentença em que é
exeqiiente João Pires de Olivei-
ra, Retaxo, Castelo Branço e
executado Domingos Cargaleiro,
Rabacinas, Montes da Senhora;
Carta precatória para citação e
penhora, extraída da execução
por imposto de Justiça e multa
que o M.º P.º, Pombal, move
contra Constantino Xavier de
Carvalho, Proença-a Nova; 20)
Inventário orfanológico vindo do
J. M. de Mação, por óbito de
Maria Clementina Barata Aparí-
cio, Cardigos; 27) Acção suma-
ríssima em que é autor Antonio
Fernandes, Labrunhal Fundeiro
e réu José Cardoso, Pergulho
Cimeiro, Proença-a-Nova; 30)
Inventário orfanológico vindo do
J. M de Oleiros, por óbito de
Conceição Mendes Mendonça,

– Alvaro,

roma
CARNAVAL

Foram proíbidas, em todo o
País. as folias carnavalescas nas
ruas, o que só é de louvar aten-
dendo à hora angustiosa que se

atravessa,

Em recintos fechados são per-
mitidas as diversões considera-
das razoáveis, autorizando-se o
uso de, serpentinas, flores e
scontettig»,

A Comissão de Melhora-
mentos do Brejo da Cor-
teia pensa construir uma
Capelinha, destinada ao
culto dos fiéis, naquela
popoação

A Comissão de Melhoramen-
tos do Brejo da Correia prestou
já importantes benefícios mate-
riais à população daquêle logar,
mercê de uma acção notável e
arrojada que não tem conhecido
desfalecimentos, orientada por
um espírito indelectível de bem
fazer; e verdade seja que o bom
povo do Brejo da Correia, com=
preendendo a finalidade da Co-
missão, dirigida pelo pulso forte
do seu conterrâneo sr. Francisco
Inácio Correia, tem correspondi-
do a tôdas as iniciativas, colabo-
rando nos jempreendimentos de
utilidade comum que tem sido
possível realizar.

Segundo uma carta que rece-
bemos da referida Comissão de
Melhoramentos, está ela no pro-
pósito de erigir, na povoação do
Brejo da Correia, uma ermida,
porque —segundo disse—«<O cul
to católico e o fervor da Fé
em Deus é indispensável pro-
pagar-se se queremos nma po-
palação sadia no aspecto mo»
ral»; e mais adiante «Nos pró-
prios adultos, iletrados, como
infelizmente é a maioria, tam»
bém melhor exemplo não pode
dar-se do que conduzí los à
ermida, onde façam seus ro-
gos ja Deus para que melhore
a situação da Humanidade,
tornando a gente do povo vers
dadeiros irmãos entresi, al«
mas abertas para o Bem»,

A Comissão pede a nossa opi-
nião sôbre o seu desígnio, Fal.
ta-nos compelência e atitoridade
para nos pronunciarmos sôbre
assunto tam transcendente. Em
todo o caso, os motivos que ale-
ga na sua carta justificam, ples
namente, a construção da cape-
linha. Sempre ouvimos dizer que
a Religião é um refrigério para
a alma dos crentes que sofrem e
ue os actos do culto avivam a

Assim, é louvável a idéia da
ilustre Comissão de Melhoras
mentos, à qual daremos tôda a
colaboração de que carecer.

HO

BAPTIZADO

Electuou-se em Tomar, no
passado domingo, o baptizado
de uma filhinha do nosso amigo
sr. dr. José Barata Corrêa’e Sil.
va, distinto notário naquela ci-
dade e de sua espôsa, sr” D.
Maria Ilda Gameiro Corrêa. e
Silva. Da neófita, registada com
o nome de Maria da Graça, foi
madrinha sua avó materna, (sr.º
D. Rulina Barata de Almeida,
de Alhandra e padrinho seu tio
paterno, sr. engenheiro Joaquim
Barata Corrêa, director das Es«
tradas do distrito de Faro