A Comarca da Sertã nº228 23-01-1941

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— FUNDADORES -—
— Dr. José Carlos Ehrhardt —
— Pr, Angelo Henriques Vidigal —
—— António Barata e Sliva —
Dr. José Barata Corrêa e Silva

Eduardo Barata da Silva Corrêa

O | | DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO : Pena atuia, E
| Cuando Barata da Filva Curia | ad TIP. PORTELLA FENHO
Ol | —— pepaCção E ADMINISTRAÇÃO —— , CASTELO
E | |RUA SERPA PÍNTO-SERTA da el ta a
> Ê > 7 TELEFONE
« | PUBLICA-SE ÀS QUINTAS – FEIRAS E a E a , 112

ANO V | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sextã: concelhos de Sertã Sá Nor dó

Nº 228 | Oleiros, Proença =a=fova e Mila de Rei; é freguesias de Amêndoa e Gardigos (do concelho de Mação ) 1944

Notas …

O caso do assaito à residên-
cia do Revº António Ber=
nardo, de Sernache do Bom-
jardim, onde foi encontrado
am bandido debaixo de uma
cama, de navalha na destra,
impressionon tôda a gente da
região, porquanto o facto po-
de considerar-se inédito em
terras tam pacatas como estas
10 Rev.º António Bernardo
só por acaso se livrou da mor-
te ou do esbulho violento.

itar que por aqui começam a
parecer, cada vez com mais
frequência, indivíduos da pior
espécie, rebotalho de ama so-
edade perversa, vadios sem

– eira nem beira; inimigos do
trabalho, que fazem da, men»
dicidade profissão rendosa,
parasitas que se escondem sob
umas falsa capa de desgraça
para explorar as almas cari-
dosas. E uma grande parte
* dêsses homens tem ruins fi-
bras no coração, são a escu-

malha hedionda que ronba e|’

dera para atingir os sens fins
Penveredon por esse caminho

sinistro porque a honra’ eo)

dever nêles se embotou talvez
ao beber o leite materno!
Desde que foi proibida e,
consegiientemente, reprimida a
mendicidade nas cidades, o
afinxo de pedintes há de au-

mentar nos pequenos centros:

populacionais, como torrente
devastadora e negregada a in-
quietar a gente pacífica e tra-
balhadoras Et

A única forma de nos livrar-
mos-desta legião sinistra é as
autoridades escorraçá-la pela
piolência ou prende la, sujei-
tando-a, neste caso, a traba
lhos públicos em troca da ali-
mentação e de am pequeno”sa».
lário; e aos ladrões aplicar u
mesmo processo, mas amarran-
do-os, pelos pés, com corren-
tes de ferro, para que não de-
sertem, indo servir de flagelo
à gente de ontras terras.

Os ingleses, nas suas coló=
nias, aplicam a grilheta a pre-
a e brancos, indistintamente,
e também nós a aplicamos aos
negros nos nossos territórios
ultramarinos, como o melhor
melo de castigo e repressão :e
ER pe OuManiat adota)
resultados. Pode o condenado
não se regenerar, mas a so-
ciedade fica livre dele e é isto
o que-se pretende, i U

O regime usado na Metró-

“pole, em que os ladrões e as» |

sassinos apodrecem nas pri-
pila meios era e cor-
raptos porque lhes falta o tra-
baiho “átile prodativo, cons-
titne um castigo brando e re-
fina nos condenados a tendên-
cia para o crime. Há absolnta
necessidade de modificar o re:
gime prisional em Poringal,
procurando, pela: subordina-

— ão dos criminosos ao traba-
lho, que eles modifiquem o

carácter e venham, um dia, a
fornareso cidadãos

os prestáveis, |.

O Concelho e Oleiros E as as Necessidades na evolução anual

ES

desenvolvimento econômico de

qualquer Concelho, por mais tra-

co de recursos materiais que

seja, depende não só das inicia-
tivas das respectivas entidades oficiais,
mas muito principalmente das iniciativas
particulares. ;

Quanto maior for o valor industrial,
comercial e agricola, mais volumosos se-
rão os recursos materiais do Município.

Ataca-se inúmeras vezes, sem justi-
ficada- razão, a acção desta ou daquela
Municipalidade. Na maioria dos casos, é
certo, esses ataques partem dos maldizen-
tes profissionais, elementos nopivos e abso-
Intamente inaproveitáveis para o mais ru-
dimentar fim. Mas… por vezes há ata-
ques com algum fundamento, ainda que
algo exagerados.

E” hoje assim, e será sempre assim.

No: entanto, havemos de: concordar.
que a incompreensão do dever é um dos
mais graves problemas, de dificil resolu-
ção, e’ que se me afigura o principal fac-
tor do- passo lento com que muitas vezes
se é obrigado a caminhar,

– Quantos se apregoam vitimas e ou=
tros se fazem propagandear de benemé-
ritos o de defensores da bolsa alheia, só-
mente na mira gananciosa de defender a
sua. Quantes!!

Nesta privilegeada região das Beiras,
‘onde a índole do Povo é boa, conheço um
Concelho que alguma coisa tem evolucio-
nado, na; ânsia louvável e legitima de
acompanhar a Obra reconstutora da Na-
ção Portuguesa, E” o Concelho de Oleiros.

Este Concelho luta com a falta grave
de meios de comunicação capazes de a
pôr em’contacto rápido com os centros
ricos e industriais, para com o seu auxílio
poder desenvolver o seu comércio. Conce-
lho pobre, mas honrado, aspira a que jus-
tiça lhe seja feita, dandc-lhe a satisfação
de ver executada a principal obra a-que
de momento aspira — a construção da es»
trada que há de ligar Oleiros à estrada
Nacional n.º 40-2.º-— Coimbra – Castelo
Branco, Sem ela, o Concelho não mais
evolucionará e continua a: ser altamente
prejudicado.

E! tempo de ze aproveitar a dotação
de dois mil contos há tanto concedida
para essa estrada!

Sva Excelôncia o Senhor Ministro das
Obras Públicas, a quem o País tanto de-
ve, deseja satisfazer ôsso desejo máximo,
mas, para isso, é necessário que se coim-
pletem os estudos ha tanto iniciados e há
tanto por concluir, Porque se espera ?

: O Concelho apela para os dirigentes
das competentes repartições técnicas en-
“carregadas dôsses serviços.

O Cuncelho lamenta-se por não ver
satisfeita a sua aspiração máxima.
“Em que está a dificuldade ?

Porque! 86 não completam vs estudos

ER ———— GI

para que a construção da estrada seja
uma realidade ?

O govêrno do Estado Novo tem aten-
dido sempre os pedidos justos, e nós não
hesitamos em apelar para os chefes Supre-
mos da Nação, para que justiça seja feita
ao Concelho de Oleiros, Senhor Ministro
das Obras Públicas, confiando na acção
de V. Ex.” e eternamente gratos lhe ficas
remos se ordenar a imediata iniciação dos
trabalhos da estrada de Oleiros à Foz Gi-
raldo !

O Concelho de Oleiros reconhecida-
mente lhe dirá: Bem baja!

Outro apêlo, não menos sincero, há a
fazer, pois que da sua satisfação, depende

– à conclusão e execução de outras obras.

Já não é sem tempo que se devem
empregar todos os esforços > tôdas as in-
teligências, em prol do Concelho, a-fim de
se criar um nível de vida que o arranque
de vez b situação de inferioridade social
em que tem vivido. Que todos tenham um
único ideal, que seja o Bem comum e o
engrandecimento do Concelho de Oleiros:
Chamem a essa cooperação o que quise-
rem; o nome não interessa; interessa só
mente que seja um facto. À época que
vivemos não deve ser de depauperamen-
to, mas sim de’realizações. E’ no Povo que
reside a fô-ça que pode criar um Conce-
lho rico.

E’ ao Povo do Concelho de Oleiros

+ que apelamos para o dever de dar um au

xiílio eficaz a um maior desenvolvimento

do seu Qoncelho,

-A sua colaboração material propor=
cionará a execução de obras de fomento.
A sua’colaboração material proporciona-
rá tudo o que necessário se torna execu=
tar. Mas, a sua colaboração moral tem
também incalculável valor,

Não haja reacções nem discussões,

Haja cooperação, sem invejas e isen-
ta de egoismos, e nós deixaremos o pas-
so lento para caminhar a-par-d . progres
so dos mais adiantados,

O Município de Oleiros não pretende
sacrificar quem quer que seja. Éle sómente
deseja o bem comum’e o engrandecimen-
to do Concelho,

Mas para que a sua Obra se possa
executar, é necessário que lhe sejam faci-
litados os materiais para ela.

E’ dentro dôste pensamento. que so
devem empregar todos os meios para uma
eficaz colaboração, e-desviar do mau cam=
po tudo o que posa ‘desunir bõas vonta-
des. Sejamos bairristas, o que quer dizer
sejamos nacionalistas, e cerremos fileiras
em prol do Concelho de Oleiros,

A evolução por que se vai p do
cria novas condições, que se não podem
resolver por sistemas velhos

) individualismo deu lugar ao corpo-
rativismo. Ao interôsse individual sobre-
leva-se o interônso colectivo, o interêsse do

««. d lápis

ACABOU a valu comum nos
cemitérios da Capital.

Assim o determinon, agora,
a Câmara Municipal e ainda
bem, porque os enterramentos,
por esse processo, de tantos
desgraçados, abandonados nos
hospitais à sua sorte de párias
ou a quem, as famílias lanças
vam o seu desprêzo, como fara
rapos inúteis, eram uma dôr
de alma e a suprema baireza
para uma sociedade que apres
Zoa aos quatro ventos os re=
quintes da sua civilização.

Esse acto deshumano e ín-
decoroso terminou de vez e
passa a haver zonas destina-
das a sepultura dos indigens
tes. Cessa, talvez, para sem-
pre, O inexgotável filão a mui-
tos cangalheiros, que, pressu-
rosos, acorriam ao brado dos
grandes jornais, quando ês=
tes, falando ao coração piedo-
so de tantas criaturas, apone
tavam a situação do infeliz
gue ia ser lançado à vala com
mum-—como cão tinhoso! —se
não houvesse dinheiro para o
entêrro ; desde que se apuras-»
sem uns cobres, o cangalheiro
fazia o entérro, porque tudo
quanto vinha era ganho e os
tempos são de crise… até pa-
ra os que morrem.

Cá pela província, felizmen-
te, não assistimos a espectd-
enlos impressionantes desta
natureza; o pobre, por mais
pobre que seja, tem sepultu-
ra’condigna como qualquer fi
lho de Deus e vai de caixão
porque há sempre almas pie.
dosas a amercear-se daquéle
que passou a vida cheia de
tortura e miséria,

rosa
CALENDÁRIOS

Enviaram-nos bonitos e úteis
calendários para o corrente ano:
a Papelaria Fernandes,fcom tipo=

ratia, livraria e encadernação,

ua do Ouro, 145 a 149, Lis:
boa, o [nosso amigo sr, José A,
Alexandre Júnior, empregado do
Instituto Superior Técnico, na
mesma cidade “e o sr. Demétrio
da Silva Carvalho, agente dos
receptores «Philips», da Sertã,

A todos, os nossos agradeci=
mentos, À

DD
UM BELO SALMÃO

Diz -o nogso prezado confrade
«Jornal de Albergaria» que no
porto de pesca denominado o
«Pimpão», no Rio Minho, foi
pescado o primeiro salmão da
época, que pesava três quilos e
seiscentas gramas e foi vendido
por 427850 1

Se o Cesário apanhasse uma
boga assim |

Concelho, e conseglentemente O
interêsse da Nação,

Não devemos pensar só em
nós, mas sim em todos, ‘s, ‘

 

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AVENIDA ALMIRANTE REIS,

SERTA E SERMACH

da região de

8
Ey
E Ê

8-H- TELEFONE 40003

cBICES

E DO: DNA RD

são vendidos no máximo da pureza,
por serem selecoionados escrupu-
losamento da produção própria
As boas donas de casa devem experimentar. — Tôdas as pessoas
que se interessam pela sua saúde devem procurar esta casa

LIBANIO V

AZ SERRA

A Misericórdia da Sertã re-
cebeu um donativo de 2,000$

Uma das cláusulas do testa-
mento de Mgr. Sebastião de Oli-
veira Xavier, da Boafarinha, con.
celho de Vila de Rei, determina

ue a sr.” D. Luíza de Oliveira

avier, residente na Relva, do
mesmo. concelho, ficasse incum-
bida de distribuir certo legado
por instituições de caridade e
beneficência. Não se expressando
quais as instituições a contemplar
e porque o cumprimento do en-
cargo se deixava ao critério da
sr.* D. Luíza de Oliveira Xavier,
esta senhora resolveu, e muito
bem, entregar o donativo de dois
mil escudos à Misericórdia da
Sertã,

—ero+—

O fornecimento de carnes
perdes ao concelho

O exclusivo do fornecimento
de carnes verdes ao concelho,
durante o corrente ano, foi adju-
dicado, na sessão ordinária da
Câmara Municipal de 15 do cor-
rente, ao marchante sr. António
da Silva Alexandre, desta vila,
pela importância de 18 000500.

No dia imediato, 16 já houve
carne à venda no talho local.

Os preços da venda de carne
ao público/são os seguintes: vaca
limpa, 1.º classe, lombinho, al-
catra, chã de dentro, 10800; ou-
tra carne de vaca, limpa, 9800;
carne de vaca, 2.º classe, com
osso, 5800; carne de capado e
carneiro, 4850; carne de cabrito,
borrego, cabra e ovelha, 4800.

Postais com vistas da Sertã
(EDIÇÃO PRIMOROSA)

Vendem se nesta Redacção
Colecção de 7 postais — 7300

Sessões Ordinárias da
Câmara Municipal

Determinando o Código Admi=-
nistrativo que as Câmaras Muni-
cipais se reiinam, ordinâriamen-
te, duas vezes por mês, a do
nosso concelho fixou as suas
reiúniões na 1.º e 3,º quarta-fei-
ra; se qualquer dêsses dias fôr
feriado, a sessão fica transferida
para o dia útil imediato.

oro

E’ amigo dedicado da
sua terra ?

Indique-nos, como assinantes,
todos os patrícios e amigos que
ainda o não são.

O valor e o bom nome da sua
terra dependem, em grande par-
te, da propaganda que dela se
fizer nêste semanário.

: eo asda siso Beto

Faça a expedição das suas
encomendas

por intermédio da COM-
PANHIA DE VIAÇÃO DE
SERNACHE L’º, que lhe
garante a modicidade d»
preços, segurança e rapidez
e a certeza de que elas che-
gam ao scu destino sem 0
mais leve dano.

Consulte o nosso escritó
rio em Sernache do Bomjar-
dim e qualquer dos nossos
agentes do percurso de Lis-
boa á Sertã, em Proença-a-
Nova, Oleiros, Alvaro e Pe-
drógão Pequeno.

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Scrnache, 4; Tomar, 70; San-
tarém, 200 Lisboa, 45508,

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BRANGO

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Perda Pequeno . — 1630 |Sertã . — [18,00
Ramalhos, . «| 6,50 | 6,55 | Póvoa R, Cerdeira a 1825
Póvoa R. Cerdeira 7,10] 7,15 |Ramalhos, . , .]18,40/18,45
Sertã. . . « 4730] — | Pedrógão Pequeno .[19,00] —

De 1 da Julho a 30 de Outubro, efecua-se
Todos: os dias excopto aos domingos,

De 4 do Novembro a 30 da Junho, efortua-sa

288, 5º q sábados, ,

Def de Julho a 30 do Outubro, afectua-so
fodos os dias excepto nos Momingos,

Do 4 de Novembro a 30 de Junho, atectua-sa
ds 4,09, Br q sábados,

Esto horário anula todos os anteriormente aprovados

E RE io ad

CONCURSO

A Câmara Municipal do
Concelho da Sertã faz pú-
blico que, por deliberação
tomada em 31 de Dezembro
de 1940, e nos termos dos
artigos N.º 462 e seguintes
do Código Adminietrativ»,
e mais legislação aplicável,
se acha aberto concurso de
provas públicas e documen-
tais, por espaço de trinta
dias, contados da segunda e
última publicação dêste a
núncio no «Diário do Govêr
no», para O provimento do
lugar de esoriturário de 3.º
classe do quadro privativo
desta Qâmara. com o venci-
mento anual ilíquido de
6.600800, vago por ter sido
criado em virtude da remo-
delação do mesmo quadro,
superiormente autorizada,
que extinguiu o lugar vago
de escriturário de 2.º classe,
anteriormente existente,

Sertã e Paços do Conce-

lho, 10 de Janeiro de 1941.

O Presidente da Câmara
Carlos Martins

= >>> ==

(obardines Duiversal (imperineá-
veis) e Sobreludos

Nas mais bonitas côres e
aos melhores preços,

Assis Lopes & Irmão, L.’
Praça da República
SERTÃ

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Criação e Ovos
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dernos modêlos de
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Sernache do Bomjardlm

O a ea

Professor Particular Diploriado

Habilita para 08 exames
de Iostrução Primária, Ade

Conserto, transformação, lavagem ef.

A Comarca da Sertã

[E aaa
CARREIRAS:
Castelo Branco — Sertã — Figueiró dos Vinhos — Coimbra

Companhia de Viação de Sernache, Ld.º e Viação
Castanheirense, Ld.”º, avisam o público de que principia-
ram em 9 do corrente mês de Setembro, com a combinação
dos respectivos horários, as carreiras que fazem a ligação,
entre Castelo Branco e Coimbra: á

ÁS SEGUNDAS, QUARTAS E SEXTAS

CHEG. PART.
| Castelo Branco 9-00
Sobreira Formosa ll-o0 II-lo
Proença a Nova 11-30 11-40
Sertã 12-30 13-00
Sernache do Bonjardim 15-20 13:33
Figueiró dos Vinhos l&-15 14-25
Coimbra 16-45
ÁS TERÇAS, QUINTAS E SÁBADOS
CHEG. PART.
Coimbra ILZo
Figueiró dos Vinhos 14-05 14-35
Sernache do Bonjardim 15-07 15lo
Sertã 15-30 15-30
Proença a Nova 16 24 16 35
Sobreira Formosa 1655 1705
Castelo Branco 19 oo
p Mercearias Camas e Colthoaria diravatas =
ê E
Perfumarias Cobertores de lã e algodão Modas s
F Papelaria e E 8 Malhas E
ES >.3 E E
Es E | 6 –
ES! lona eminia |O E | RE Riscadaria S
Es Eles xa &
£o ans ma e E E o a no
Es) eita Alegre Es Francos e Crás
dê deusa E
Vos ER Malas | É
” Tabacos Colchas de seda e gorgorão Retrosaria E
E a
a Ferragens Lenços de lá e algodão Cuarda-sóis E
os ESTABELECIMENTOS

DE

António da Silva Lourenço

:: São os que mais barato vendem e maior sortido têm ::

Prefiram sempre os magníficos oafós desta
casa por serem importados arús, Os únicos,
na região, que são torrados e moidos para
vender ao público

CAFÉ MISTURA

Lote Popular, moído, em pacotes de 200 gm.

1800 Kg, 5800
» Família, moído, . . . kg 6800

» N.ºl,moído . = . kg 9800
» Extra a . . kg 12800
» em grão, torrado . . kg 8$00
» » » > extra-escolhido kg 12800

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Sódo — Sornaoho do Bomjardim

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qão, A’s 2.”, 49º o 6,ºº feiras Cheg. Part,

Quere fazer melhor venda dos | Proença-a-Nova, EN, SPEA 6,30
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A Comarca da Sertã

GASTA DEI ERIAS

! Pedrogam Pequeno — Setembro de
1940.

Querida Luzia

Hojeg escrevo-te das Varandas do
Zézere, socalco rasgado a meia en-
costa do monte que domina, por nor-
deste, a povoação.

Balcão nataral debraçado sôbre ce-
mário de maravilha que os docamen-
tários cinem tográficos não deviam
ignorar, excede, para mim em beleza,
tado o que tenho visto — e já estive
no Baçaco, Sintra, Bom Jesus, Cara-
malo… —

Estou empoleirada num rochedo : e
E não foi fácil escolher entre tantos o

que mais me seduzia.

A meus pés uma ladeira vertigino-
sa, eriçada de penedos masgosos,
sombreada de pinheiros, alcatifada d

– agalhas sêcas, fetos, sargaços, ros-

maninhos, giestas e tantas mais plan-

tas agrestes, cujo aroma resinoso e

Ao acre me chega às lafadas, trazido

: por esta viração acariciadora que põe

no arvoredo irémitos e harmonias
Mm musicais

k Lá em baixo, muito em baixo, o Zé-

zere entõa também a sua canção mo=

nótona e sassarante, espregaiçando-

se no leito de areia fininha, donde, a

é cada passo, ailoram penedias por en-

– tre as quais vão escorrendo fios de

5 água mansa.

E, Na minha frente, simétrica a esta,

; a encosta de Pedrógão Grande, afes-
toada de rochedos paralelos, forman=
do nervaras perpendicalares ao rio, a
dividir terreiros de giesta e codêsso,
cujas flores, brancas e amarelas, hão
de assemelhar, na primavera, tapeça-
rias de eleito surpreendente.

Nanca tive tanta pena de não saber
pintar! À fotografia não consegae re-
prodazir os pormenores destas bele-
zas de sonho. Só na memória agrade-
cida dos olhos e do coração poderei
fixar, para mim, tantas maravilhas
que eu queria poder tornar conhecidas

“ e admiradas.

Vou madar de rochedo: está-me a
tentar outro ali mais em cima. Ando
léguas ao dia, assim, a descer, a su=
bir, a contornar, só pelo gôsto de ven=
cer obstácalos, fiada na solidez do
meu bordão de bambá, para fazer ex-
plorações e admirar de perto as for=
mas caprichosas e lantásticas das ro=
chas que não é possível descrever,
nem pode imaginar quem nanca as

Te rg

ae

vio…
Afigara-se-me às vezes que vagueio
entre as ruínas dama cidade fabulosa,
com seus degraus colossais, suas me-
sas e bancos abertos no granito.
: Aqui e além penedos arredondados,
1 arecendo suspensos no ar, em egui- –
íbrio davidoso, lembram-me bolas ,
fantásticas com que meninos gigantes
brincavam há maitos sécalos. ..
que ea imagino e fantasio entre
estas rochas |

Anstalei-mes Aqui mesmo ao mea la=
y + do um sobreiro enorme lançou raízes
F por cima dam penedo, enlaçoa-o, a-
Res moldoa-se-lhe de tal modo que o pe=
e, dregalho ficou encastoado na toca da
k árvore,
E Em cima, nos ramos, houve agora.
E alv’rôço e borborinho de asas chil-
x reios de sast) pela m nha visinhança
l intempestiva.
! Vou ficar imóvel ans momentos, pa-
np ra sossegar os pobres passaritos…

Estive a contemplar, de longe, um
sítio encantador que há dias visitel :
o Moinho das Freiras, a juzante da

onte do Cabril, mesmo em irente da
oz da Ribeira de Pêra que ali vem de=
saguar junto do morro inacessível do
Granada, onde outrora vinha orar e
meditar O Ireire templário dêste nome
e que hoje serve de abrigo aos ninhos
de ágaia…

O rio, ali, é mojestoso, correndo en=
tre fraguedos escarpados de formas
diverssicimas: lusies de catedral, ni-
chos, abóbadas, farnas, recantos som=
brios e saliências agressivas, cavadas
e talhadas pelo desgaste porfiado das

águas.
vo lado de lá colanas de basalto,
branqueadas na base — «de tão lava-
das pelo rio ?I» — admirei ingêndo-
mente… — «do lado das águas» —
explicaram. Ê
No nossa margem enternece e co-
move encontrar agai e além, aninha» ,
É das entre a penedia, hortos e searas |
minásculas, amimadas e viçosas, a
rever solicitades de proprietários que,
daqui a algans meses, quando cessa=
rem as tréguas do verão, hão de ver
todo o seu trabalhinho destruído por
êste leão raivoso que agora dorme um
sono pacílico.

Pacífico… mas não de todo inofen-
sivo… que ao percorrer, de barco
(am baçe» primitivo, de remos impro-
visados, exigindo tanta pradência e
perícia dos tripulantes amadores, co=
mo aloiteza dos viajantes…) o trecho
do rio que vai da Praia do Vau à foz
do Unhais, observámos, a espaços.
tonalidades escuras e ameaçadoras,
denunciando profundezas perigosas a
que só nadadores e mergalhadores
experimentados se arriscariam…

Noutros sítios, então, a areia fini-
nha do fando, a transparecer sob as
águas cristalinas, encantava e seda
zia, convidava a am banho apetitoso.

Subimos neste passeio imprevisto e
não destitaido de peripécias, até ao
ponto onde o Unhais, como um cabri-
tinho travesso, a pular por cima de
fragas, vem juntar-se ao Zézere, mes-
mo ao lado de um cabedelo que deli-
mita os distritos de Coimbra, Castelo
Branco e Leiria.

No areal que as águas deixam agora
a descoberto fizemos farta colheita de
pedrinhas, com formas e côres capri-
chosas, que hão-de servir, talvez, para
pisa=papéis e, certamente, para recor-
dar, pelo ano fora, momentos inolvidá-
veis !

Na praia do Vau, retalho de areia
branca e fina onde as crianças de vá-
rias idades se consolaram de chapi-
nhar, passámos horas de encanto espi-
ritual—e material também, que o almô-
ço estava de apetite e o arroz com bor-
rachos digno de deuses,se os honver,,.

Não podes imaginar o efeito surpre-
endente produzido pela ribeirita da Ar-
cochela a descer, em degraus naturais
largos e tão regulares que parecem ta-
lhados por mão de homem, num vale-
zinho aconchegado entre dois montes,
todo atapetado de verduras cultivadas
e espontâneas, até se escoar, cá em
baixo, por entre a penedia, a perder-se
na vastidão do Zêzere,

Dizem-me que o sol nunca penetra
naquela garganta e, de inverno, a cas-
cata. abundante, gela às vezes, produ-
zindo um efeito admirável!

Dias de encanto que aqui temos pas-
sado, ennevoados, apenas, pelas sauda-
des das pessoas amigas, ausentes pela
distância, mas bem presentes no co-

aride

oras de ventura em que não nos
esquecemos de bendizer o Autor de
tais maravilhas! A cada momento nos
sobe do coração aos lábios êste grito
de louvor :—Bendito seja Deus !—ante
tantas belezas admiráveis e sempre
novas! — que êste rincão oferece con-
trastes como nanca vil — E é interes-
santíssimo topar, de súbito, os recan-
tos mais fofos e delicados, verduras
tenras de horta, mimos gulosos de po-
mar, murmúrios discretos de bicas, por
entre penedias agrestes e selvagens.

E” por isso que eu a cada passo ben-
digo o Senhor nesta terra de encanto
onde até as rochas florescem! E dizem
os botânicos que o musgo não dá flôr !
êles que venham aqui ver…

Não seio que terá pensado o Tejo
se o Zêzere lhe foi contar êste facto,
inédito nos seus anais, a que há dias
assistiu, surpreendido e talvez edifi=

cado :

Sôbre os píncaros da enorme pene-
dia que quási o atravessa de margem
a margem, deixada a descoberto pelas
águas, represadas por um açude mais
acima, um grupo de excursionistas en=
toava, com todo o calor do seu entu-
siasmo e todo o fervor do seu reco-
nhecimento : «Hossana | hossana Fílio
David |»

Vou terminar, que os risos e excla-
mações do rancho acampado ali mais
abaixo, despertam-me o apetite e a
curiosidade,

Despeço-me prometendo-te para bre-
ve se a preguiça deixar… — a descrim
ção da romaria à Senhora da Confian=
ça e a narrativa de lendas de que por
aqui se conserva a tradição,

Adeus, querida amiga. [Quem me de-
ra poder mandar-te, dentro desta car-
ta, um pouco de ar embalsamado de
que estou aspirando com delícia, ama
amostrazina dos mil ruídos confusos
e discretos que escuto enlevada e que
são as vozes da natureza viva,

“Tua do coração

Maria da Soledade

CG DRT TR TO e

TAXA MILITAR

Durante êste mês e o próximo
E deve efectuar se o pagamento
voluntário da taxa militar, no
Distrito de Recrutamento e Mo-
bilização ou na Câmara Munici-
pal, para o que se devem ali
apresentar os seus títulos de
isenção e as competentes estam-
pilhas fiscais. Os que a não pa-
garem dentro do prazo citado fi-
cam sujeitos ao pagamento em
dôbro, até 30 de Abril e ao res-
ua relaxe, a partir de 1 de
BÃO, ‘

QUEM PERDEU ?

Em 9 do corrente, um mecâni-
co da Companhia de Viação de
Sernache encontrou, entre os es-
tofos da camioneta do serviço
de Tomar a Oleiros, uma pulsei-
ra de ouro, que está depositada
no escritório daquela Compa-
nhia, em Sernache, entregando-
se a quem provar pertencer-lhe,

rose

CLUBE SERTAGINENSE

“Passa depois de âmanhã, 25, o
53,º aniversário da fundação do
Clybe Sertaginense,

Através da Comarca

(Noticiário dos mossos correspondentes)

Desastre de Viação

SOBREIRA FORMOSA, 12 — Na última quinta fei-
ra, dia 9, pelas 15 horas, foi colhido pela camíonete A. D.
12-80, o menor Luiz Fernandes, filho do jornaleiro Manuel
Fernandes, da povoação do Pucariço.

O desastre deu-se próximo desta Vila quando o pe-
queno se dirigia a sua casa depois de ter saído da escola,
ca camionete, que era guiada pelo motorista Luiz Lisboa
da Hidoeira, Leiria, pertencia à Companhia Portuguesa de
Produtos Resinosos de Pombal.

O pequeno que ficou com a perna direita fractarada
e maitas lesões na cabeça, foi tratado pelo Exm.º Sr. Dr.
Fernando de Matos Pinto.

Segundo informações que colhemos no local do de-
sastre e pelo que conseguimos averiguar, o motorista ain-
da tentou evitá-lo atirando a camionete para a valeta.

—hAnte o espanto e revolta da população chegou
ante-ontem a esta Vila numa maca, embrulhado numas
mantas, O infeliz mancebo Manuel Ribeiro, que em 1935,
foi chamado a prestar serviço militar,

Para justificar o espanto e revolta de que a popula-
ção ficou apoderada e mais para chamar a atenção de
quem de direito para este caso infeliz passamos a contar
a odisseia do pobre rapaz.

Em 1934 foi recrutado e apurado para todo o ser-

viço militar por esta freguesia, o mancebo Manuel Ribei-
ro filho de Sebastião Ribeiro natural e residente na povoa-
ção do Ripanso, e em 1935 assentou praça no Batalhão
de Caçadores n.º 6 em Castelo Branco onde ficou a pres-
tar serviço. Algum tempo depois supomos que em 1936,
quando entrava no quartel, foi o pobre rapaz acometido
de uma paralisia pelo que teve de ser internado na enfer-
maria militar da unidade, onde se conservou cerca de um
mês. Depois de examinado pelos médicos militares de
Castelo Branco êstes reconhecendo a gravidade da doença
ordenaram a sua transferência para o hospital militar da
Estrêla onde permaneceu em tratamento 4 anos, depois do
que foi transferido para o hospital de Santa Marta, Como
se ao pobre pai, não bastasse a pouca sorte do filho, que
com tanta saúde tinha entrado para o serviço da Pátria,
sabe Deus com que sacrifício pois era êle quem a seu la-
do trabalhava para o sustento da sua numerosa família
constituída por 7 irmãos todos menores, foi surpreendido,
há tempos com uma conta que tinha a pagar pela hospita=
lização de seu filho no hospital civil, que para ali conti-
nuar internado tinha que pagar cerca de 20$00 por dia |

O pai não pode pagar porque embora não seja con-
siderado pobre nem indigente todos os seus bens, vendi-

dos, não chegariam para pagar a hospitalização do filho
paralítico que assim é escorraçado do hospital metido nu-
ma maca e enviado á família para que esta o governe,

Parece-nos que não é justo nem humano tal proce
dimento porque se não deve abandonar assim um homem
que perdeu a saúde ao serviço da Pátria. Se um comba-
tente quando é ferido em campanha tem direito a qualquer
pensão de reforma, parece-nos que êste desgraçado devia

ozar da mesma regalia, ou pelo menos ter um lugar no
hospital militar que o livrasse da fome e outras privações.
Também não é humanitário sacrificar uma família que vive
humildemente do seu trabalho, com o pêso de um doente
incurável quando esse doente perdeu a sua preciosa saúde
no serviço militar.

Para êste assunto chamamos a atenção de Sua Ex,º
o Senhor Ministro da Guerra, e estamos certos de que,
quando Sua Ex.2 tiver conhecimento dêste caso, algumas
providências tomará para suavizar a tristeza de um des-
graçado que se vê paralítico em plena mocidade,

e Cc
ustoz |

PEDRÓGÃO PEQUENO, 12— O frio tem sido In-
tensíssimo, O termómetro tem marcado, por vezes, 2e 3
graus negativos, Na noite de 7 para 8 a neve cobriu os
campos, as ruas e as casas,

Mas no dia 11 volta a neve a visitar-nos com maior
abundância. Há pontos onde atingiu 20 e 25 centímetros
de altura.

Os velhos de 80 anos dizem que jamais viram nevão
tão grande nesta região. As serras da Louzá e do Bravo
estão de alvura imaculada, O Cabril está lindo! As pedras
transformaram-se como por encanto em montanhas de ne-
ve! As crianças brincam com a neve e até os adultos fize=
ram bolas enormes. .

—Maria Catarino, viuva de 71 anos, desta vila, e
que era acometida de síncopes, calu para o lume, sofrendo
queimaduras que lhe produziram a morte.

A pobre mulher tinha ao lado um prato com a re-
feição que já não comeu.

—Também o menor José Fernandes, de 3 anos de
idade, filho de José Fernandes e Benedita da Conceição, do
lugar do Casal Novo, desta Freguesia, encontrando-se Ã
lareira, com os irmãos, puxou uma panela com água a fer-
ver, queimando-=se horrivelmente desde o peito aos joelhos.
O pequeno que foi tratado no hospital desta vila está em
estado melindroso, perigando a sua vida,

Ventura de Jya,

Conto por Eduardo Gas-
par, de 9 anos de idade,
de Lisboa.

UM automóvel percorria uma

das estradas de A-ves-truz
no País dos Insectos, a tôda a
velocidade.

Levava a já conhecida Jyma,
Jyma Taylor, que, de revolver-
metralhadora em punho, vigiava
atentamente os insectos que pas-
savam despreocupados para o
trabalho.

O automóvel atravessou a li-
nha férrea de A-ves-truz, e prece
pitou-se pela estrada do Palácio
Real, parando daí a poucos mo
mentos ao pé dêste,

Jyma, guardou o revolver-me-
tralhadora e, abrindo uma porta
do carro, saltou para fora, e, en-
trou no Palácio Real,

Depois de pedir a um criado
que a acompanhasse até ao trono
de Sua Magestade D. Gafanhoto
IH, Jyma dirigiu-se nêstes termos
ao Rei: — Senhor Rei, Vim cá
para vos perguntar se não tem
notado que lhe têm roubado as
riquezas quási tôdas ?

— Sim, tenho. E ia mesmo
agora telefonar a um detective
para ver se êle descobria qual-
quer coisa,

— Não é preciso, Magestade.
Deixe lá que eu encarrego-me de
descobrir o ladrão.

— Está bem, formiguinha, está
bem. : À

— Mas, Magestade, é preciso
que eu fique no Palácio uma noi-
te para eu vos descobrir o ladrão
que rouba os vossos tesouros.

Depois do, consentimento do
Rei, jyma saiu do Palácio Real e
entrou no automóvel onde tinha
vindo e, dizendo ao Rei que, es-
tava na escadaria do Palácio, que
vinha às 14 e 30 e que agora ia
almoçar.

Depois de um breve até logo,
o carro arrancou e voltou pelo
caminho onde tinha vindo pou-
co depois,

* ” *

Depois de espalitar os dentes,
Jyma olhou o relógio, Era hora
e meia. Ainda tinha uma hora.

 

— Vou dar um passeio para
fazer a digestão—pensou ela.

Dito e leito.

Jyma tomou o seu automóvel e
metendo pela estrada de A-ves-
truz foi fazer uma visita para se
distrair.

Primeiro foi a casa de Blacky,
uma aranha de respeito.

De repente, numa curva da es-
trada, jyma deu de cara com um
escaravelho que, montado numa
bicicleta, corria a bom correr.

Jyma deu meia volta e desatou
a perseguir o dito escaravelho
que, ao ver que era perseguido
por um automóvel, desatou tam.
bém a pedalar com mais energia,
mas de nada lhe valeu pois daí a
nada o carro de Jyma estava sô-
bre êle. Esta saíu pela parte su-
perior do carro e, como iam nu-
ma recta, atirou-se para cima do
escaravelho que, desequilibran-
do-se, caiu. O automóvel de Jy
ma sem govêrno, pôs-se aos zi-
guezagues, indo amortecer o
choque inevitável de encontro a
um monte de arbustos, ficando
sem uma única avaria,

Então começou uma luta ex-
traordinária entre Jyma e o es-
caravelho. Quem estivesse ao pé
dêles não saberia qual havia de
ser o vencedor. Poucos segundos
durou a luta. Terminou com a
vitória de Jyma, porque o esca-
ravelho tinha batido com a ca-
beça numa pedra, e, desmaiado,
Jym amarrou-o e amordaçou-o e
atirou-o para dentro do seu auto
móvel. Em seguida retomou o
caminho da casa Blacky mas ven=
do que eram duas e meia em
ponto, teve de desistir e retomou
o caminho da casa de Sua Ma-
gestade D. Gafanhoto III.

Quando chegou viu que estava
um automóvel disfarçado com
uns arbustos por cima, atrás do
Palácio. Desconfiou logo, e sal-
tando para o banco de trás do
seu carro onde estava O prisios
neiro tirou-lhe a mordaça e co-
meçou-lhe a fazer perguntas,

— Você tem cumplices ?—pre-
guntou.

— Tenho — respondeu o esca-
ravelho com voz rouca,

— Quem são e como se cha-

mam ?
— São Pidlho, Pulga e Per-
sevejo,
— E você como se chama?
— Escaravelho-Velho.

 

— Onde mora ?

— Numa caverna ali na flo-
resta, ;

Jyma depois dêste interrogas
tório sumário tornou a amordaçar
o prisioneiro e a deitá-lo no fun=
do do carro.

Depois foi pé ante pé de revol-
ver-metralhadora em punho até
ao carro dos bandidos que talvez
estivessem lá dentro.

Não se enganara. Lá dentro
estavam os três patifes que obri=
gavam o Rei a dizer onde ocul-
tava as joias. Jyma não esperou
por mais. Saltou para dentro do
carro de revolver-metralhadora
na mão direita, obrigou todos
aqueles malandrins a desamarra-
rem o Rei e pouco depois esta-
vam todos amarrados e metidos
no espaço-bagagem para não
ocuparem espaço à frente e tam-
bém para não fazerem alguma.
Daí a pouco todostaqueles canas
lhas entravam cada um na sua
cela na esquadra da polícia de
Bric-á-brac e no dia seguinte,
além de uma condecoração, Jyma
teve também metade das riquezas
aprisionadas que foram encon=
tradas na tal caverna no meio da
floresta, presente do Rei que tam=
bém mandou edificar uma está-
tua nos jardins de seu Palácio
em cujo pedestal se pode ler em
letras de ouro cravejadas de pes
dras preciosas :

Glória a Jyma, a grande,
tp
Interêsses Regionais

A Câmara Municipal de Ma-
ção, numa das suas últimas sese
sões, deliberou aprovar os pro-
jectos de abastecimento de água
às povoações de Pracana e Ca-
sais de S. Bento, freguesia de
Cardigos, e solicitar as respecti-
vas comparticipações.

*

Estão já concluídos os pilares
da ponte sôbre o Zêzere no lo=
gar de Vilar da Amoreira, dan-
do ligação para a freguesia da
Madeirã. Com a colocação de
algumas traves e pranchas, a
passagem principiou a fazer-se
com à maior satisfação da popu=
lação interessada,

 

@@@ 1 @@@

 

ASSABTO

No dia 16 do corrente, em Ser-
nache do Bomjardim, foi encon-
trado na residência do Rev.º An-
tónio Bernardo, debaixo de uma
cama e de navalha em punho, um
indivíduo que disse chamar-se
José Pinto da Fonseca e ser na-
tural do logar e freguesia de Sô=
bre-o-Tâmega, concelho de Mar-
co de Canavezes. Penetrou na-
quela residência, aproveitando-se
da; ausência do seu proprietário
e da serviçal. ? .

“Encontra-se prêso nas cadeias
desta comarca e, na véspera da-
quêle assalto, foi visto na feira
que se realizou nesta vila, acom-
panhado de um outro, indivíduo;
ambos traziam consigo uma pe-
quena barraca móvel de fanto-
ches. Está apurado que o Fon-
seca furtou da casa da sr D.
Maria Albertina de Carvalho Ta-
vares, do Pinhal, que na noite
de 14 para 15 lhe concedeu gua-
rida num palheiro, um relógio,
duas: argolas de ouro e dez es-
cudos em dinheiro,

| E? de lamentar que, em Ser-
nache, não tivessem prendido o
companheiro do Fonseca, que
nos dizem ter sido visto próximo
da residência assaltada momen-
tos antes daquêle ser encontrado;
teve tempo de sobra para se es-
capar, quando a verdade é que
êle devia estar conivente no cri-
me que se perpretava e a sua de-

tenção facilitaria, por outro lado, |:

o’ curso das investigações a que
se está procedendo.

HO
Dr. Abel Carreira

Foi promovido a tenente do
Quadro de oficiais Milicianos o
nosso amigo sr. dr. Abel Carrei-
ra, distinto médico oftalmolo-
gista,

Um grande abraço de parabens,

oe
DA SEARA ALHEIA – «
HORIZONTE

Não nos esqueçamos do pas-
sado que nos deve servir de li-
ção, a-fim-de evitarmosrepetições
de’ factos: que tam funestos foram
para o nosso brioe para a nossa
dignidade de povo livre. .

Numa polémica que anda acesa
entre os srs. drs. José d’Arruela
e“Aliredo Pimenta — aquêle autor
de «A Tragédia Nacional» e êste
de «Para a história das relações
entre Portugal e a Alemanha» —
aparece bem nítido e confrangen-
te’o espectáculo do nosso des-
prestígio internacional, quando o
nosso império africano esteve
prestes a ser dividido, como se
nós não tivéssemos outro valor
senão ode servirmos de pasto
às ambições dos’poderosos.

A história—a séria a implacá-
vel, a honrada história — não men-
te, à não ser quando nós a lemos
ea estudamos sob a sarcástica
ilusão de que os grandes feitos
dos nossos avós nos imunizam
dos êrros que cometemos, Te
nhamos cuidado: os actos incon-
siderados e as indiferenças’cul-
posas constituem dívidas a que
não podemos subtrair-nos. Os
países que se renovam, mesmo à
custa de enormes sacrilícios, sen»

* tem que é o seu honrado esfôrço
o melhor defensor do seu nome.

Portugal goza actualmente do
respeito e da estima das nações,
porque soube ilibar-se das acu-
sações que lhe dirigiam quantos
tinham. interêsse em explorar a
sua decadência — espécie de ca-
dáver reservado para as aves de
rapina. Digâmo-lo em voz alta:
tanto no aspecto interno como
externo somos autênticos ressus=
citados, Aschancelarias tratavam-
nos por cima do ombro e os mes»
tres da finança sorriam-se cini-

camente, quando se davam ao in-.

córhodo de nos tomarem o pêso
creditício.

Do «Diúrio de Lisboa»

EE a
/ AGENDA &

Encontra-se actualmente em
Faro, como 2.º Oficial do Go-
vêrno Cívil, o nosso amigo sr.

“Armando Sérgio Carvalho da

Encarnação, que nos últimos
meses excercea o cargo de
chefe da Secretaria da Câma-
ra Municipal de Vila Nova da
Barquinha.

— Saiu para o Pôrto, com
sãa espôsa, o sr. dr. José Car-
los Ehrhardt,

— Acompanhado de sua es-
pôsa, esteve na Várzea dos
Cavaleiros o sr. António Fran-
cisco Sardeira, de Lisboa.

— Da Várzea Fandeira (Pe-
drógão Pequeno) partiu para
Lisboa a sr.º D. Maria da
Conceição Ferreira Vidigal,
esposa do sr. Angelo Ferreira
Vidigal.

Aniversários natalícios:

23, Sílvio Marrafas, Lis
boa; 25, Céu Marrafas, Lis-
boa; 27, Ernesto Porfírio de
Araújo, Chiramba (Africa
Oriental) e D. Judite Vidigal
Marinha dos Reis e Moura,
espôsa do sr. dr, Flávio dos
Reis e Monra.

Parabens

Os

REGEDORES

Nos termos do art.º 275.º do
Código Administrativo, o rege-
dor não vence ordenado, nias é
isento de aboletamentos em tem-
po de paz, do imposto de pres-
tação de trabalho que incida sô-
bre a sua pessoa, os seus fami-
liares e sobre as suas coias ou
animais e de todo e qualquer
serviço obrigatório, não militar
ou judicial, e tem díreito ao uso
e porte de arma de defesa, inde-
pendentemente de licença.

Em sua sessão realizada em
15 do corrente, a Câmara da
Sertã, tendo em atenção os va-
riados serviços que aos regedo-
res:vêm sendo pedidos à sombra
das leis, deliberou por unanimi-
dade fixar para cada um do con-
celho, a partir de 1 de Fevereiro
próximo, e quando em efectivo
serviço, a gratificação mensal de
80800, a tíulo de compensação
por ajudas: de custo’e subsídios
e de transportere marcha, resul-
tantes dasgdeslocações impostas
pelas deveres do cargo.

Questão judicial

Por acórdão de 20 de Dezem-
bro último teve o seu epílogo no
Supremo Tribunal de Justiça a
questão que interessou bastante
a população de Sernache do
Bomjardim pelas pessoas nela
envolvidas.

Reivindicava o Sr. António
Agripino da Silva, daquela loca-
lidade, o direito de trânsito para
o pátio anexo à sua casa, ali si-
fuada, por uma antiga passagem
aberta do lado da igreja matriz

que os Srs. Olímpio do Amaral:

e seu filho Eduardo, residentes
em Lisboa, consideravam exclu-
siva do seu prédio e haviam
mandado tapar.

Outras reivindicações e pedi-
dos se formulavam, mas a razão
principal do pleito era aquela
passagem, cujas obras de veda-
ção e subsequentes construções
de paredes haviam sido objecto
do embargo de que emergiu tal
litígio-

Decidiu o Supremo Tribunal
não reconhecer a servidão reix
vindicada pelo autor, tendo sido
concedido aos réus o direito à

indemnização por perdas e danos!

resultantes do mesmo embargo.

Este número foi visado pela
Comissão de Censura
tle Castelo/Branço

+Necro logia!

aero semanas 1 meme et rare

D. Maria Emília Heitor de |
Matos e Silva

Com a idade de 89 anos, finou-
se, na pretérito 5.º feira, em Ser-
nache do Bomjardim, a sr.º D.
Maria Emília Heitor de Matos e
Silva, natural do Souto de Abran-
tes, viúva do sr, dr. António Ro-
drigues de Matos e Silva, que
foi, durante muitos anos, médico
municipal naquela localidade.

A extinta, senhora de esmera-
díssima educação e muito, res-
peitada pelas suas virtudes e no-
breza de sentimentos, era mãi
extremosa da sr.” D. Maria do
Céu Matos e Silya de Queiroz e
Melo, espôsa do sr. dr. Gualdim
António de Queiroz e Melo, mé-
dico municipal, aposentado, e
professor do Colégio «Vaz Ser-
ra», e avó da sr.” D. Maria Vio-
lante Matos de Queiroz e Melo,
de Sernache do Bomjardim e dos
srs, engenheiro Higino de Quei-
roz e Melo, ilustre presidente da
Comissão Administrativa da Pun
dação da Alegria no Trabalho e
do sr. António de Queiroz e
Melo, de Lisboa,

O funeral efectuou-se, no dia
imediato, com grande acompa-
nhamento para o cemitério local.

A”ilustre famíliaenlutada apre-
sentamos a expressão muito sen»
tida do nosso pesar.

Dre
INCÊNDIO

A’s duas horas da madrugada
de sexta-feira última declarou-se
incêndio numa pequena casa em
ruínas do Canto, nesta vila, per-
tencente a Gracinda Corrêa, actu-
almente arrendada ao sr. Crispim
Casimiro, que a tem utilizado
para arrecadação de lenha

O alarme foi dado por Orlan-
do Rodrigues, que providencial-
mente deu pelo sinistro, pois, de
contrário, as casas de habitação
em volta podiam correr grande
perigo. Os bombeiros acorreram
prontamente e, auxiliados por
muitos populares, que de todos
os lados conduziam água para
alimentar a bomba, dominaram
o incêndio em pouco mais de
uma hora. Desconhecem-se as
origens do fogo e os prejuízos
são insignificantes.

A casa em referência constitue
um grave perigo para quem mora
no local ou por ali passa, sobre-
tudo a parede do lado da aper-
tada travessa, que ameaça queda
iminente. Lembrávamos, por isso,
à Câmara que, sem detença, man-
dasse proceder à demolição, evi=
tando que em futuro próximo
tenhamos de registar algum de
sastre, tanto mais que, junto da
casa, há sempre crianças a brin-
car,

erre

OS AMIGOS DA «COMARCA»

Do nosso bom amigo sr. Iná-
cio Henriques Vidigal, residente
na Guarda, recebemos a quantia
de 50800 como auxílio ao nosso
jornal.

Osr. José Ribeiro da Cruz,
de Sobreira Formosa, teve a amas
bilidade de nos indicar, para as-
sinante, o sr. José Sebastião Mar-
celino,

À ambos apresentamos os me-
lhores agradecimentos.

tdo ag

Sufrágio
PROENÇA-A-NOVA

Augusta da Conceição Barata

Passando no próximo dia 1
de Fevereiro o primeiro aniver-
sário da sua morte, seu marido
e filhos mandam celebrar uma
missa por sua alma, na igreja
matriz de Proença-a-Nova, no
referido dia 1, pelas 11 horas, à
qual assistirão, convidando-se
as pessoas amigas a acompanhá-

BIB

los nesta sentida homenagem pes
la sua querida morta, *

A Comarca da Sertã

Elegia da Dera

(Cancioneiro do Concelho da
Sertã recolhido, em relação à fre-
guesía de Pedrógão Pequeno, pe»
lo sr. professor Joaquim Nunes
Rodrigues.)

Adeus, vila de Pedrógão,
Ao meio tens um repucho,
Tens rapazes bonitos

Ruparigas que é um luxo.

Rua do Cabeço da Vila
Lageada, mal segura,
Quando o meu amor passa
Não ha pedra que não bula,

As riquezas de Pedrógão
Pra mim não tem valor,
Eu sou rico nos teus braços
Rico sou mo teu amor.

Adeus, Pedrógão Pequeno,
Adeus, Rua da Costa,
Jóscrevi ao meu amor
Batou à espera de resposta.

A Sertã é das laranjas,
Figueiró das tangerinas,
Sernache dos estudantes,
Pedrógão dus meninas.

O” adro de Pedrógão Pequeno,
Retiro dos passarinhos,
Quem namora às escondidas
Leva abraços e beijinhos,

A” entrada de Pedrógão
Dei um lenço a lavar;
Nunca chorei por amores,
Dessa me posso gabar,

O laranjal de Pedrógão

Só uma laranja tem,

De roda ninguem lhe chega,
Acima não vai ninguem.

Adeus, Pedrógão Pequeno,
Logo ali à entrada

Aonde eu tenho o meu.amor
Numa gaveta fechada,

Adeus, Pedrógão: Pequeno,
Ao cimo, ao fundo não,
Ao cimo tens riqueza

E ao fundo a presunção,

Adeus, Pedrógão Pequeno,
Hei-de te cercar com fitas,
Aº porta do meu amor

Hão-de ser as mais bonitas,

Adeus, Pedrógão Pequeno,
As costas te vou virando,
Minha boca se vai rindo,

Os meus olhos vio chorando.

Adeus, Pedrógão Pequeno,
Bu não nego a freguesia
Aonde foi batisada
Naquela sagrada Pia.

Se Lisboa fusse minha

Como au tenho na vontade,
Hasta delu um palheiro

J de minha terra uma cidade,

Dizes que eu não tenho mãe
Valha te Deus, Maria,
Tenho por minha mãe
Nossa Senhora da Guia,

Dizesvque eu não sei cantar,
du também digo que não;
Quem aprende sabe ler,

Eu nunca fui à lição,

Oliveira pequenina
Que azeitona pode dar,
Um baguinho até dois
E’ o muito carregar,

O! estrelinha do Norte

Vat andando que eu já vou,
Var dando claridade

Que o luar já acabou,

Na ponta daquela serra
Está um gato a miar

Por lhe cortarem o rabo
Para a trave de um lagar.

Eu entrei pela Espanha dentro
A cuvalo num mosquito,
Disserameme 08 espanhois ;

Ai que lindo cavalito,

Senhora da Confiança
Que tendes na mão que luz ?
— Um raminho de perpetuas
Para o menino Jesus,

Senhora da Confiança
Seu caminho pedras tem,
Se não fossem os milagres
Não iria lá ninguem,

O QUE É UMA CRIANÇA

Uma revista estrangeira ofere-
ceu há tempos um prémio a quem
enviasse a melhor definição do
que é uma criança.

Das muitas respostas apareci-
das, escolhemos as mais interes=
santes, sendo a última que das
mos a que obteve o prémio :

— O terror do solteiro, o te-
souro da mãi e o déspota mais
tirano do lar.

— O despertador da manhã, o
comilão do meio-dia e o rabu-
gento da meia-noite.

— A única propriedade precio=
sa que não desperta inveja.

— À última edição da humas
nidade, da qual cada um julga:
possuir o mais belo exemplar.

— Um natural de todos os paí-
ses, que não fala a língua de ne-
nhum,

— Uma mulher sem defeitos e”
um homem sem virtudes, E

— O melhor alvo dos beijos.

— O carrasco dos bonecos é
o inimigo dos brinquedos.

— Uma fonte de humidade
explorada pelos fabricantes de
aventais de borracha.

— Um ponto de interrogação
que sabe mamar.

— O resumo do passado e a
visão do futuro.

— A mais aperfeiçoada” obra
da indústria humana.

— O inventor da lágrima.

— Uma escultura de leite.

— Um estrangeirozinho com
passaporte para os mais puros
afectos do coração.

ros

NA noite de 15 para 16 caim

outra grande nevada na
região. A serra do Figueiredo
oferecia am aspecto lindis-
símo.

CASAMENTO

Na igreja matriz da Sertã efe-
ctuou-se, antes de ontem, O en=
lace matrimonial da menina Ma-
ria Luíza Carvalho Cardoso, fi=
lha da sr.º D. Etelvina da Silva
Carvalho e do sr. Joaquim Care
doso, já falecido, com o nosso
amigo sr, Alfredo Farinha, side-
rotécnico,

Foram padrinhos, por parte da
noiva, sua avó paterna, sr.* D.
Ana de Jesus e seu tio paterno,
sr. José Cardoso, comerciante na
cidade da Beira (Africa Oriental),
representado por seu irmão sr,
Augusto Cardoso, comerciante
na Sertã e, por parte do noivo, ;
o sr. José Peria, industrial, de:
Tomar, e sua espôsa,

Aos nubentes, que fícam a re
sidir em 5. João do Couto, sus
búrbios da sertã, desejamos as”
maiores felicidades,

Senhora da Confiança,
db” mãe de quem não tem,
Eu estou muito satisfeita
Dela ser a minha mãe,

Senhora da Confiança

Tem as portas de loureiro
Podias ter de ouro

Porque é rica, tem dinheiro,

Senhora da Confiança
Vai pela sua capela avima,
Leva um cacho na mão
Trz lá gente na vindima,

Senhora da Confiança
Tem um filho serrador,
Anda serrando madeira
Para o altar do Senhor,

Senhora da Conf nça

Tão bonita, tão airosa,

Vem tanta gente de longa
Só pra verem tão linda rosa,

Senhora da Confiança
Tem o terreiro varrido,
Este ano está de relva,
Para o ano está de trigo,

Senhora da Confiança
Minha mão, minha madrinha,
Dê me cá a sua bênção
Como sua mão divina,

 

JAIME LOPES DIAS