A Boa Nova nº9 21-03-1915

@@@ 1 @@@
ER
‘o avulso O r8)-—
ND
Administrador
José Francisco
Redacção; e adminisirção;” Ra de Santo Antonio — Com.º “e impr.º Typ: Democratiça de Tavares & Morgado» Rua, Mousinho 02″ 4d ist rs 50, aa
EVANGELHO ê
5.º dominça de Quaresma
Naquelle tempo fallándo,
Jesus ás turbas dos judeus
dizia-lhes: « Quem de vós’me
arguirá de peceado? Se eu”
vos digo a verdade, porque
não me crêdes? O que é de
Deus ouve as palavras de
Deus. Por isso vós nio ias ow-
vis, pois que não sois de Deus.
Responderam entãoosju-.
deus e disseram- Je: Por-
ventura não dizemos nós bem
que tu és um Samaritano: e
que-tens demonio 2
“Respondeu-lhes Jesus: |
Eu não tenho demonio, mas
dou honra a meu Pae e vós
me deshonrastes.. E ew não
busco a minha gloria; outro
ha que a buscará e que fará |,
justiça. Em verdade, em ver-
dade vos digo: que se alguem
guardar a minha palavra,
não provará a morte eterna-
mente.
Disseram lhe pois os ju-,
deus: Agora é que conhece-
mos que tens demonio. Abra-
hão morreu e os prophetas
morreram e tu dizes: /Se al-.
guem guardar a minha pa-
lavra, não provará a morte |
eternamente. Acaso és tu
maior do que o nosso pas
Abrahão que morreu? e do
que os prophetas que tambem
morre ram? Quem te fazes tu
ser? Respondeu Jesus: Seeu
me glorifico a mim mesmo, não.
é nada u minha gloria; meu
— Pae é que me glorifica.; (8.
João Valdo o EUdO
4
é) TAM
A lição que o Evangelho
da Missa d’hoje nos offerece
é uma das provas mais cla-
; ras e a da divin-
Dos arciprestados de Certã, Oleiros-e Proença-a-Nova, CR bus
Director- proprietario T
-P.º FRANCISCO DOS SANTOS SILVA
DEE atianos
eee
pop
– eee
dade de Jesus. Para dar au-
toridade. 4 sua missão. e ás
suas palavras, Jesus apre-
senta-se como Filho de Deus
na verdade’ra accepção do
termo, appe!la para seu Pae
e exprobra as multidões a
que descubram na sua vida:
publica ou particular qual-
quer acto peceaminoso ou
digno de censura. Não era
“preciso que Elle apresentas-
se as suas credenciaes eos
titulos. «que o acreditavam,
– pois, bastariam as suás pa-
lavras, as suas acções, a
sua doutrina toda de amor
e perdão, para convencer as
‘turbas, para as arrastar e
attrahir asi, mas:os homens
de todos os tempos teem si-
“do e são sempre os mesmos.
Triste e vergonhosa Fen ee
al!
Soam aos nossos: nguiidoa
bellas e nobres palavras, a
bella doutrina que para sem-
pre nos faria felizes, ainda
n’esta vida porque nos tra-
ria a paz e a tranquilidade
da consciencia e, a tudo nos
tornamos insensiveis é im-
| penetraveis, não querendo
ou fingindo não querer ou-
“vir, para continaarmos pre-.
sos aos tres inimigos das
nossas almas—o mundo, as
paixões e a carne. E’ verda- |
de que muitas vezes essas
palavras calam no nosso
animo e parecem tocar a |
rebate chamando-nos á rea-
lidade da vida, bons e sán-
“tos desejos começam de de-
sabrochar e então assenta-
“mos em mudar de vida, en-
“veredar por caminhos direi-
tos e deixar os tortuosos,
mas, como no coração não
| criam raizes, morrem por
falta de cuidado. etratamen-
to, tão boas e salutares fia
posições. E’ como a semen-
te que lançada no meio “de.
espinhos nasce e não se de-
senvolve. porque: é suffoch-
da por elles:
“E “porque tudo dito? Aos
Evangelho põe o dedo em
cima da chaga e diz-nos o
motivo ea -tazão. À- pala=|
vra divina; que, principal-
mente nestá quadra do an-
no, se “faz ouvir com mais,
frequencia, não. produz. os
seus fructos porque não so-
mos“ de Deus. «O que é de-
Deus, ouve as palavras “de”
Deus, por àsso vós não as ou-
vis, pois que não sois de |
Deus». Termvel verdadel!…
Fechamos o nosso cora-
ção ás boas e santas inspi-
rações, não queremos aban- |
donar as paixões a-que an-
damos presos e acoxrenta-
dos, porque não damos ou-
vidol ‘á vôz de Deus e, co-
mo os que não queriam ver
em Jesus o enviado de Deus
e Deus tambem, nos obsti-
namos em não querer ver e
ouvir, ou melhor, pretende-
mos sér equilibristas com
um pé num lado e outro
n’outro não-nos lembrando
que só será de. Deus e só
cantará victoria quem na
“Lei de Deus viver.
Come 6 ec i
A abria é’a lepia das
classes populares, é o fagello |
de todas as vn tudes moraes €
religiosas.
*,
Verdadeiramente feliz é
aquele que se esforça por ser
“na vida tal como deseja ser
julgado po? Deus na monte.
8 !
*o
: Mais vale prevenir teh
po e fortificar a alma no bem
“do. que esperas e soccorro
dapevaRtras: :
nhor é comtigo, bemdita és
| mensagem de que vinha en-
Editor E
ANTONIO! PEDRO eine Es
— Anonciação da 8. qe
rudes de março) cs
Chegado o.tempo em que”
Deus tinha resolvido resga-=”
tar o múndo e satisfazer 4
sua justiça ofendida, man- * E
dou a Maria Santissima a
mais solemne embaixada .
que o Universo viu, poi
“tratava-se da Encarnação
da segunda Pessoa da 8.
Trindade, o Filho do Padre.
-Etérno, nas suas purissimas E
entranhas. ;
| Estava a Santissima tr
gem recolhida em sua casa
“e-em profunda. contempla. –
ção pedindo a Deus se ef.
fectuasse este grande mys-
terio da Encarnação, 1 quan
do dá pela presença d’um
‘mancebo de extraordinari
belleza e magestade. O man-,
cebo que era o archanjo s
“Gabriel, acerca-se d’ella e
sauda-a por esta fórma: Sal-
vé, 6 cheia de graça! O se-
tu entre as mulheres. A
Virgem turba-se, medita de-
pois, reflecte; mas não atina
com o motivo de tão ex
traordinaria saudação: O
anjo procura tranquilisal-a,
dizendo-lhe: Não te assus-
tes Maria, pois achaste gra
ca no Senhor. E continuam
do, dá-lhe logo conta da
“carregado: Tu concebirá
darás á luz um Filho, qu
se hade chamar Jesus. Elle
será grande e se chamará.
Filho do Altissimo. Dar-lhe-.
ha o Senhor o throno de
David, seu pae, e Elle rei-
nará sobre a casa de Jacob.
e o seu reino não terá fim.
É atua por extraordinaria
que a noticia lhe parecesse,sse,@@@ 1 @@@
: vão. a põe em duvida visto.
lhe ser dada da parte de
“Deus; parece até conformar-
– fe com ella, pois não lhe
faz répato algum… ape-
“nas teme pelo voto de vir-
gindade que anteriormente
tinha feito: E como se fará
“isso, tendo eu feito voto de
virgindade? Ao que o ar-
to, Santo descerá sobre ti e
a-virtude do Altíssimo Tê
involverá em sua sombra,
pois’ que tambem é sánto o
“que de ti ha de nascer e se
chamará Filho de Deus. —
são
crava do Senhor—disse aí
irgem — mas faça-se em
mim como vós me annuh-
ciaes— Este consentimento
ram tão agradaveis a Deus,
os Santos dizem que
ella mereceu mais n’este
acto, só, que todos os Anjos
e hóúiens, pois que mereceu
“isso ser Mãe de Deus.
Eis aqui os grandes mys-
deste dia, que deve-
“bondade infinita do nosso
Creador em nos mandar ao,
undo seu proprio Filho e
jos os parabens a Maria
sima de ter sido es-.
hida para medianeira de
ão alto mysterio, coo-
ra da nossa Salva-.
ãe do nosso Deus.
ão ms coberto, de
s E de
E
netos, que apoia de haverem.
brincado lhe trepavam agora
com carinho e lhe pediam que.
lhes contasse historias bonitas,.
“velho assim fez. Porem a
seguir á historia, que lhes con-
tou, ensinou- -lhes estas cinco
: verdades, que elles decoraram
5 prometeram nunca esque-
cer: 1.º—O trabalho do do-
Engo “nunca enriquece. 2.º
s “mal adquiridos nun-
“chanjo respondeu: O espiri-”
Então séjal-Eu sou a es-.
humildade da Virgem fo-.
s adorar e celebrar com |
da a devoção, admirando |
io de GenE j
ra OS joelhos e o abraçavam-d:
os “surribágu. ue ass es-
E: não empobreceninguem.
‘4º= Encommendar-se a Deus
de manhã e à noite nunca
attaza o serviço. 3º—Um fi-
lho rebelde | e libertino nunca
é feliz. E
“Taes or as verdades que
a experiencia me “ensinou,
“meus queridos filhos» «.
ri do Cem
À boa doutrina dceren-do pro- estao
cedimento da Egreja para com os
que morrem lóra do sem gremio
E doutrina da, Egreja, que.
os sacramentos instituídos por
Nosso Senhor Jesus. Christo
são sete, que não ha’ nem po-
de haver lei humana com for>
ça de modificar esté’ ensina=
mento, que, é um dogma de
fé catholica; que entre crhis-
tãos, O meio unicó de consti- |
tuir famiha, deante de Deus e |
| da consciencia, : é pelo sacra-
o contracto civil commeittem
um peccado e sahem do gre-
“dem-es direitos de catholicos,
“”pnão. podem: ser acceites para
padrinhos; e, se morrem n’es-
| servancia d’esta doutrina, quê
qual deve ser é é fiel deposi-
taria, ;
Nó tempo da’ monarchia,
‘em virtude da união da/Egre-
| sos produziam effeitos civis:
tal era O casamento. Mas com
o advento da republica, feita
a separação dos poderes, és-
| piritual e temporal, cada um’
“d’elles gira em esphera diffe-:
rente e autonoma. O Estado: |
diz: Eu só reconheço o con-
“tracto civil para Os effeitos ci-
vis; a’ Egreja diz: Eu só reco-
nheço “o casamento para os ef-
tá no seu direito, não é into-
Jerante; a Egreja, porém é in-
té tolerante, dizem ido t
“O Estado diz: enco fóra da.
lei o homem « e a mulhe
izerem vida comm r
“estão fóra da cominho ca
“tholica o homem e a mulher
“que fizerem vida commum
sem: o sacramento do matri-‘
«monio; o Estado não é intole-
«rante; mas a Egreja o é, dizem.
Se fallecer um dos’ conjuges
unidos sómente pelô sacra-
mento, O juiz de-direito, func-
a er nem: era a
‘do a lei, decide que.o morto
mento do matrimonio; que os: |
ly catholicos que fazem sómente.
mio da’ Egreja; portanto, per- |
se estado, . são privados dos
“suffragios “publicos. . on Spa
E nem’se diga que a Egre- |
“ja é intolerante exigindo aob- |
ella: não pode alterar,” e da |
ja ao Estado, os actos religio-
“feitos religiosos. O Estado es-:|:
O Pd o ESA
| não léga-ao conj
vente o direito á communhão’
cionario do Estado, applican-“.
she Net st a É É. »
e ae
Ê | Psalmo 50.
– Tem compaixão dE mim, Ó Deidf de piedade,
sen apaga”pór clêmencia a minha iniquidade,
E Senhor, lava. fa mais, teu servo icúltido:
Que. não fique um sinal do seu grande pecado.
Eu:não ignoro o horror do meu nefando-crime,
Que sempre está pepapnde e que sempre me oprimell
Contra Ti só pequei e me fiz criminoso.
Mas perdoa-i me, Senhor; és clemente; és PordoRa
4
e De torpe cótrução eu fui sempre Ra CRE
Pois já. por minha mãe na-culpa fui gerado!!
> : til Bit MM
Bem conheço que Tu sempre a pipi amar
E toda-a-tua Lei-ao teu servo rev laste.,
Aspergeime, Se e minha dio s’rá pura,”
Lava” -me e alvo serei como da-neve a alvura.
Duca gozde: aliéio aos heus tristes ouvidos
E, hão. dese -deleitar meus ossos confundidos.
Bea méus crimes desvia” teu odio de ridadad a,
ss desfaz por completo esta minha maldade, a evo
Esto um coração, que limpo: e recto Seta
P’ra que nova’e-pura na a mim depois sé veja. ,
* Não me afastes de EE meu, oii Pai e Senhor,
: Nem Degues tua Graça ao triste pecador.
Da tua santa Pas testitue-me a alegria
E de divino ur o meu’peitó inebria.
“Tua Lei ensinarei aos homens dsrveitidhs
“Eos descrentes e maus hão de: ser convertidos. :
Destróe-me a perversão e toda, a má tendencia
E alegre exaltarei tua-Justiça e Clemencia,
Edo
Digna- Te “gescerrar. meus labios, Senhor,
E Sempre. minha boca entoará teu louvor.
Holocaustos, eu sei, não são do teu agrado,
Se e já de-ha muito, eu T’os houvera dado?
O que mais. Te deleita, é um “spírito contrito:
Não desprezas tambem um coração! aflito,
Olha benignamente a Sião é faralhe bem
“Pira os muros levantar da tua Jerusalem. ae
fe der sem. conto então has de aceitar,
Que puros Sa irão. rgpos: DO Ri ni t
de bens e aos filhos ‘o direito
á herança; fallecendo um gos
conjuges unidos, só civilmen-
te, 6 Vigario, funccionario da
Egreja, applicando a Tegisla-”
ção canônica, declara “que o
mesmo-:não tem: direito aos
é obrevi”

Versão de Pe Moura.
o seu dever, não é Ena
e; O Vigario, porém, que tam–
bem cumpriu o seu dever, é
intolerante, dizem,
Não pedem ao juiz que de-
cida contra as disposições da”
-Jei para mostrar ter bom co-
tação, entretanto, querem que,
rio, deixe de’ observar
O Vigar
beneficios espirituaes da:Egre-. ta lei-da Egreja; le deve
ja, pois morreu fóra. da sua
ad o juiz, cumpriu | 1 Ni
ter bom «coração. . sq e Er
Esse
ad Ea
ERR
|
fra Aid 6
TOR ide SI
iai a Eação. . sq e Er
Esse
ad Ea
ERR
|
fra Aid 6
TOR ide SI
iai a Ea@@@ 1 @@@
“rante uma associação: porque:
não permitte que frequentem. |.
seu edificio, tomem parte em
seus actos e participem dos
” séus beneficios aquelles que
não são socios, e por elles
não celebra uma: sessão fune-
bre depois de mortos; mas a
Egreja, dizem, é intolerante
porque têm identico procedi-
‘ mento e exérce o mesmo di-
reito. Ha uma logica especial
para combater a religião-ca-.
tholica.
O Bispo e os:Vigarios pré-
gam, aconselham e pedem
aos: catholicos que não cons-
tituam familia: semi o sacra-
mento do matrimoniore mos-
tram as: funestas. consequen-
cias que “hão de resultar da
sua: desobediencia; com pezar
vôem-que muitos preferem’os |
períidos conselhos: de verda-:
na vida de: peccado. Vem-a:
morte “e apparecem as difi-
culdades.
O bom senso dinda ensinar
este: raciocinio: “ou: o: morto
não!’era catholico, durânte a
vida nunca’deu signaes de re-
ligião,-e pelo’ contrario, por
* Varsempre inimigo da Egteja;
direito ás cerimonias Teligio-|
uniu-se só» civilmente; então
foi elle-mesmo que se pôs fó-
ra-da Egreja e por sua livre!
vontade renunciou ás ditas c ce-
rimonias.
Homens ha que, com uma
não-merece censura, fazem de-
* são catholicos; mas se, com
* ceusuravel incoherencia,
apresentam para servirem de
padtinhos e não são acceites
“revoltam-se, dando assim’el- |
les mesmos motivos para não |
se -crêr- na sinceridade da-.de-
claração que fizeram; e se-de-
pois da sua morte, os amigos
monias funebres e não são at-
significação e servissem sim-
– plesmente de orspRpda para
os que ficam.
ras interessante. Não podem
ser e não «são. osscathólicos
que extranham a recusa de
to; são sempre aqueltes que
se dizem isentos dos precon-
ceitos: religiosos,
rações do padre sobre um
“deiros emissarios- de Satan;’
interessado em conserva-los
palavras e actos’se manifesta- |
então, está bem claro, não tem|.
– sas; ou recusa os sacramentos :
sobranceria que: certamente |
claração publica. de que não:|»
ou a; familia querem as céri-‘
tendidos, dizem que-a Egreja |
é intolerante; como se taes |
cerimonias: fossem vazias: de:
Dá-se n’isto um facto deves 5
suffragios religiosos aum mor.
que dizem,
‘* não acreditar na agua benta e,
nas: benzeduras dos padres.
Então, como querem exigir Era
A Boa: Nova:
cadaver, ‘ principalmente – ER
de-um-jhômem «que pac
como. elles? al
do seu ataúde contra aquelles
actos que não podia desejar
que se lhe fizessemdepois’de“
morto? De modo que a-Egre-
ja, recusando suas. cerimonias
a quem não faz parte do seu.
gremio, da lições de toleran-”
cia e de respeito. à liberdade
– dé consciencia. :
Vemsa proposi
que passou ha: annos em S.,
Paulo. Na antiga egreja anne-
xa ao Palacio do. Governo,
costumava haver aos domin-
gos uma missa aO meio-dia:
Cefta vez, o Capellão man-
dou avisar que não haveria
missa. Os catholicos retira-
ram-se sem murmurar a me-
nor queixa; na verdade, nada
mais natural do que um pa-
dre ficar doente sem ter tido
tempo. “de prevenir um outro
para substituí-lo. Pois. bem;
no dia seguinte, 6! unico | pro-
testo que appareceu na jim-
ad
| prensa contra-a falta da missa |
foi feito por;um jornal. gone E,
cidamente impio!
– Eis a coherencia dos que se
intitulam’