A Comarca da Sertã nº743 15-12-1950

 A Comarca da Sertã

Representante em Lisboa:

João Antunes Gaspar L. de 5, Domingos 18 r/t – Tel. 25505

Director Editor e Proprietário:

Eduardo Barata da Silva Corrêa

Publica-se nos dias 5, IO. 15, 20, 25 e 30

Sertã, 15 de Novembro de 1950

Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interesses  da Comarca da Sertã: Concelhos de Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei: (Visado pela Comissão de Censura)

Ano XV     Redacção é administração: Rua Serpa Pinto — Composição e Impressão: — GRÁFICA CELINDA, Lda. — SERTÃ Nº743

 

 

hoje da [regacsia de Alvaro, caja
F5T5m05 sede, à vilo Jd!o mestine nome, u’fg:—-
rece uma fisiononmida muito espéciol pela-sas
situação sobre am espinhaço=—uma ponta da ser-
ra de Alvelos-—, dendo a impressão, a quem a ob- ;
serve de longe, que só am prodígio de equilíbrio
a sGStém, impedindó-a de se dêespenhãr oo o
rio Zizere—de que a separa, o níbel elevadissio
mo, um ledeira extenso e quese a pique= om
na ribelra, do toedo contrário, lá moito no iundo;
um e qutro destes eorsos de ágaa, correéndo por
entre penhaásceos e ravinas, romorciando braolos
no Inverna, Iremigotes, alvorocçados, dão à simpás
tica.e pitoresca vila gerta Deleza,

— Nas moargens do ribeira conctentramege os
lagares de azeite e noteiros alrosos c áberes, hors
tas e milhareis, cefleiro dos habitantes; e nos de-
clives—para qualquer dos lados—espolha-se dens

£$o € magnífico olivedo, que prodaz abondante e António nugugtmuas, presidenta da

finíssimo, azeite, a riqueza maior deºAloaro e de — Junta de Frepocsia de Álvaro
Ttoda aquela roda. o S eccir D ura.: ; :

-.A vila é tpicamente rar

amanho do solo ama grande meioria dos 4aeégs habitantes, Trabalhador, mo=
frigerado, emigo da fâmiílio, q Alvarense lota pelo pão de cadá dia com lenaz
estorço € procura venóere as contrariededes da vida trabailbándo ainda com
mais niinco c PECrSCUCTONÇA; É profandamente erente por trádição e formoção
€ todos 03 actos dó sea viper se revestem duma dignidade cm que transpa-
recê À paz de consciência e e sótislação do dever camprido para com Deos
c O próximo; as sans festas religiosas ainda conservam aquele ar ingério
tão 6pésse ao matcrialismo grosseiro dã nossa €poca. Todas cstas quelida-
des dos natareis: de Alvero não deixam de se harmonizar eom à Bltuvez, o

brio € o acentaado cunho de personalidade, tomuns, inatos e bem expressts
vOs no carócter dos beirões da Baira Balxa, i

A vila-de Alvaro estagnou há maitos anos, sem
descovolver egrícola, comercial

e indostrialmente por falta de meios de coó-

“ manicaçõo, pors ápenas é servida Ppor ama estrada maanicipal quêe porte do
Cassl Novo (antigo Crateiro), donde dista cerca de-s km, Dorante anos In-
findáveis 038 Scus habitantes cesperarein pela constração duma ponte sobre o
LÉZere que 085 liqgasse à Famplilhoza dn Serrá e depols a Colmbra, abrindo-
sEe, para comunicaçõo, qma ceiroda que partisse da margem oposta. Esso
idela desvonecen-=se porque a vila en ireguacsia virão à ficar-servidas pela
estrada que se prójecta no longo do margom esquerda do Zêzere até Cam-
bas, passando por Pedrógão Peqeueno e Maedelrã, deste modo, fácil é prever
que à sitanção económica daquela zona se transforme depois completamente,
vindo 08 prodotos da férra à atingir uma valorização compensodóra,

Os progressos da ollo e frequesia de Álvaro —aparte aàs cdificações do
posto: de assistência médico «Alirédo Iorciras, nh sede, e de vários edifícios
cscolares e alguamãos peqacnas estrodas € câminhos, no gencrolidode, devidos
à iniciativa particalar=têm sido de Pouça monta nos jáltimos trintá anos,
quando é eerto que; no mesmo período, noutras regiões rorais, eles atingi-
Tâm o apogea, fião caberido, daí, exlpa flguma cos habitantes do ircgaesta—
trabalhadores & balrríistas como o% melhores—mãs, principalmente, à desfos
vorável posição geográfica daquela ZOnNA, em que, como já dissemos, e vole
tâmos a accntaar, não existem modernas vilas de comuanicação,

Álvaro perdeáa maito de sia riquezo arbórca, como todo o concelho
de (Neiros, com à morte dos castánheiros, que outrora forneciam abundan-
te alimento; ehegando a costanho.a considerar-se como o pão préferido des

elasses pobres; é e própria madceira, pelas.suas indmeros aplicações, repre-
sentáva apreciável valor económico, f

O sr, António Augosto Alves, que, com critério e inteligência, exerce
as [unções de presidente da Jonta de Frêguesia de Álvaro, por coio Frogreas
su lem pugnado sem desônimo, é comerciante na vila ; em toda nquela áreas
goza da maior simpatia pelo seu espírite empreendedor, tenacidade no tres
balho é porque & todos procuora ser prestápel. .

: Acdolheo com o melhor agrado à inicintiva de inquérito aberto pela
tLomarca+, que considérodg vantajoso pará a sa Íregaesia e por isso se
dispós logo à dor o sca depoimento Ssem mais formalidades, com a clarezo

(Conclusão no-s” póg.)

E#wªmm#mmmammam;umwmn#m&%ma#m&#w&mmmm#mwmªm—u#mmm

al, vivendo, por 1sso, quase exclusioamente do

possibilidade de se

Filarmónica União Sertaginense !

Atenção, Sertanenses e Amigos da Sertá |

Como pode a Filarmónica da nossa terra tamar parie nó
«Congresse das Filarmónicas das Beiras» carecida de

fardamento de pano azul 9 de bhom Insirumental

Filarmónica CInlho Sertaginense
carece, em oabsolato, de am fars
damento de pano azal, de novos ins-

“ tramentos é conserto docitros.

Este faclo fol aqui exposto há já
bastentes meses, quándo a Direcção

do Filarmónica entendeuo que chegara

à opertanidade de acodir à velha e
útil instituição edocotivo c recreativa,
que, por decoro e prestígio, não de=
verle manter=sse, por mais tempo, nds
ma situação de pobreza afililva, que,
se & envergonka, nos envergonha &
nós todos, Scrtanenses, e à nossa
terra, Scm am bom fardemento cla
não pode sair do concclho para to=

“mor parte cm féstas; e faltando al

guns, instramentos c havendo outros
precisados de conserto gerel, não é
possível otingir à necessária exccu=
ção por mualto bons que sejam os
músicos, Tudo Isto é fógico, com-

. preensiível, portanto,

iToda à gente sabe que & boa a pre=
senteção de qualqgocr agrapantento
musical depende exelasivamente da
qualidade da fardo que veste; pode
ele agradar pelo destile impecável,
pelo tocar magistral dama marcha
ou dum passo-doblc, enfim, pela ex
celénte interpretação de mais difícil
parltilara, mas se o fardamento for
de cotim cocado e o instramental ves
lho &’ amolgado, que mal retaz, então
perderá grande: parte do seu valor.

GQuando se Innçarom os ape-
los em prol aa Filaermónico, logo à
Dirceção resoloco abrir, neste periós
dico, ama sabscrição para ir dendo

conta dos amigos dáa Ellormónica
fgoro prontos & aaxiliá-la e dos ress
péctivos donátivos. Pensouw ela, des
certo, que os apelos, quer pelo jors
nal, quer por elreulares expedidas dis
rectamente à muitos Sertanchaes e
amigos da Sertã, obraríeim 0 milo«-
Ggre de obter, em poocico tempo, se
não tode o dinheiro considerado ins-
dispénsável para os [ns em couse,
a0 menos porte importante, Outro
tanto imaginámos nós., Foi uma llas
são alimentado pelo nosso espírito
bairrista, que vê em todos os filhos
da Sertf iInsaperável amor pela são
lérra € o firme propósito de velar
pela conseroação e grandezo de tado
quanto de bom nelá cxiste, como é,
por exemplo, à Filarmónica, de exis-
têéncia maãis que centenária! Toda à
gente tem vperificado que à sobacris
ção, tberta á tantos meses, se ar«
rasta vogorosamente, permanecendo
tempo infínito no mesma clíra dos
milhares de cscodos! Esta opólise
do facto contrista porque q verdade,
lelizmente, é que muitos Sertanenses
podem. contribair com o seu eoxilio
para o Filormónica € se o não fizes
ram, alndo, é porque fhês possaram
desperecbidos os apelos e os motis
vos que OS fondamentaram oo por=
que não prestaram o assonto &
atenção merceldo,

Deste modo, nós vitmos solleitérs
lhes todo 0 amporo possível à velha
Filarmónica dã nossa ferra parao que
clh Viva € se mantenha com 6 dignis

(Conelusão no 4,* Fpágo)

ANELGA

Árvore, sejas ta o roble antigo,

o esquio cipreste, ou o salguciro

debraçado nos águos dum ribeiro,

—lens sempre em mim um defensor e amigo,

NNão me negas (por Isso te bendigo!)
teu naxílio máterno e companheiro:
de ti me vem à arca, onde enceleiro
o oiro alegre c germinal do trigo;

de ti n braso, que me aquece e alenta
& tosca trave, que o meu lar sustenta.
e à mesa, onde maostigo o douro pão,

E vê ta que destino tão diverso:
deu-me o teu tronco ns tábuas do me berço
—irmãs das que me esperam no caoixão,

Cardoso Mariha


A Comarca da Sertã


 

Grupo Desnportivo Yiação Sarnache, 5
— — Racing da Bijou (da Lisboal, 3

Gernáche do Bonjardim, 3—Pe-
rante numerosa assistência—apesar
do tempo estar de ehava— realizodu-
se no campo de jogos Nano Álvares
um sensacional eneontro de fatebol
entre aàs equipas de honra do Ra-
cing. da Bijoa e o Grapo Desp. Via-
ção Sernaehe, cabendo a vitória à
este por 5 bolas à 3.

Às 15 horas os grupos entraram
em campo, primeiro o Racing, que
vestia camisola azal e calçõo preto,

— seguido do Desportivo V. S., que en-
vergava camisola vermelha e ealção
azal.

O conjunto das duas equipas dava

um aspecto interessante e colorido.
O desafio começou às 13,10, depois
de. os capitães haverem procedido à
escolha de compo e troca de ga-
lharáàetes.

A equipa local dispôs sempre do
comando do jogo, actauando com eer-=
to à-vontade, facto que não permitia
‘8o adversário-—apesar de forte e de
jogar conscientemente—arrançcar à
vitória. :

A primeira parte terminou com o
Desportivo a vencer por 3 à O.

Nos primeiros 20 minurtos áda se-
gunda parte o team visitante urdia
algans lances de bom fatebel & mar-
cou 3 bolas, sendo uma originada

pelo defesa direito do Desportivo,

que, involantàriamente, anichoa à
bola nas redes.

Com os grupos empatados—3sas

—o mateh tomoa maior interesse.

A linha avançada do Desportivo rea-

‘ giu e passou a jogar no meio campo

H do Racing, gizando lances ofensivos

de certa envergadura e obrigando à
defesa contrária a conccçicr canto;».
.Mantendo esta toada de jogo até fi-

nal do desafio, o team local marcoa –

; mais duas bolas, sendo ama de gran-
—de penalidade, depois de haver dis=
— persado “outras duas, tembém de
grande penalidade. »
Q resultado foi de 5 bolas a 3 a
“favor do Desportivo Viação Ser-
nache. : :
A arbitragem— a cargo do sr.
Amado— 4oi regaular.
Os jogadores de ambas as equi-
pas soaberam comportar-se como
verdadeiros desportistas.

O Racing da Bijoua oferecea ao .

Desportivo am interessante e valioso
trofeu, tendo .recebido um vistoso

“bouquet de ilores natuarais.

: No desafio estavam pessoas de
Sertã, Tomar, Ferreira do Zêzere e
Lisboa.

A caravana que acompanhou o
Racing da Bijoa chegou a Cernache
no sábado.eera constitaida po 8 aqa-
tomóveis. O Director do Desportivo,
-Fernando Vaz Serra, também esteve
presente nesta festa.

Os Lisboetas ficaram encanta-.

dos com àa maneira como foram re-
cebidos pelos Cernaehenses, assim o
atirmaram. Para os Cernachenses,
factos desta natureza constituem
uma honra. :
Novo Desafio—Está marcado pa-
ra o dia 31 do corrente um desalio
“ de futebol entre o Sport Clube So-
breirense (de Sobreira Formosa) €
o Grupo Desportivo Viação Sernache.
Este encontro está despertando
vivo interesse. .
A. Guerra

D. Ernestina Marinha David

Está gravemente’ doente esta senhora,
viúva do nosso saudoso patrício e amigo
sr. Adrião Morais David.

Fazemos os mais sincéros e árdentes
votos pelas suas melhorãas. : : ——

agradecemos.

Dia da Mãe a

O dia consagrado à Mãe, 8 do
corrénte, teve, na Sertã, condigna co-
memoração, realizando-se no salão

nobre dos Paços do Concelho uma –

sessão solene para distribaição do.
prémio de 500%$00 ao casal Joaquim
Nunes Salta e Maria de Jesus, da
freguesia de Pedrógão Pequeno, que
teve 10 filhos, 8 dos quais são vivos.
A entrega foi conferida em nome da
«Obra -das Mães pela Educçação Na-

cionalr. A mãe contemplada foi al- .

vo de enternecedora homenagem por
parte das senhoras da Acção Católi-
ca e raparigas da Juventade Católi-
ca, dirigindo-lhe expressiva mensa-
gem a peqaenita Maria Emília Bara-
ta, filha do sr. António Barata e Silva.

A’ sessão assistiau maita gente.

O prémio de 2.000$v0, segando do
distrito, que coube a Joaquim Cotrim
e sua mulher Júlia da Conceição, da
Portela de Oliveira, Ireguesia de
Cernache do Bonjardim, foi entregue

por intermédio da Casa do Povo da-

quela localidade.

Vida administrativa

No uso da competência que lhe é
conferida pelo $ único do artigo 407.º
do Código Administrativo e ao abri-
go do disposto no $ 1.º do artigo 296.º
do mesmo diploma, o sr. Governa-
dor Civil do distrito convocou os se=
nhores Procuradores eleitos para o
Conselho Provincial da Beira Baixa

: para àa reunião constitutiva do novo

Conselho, que se realizará hoje, 15,
pelas 15 horas, no Governo Civil, e
em que se procederá à verificação
dos poderes, à eleição do Presidente,
Vice=Presidente e Secretários do Con+“
selho e à eleição da Junta de Pro-
víncia. !

João Martins

No dia 5 do corrente, regressou
ao Ambriz (Angola), depois de curta
demora na Metrópole, este nosso
amigo, sócio da firma comercial João
Martins & C.º, Lda., daquelo vila.
Desejamos-lhe boa viagem € muitas
prosperidades.

Ao Goméreio & Indústria

. OS srs. Comerciantes e Industriais
que desejam endereçar Boas-Festas
aos seaus celientes e amigos, por inter-
médio da «Comarca da Sertã», no
Natal e Ano Novo ou nas duas da-

tas, queiram ter a bondade de reme-

ter o. original da saudação, para a
primeira até o dia 20 e para a segun-
da até o dia 31 do corrente, sendo
de 20$00 o custo de cada publicação,
que é nu género de cartão de visita.

Ao mesmo tempo que se apresen-
tam cumprimentos, faz-se am útil e
interessante rêclame da própria fir-
ma, pelo que é de conveniência que
o texto seja muito simples.

0 inquérito da «Gnmarca»p às ne-

cessidades das Juntas de Fre-
guesia da Região

Foi publicado o de Ermida; hoje
publica-se o de Álvaro, seguindo=se

os de Cabeçudo, Várzea dos Cava- .

leiros, Madeirã, Cumiada e Carva-
Mat , : :
Agradeceinos aos restantes srs.
presidentes das Juntas de Freguesia
que não demorem a remessa dos seus
depoimentos, —

PARA o infellz carteiro António –

Gªe”—m recebemos 50 escudos de J.

-T./de Eispoa, e 20 da sr.º D.
Margaárida Lopes Fernandes da Cos-
ta, da Perna do Galego, que maito

— O TERRIVEL FLAGELO Q <British

Medical

publicou o resuúltado de experiênceias
levadas a cabo por um grupo de mé-
dicos britânicos em 66 doentes, ses
gundo o qual a tabereulose pulmonar

poderá ser tratada com mais eficás –

cia, ministrando aos doentes, simaul+=
tâneamente, dois medicamentos em-
pregados. até agora Separadamente:
estreptomicina e ácido para-amino-
‘salicílico. A combinação dos dois
medicamentos não só torna possível
a administração efectiva de estrepto-
micina durante períodos mauito mais
longos do que até agora, mas tam-
bém permite, provàâvelmente, que se
electuem tratamentos ceficazes reper-
tdos. —

Colaboração nos númaros do dia
de Natal e primeiro do Àno Novo:

Todas as pessoas que nos quei-
ram honrar com a sua colabora-
ção, em prosa é verso, nos núme-
ros que se publicam no dia de Na-
tal e primeiro do Ane Novo, este
a 5 de Janeiro, deverão fazer o
obséquio de remeter os origiínais
até 20 e 31 do corrente, respec-
tivamente.

ho | Gongrasso Nacional dos Ho-
mans cªmlmºs foram assístir .os

‘ srs. dr. António
Peixoto Corrêa, da Arnoia, José
Farínha Tavares, Francisco Pires
de Moura, António Alves Lopes

Manso, Fernando Carvalho Tava-

res, Rufino Nunes, Manuel Antó-
nio dos Santos, Carlos Meireles
Girão, da Sertã, P. João Nunes
Prata, da Amieira (Oleiros), Joa-
quim Gil de Oliveira, da Camiada
e João Nunes, do Maxial da Es-
trada.

Manifasto de azalta: & obrigato-

rio o mani-

Ffesto da produção de azeite desta
campanha até o fim de Março de
1951. Os impressos requisitam-se
na Delegação da [. G. A.

DOENTE

No Hospital de S. Luís, em Lis=
boa, foi operada, com o melhor êxi=
to, no mês passado, à sr.º D. Ana da
Conceição . Martins, esposa do nosso
amigo sr. António Luís dos Santos
Lima, dos Ramalhos, que já ali re-
gressou e se encontra, graças a Deus,
em franca convalescença. Muito, sin-
ceramente, desejamos o seu pronto
restabelecimento. .

Dr, António Nunes e Silva

Vindo de Lisboa, encontra-se na
sua vivenda do Casalinho O nosso
estimado patrício sr. dr. António Nu=
nes e Silva.

Tintas para canetas de ltin-
ta permanente :
Skrip,Quink,Parker 51, ParkerQuinm
Cisne Real, Carter’s, Sanford’s e Nyk-
phaã, azal fixo € azal escuro. Ven,
dem-se na Gráfica Celinda, Ld.º
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Seior a Lisboa visite esta Sa-

pataria e veja a arte, o bom gos-

to, a solidez e elegância, obra dos
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LISBOA

aflirmor-lhe, com muita satisfação, que

— Ver o necessário aúxílio; Cimo da

“Gaspalha. Foi ainda por iniciativa

— mento de água à sede da freguesia—

Interesses d:

da Comar«

(Conclasão d

– € decisão bem vulgares nos homens «

pam eom teias de arania e timbram
ponsabilidade das suas funções e o

– “concidadãos da área que administra:

lística ficava, ípso facio, àltamente fa
Fazemos a primeira pergunta

lhoramentos realizados na fregaesia «

com a comparticipação do Estado ?

— A constração do posto de assis=
tência médica «Alíredo Moreira», na
sede € O abastecimento de água po-
tável às povoações de Gaspalha e
Longra. ;

—Há algumas obras em excceução,
compartieipadas pelo Estado?.

— Apenas a do abastecimento de
água potável à povoação de Sendinho
de Santo Amaro. : :

Verifiea-se que a preocapaçãõo má=
xima do presidente da Junta da Fre-
guesia de Alvaro é o abastecimento
de água àos aglomerados populacio-
nais, exactamente como -sucede no
concelho da Sertã e em toda a nossa
região. Fazemos nova perganta, a que
O sr. Alves responde prontamente,
porque tem de memória todos os im-
portantes problemes que se prendem
com a saa fanção administrativa e
mais directamente se ligam ao bem-
estar do povo da fregaesia:

—Certamente que a Junta tem rea-
lizado algumas obras de grande auti-
lidade ? |

—Sim: a construção de um pontão
em cimento armado sobre .a ribeira
das Sarnadas, à Várzea Redonda, .
obra que foi financiada, em partes
iguais, pela nossa Janta e a do Sobral
por se situar no limite das duas fre-
guesias; constração de outro pontão
em cimento armado na ribeira dae –
Talvinheira, à Ribeira à Cima e re-
parações do pontão de madeira na
mesma ribeira, à Talvinheira e de
outro na ribeira de Sendinho de San=
to Amaro, aào faundo da povoação.

— Através de notícias dispersas pa-
blicadas na «Comarca»>, nota-se, com
certa frequência, que na freguesia de

Iparo sc cfectuam muaitas obras de
utilidade páblica por simples resola-
ção particalar, especialmente no que
respéita à ramais de estradas e ca- —
minhos. E ou não verdade isto, sr,
Alpes? :

—É am facto e esteu apto a expor- .
lhe já o que sobre esse aspecto se –
tem realizado na nossa freguesia; –

tais iniciativas merecem os maiores
louvores, pois ainda que originadas
pelo interesse directo e imediato de
quem as promove, não deixam, por
isso, de beneficiar maitas povoações,
que vêem, em grande parte, removi- –
da a dificaldade de comunicações, que
tanto vinha prejudicando a sua vida
agrícola, por um lado, e à sua rápi-
da ligação com as estradas munici=
pais oa nacionais, por outro. Tenho,
assim, que acentaar à construção dos
seguintes ramais de estrada: Cabeço
das Eiras-Sarnadas; Cabeço das Ei-x |
ras-Frazumeira, que se projecta eon-
tingar até Álvaro se, para isso, hou=”|

Portela-Longra; Cimo das Pesseguei-
ras-Corga e Vale da Ramalheira-

particular que se restauraram as ca-
pelas de S., Pedro, N. S. da Consola-
ção, Santo António,da Longra e San-.
ta Bárbara. ;

— Também, certamente, a Janta de=.
verá ter obras com projeeto elabora-
do e já entregue na repartição com-
peténte.. , :

—Nesse capítulo temos o abasteci-

população e posto médico;


A Comarca da Sertã


18 freguesias
ca da Serrã sa

da 1.º página)

de forte vontade, que jamais se preocu-
pela Iranqueza;, sem esquecerem a res-
respeito que dévem a si próprios é Bos
m.” Deste modo, à nossa missão jorna-
acilitada. : uc

1: 0O sr; Alves pode enumerar os me-
de Álvaro, no decorrer dos últimos anos,

jecto foi Incluido no plano da Câma-
ra Maunicipal para o ano de 1951,
aguardando-se a sua comparticipa-
ção; como fáclimente pode calcalar,
é obra de grande alcance e autilidade,
E além desta obra, temos o apbaste-
cimento de água à povoação de Quar-
tos d’Aquém; o respectivo projecto
foi elaborado em 1944 e até hoje não
foi comparticipado, desconhecendo-se
à CAUSA.

Pelos elementos expostos, se con-
clui que a Janta de Fregauaesia de Ál-
varo tem realizado uma boa obra de
valorização se atendermos à pobreza
dos seus recursos financeiros. Nin-
guém pode fazer milagres e a boa
vontade não basta para atender tan-
tas c.tão imperiosas rnecessidades
duma popalação inteira, que há trin=
ta anos carecia do mais essencial à
Sãa vida. Se melhoramentos impor-»
tantes se têm fFeito na freguesia de
Álvaro, muitos outros, por certo, há
à realizar para bem da comanidade.
Por isso, cabla-nos uma última per-
gunta:

— — O sr. Alves pode, agora, dar-nos
um resumo dos principais melhora-
mentos de que à freguesia carece ?

7— PbDa melhor vontade. São tantos?!
Por aqui podem os leitores da «Co-
marca»> avaliar o grau das nossas
Jastíssimas aspirações, que não se

são todas, absolutâmente todas, de
grande importância, imprescindíveis,
por conseguinte, .para que a fregue=
sia se integre, decisipamente, na Épo-r
ca presente, em que não basta ter
pão para comer, mas certas comodi»
dades que a vida moderna cxige no
âmbito das suas máltiplas actividades,
SÓ oS cegos não guerem ver àa soma
cxtiraordinária € incalealável de pe-

espalhado à nossa volta, pelo País
inteiro, procurando resgatar aàs po-
pulações rarais da vida primitiva e
— miscrável em que permanceeram du-
“rante décadas infindáveis e que, dim
recetamente, estou convencido, tanto
contribairam para o éxodo dos cam-
pos, mal gravíssimo para a economia
. nacional, como se tem verificado.
— Essa fuga ruainosa cessará de vez
quando a gente sàdia e amiga do tra-
— balho deixar de sentir à sua volta a
pobreza aflitiva e quiçá aviltante, que
—“quasc à iguala ao cescravo de gleba
da Idade Médial Mas vamos ao que
por agora mais nos interessa. São
os seguintes os melhoramentos de
que a freguesia mais carece na actaa-
“lidade: caleetamento das ruas, veda=
ção e ajardinamento do adro da igre-
ja e do recinto em volta do pesto
médico <«Alíiredo Moreira», isto na
sede de Íreguesia; electrificação da
vila e constração, dentro seu períme-
tro, de um bairro ceonómico para a
gente pobre, permitindo-lhe uma vi-
da confortável e higiénica, que hoje
não usulrui. Reside, quase toda, em
easebres arruinados, velhos de sécur
los, tendo por inquilinos, nas lojas,
os animais: algumas dessas lojas são
possilgas fétidas porque nelas per-

. Se assim lhes quiserem ehanmar-—não
dispõem de qualquer simples esgoto;.
os despejos são feitos nos quintais

– anexos às moradias, tanto de Inver-
-. no como de Verão! Nós ehegamos à

“revestem do mínimo exagero porque –

nefícios que o Governo da Nação tem

* manecem: o0s cevados! Essas casas—

admirar-nos, como. muita gente da-
qui tem sadde; registando-se, com
Ireqaência — é até em percentagem
elevada -— óbitos de pessoas maito
velhas |

—Yanmios ao resto: -Abastecimen»
to de água potável às povoações de
Frazumeira, Pessegaueiras, Póvoas,
Sarnadas d’Além, Sarnadas de Bai-
xo, Vale dos Vascos, Portela, Pan»
dos e Quartos d’Além; carreira diá-
ria de serviço público entre a vila de
Alvaro e Castelo Branco, com liga-
ção em Casal Novo à carreira de
Oleiros a Tomar; restauração das ca-
pelas de S. Sebastião e Santo Antó-
nio, na sede de freguesia. Para a de
S. Sebastião, que é a mais necessita-
da, foi deixada em Caixa, pelo rev.º
José Corrêa, ex-pároco desta fregue-
sia, à quantia de 3.600800, quantia es-

sa de que presentemente se deésco-
nhece o fim. Há dentro da freguesia .

pessoa idónea que se responsabiliza
à financeiar à conclasão da restaura-
ção da dita capela de S. Sebastião
se aquela importância aparecger e se
for aplicada ao fim para que foi dei-
xada, dando assim esse eidadão pro-
vas sobejas de que ainda há na fre-
guesia de Alvaro uma pessoa—para

não dizer todas — que não descejam.

ver os legados — símbolos da fé ca-
tólica dos antepassados deste povo
cristão e ordeiro—rair em montões
informes, ideia só possível na ima-
ginação de quem não tem senso nem
responsabilidade nas palavras que
PEOICre. e t a:

A popalação desta treguesia é de
cerea de 2.000 habitantes. Na sede de
Ireguesia existem dois estabelecimen-
tos comerciais mistos e um em cada
uma das povoações de Sarnadas de
Baixo e Gaspalha. Os produtos que
exporta são azeite, resina, madeira
de pinho e carvão. Na área da fre-
guesia há daas escolas, uma de cada
sexo, e dois postos escolares mistos
com regaular Irequência. :

Multo agradeço, ainda, para fina-
lizar, que à «Comarca» registe o se-
gauinte:

Além dos melhoramentos que
apontel, a Janta de Freguesia tem,
ainda, em projecto o calectamento
de todas às povoações da freguesia,
não esquecendo à Gaspalha, assim
como dum monumento em honra du-
ma família ilustre pelos melhora-

“mentos executados naquela povoação.

Notas históricas –

«Diz-se que a vila de Álvaro fora tun-

dada por um fidalge chamado D. Álvaro,”

nataral de Gaimarães, que para ali fora
degredado. No temporal pertenceu àos con-
des de Cantanhede, passando depois para
os Marqueses de Marialva. Em 1758 era
senhor dela o Marquês de Marialva, D. Pe-
dro José António de Menionça. No espiri-
taal pertenceu ao bispado da Gaarda e de-
pois ao Priorado do Crato até 1834 cujos
priores apresentavam os párocos, que eram

“vigários. À vila tem uma única paróquia

da invocação de S. Tiago: — -.

Em 1500 foi a mesma vila dotada com
um Hospital fandado por Bartolomeu Go-
mes Curado e saas irmãs, naturais dela.

B. Manael lhe dea foral em Lisboa à
5 de Agosto de 1514. e

Tem a mesma vila Casa de Misericór»
dia, que foi faundada em 29 de Julho de
1597 por Catarina Garcia, viáva de Mandel

Gomes Curado, e por seus filhos o capitão “

Bartolomea Gomes Curado e Ana Curado
da Vide, nas suas mesmas casas, e por es-
critura feita pelo tabelião Mendo de Se-

— Qqueira. Tinhoa algans foros que rendiam

em 1758 uns 40$000 réis aproximàdamente,
e uma irmandade de 100 irmãos cujo com-
promisso havin sido confirmado por S.

Magestade em 1662. Em frente da porta –

principal da Misericórdia há uma Ermida
de N. S. da Nazaré, que os fandadores da-
quela mandaram fazer e a mesma fabrica.
Em 1708 tinha a vila 90 fogos e os seus ter»
mos 374. Na mesma data existiam dentro
da vila ns Ermidas seguintes: S. Sebastião,
S. Pedro, Santo António, S. Gens, N. S. de

Nazaré, N. S. da Consolação e a igreja da –

Misericórdia; e no termo as de Santa Bar-

bara, S: João, S. Mateus, Santo Cristo, San-

ta Justa, S. Lourenço, Santo António, S,
Bartolomeu, Santo Amaro, S: Francisco, S.
Simão, N. S: da Guia e N, S. da Paz. Em
fins do século XVII foi fundeda na vila uma

PASTELARIA =M

IMPERIO

— DE — ‘ :

BOLO REI)

FABRICO ESMERADO)

.

Fasé Faaquim ternandes

%r Aceitam-se encomendas

Serviço de Pastelaria e Lanches para casementos e bspiizedês

= CERNACHE DO BONJARDIM

Malhas caíidas em meias
À LOJA DO ESTAFETA, em Tomar, previne que deixou
de ser seu agente nesta vila a firma Martins & Martins,
podendo de futuro as encomendas ser êentregues no es-

tabelecimento dos srs. Assis Lopes & Irmão. Execução
perfeita e rápida como sempre.

LO-REI

— Precisa V. Ex.º adquirí-lo?

-“Não o faça sem primeiro ver e confrontar o melhor entre
os melhores e que este ano apresenta como à maior especialidade

17

e .. e
? Vai a Lisboa?
Éx Prefira a CENTRAL DA BAIXA
RESTAURANTE — PASTELARIA — SALÃO DE CHÁ

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LISBOA

O CAFE’ FAVORITO

outra de invocação do Senhor dos Passos,

. pelo capitão de cavalaria José Rodrigaes

Freire.

A vila governava-se eom dois Juizes
ordinários, três Vereadores e um Procu-
rador do concelho. Tinha também um Ou+“
vidor apresentado pelo Marquês de Marial-
va, que fazia Correição e confirmava aàas
Jastiças. À Ordenauça de Álvaro compaur-

— nha-se de quatro companhias com 1614

praças.

A vila de Álvaro e seu termo tiveram
no passado várias famílias ilustres e mui-
tos homens distintos, entre os quais:

António Curado de. Vide, filho de An
tónio Baratá, nascea em Álvaro e foi ca-
valeiro fidalgo. Prestou grandes serviços
no Estado da Índia desde 1632 embarcan-
do-se em oito armadas e servindo nas for-
talezas de Dia, Mombaça e Canará.

Franciseo Rodrigues Freire Barata,
nasceu em Alvaro e foi coronel de infan-
taria no Pará onde prestou grandes ser=-

“viços a Portugal em 1822,

P. Domingos Fernandes foi muito pe-
rito nos regras da gramática latina e in-
teligência dos poetas e oradores do tempo
de Augusto. Pablicou diversas obrás; nas-
ceu na Iregaesia de Alvaro e morrea em
Lisboa, em casa do Marquês de Angeja
por ocasião do terramoto de 1 de Novem-
bro de 1755.

José de Mendonça David, filho de José
de Mendonça David, nasceu em Alvoro e

— seguia à carreiro militar. Abraçando a cau-

sa liberal fez parte do exército de D. Pe-
dro IV e morreu no fim da campanha, ten“
do então o posto de maijor.

P. João de Mendonça David, irmão do

entecedente. nasceu também: em Alvaro e
foi vigário da mesma vila durante mais
de 40 anos. ;

— AntónioJoséde Mendonea, irmão dos
dois antecedentes, casou com D. Carolina
Augusta Neves de Mendonça, do concelho
de Parspilhosa, e viveu em Alvaro, onde
nasceram seas fitlhos os Drs. António Au-
gusto de Mendonça David, antigo deputado
e Alíredo Augusto de Mendonça David, que

morreu sendo Joiz da Relação de Lisboa.

Dr. Manuel: Antão Barata Salguelro,
nasceu em Aijlvaro e era filho de Manauel
Antão Barata Selgeiro, escrivão da mesma
vila, Depois de ordenado, foi doutor de

capelo e Colegial do Colégio de S. Paulo

de Coimbra e por último Juiz da Relação

de Lisboa. Foi também deputado e, nesta
qualidadade, apresentoau um projecto de
lei para estabelecer no seminário de Cer-
naehe do Bonjurdim, então fechado, um
Liceu e ao mºsmo tempo um Colégio eele-
siástico para preparação de missionários
destinados à missões do Ultramar». –

(IT vol. de «Antiguidades, famílias e va-
rões ilaustres de Cernache do Bonjardim e
seus contornos», de Côndido Teixeira).

Do capítulo «As lutas liberais» de mo-
nografia «A Sertã e o seu concelho», da
autoria do nosso amigo e antigo missio-
nário revº António Lourenço Farinha,
consta:

«<Apesar de poucos os habitantes da
Sertã e arredores que se colocaram ao la-
do dos Constitucionais, ainda foraim no
entante pronunciados em 1828 pelo crime
de rebelião os seguintes indivíduos: José
Mendonça David, d’Alvaro, capitão aposen-
tado de Cavaria 12, que foi reunir-se nos
revoltosos de Coimbra; João de Mendonça,
irmão do antecedente e alano da Univer-
sidade, sustentado nos estudos por am Mon»

te-Pió, que aliciou para a revolta e para.

a Maçonaria muitcs estudantes, seus cole-
gas; José de Mendonça, parente dos primeli-
ros e Alcaide de Viseu; António Barata
Salgueiro, d’Alvaro.

A vila de Álvaro foi a que mais libera!l
se manilestou, não obstante a Câmara e o
pároco se congratularem pãblicamente pe-
los melhoras de D: Miguel em 2a de Janei-
ro de 1828. Na opinião do Juiz da visinha
Pampilhosa a vila de Álvaro era «assento
firme do cruel despotismo liberal e foco
de desmoralização» em 1828. O certo é que
o único trade capucho do Convento da Ser-
tã, que mostrou ideias constitucionais, Frei
Tomás da Divina Providência, era também
natural de Álvaro»

Segundo o Censo de 1940; à freguesia
de Álvaro acusava 360 fogos é 1.312 habi-
tantes, assim distribuidos: Álvaro, 98 e 287;
Frazaumeira, 10 e 53; Gaspalha, 23 e 100;
Longra, t2 e 56 Pandos, 13 e 48; Pesse-
gueiras, 10 e 64; Portela, 8 e 24; Quartos
d’Além, 10 e 63; Quartos d’Aquém. 23 e 54;
Ribeira de Sendinho, 8 e 25; Sa-nadas de
Baixo, 20 e 64; Sarnadas de Cima, 8 e 3O;
Sendinhv, 34 e 126; Vale des Vascos,6 e 17.-
Isolados e dispersos, 80 e 301.


A Comarca da Sertã


 

Junmgueiro foc 6 mesire da pne—’
sia sinfónica, o criador daos gra

deés orquesirações verbais, 6 reno= =

vador do epopeio, o lécnico dos
imagens sumpluosas e dos rilmos
solenes, 0 8ino maior, riço de tinm-
bres, cuja voz nioê Iransailia, em
dado anomento, os vibrações da
alma nacional. Da alma nacional
de hofe? xão, Da alma macional
do seu tempo, elma de tita vencis
dao, que produzia 08 aarcasmos de
Eçao, o pessimismo histórico de
Olíiveira Martins, a pintura lívida
de Colaumbanoc-e que era muito
diferente da nossa. Quço ds vezes
disculirdungueiro como se os seus

lívros livessem sido pensados e es-.

eritos hoje. E um erro crífico, Cimea
das condições néecessárias páara
bem compreender 6 poéeta é colo-
cá-lo na sitha época,.nô climao de
derroltíismo, de negaoção, de dúvida
filusófica, de inqguietação mental
em que ele vDIvEI, ;

t, langueiro não permaneceu

Cimóvelno tleinpo e no espaço. Franse

fornmiou-se com & vidao; renovot-se
com a dor; conheceua a maócidude,
a maturação, a velhice; mudou co-
mo muda a natureza inleira, à di=
DOFE QUE Cesce, G GUA quêe Corre,
G nuvem gue se dumina desmid
cores. As contradições de Jun-
gqueiro são fenómenos naeturais de
evolução, Mefleclem-se na su
obra pelo menos duas almaa dife-
rentes : a quêe crê e a que nega, &
que ama eaque odeia, a que reza
eaue fulmina,ade Deus e a de
Satanos, & que caminha na dúvis
da lenebrosa e a que resplandece
na elerna elaridade. Como eorn-
ciliar essas duas almas contradio
fóriaã? Gomo pór de aeordo a
prece: com a biasfêmia, o Exlase

com a lmprecação, o perdão com

a ao,o Fraçã eomn a uíaiêncía_, a
irevas com a luz? Mas, concília-
ln para,que, se a conteadiçãõo é A
EeSSérncia da próprio vida º

Júlio Dantas

Através da Comarca

RELVAS (ERMIDA), 2— Esto po=
vOação necessila de uma nova fori=
te para abiástecimento de Ggua aus
&eus moradores, potis que a actual
não é suficiente, o que de há mui-
to se verífica, Também precisa de
ma nova easa para escola; & exis=
lente, de dimernsoes acanhadissir
maos, é ma dos mais ordinarias
do distrito, conformme umua vez afir=

moua o difecior escolar sr., f.arpd=.

Iho. ;

Há muito que se reconheee &
necessidade de inmstalar nas feloas
uma coixa de correto, aetm quat-
quer oulra despesa para: os E , 1. 1.
vIisto 6 futlaro correfo ser deaqid.
Quanto, amda,ão acanfhamento do
edifício escolar local, quero infor=
mar que ecie é freguentado . por
crianças dis Relvas, Perna do Ca-
lego, Ribeira da Santínha, Amiei-
ra, VYole dos Cancelosa, Fojo e
Folga.— C,

&

Corpos gerentes de
«Os Carlos»

ÀA nova Direcção do Grepo <Os
xf:ar’fn.’:, recentemente eleita, fícou
constituída, pelos seguintes se-
nhures:

Carios Emprs, Carlos Diaa Cos-

ta, Garlta Pardel Cardoso, Carlos

Sanltos Craz, Carloa d’O]Fmelias,
GCartos Jose Mega, Carlos Santos
MHoreira , e Caorlos Amaralt Fer=
naárides,.

an ç —

Portugal? –

A perguntoa, pela son simplicíidars
de, taz lémbrar ao leitor adolto 03
&eus tempos de Instrução primário,
Ela; iporém, tem, 00 melhor, deve
ter ainda hoje a mesma relcvância e
significado primordial que tinha nês-
sa época, como aliás tádo quanto se
ensina e aprende, no primeiro. grau
do ensino. ;

Daií necessidade de conhecer-se à
rêsposta exacta € precisa, não evi-
dentemente com recelo duma repros

7 vação em exame o de censara do

protessor, ántes com o objectivo bem
máais àdtil de poder avoliareSse, com
rclativa aproximoção, es possibilis-
dodes nacioneis em todos os sceto-
rés relacionados com a demografia.
() progresso dos ciências polítis
Cas e sociais vejo não rêvelar, por=s
“que o facto é de há muito conhecido
t estadado, mas confirmar que não
pode haver boa governação páública
sgem a colaboração permancote duma
demogrefia coidadesa € proficiente
que, sem foce de cada providência
dovernativa, possa Indienr n direcs
triz.maois proveitosoa . na. ovalioçõo do
seu cocfielente de nitilidade para o
homem, pora. à lermília, poro o Cos
munidade, : S
A opéração fandamental nó esta-
tística demográlica é sem áúvida 0
recenseamento geral, E’ através des
le que coi apurar=se no próximo dia
153 .6 ndmero de habitantes de Portus
gol. Esse o seu fim principal. fMos
é óbeilo que não interessa 6penaás
“conhecerese quantos somos. Sabé-

lo, representa condição que maito
– favorece a conceniênte e necessária
“zolação dalgans dos muitos proble= –
-—mas naclonais. Com isso andam,

porém, Conéxas questões de fondas
mental importância de que de modo
algum. pode prescindirese no estudo
deésses mesmos problemas. Assim o
mmélo de vida, O grôou de coltara, às
condições cm que cado uM Exerce o
sun áctividade, sober se é trabalha-
dor rorál se operário, se foncionário
público, do comércio ou da indústrio,
se comerciante u .se se-dedleon às
profissões liberais—els algoans dos
elementos que têm forçosamente de
completar a resposta à pergónta de
quantos habitantes tem Portagal:

Naã verdade, à par do número
global, interessa conhecer todo o
condieionalismo social reóclado por
tais factores pará bem poderem con=
siderar-se -os interesses nacionais
que cxprimem: aº resaltonte desses
mesmos elementos:

E’ evidente quê inuitos outros po-
deriam ainda eltarese como indis=
pensáveis de everiganr.no próximo
fecenseamento. Fácilmente o Teitor
poderá sopó-los e medianie à son
função secial, verificar à necessida-
de de ser. claro, rigoroso & cexacto
nas respostas .6 dar nos boletins do
rccenseamento,

E’ alé quanto se pede à cada qual:
Fresponder com verdade, E podê o

“Jeitor fazê-lo À vontade: todas as

respostas são secretas econfidenciais,

prevendo & Jei / procedimento crimis

nl contra quem as revelar..
Quantos habitantes tem Portagals

: aabé-lo-cmos com cxactidão no pró»

ximo dia/45, se 6 leitor nos ajodar,
preenchendo com rigor o poletim do
recenseonicnto.

impressos para esco-
las e postos de ensino

Mapas do movimento de

alunos, vendem-se na Pap.
da Gráfica Celinda, 1.da —
SERTÁA. Í

A Comarea da Sertf. — —

| &uamjns habitantes tem –

—— ——

À grande Imprensa nos
Estados Unidos

A ÂAmérica do Noarte é 6 Eldo-

. rado da grande Itrnprenso,onde se
publicam em fodas as linguas jor-

uais. de imagens impressicnantes,
servindo umo comunidade que reirm
ne representações numerosas dos

—mais diversos poves, Das 18.000

publicações que aparecem noxs Es-
tados CUnidos, cerca de mil são edi-
tadas em Tlinguas estrangeiras, nd
Pproporção seguintê: em espanhol,
Í360,; alemao, 115; italiano ; 102;
polaco, 79 ; judaico, 56; fhúngaro,
4; checo, 52; /rancçês, da; &uéeco,
42; NOrHeguês, dd , estovaco, 1;
lituano, 28 ; grego, 26; português,
23,; finliandes, 20; arménio, 17 ;
rugsso, 17 ; ucranícno, f5; chinês,
14,; hebraico, 4; eroota, 14 ; ára=
be, 12; carpato=russo, 12 ; eslove-
no, 12; holandês, 8; joponês, 8;
romeno, 6; búlgaro, 4; séervio, 4;
albanés, 2 estoníiano, 2: esperan-
to, É; coreano, 1: e galês, É.

Lina parte das publicações es-
irangeiras nos Estados UCnidos
(2ã, poudo mais ol menos), edi-
lam-se em Novao lorque e B4 em
Chicago, Das quase mil publica-
ções estrangeiras edilados no mes-
mojpais, 85 são diárias, 36 bisse=
majadgis, 40f semunais, 71 quinze=
nãis e 3/2 mensais, Ds chineses
são om que fêm maior número de
diúrios, ox quais se elevam a l2,.

GCerca de 60 milhões de exem-

plores de jornais diários eirculam,

cada dia, nos Estados Cniídos, Às
estatisticas indicam que, por ano,
cada pessoa nos Estados Lnhidos
utiliza, em média, 1/ quilos de
Jornais. Estes e oulros nómeros
fazem parte de um relaftório aco-
bado de publicar por Truôgve Lie,
secrelaorio-sgerol das Noções Cnidas,

Este relatório foi organizado
pela aubcomissão de liberdade de
informação e de fÍmprensa das Na-
ções Lridas, cojos membros se

reunem em 1ló de Maoto em Mon-

tevideu, Lrugual,

ÀA Cniíão Soviélica não tnformoiu
ocerca do seum consumo de popel
para jorngis, mos afirma que q
circulação ftofal dos seus diíidrios é
de trinfa e um milkões de exem-

” plarea por dia, o que é pouco mais

do que o números quê se vegfi-
ecam no Reino Enido, que contírrua
o ser o país de Europa com majior
circulação de fornais.

No mesmo retatório efirma-se
que n Japão é atnda 0 mariesr con-
sumídor, de popel na. Asia e no
Extremo=-Oriente, embora seja
muilo mefnos nos dids que corréêm
a tiragem e a cireulação dos seus
Ffornais. Em segundo lugar : vêm
os Filipíinas e a Malasia, seguidas
da india, China e Birmánia, Aa
América do Sul o8 países queê
mHA EE Balientam são a Agentina

eso lirugual.

Pensão Castela

– Excelente comida e óptimos
quartos; asseito irrepreensível,
Raa do Séertório— Sertã,

Café Vitória
Restaurante
Pastelaria 9 Gonfaltaria

Encarrega-se do forneeimento de

toda d& cspécie de postelaria e con«
feitaria

PROCNÇA-A-NOVA

EM PROL

da Filarmónica União

Sertaginense!
?Conn[naãú da 1.º página)

dnde própria, de modo à poder hone
rar e prestiglar nº Sertãá em toda a
párte onde tenha que comphrécer.
Há menos de dols anos que se
pinsou no sao ida à Cisbos para ple
sitar o <Casa da Comarca da Sertãs
e onde darlo elgons conccertos, idela
que o nossa colónia epreciorio álto-
ménte; mas teve de se desistir potr-
que oS8 componcentes não tinham—
comeoskoje não têm 1— fardamento en
paz!l Uma fárda de cotim só lhes
perímite à ida 6 festas e romarios mos
destas, núm Jlimitado perímetro, &
mais nada ! :
Consentirão 03 Sertanenses e âmis
gos da Seértã que, por felta de farde-
mento e de instramental, a Filormós
nica Tique privado deée comparcecer no
1Congresso das Filarmónicas das
Beirasa, que: Se projecta paro 13 de
Malo próximo, no. Santoário de H.
S. das Prececs, da freguesia dé Aldeia
das Dez, por iniclativa da «Filarmós
nica Fidelidade»s dêeqocla terra ?
Estainos convencidos dée que tal
não permitirão pela ámizade que nous
trem pela terra notal e pela simpatia
que votam à Filarmónica, tanto como
clemento de esltura como de própos
ganda < cnurandecimento. da Sertã,
E’ multo Iinteréssoónte & iniciativo
do «Congresso das Filarmónicaoas das
Beirnss; aplóodimo-lh calorosemernte
e por isso poblicamos a cireular, com
vilsta à tal realização, dirigida às Di=
recções de todãs as Fllarmónicas dos
Briraos: ;

E’ com todo o respelto e consideração
qãe a Difecção desta Filnrmónica vem no
encontro de VV, EX.”* poro 0M assanto que
julgamos ser do vosso agrodo e de inte-
resse colecetivo o qual a seguir expomoss:

Hão conhecemos que nº Pilarmónicos
destas redondezos. 6 maiór porte delas
tandadoas há longa data, tenham, até hoje,
tormado um GONGREISO MUSICAL; pois
bem ;; Esto Direcçáo tomoa a inicintiva de
tal acto, Convideando VV. Ex.”* & aAsslstir o
dlia FPestivo e Kproprindo nuom dos melho-
res lugáres pora à Nossa concentração,
onde . nos comprimentoremos e toceremos
todos conjuntamente, cada FPilocmónica em
soa Fila, om Passo-Dobrado. O títolo degs
ta concentroçõo será:

«Congresso das Filarmónicas
das Belras»

E’, pois, O que: pretendemos lezer e o

uêe aAcaAbamós de expor, convidando VV:

x.””” a daremenos a suo odésão para tão

importante concentração MUSTCAL, o reas

Uznr no din 13 de Maio de 1041, 60 Sens

tuário da Nossa Senhora das Preces, deste
Freguesia,

A portitura é iIquel para todos a8 Cle
larmónicas e será oflerecido por esta So-
viednde,

56 tocaremos em conjonto 6 dito Paas
só-lobrodo, de resto, cadae Filarmónica
tocará em Marcha, nó recinto das Festas,
nós Coretos, 0 que soober e quiser;

Farece-nos ser de copital importáocio
n nossa concentroção, tanto péla bos ami-
zAde e camaradagem que dai nos adeém
combo pelo conhecimento que coóda Fllar-
mónica moustra no páblico, que, nesse dis,
será enormissimo e oinda à sotisfeção que
damvs nos filarmónicos em 03 apresentar
miMmA festa que, no género, núnco se plo
no nosso Paía, FPedimos o todos o5 Hlar=

.mónicos que, desde já, não laliein n0s en

salos, poara assim, coda quol, se apresentor
com a melhor execoção possivel, criando

poro o sun Filormónica O melhor egrado
do público,.

Apresentamos, pols 6 ideia e espere-
inos receber de VV. EX on5 vosSGS SOQERT
tões, pora serem apreciados e regalomeno

tadas de lorma a que todo sejá o contento
de todos.

& bem do «Congresso dos Filarmóni-
cãs des Geirosa,

D presidente do Direcção desta Fl
latrinónicao,
ta) Alfredo Duarte –

, GUSTODIO DOS SANTOS

ADVOGRDO

tCalxa Postal 342
Luanda — Angois