Eco da Beira nº70 13-05-1918
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E arqpriadade do Centro > Rep blicano Democratico ”
PUBLICAÇÃO NA’CERTA Ko
Redacção e “administração; et
SERNACHE. DO DO BONJARDIM
E Sampogio 8 impresso, na o na Tiogratia daria
FULMINANTE!
| O ex-ministro da justiça e ilus-
tre parlamentar, sr. dr. Alexan-
dre Braga, fez recentemente: na
imprensa graves é claras acusa-
ções á gente da privança “do go-
verno, monárquicos e republica-
nos, de entendimentos com agen-
tes de espionagem alemã.
| Elas envolviam mesmo o pró-
priô movimento. revolucionário
de Dezembro, em-suas origens
e em seu intuito:
Tão sensacionais revelações,
feitas por um homem da catego-
ria é responsabilidades do sr.
dr. Alexandre Braga, alarmaram
profundamente a opinão pública.
Oalarme fez-se pavôr, peran-
te o silêncio do Govêrno ante a.
tremenda. provocação, de tão ful-.
minantes acusações.
Ovilustre ex-ministro da justi-
ça insiste desta vez com tais!
precisão, com documentos é com
testemunhas.
Não é possível iludir já a si-
tuação, que é duma: gravidade
pavorosa nem destruir a fulmi-
nante acusação, feita com provas.
“Emquanto os nossos soldados
se batem em França pela santa:
causa daliberdade e morrem va-
rados pelas armas alemãs, há em
Portugal quem tenha entendi-
mentos com o inimigo, quem te-
nha entrevistas com os seus: es-
piões e quem-a seu’soldo’ até,
exerça à espionagem.
Há traidores.
Publicam-se os seus nomes e
oferecem-se provas…
Estão na acusação compreen-
didos chefes monárquicos e se-
crétários de ministros.
Quem sabe mesmo onde prin-.
cipia a traição e quais os seus
limites !.
Sem dúvida hos movemos sô-
bre um vulcão.
Sem dúvida que alguma « coi-
sa de trágico e angustioso se
agita no ‘sub-sólo de política por-
tuguesa,
Emquanto mais nada pode-
mos dizer nem outros comentá-.
rios nos são permitidos, pomos
sob” os olhos do leitor a-serena e:
vigorosa carta do sr. dr. Alexan-
dre, Braga, que transcrevemos.
da Montanha, do- Porto.
Leia-a o eitor com atenção:
perscrute-a em suas pavorosas
| revelações e medite-a em suas
tremendas acusações!
| Panis, 44018.
– Sr, redactor.
“Só hoje tive conhecimento de que
a minha carta de 5 do mês passado
—enviada a v. muito mais tarde,
quando a fronteira francesa se abriu
pela primeira vez depois daquela da-
ta—foi publicada no número do seu
jornal de 23 do referido mês. Não
a lina «Montanha, ,
segui obter, mas li, as refe ências
que ao facto da sua publicação fi-
| zeram o «Liberal? de 25 de Março
eo<Dia? de 30 do mesmo mês.
Desprezando a enxurrada de in-
sultos-com que-me mimoseiam, des-
sas: referências – resulta :— negar-se:
formalmente a existência da comu-
nicação; feita. ao govêrno a que per-
tenci e referente á expulsão de Teles:
de Vasconcelos e dos seus cumplices
| comunicação esta que se diz forjada
por mim, parecer duvidar-se da exis
tencia’do telegrama do nosso minis
tro em Madrid, Augusto de Vascon-
celos,: respeitante a João: de Deus
Quimarães bem como do relatório do
mesmo ministro relativo ao assunto
do dito telegrama :
À enxurrada de insultos deixa-me
absolutamente indiferente; o que me
preocupa e importa apurar e demons-
trar, à toda a opinião imparcial e
honrada, que os factos por mim: re-
feridos’ são verdadeiros, que nada
forjei nem inventei, que q comunica-
ção, telegrama e relatório, a que alu-
di na minha carta de 5 de Março,
tiveram; uma real existência, e que
êles eram forçosamente conhecidos
por Sidónio Pais.
Mantenho, pois, tudo: quanto Re
Se; e, como novos elementos de com-
provação, acrescento :
—Que, logo após o triunfo do in-
titulado movimento revolucionário de
dezembro último, o tambêm: intitula-
do, ao tempo, ministro do interior,
Machado Santos, teve conhecimento
da existência do radio em que o alu-
dido militar alemão em Madrid de-
signa Teles de Vasconcelos como sen
do o principal agente da Alemanha
em Portugal;
— Que esse conhecimento foi trans-
mitido a um seu enviado especial,
que êle afiançava como pessoa de
sua inteira confiança, e que, para
tal. fim, foi expressamente a bordo do!
navio de guerra inglês «Woodnut”»,
então surto: no: Tejo, sendo-lhe ali
comunicado o facto e fornecido 0 dexe
to do mesmo radio;
—Que a verdade. do que asseguro
será confirmada, quando necessário,
por várias testemunhas presenciais.
‘ Relativamente ao telegrama refe-
rente va: João de Deus Guimarães,
ereto: destruir: toda q possibilidade 4
de dúvidas, que pretendam suscitar-|
se quanto á sua existência, pedindo |
Av. a publicação a te Joe!
fica que lhe envios:
A etc., amigo, .
(a) Alexandre Braga
N. daR— “Com efeito, aMon-|
tanha, publica o fao-simile do!
seguinte documento: «Legação
de Portugal. Madrid, 29’ de Ju-
lho de 1916, urgente. 164. João
co antes partir. conferência lon-
d ga com o chefe da: espionagem
alemã Madrid».
o spgess
Instituto das missões
Anuncia o nosso prezado colega
O Figueiroense. ter sido-reintegrado
no seu lugar de director do Instituto-
das Missões Coloniais o sr. dr. Abí-
lio Marçal.
que lhe levaram.
Nem o govêrno teve êsse rebate
nem, ainda que o tivesse, nós lh’o
aceitariamos.
Queremos: lá alguma coisa com
essa gente ou dessa gente ?!
Pelo que diz respeito aos figuran-
tes da politica local não pode-ser
maior o nosso prazer nesta situação
de. funcionário exonerado: por um
govêrno servido pelo: sr. dr. António
Vitorino, nós que com êle núnca
contendemos nós que’nunca’bulimos
com um funcionário.
O público distingue-nos bem, em
processos, em intuitos-e em actos.
Ao st. dr: Abílio Marçal basta
sobejamente o prazer da manifesta-
ção que lhe deu a sua freguesia” no
a acto: eleitoral. ia
-À sua exoneração fez-se porque
-êle faria do estabelecimento que di-
rigia’um baluarte politico — diria o
sr. dr. Vitorino!
Pois bem!
Exonerado o sr. dr. Marçal, vem
a eleição, e o sr. dr. António Vito-
rino, tendo a seu lado o director do
Instituto, o – administrador do con-
celho, a câmara municipal, a comis-
são paroquial, o: sub- delegado de
saúde, o pároco, com todo o clero,
e sem competidores, teve 77 votos !
Numa freguesia que tem centenas |
de eleitores! .
Não queremos mais.
– Estamos satisfeitos !
O pe tem a intuição do bem e
‘do dever.
Ao autor dessa politica mesqui:
nha d’ódios tôrvos deu esta fregue-
sia a manifestação do seu desprezo.
| Aceite a condenação!
Redima os males do presente E
os erros do passado pela penitência
do futuro.
Vá para um convento!
| «Pelo. que “os jornais. a
sabemos, que foi mandado. suspender.
o inquerito ordenado pelo; govêrno.
‘aos actos oficiais déste nosso ex.”º
amigo, na qualidade-de digno dire-
‘ctor do Colégio Colonial de Sernache
‘do Bomjardim, oque bem evidertteia
a crenço em que o go ida nar
tra de ‘não terem: Psi djadhi Cu-
Deus Guimarães teve gare. pous. ‘sações que se faziam ao nosso ilus-
itre amigo, o que aliás para, nós não
foi surpresa nenhuma,
querito, devia completar a merecida.
reparação ao incansável funcionário,
a quem aquele colégio deve os mais
| relevantes serviços, fazendo imedia-
| tamente anular o despacho ministe-
rial que o afastou das suas funções.
Doutra forma não faz sentido. e,
leva a esta conclusão, nada girosa
para o govêrno: Ao passo que nos-
so velho e presadíssimo amigo dr
| Abílio Marçal vii cair inanimes , as
Não é verdadeira a infiimeiçdo)
acusações que lhe faziam, o govêrno.
ainda mantêm de pé o erro grave da,
exoneração do considerado director IR EM
Devemos ao nosso presado ‘cole-
ga «Figueiróense», de Figueiró, dos
Vinhos, as palavras amigas qué dei-
xamos transcritas e de todo o co-.
ração lhe agradecemos.
São em verdade mui interessal-.
tes os episódios que se teem siice-
“dido no caso da sindicância ao Ins-.
tituto de Missões Coloniais, todos”
os quais bem eloquentemente ; de-‘
poriam sobre a honestidade da ad-
ministração daquele estabelécimen-.
to do estado e sobre a ‘inanidade.
das acusações feitas ao seu ex-di-
portância tivessem as entidades, . po-”
líticas ou oficiais, que neste inciden-.
té teem intervindo,
Despresíveis creaturas, como nagm
de despreso são tambem os nossos”
| sentimentos pelos a actos e .pélo.
seu carácter.
Depois de escritas estas Hiavids
colega «União Figueiroense», “em
que vem publicado o seguinte, ATIRO:
«O govêrno .
ordenou uma sindi-‘
cância aos actos oficiais do nosso
presado amigo, dr. Abílio Marçal,
ex-deputado, na sua qualidade de
director do Liceu Colonial de Ser:
nache do Bomjardim.
Era preciso demitir êste – “ilustre
funcionário porque era um democrá-
tico em destaque,
a desejada sindicância, foi reduzida,
a um simples inquerito que, agora
foi Suspenso.
OS. inimigos. do
dr. Marçal Sib demais que da.
sindicância nada se apuraria de coin
Mas o govêrno, suspendendo cin.
rector, se categoria ou alguma 1 im- e
chega-nos ás mãos o nosso presado |
Depois de várias notas oficiosas, 7
!
Ex.mo Sr, Adrião David
Certã
Ea.mo Sr, Adrião David
Certã
Ea
@@@ 2 @@@
?
promefedor pao 0. «distinto Yuncio
ma
fa tado do seu lugar e ape-
rado.
20 que o seja emiguanto
antes, fazendo-se assim inteira jus-
tiça ao zeloso funcionário.
E’ o que esperamos vêr em breve.
“Agradecemos ao nosso presado
colega, e correligionário as «suas
boas. palayras,. que; muito nos pe-
‘nhoram, e a sua reclamação: pela
reinitegração’do ex-director do Ins-
tituto de Missões Coloniais no seu
e cargo.
ão queremos nem acei-
dos || ANPIRERE que nos
Fomos exonerados-e estamos as-
sim muito bem. . ,
“Servir “úm cargo público com tal |
obre um acto de Nota por
genti
elês praticado, * que horror! .. S
“Em “exercício. : mis soa temos
uma nova. comissão municipal.
“Pouco nós importa, à nós, que se-
«OU as segundas grandes
evitar |
Piso ver é mais do que um meio,
ais do que um fim : é um sistema,
é o destino desta gente.
“ Algumas considerações, porêm,
nos merece a forma mui curiosa co-
mo foi organizada a comissão, e não
nos. “dispensaremos de as fazer.
E’ preciso apanhar êstes histriões
em. flagrante, das suas, maquinações
e revelações de carácter. .
Num dos últimos números dêste
jornal dissemos nós que estava em
ensaios o segundo acto da opereta—
bufa.
O, primeiro acto tinha terminado
com o desafinado côro da solidarie-
dade.
Sabiamos nós, e sabia toda a gen-
te, que o que se manobrava era ali-
‘ jar certos membros da comissão ve-
4“
“sitou da velha..
lha.
O sr, Silva, por “exemplo, era dos
condenados. Tamava atitudes ecini-
ciativas que muito afrontavam o. seu
colega. Parecia que só êle é que
mandava, e o sr. Salgueiro é um ciu-
mento do mando. Por-isso, rua…
Aí estão os factos a confirmar as
nossas previsões.
Da antiga comissão, ê êle tran-
Só ét e figura na
nova. Fraca figura!.
“Em nome da tal cantata da .soli-
dariedade!.
Foi um entremês muito mal re-
presentado. .
Aspectos interessantes da políti-
canova! ..
Antigamente, na política velha a
solidriedade não era um expediente
nem um embuste. .
Praticava-se naturalmente, como
afirmação dé carácter, sem. se apre-
goar. om lialdade ! Sobretudo com
lialdade!
Tinha-se “do dever uma, Honra
noção. Não sé fazia da política um
expediente de. habilidades fáceis. –
“Não havia na política velha figu-
ra de categoria que, fazendo parte
asi ilustre . “amigo joi ilegais
rito ser FUSARES, ainda
“ou. a outra; que sejam as.
competênc E dêste. concelho que o.
ECO DA BEIRA
holocausto ao princípio da solida-
riedade, atirasse com os compa-
nheiros pela janela fóra e ficasse lá
dentro, no poleiro a cantar de galo
sem crista!
Não havia. E sem explicações aos
outros colegas.
Estamos na galeria: são actos e
gestos que pertencem ao público—!
que nos pertencem a nós.
Não.-são. incidentes da vida dum
partido: são acontecimentos da vi-
da dum concelho e que com os seus
interêsses contendem.
Porque é êle quem sofre as con-:
sequências da; sua administração
completamente desorganizada, em
todos os seus ramos e aspectos.
– Porque é à pobre concelho quem
paga as veleidades de pôr na pre-
sidência da câmara o sr. Dr. Ernes-
‘t10:-Marinha;:que vem-de sair duma:
câmara, onde-não teve uma afirma-
ção nem um gesto-nem uma inicia-
tiva digna de atenção nem ao me-
‘nos uma colaboração aceitável. Por-
‘que’é êle-—-o pobre concelho—quem
pe êste esiuziar de intrigas e ha-
lidades solertes, pelas quais se sa-
crificou ‘ o sr.“Silva, que não o me-
reciave mostrava querer fazer algu-
ma: coisa; para o substituirem pelo
sr. Alcobia, que deu as suas provas:
mas ainda pode vir para nós, no
“dizer do homem do côrvo! –
“Temos: “o “direito de assim falar,
como; contribuinte: dêste concelho,
como deputado incontestável dêste
circulo, como presidente | egítimo da
câmara dêste município, que não
deixamos de o ser só porque de lá
fomos expulsos, aos encontrões, pe-
los vossos companheiros da véspera.
-E” nesta hora crítica para a exis-
tência dêste concelho, que a incons-
ciência se rebola para aí, pondo fó-
ra da câmara Bernardo para pôr lá
Ernesto, só porque Ernesto não gos-
|ta de Bernardo! Até o seu antigo
presidente o sr. Dr; Salgueiro ati-
rou abaixo.
Bem sabemos que êle o quiz sal-
var, e tudo terminou em explicações
combinadas e julgadas suficientes e
seguras na conferência em que o no-
me do sr. dr. Bernardo de Matos
foi cortado.
– Bem sabemos. f
Mas aí mesmo é que está a maior
repugnância do acto,
Aosr. dr. Bernardo de Matos não
concedemos categoria inferior à do
sr. dr. Salgueiro, a quem já bem
mal ficaria deitar pela janela fórá o
seu antigo. presidente, ficando êle
amesendado. no: poleiro:
Mas, depois de ter postoo seu
nome: em uma discussão que lhe foi
desfavorável, tendo-o lançado numa:
luta em que êle foi mal ferido, o sr.
Salgueiro só tinha um meio de dar
Satisfação ao seu amigo e de se hon-
rar a si próprio—era sair tambêm.
Sómente. |
Pode ser acomodatícia a sua con-
sciência e aquietá-lo; pode ser ge-
nerosa a do sr. Bernardo de Matos
e aceitar-lhe como suficientes as ex-
plicações combinadas. Pode.
Mas’a consciência pública, que to-
dos os actos públicos: julga em últi-
ma instância, seria em suas decisões
€ incompatível em seus juízos, é as-
peramente desfavorável a essa ma-
nobra. Bisa
%
A comissão é declaradamente mo»
nárquica, sem mistura.
Achamos bem.
Vemos nela o sr. José Maria Al-
cobia.
Achamos mal, Temos pena!
O sr. “Alcobia ainda há bem pou-
co tempo havia recebido manifesta-
duma, comissão que se demitiu em ções de consideração mui especial,
numa reconciliação por erros pas-
sados, que por nós era bem sincera
e cremos que por todos.
Não era assim por ambas as par-
tes, ao que se vê. Depressa deixou
outra vez os seus amigos para ir
formar na cauda realenga, em subs-
tituição do sr. Silva. .
Não devia. Tinha qualidades | pa-
ra melhor situação.
Dizemos-lho sem azédume: com
estima, embora com mágoa.
O seu primeiro desengano deve
ter estado naquelas duas felicitações.
que lhe foram levar a casa!.
Fazemos-lhe essa justiça!
ease
UMA CARTA
“Os.
director dêste jornal, enviou à re-
dação do nosso prezado colega O
Certaginense uma carta que é sem
dúvida interessante.
Convida-nos o sr.
valsa: vamos lá!
Não. sem contrariedade, mas já
dr. Ehrardt à
que assim: .O querem €e o desejam, |
seja!
“Quos vult perdere a de-
meniat prius!…
cas qE (gens
Um nai
Na assembleia de Sernache deu-:
se no dia da patuscada eleitoral um
incidente que-veio-a resultar sem
importância mas que podia’ser de
consequências mui sérias’e’graves,
porventura mais sérias e graves do
que poderia supor quem lhe deu
causa. ‘
“Foi o caso que, -em certa altura,
o delegado do governador “civil,
propósito de o sr. Joaquim Nihes
da Silva estar a contestar a identi-
dade de um eleitor das Mangas do
Brejo, irrompeu pela sala dentro €
deu voz de prisão áquele’ nosso
amigo.
O sr. Bravo Serra não tem culpa
do que fez. Não era ali o seu lo-
gar, e, se estivesse aonde devia es
tar, talvez que a estas horas sou-
besse que numa assembleia eleito-
ral e numa redondeza de:100 ‘me-
tros a maior, a única autoridade’é
o presidente da mesa, que a’ele
próprioo podia prender. pouco im-
portando que fosse representante
do próprio presidente da república.
Vem isto a propósitoe vai como
resposta a quem com’a mesma ciên-
ciae consciência veio lembrar que
ele era o delegado do Re
civil.
o presidente lhe fez compreender,
foi-um “acto imprudente é inconve-|
niente: imprudente porque’provoca-
ria um levantamento que ‘ ninguem
sabe: até: aonde iria; inconveniente
porque “o-sr. Joaquim: Nunes da
Silva é um homem: respeitavel, um
cidadão digno, que- legitima e cor-
rectamente estava exercendo o seu
direito de eleitor.
Não se prende assim um hos
mem!
A culpa teve-a quem o ándou
exercer que osr. Serra desconhe-|
cia e não quiz estudar e num acto
que. lhe “era completamente extra-
nho.
O sr. Serra é novo-e dizem que
é inteligente—razões de ‘mais para
não subordinar a sua vontade e os
seus “actos á influência daquela es-
trumeira do homem dassacas.
‘ Porque esta: terra não está nada
resolvida, mesmo nada, ‘a ser dali
f
dr. José Carlos Ehrardt, |
assás preocupado com a pessoa do
Além de ser um acto ileal como
i É
governada pelo primeiro aventurei-
ro que qui desse fundo para a ex-
plorardãs. E
Verá!
O sr. Serra foi lá queixar-se-lhe
de que este jornal lhe ia ser desa-
gradavel, e bem vê que só lhe da-
mos bons conselhos. Cc
“Fome-os que está em muito boa
idade de os receber e de lhe apro-
veitarem!..
Episódios eleitorais
O último acto eleitoral, tal como
foi realizado na assembleia da Cer-
tã, constitui. uma das mais pitores–
cas scenas. desta pitoresca repobiica
nova..
‘ Em menos Rh duas horas arrau-
jou a mesa 1:020 votos.
– Sem matéria prima–claro é: sem
eleitores. Simplesmente fazendo as
descargas nos cadernos. É ou)
E assim se publicou-nos editais.
“Até agui, Simpiesmente uma cha-
pelada-—uma vulgar e des verso nto
da-chapelada.
-Mas: depois vieram os chefes e
começaram a fazer contas: era de.
mais.
E entravam ali mesmo a discutir
ea combinar. Tiveram escrupulos— –
os’ puritanos. Resolveram então hon-
radamente fazer um abatimento de
200 votos: foi reduzido nas actos a
820 0 glorioso. sufrágio!
Assim decorreu o acto eleitoral na:
primeira assembleia da Certã, no ano
de 1918, o primeiro da: república no-
va! | f
De comentário a êste incidente da
vida política dêste concelho vem na.
Luta uma correspondência desta vi-
la, em brados = indignação e pur
dor! É
Tem razão o-sr. Luís Dotmiriguás;
transparentemente o seu autor, ves
lho e sincero republicano.
Devem doer-lhe êstes episódios —
êles doem a toda a gente
Tem razão!
Mas—e : aqui imbiém: ie sa
doer–do que se passou só é cul- :
pado o sr. Domingues-e o seu pars
tido. Sómente !
Ele sabia bem que não era um
partido organizado e de responsa–
bilidades que ia dirigir areleição.
-Bem sabia êle, que ainda há pou- ,
co veio da sua camaradagem, que.
isto estava é está nas mãos duns
maltrapilhos políticos sem uu
nem: escrupulos. H
O sr: Domingues conhecia muito |
bem os salgueiros e as sacas que.
governam isto, em parceria com o
Manuel Henriques, seu antigo c cor-
reliogionário,
Não ignorava tambêm quem era
o ilustre presidente que a sorte des-
tinára para a-assembleia da; Certã.;
Com gente desta, o seu dever po-
lítico, a sua obrigação partidária era
guardar a urna ou fiscalizar a elei-.
ção. Fa
São Fesiddos políticos com dei É
mentação, O seu intuito é desacre-
ditar o regime e provar que bem pior
se faz agora do que em monarquia,
e na assembleia da Certã bem c o fi-
zeram. ê
A gente desta: não se confia uma :
ufna e um par de cadernos eleito-,
rais: é o mesmo que meter uma na-
valha em mãos de menores—há sem.
pre sangue! –
Ãos inimigos ‘do regime não po-
de-contiar-se a honra da República. |
E a República, o próprio bom no»
me político da Certã, estiveram nes-
se dia abandonados de quem, lhe e :
devia carinho e zêlo;lo;
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x
x
Em Sernache, que é o quartel ge-
neial dessa. tropa não se fez isso
Bastou a euaplçs presença dum
só homem.
E. note-se que úahamos absoluta
confiança em quem presidia ao acto. |
as era ali o. nosso forte: nêle es
tivemos!
“Não cuidamos Ea Certa: julgá:
mola confiada ao partido unionista,
que na véspera hávia reúnido pata
tratar dêsse assunto. A. Ele perten-
cia a sua defesa: a
Mas “mais alguma cóisa há que |.
dizer e… explicar.
Dessi- mesma mesa fazia parte
um graduado unionista que no tra-
balho dachapelada foi dos mais sor-
ridentes e diligentes.
São legitimos os assomos. ‘do.sr.
Luís Domingues, em verdade, mas
na.-eleição de Sernache’ desfilavam
diante de nós 156 eleitorês unionis-
tas, do Cabeçudo, capitaneados pe-
lo st. José Correia, velho amigo dos
“chefes do unionismo, com um gru-
po-de amigos seus na-mesa, capi-
taneados pelo sr: Afonso Lima. cu-
nhado do sr. Domingues”
São factos. É
Concordamos- em que.a politica
dêste concelho tenha caido em mãos
de aventureiros..E” verdade ! –
Mas, quem os tem amparado, quem
os ampara, contra todas as conve-
niências, contra. todos os compro-.
missos – publicos, é-o partido unio-
nista. Foi êle quem fez a eleição àãos
do govêrno.
Na Certã deixou fazer a chapela-
da: em Sernache deu os votos.
Não sabemos qual des actos seja
mais lamentável.
O sr. Luís Domingues ao
contra a chapelada.;
“Não lha deixasse fazer!
Num acto dêstes não há só que
considerar a audácia de quem o pra- |.
usentimento— |
tica mas tambêm o co
– tácito ou expresso-—d
xa praticar.
Aqui o consedbm nto foi expres-
so: os unionistas cederam para a
manobra um dos seus melhores ça:
bos de guerra.
Na. Certã, com “melhor. proveito
para o governo, fas menos repu-
gnantemente do que em Sernache.
“São factos !. :
E’ a verdade!
“quenr o dei-
SE 25
de
Raça + 4
Já o previamos no, último número |
dêste jornal, sem hos spedei pro-
feta !
Lá foram dissolvidas as mesas
administrativas da Misericórdia e
da Confraria do Santissimo, de Pe-
drézam Pequeno.
O sr. Salgueiro leyou consigo. pe
ra a comissão da Misericórdia, a
mais chorúda, a família, a profana
e a- eclesiástica, Je: a “sr.. Manuel
Henriques.
Individuos que arrancham com o
cidadão do Vale da Galega para a.
administração duma corporação de-
finem-se e definem à “política que o.
tem como símbolo.
A conchávos dêstes não” tetos
comentários.
E”. verdade que os partidos pra-,
ticam às vezes actos desta natureza,
“mas Só em casos extremos, e são |
partidos legalmente constituídos, com
grupos de homens idóneos para: as
substituição e pelos quais pretendem
dar provas da sua qualidade e da.
sua capacidade administrativa.
E assim, senão: se justifica, des-
culpa-se e: compreende seo acto.
-Expulsar, porêm, duma corpora-
ção um homem de bem como Ade-
lino Marinha e pôr. em seu lugar um
Manuel Henriques é um acto ilógico,
despropositado e repugnante,
E” violência, que não praticaria
partido nenhum dé categoria: é afron-
ta que nem à sua terra nem a um
seu parente farei O partido que teve
outr’óra como chefe Guilherme Nu-
nes Marinha.
Pertence essa glória a um seu des-
‘cendente.
E aosr. dr. Salgueiro.
Não é despropósito registar o
chefe político.
seu parente foi chamado a uma ins-
pecção medica — um acto inocente
comparado com êste — bradava êle
contra a violência, que classificava
de vingança de um caracter mal in-
tencionado ; prepotência do mando
de quem a êle se vira, alçapremado:
sem merecimentos € que tão velha-
ritantemente perturbando a vida de’
Pedrógam Pequeno.
Etc., dizia o sr. dr. Salgueiro.
Não nos largava a porta. Lá foram |
com êle 4 administração do concelho.
Fez-se-lhe a vontade: evitou-se a
tal violência!
Agora, com o mando na mão, já
pensa doutra maneira. Pensa e obra!
Virou a folha ao breviário, o di-
gno ex-secretário do bispo – de: Beja:|
Aproveitou.
E* por isso que nós: temos dito
dezenas de vezes aos nossos amigos
— aos decima e aos debaixo — que
é preciso-que isto dure.
Para denunciar competências !.
Para revelar caractéres!…
Para apurar intenções!..
Para afirmar propósitos e deixar,
emtim, homens e actos, bem defini-
“dos fe Hiluminados à lúz viva desta
experiência, que pode parecer uma
provação duta, mas em que pode
existir uma lição salutar !
Porque temos para nós que isto
algum dia há.de acabar !..«.
| E bem pode “Ser que os.vamos
ie encontr ar com a boca na bo-
tija |
VYozes..
Há poucos a ao embrulhar um
processo forense foi-nos enviado um
jornal, contendo uma correspondên
(cia de. Sernache, da qual transcre-
vemos os seguintes perodoss
e aqui anão já, regressado a Lis-
boa, dizendo se que não volta, o St. Dr.
João Henriques Pinheiro, director do Co-
légio das Missões. Não sabemos o que aque-
le Senhor viu na administração do Golé-
gio, mas admira a toda a gente que na di-
recção do Dr. Abílio Marçal se fizessem
“graves acusações à adm: nistração daquela.
casa, desde os fornecimentos, até à forma
escandalosa como: “ali se encontravam ani-
chados professores e maís empregados, pa-
ra os.quais era apenas preciso apresenta-
rem-se como democráticos, e até agora na-
da se tenha provado, estando suspensas as
sindicâncias e a ordenados pelo
Eco : :
4
|. —Não.se gaste.
‘» Eles Tá sabém: porquê! !
| Nós tambem !.
Mais. adiante :
| – Havia, pois, administração pouco hones-
: ta ou não? : ;
— Havia !
Pois, não !..
Enquanto foi só badalar e dizer |
infâmias..» evangelicamente.
contraste de-atitudes dêste ilustre |
Quando, há uns sete anos, um
camente se estava a impôr e tão ir>
”
“Mas ano tri precisas pro-
vas !.
+
– Continuando: — «
Não aconselhamos violências seja contra
quem fôr, mas é uma vergonha que tanto
se tenha falado, e passados quatro meses
sôbre a revolução.
—… nem, ao | menos, a Sindicân-
cia se deixasse fazer !
Pudera!
E” que nós tivemos um bom pas
drinho. Tivemos.
Foi o que nos valeu..
Da mesma correspondência :
A Junta da fraguesia, ou paróquia eleita:
nas últimas eleições (que aqui não houve)
era democrática.
Foi como todas dissolvida pelo governo
e nomeada a Comissão para adminsitrar
até-às- novas eleições.
“Pois a democratíssima junta dissolvida
continua na posse do arquivo, valores, co-
mo acções e dinheiro da Junta !!! Aqui to-
da a gente pasma, admirada, e não tem re-
médio senão curvar-se perante 0 potenta-
de democrático e é quem tudo o manda.
—Pois é é isso mesmo, e:
“Com queyentão, o dinheirito,« «o:
dinheiro é que êles lá queriam.
Por isso’o outro sê anda a-queis
xar que o sub-chefe lhe meteu em
casa o jantar do-governador-civil-e
ninguêm lhe pagou ainda os fogue-
168 mise me pis
*
Duma correspondência de Serna-
|che para um jornal do distrito :
—Os democráticos daqui andam radian-
tes pela soltura do chefe Afonso, dizendo
que agora a bomba Elena breve e que : a
coisa é séria.
É One susto !
Durma descançado,
ahas «. Até vêr !
E ranqueza ! !
do ha dias a êste concelho o |
r. governador civil dêste distrito.
DP qetes e jantar.
Ao toast um joven edil que se al-.
cunha de doutor, tomou a palavra
para fazer um brinde é a assim ;
«Sou monárquico de princípios e
monárquico de facto comparando a
obra da monarquia com êstes sete
anos de administração pública.
Como monárquico faço parte da
comissão municipal e como monár-
quico desempenharéi o meu lugar.»
— Muito bem, disseram todos !
Admirável franqueza! ,.
Pouco depois, o prestigioso che-
che fazia ao governador civil o elo-
gio do mancebo nos seguintes ter-
mos :
«E um fápaz de: futúro e muito
inteligente. Um bom carácter.
Não tem querido acabar de for-
mar-se para o não mandarem para
França !!..»
— Tableau ! so
O governador civil ficou A dstbani
te entre os dois !.
x
Na um eleição assistia ao acto |
eleitoral de Scrnache o cidadão Ben-
| to Aniceto, que, duas vezes chama-+
do a votar, serenamente respondeu |..
que não podia votar porque lhe: doia”
a cabeça.
E’ uma coisaique: acontece tantas.
vezes a quem a tem..
Mas pior aconteceu : a um dos se-
cretários, que a perdeu e depois fa-
lou assim :
| SE presidente, aquele senhor j Já
“disse duas vezes que lhe doía a ca-
| Eleitores do Cabeçudo. –
“Pastores da somado rir
homemsi- |
cinto construirão. barracas o «Co A
mité> Anglo-Franco “Belga e as se:
haverá teatro ao-ar livre,
beça: Aquilo é para fazer Donos: dó
govêrno e eu peça qe se êle Tornpo
a dizer .. í Ra
— Sim ‘senhor, mat
logo… provisóriamente—que nun-
dalntalod ho torna: a: EE o
* no
Alguêm-(que-por-sinal-devia ter
mais juízo!) dizia para um eleitor;
após a eleição de domingo :
«Se isto assim continua mais um,
ano, amigo, temos-outra vez os pa-
dres no Colégio e-vão os sinos Pas
ra o seu lugar !..»
—Um ano, é favor ! =
* Seria preciso mui
Mas Deus Nosso Senhor ha-de
amercear-se de nós todos! |
ses
Os VOTOS |
Já noutro lugar falam j resul
tado eleitoral da assembleia eleitoral
da Certã.
e porque êle não quiz mais!…,
Um sucesso.
“MR Vcs o mesmo delírio.
guinte:
+ “a
Eleitores de verdade ……..
Tanto doutor para a af ear comer
a uma popularidade de 77 vo-.
tos!
A Festa aro Fior :
Vão certamente revestir um graht-
de brilhantismo as festas que nos
dias 19 e 20 do próximo mês de
maio o Seculo vai promover no Jar-
dim da Estrêla em Lisboa, ém favor
da subscrição-para os soldados por=:
tugueses que se encontram em Fran-
ça e da sua instituição de beneficên-
cia «Sopa para os pobres?.
Tambêm no vasto e formoso:re-..
nhoras da comissão da Cruzada das..
Mulheres Portuguesas, para quem
[igualmente reverterá parte da receita
da festa, esperando-se ainda a ade-
são de outras instituições de bene-:
ficência- que certamente lhes não deis
xatão de dar o seu valioso concurso.
A exemplo . dos anos .anteriores,.
tombolas, – E
<kermessec, sorteio e rifas de brin-
“crianças, teatr: infantil,
| Notas “de um boémio”
«Em grandê: ániors; rapariga, «
‘ Grande desgosto te dei.. o
Choraste, choraste muito,
Choraste e tambêm chorei.
Foi há três meses, no Monte,
Numa noute sem luar.
«Prefiro, tu me disseste,
Morrer . | ame * abandonara.
a
Mas Ro e querida,
“E hoje sofres, minha luz,
Não me.vendo, não me ouvindo.»
Oh! que, tormento | que cruz!
e:
Tudo na terra párer
Espinhos, boa “Leonor. –
Chora, pois, que tambêm choro.
Crendo só na tua dor.
* Doslivró.«balladas do poente
” Mário Leite
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