Voz do Povo nº95 22-09-1912
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2.º Ano Certã, 22 de setembro de 1912 N.º 95
DIRECTOR gi
Augusto Rodrigues S í
, ‘ Administrador [a E,
– ZEPHERINO. LUCAS E Co
“Editor E | : ; k À
Luiz Domingues da Silva Dias
Assignaturas
Anno…+.. | 1b2zoo. Semestre…
Para o Brazil. k
Pago adiantadamente
Não se restituem os eritinães
6oo rs.
Rapto . 5yooo réis (fracos)
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
| Travessa do Serrano, 8
CERTA.
Typographia Leiriense — LEIRIA
“Propriedade da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL
Na 3.º e 4.º paginas, cada linha.. .
, ;
N’outro logar, preço convencional:
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J=30 Bs.
= )
Annunciam-se publicações de que se receba
um exemplar
Politica nacional
E ? —seq—
Está-se desenvolvendo em to-
do o país uma salutar reacção,
tendente a chamar toda a nossa
actividade para as questões de
administração, – deixando para
um segundo plano a acção: irri-
tante da politica que consóme é
inutilisa as melhores bôasvonta-
des.
As instituições podem e devem
considerar-se definitivamente
consolidadas. Se alguma dificul-
dade se lhe vier a antepôr no
seu-caminho, estamos convenci-
dos, não será -ela’ de natureza
politica mas sim economica. E,
pois, para esse lado que deve-
mos voltar as nossas vistas.
Dentro e fóra do: país muito
. ha que fazer ainda para que a |
nossa situação se apresente com
um aspecto mais desafogado.
Os: nossos mercados no: es-
trangeiro, nos ultimos ânos, teem
decaído, mercê de diversos fa-
ctores, mas principalmente de-
vido á concorrencia metódica e
inteligente que outras nações nos
teem feito, designadamente a Es-
panha e a Italia,
Era o Brazil o nosso principal
consumidor, e pode dizer-se que
é para nós uma questão capital
o conservarmos esse mercado.
Pois, só o poderemos fazer, se
mudarmos de processos, pois
que no sul dessa importante na-
ção, estamos já a ser terrivel-
mente batidos,
Não se imagina do dinheiro e
do esforço dispendidos por aque-
las duas nações, para desired
tar os nossos. vinhos generosos,
sendo triste reconhecer que esse
dinheiro e esse esforço teem sido,
bem recompensados.
Infelismente, da nossa parte,
o que temos visto é que, de ha
ânos, se não procuram novos
mercados e que a nossa coloni-
sação em Africa se pode dizer
estacionária. À emigração é pa-
vorosa e a continuar assim, não
virá longe o tempo em que have-
rá no nosso país aldeias comple-
tamente desertas.
Essa emigração tem uma cau-
sa,-e é essa causa que precisa
ser atacada na sua origem, para
reduzir aquela a umas rasoaveis
proporções que, longe de depau-
* perar a nossa economia, a forta-
leça pela entrada de capitais es-
tranhos.
“Assim deve ser, na’verdade.
Todas estas questões, de tão
complexos aspectos, para serem
estudadas convenientemente e
resolvidas com critério, deman-
dam uma serenidade e soma de
cooperações, dificil de conseguir
por entre o tumultuar das pai-
xões, politicas. É, pois, tempo de
pôr termo ás questões que nos
dividem, encarando com firmêsa
e patriotismo o problêma nacio-
nal. :
+
e Ga TA NY ES die
OS AEROPLANOS
Continuam a aumentar as subscri-
ções abertas no Directorio, imprensa,
estabelecimentos -bancarios é nas re-
partições publicas, para a aquisição |
dos aeroplanos que são oferecidos ao
potes no proximo mês de outu- |
ro, por «ocasião das festas comemo-
rativas: da proclamação da Republi-
ca: ; ;
O numero de aeroplanos não será
inferior a oito ou dez.
O corônel brazileiro Abilio Costa |
já ofereceu um, o)Directorio oferece
três, o Banco de, Portugal um, O
Comencio do Porto um, os três ban-
cos Comerciais Lisboa-Açores e Ul-
tramarino três, os empregados de
correios e telegrafos um, O funcio-
nalismo d’outras repartições pensam
tambem em oferecer um,
Esperam-se de França pilotos ci-
vis para ensinarem os.oficiais que se |
teem oferecido. para o serviço dos
aeroplanos em quantidade mais que
suficiente para satisfazer as exigen-
cias do serviço.
O Estado fica possuidor de uma
pequena flotilha aerea; embora pou-
– co numerosa, no-entanto, representa
a economia de uma despêsa que ele
agora não poderia fazer.
O movimento patriotico acentua-
se por uma fórma animadora e mui-
tolisongeira. E” um sucesso que men.
cionamos com prazer.
—— ec qem
E NOSSA BANDEIRA
Não passes nunca deante da tua
bandeira: sem a saudar. Olha para
ela com todo o carinho e tira-lhe o
teu chapeu. E’ o simbolo da tua pa:
tria, é o sinal de que nasceste livre
e de que és livre. Lembra-te de que
em volta d’ela, e-em sua defêsa se
renhiram muitos combates; muitos
valentes derramaram o sangue, mui-
tos martires deram a vida, e que á
prôa de galeões saídos do Tejo a
tua bandeira foi luz que alumiou o |
mundo, foi luz que desvendou mun-
dos; e que arvorada em terras de
America por Pedro Alvares, de Afri-
ca por Bartolomeu Dias, de Asia
por Vasco da Gama, da Oceania
por Manuel Godinho Heredia, e de
tantas ilhas perdidas no mar, por
homens que parecem gigantes, foi
ela que «spalhou pelo mundo o nos-
so nome e que fez de Portugal na
maior epoca, o maior e mais nobre
povo. Ama, pois, a tua bandeira,
ama-a com vivo amôr e dá a vida
! por ela, sendo preciso; quem morre
pela sua bandeira morre pela patria
e quem morre pela patria, vive na
gloria; para todo o sempre. Onde
quer que a vires arvorada, longe
o, teu país lembra-te que é como
que se estivessem comtigo o coração
e o pensamento da patria e deante
de ti palpitasse e o seio te ofereces-
se para descançar, te chamasse fi
lho e te beijasse a alma, a alma da
tua patria. Sauda assim a nossa
bandeira, aonde quer que a vires:
«Eu te saudo bandeira de Portu-
gal, farol augusto das glorias, da
minha. patria; bandeira, da minha
patria eu te saudo.
ração a alegria de ter nascido á tua
sombra e o orgulho de ser teu filho;
eu te adoro e saudo,
ti desejo ser sabio para te dar a mi
nha inteligencia e forte para te de-
dicar o meu braço e eu te juro,
bandeira da minha patria, que só
quero ser grande da tua grandêsa,
bom da tua bondade, heroi do teu
heroismo, e que até á hora da mi-
nha morte, eu pedirei ao destino
pela tua gloria, de todo o meu co-
ração lhe rogarei que sejas tu a
minha ‘mortalha». !
» » Trindade Coelho.
ÃO ONT O —
Os animais no Japão
Os cães e os gatos vivem felicis-
simosno Japão, —diz o:sr. D. Baldo-
mero G.-Sagastume.
Os logares de frutas e hortaliças
“são. ali muito limpos, como tudo
quanto: é japonês; as capoeiras, fei-
tas de bambú, guardam: galinhas,
galos, patos e faisões explendida-
mente alojados e providos abundan-
temente de comida e agua cristali-
na para beber, (textual).
«Os animaes d’estas ultimas espe-
cies: com: destino ao consumo, são
degolados rapidamente com/laminas
afiadissimas, de maneira gnssaçinem
pouquissimo, se é que sófrem, algu-
ma cousa.
Nos jardins publicos as pombas
e as garças passeiam livremente e
os transeuntos dão-lhes de comer á
mão.
Por ultimo fala o sr. Sagastume
de um estabelecimento que existe em
Tokio, em cuja parte’posterior ha
“um jardim com arvores gigantescas,
grutas, etc., onde centenas de pas-
saros voam. livremente. Parece á
primeira vista que: se trata de uma
jaula ou gaiola de grandes dimen-
sões; breve porem se verifica estar
esse eden completamente aberto,
í
que ninguem os incomoda, e lá en-
contram quanto precisam para o ne-
cessario descanço.
O “autor do comunicado não nos
diz se no Japão engaiolam aves pa-
ra, como cá, se não fazer caso ne-
nhum d’elas- depois de engaioladas.
Porque a verdade é que os euro-
peus, não contentes em privar os
RR do seu maior bem—a
iberdade, —ligam-lhes tão pouca im-
Sou criança, mas já sinto no co- |
e por isso eu te bemdigo e te amo, |
bandeira ,
da minha patria. Por ti estudo; por |
vindo os passaros pernoitar ali por-.
portancia que uma vês: posto á ja-
nela de-manhã, ‘só voltamva pensar
n’eles’ á ‘ noute para osretirar d’ali
quando não sucede lá deixal-os pa-
ra o dia seguinte. ; uotis
Duas vêses carrascos,-semelhan-
tes creaturas… 2
Luiz Leitão
O ERÊ AO UA
SUBSCRIPÇÃO
para a construcção d’um edificio pa-
ra Club e Theatro, na’ Certa
Transporte… | 3:0128480
José Farinha dos. San- ,
tos [isboail sei 24000
Joaquim M. N. da Cos- LÊ
ta==Lisboa uh «mess 1000
Antonio; S. Mela Junior AS
| =-Amadial. leo» coco psp fbDOp
Produto d’um.sarau’em tribos!
15.do correntes. «we» 1, 209000
Somma::!, –3:0768730
A Commissão, receiando
qualquer falta, agradece, por
este meio, todos os donativos
subscriptos. o
O Presidente,
A. Sanches Rollão.
Receita e despêsa do Sarau
Despêsa’
Programas ….«…crress 800
Bilhetes e sélos:…:,…)’ 1585
“Transporte do piano:,… — Iygão
Carpinteiros, frétes, vélas
E PrégoS…cccenseapro, MZ
Nuúminação… o ..o. — Tub42o
Gratificação ao criado d Ê
Hospital… a: 2.2.0 e ou 500
“Potal.s» no SIM
Receita
127 bilhetes de cadeira: a»
DOO TS. ARUM do BLRTBAS 63W50o
Jo, ditos; de geral, a 200. Giooo
Donativo dos ex” srs. Jo-
sé e Firmino David. … – 21do
“Total. … 71600 |.
Saldo Rr 637055
Percentagem de 10 %% pa-
talo Hospital… ,…. — Gimdos
Liquido… 568750
O tesoureiro,
Torres. Carneiro
A comissão agradece a to-
das as pessoas que se digna-
ram auxilia-la na realisação
do sarau a favor d’esta subs-
crição, e muito especialmente
às Ex.ns Sr.“ D. Natividade Car-
valho, D. Ernestina David, D.
Laura Carneiro, D. Judit Fi-
gueiredo, D. Elisa Pereira e D.
Maria do Ceu Carvalho.
O Vice-presidente,
J. C. Elwhardt
= mt
Estradas
No dia 28 do corrente devem ser
arrematadas 2 tarefas no lanço do
Alto do Cavalo a Sendinho de San-
to Amaro, estrada de Oleiros, sen-
do as bases de lecitação 409000 e
4b3%o0o réis. 409000 e
4b3%o0o réis.
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FACTOS E BOATOS
Sarau
No dia 15) do corrente, realisou-se
n’esta um dos’ mais interessan-
tes e distintos festivais, a que temos
assistido.
Já os nossos leitores teem conhe-
cimento de que estava anunciado pa-
ra aquele dia um sarau cujo produ-
to réverteria para a Misericordia e
para o fundo da subscrição do tea-
tro e club, Conhecidas’ as pessoas
que n’ele se dignaram tomar parte,
sabendo-se que o nosso ilustre ami-.
go sr. Tasso de Figueiredo era o en-
saiador da-parte dramatica, estava
de antemão averiguado que tão dis-
tinta festa em nada deixaria a dese-
jar. Porém, ainda assim mesmo, ex-
cedeu toda a espectativa.
Dificil-se nos torna especialisar. O
simples enunciado do brilhante pro-
grama, diz tudo: ‘
; 14 PARTES pouso
Scherso, Ms Glinka–Para piano
pelas Ex” Sr.“ D. Judith T. de Fi-
gueiredo e.D. Ernestina M. David. |
Discurso pelo Sr, Joaquim Tomáz.
Rosas de todo o ano, comedia em .
mas
1 acto de Julio Dantas, pelas Ex.
Sr.“ D. Elisa Pereira é D. Maria do
Céo Carvalho.
Fragmento, poesia ‘de Gonçalves |
Freitas, pelo Sr. Antonio M. David.
Valsa caprichosa, Viana da Mo-
ta-—Para piano, pela Ex.” Sr. D.
Judith T. de Figueiredo.
O cabula, parodia á Lagrima, poe-
sia de Bessa da Veiga, pelo Sr. Ani-
bal Carvalho.
Minha mulher: bateu-mel:.., can-
coneta’ pelo’Sr;cAdrião: M. David.»
sovitnnob ch PARTE «O! iz s
La Gioconda, A. Ponchielli— Pa-
ra piano, pelas Ex.”’* Sr.“ D. Judith
T. de Figueiredo e E. Elisa Pereira.
A morte da boneca, poesia de Ma-
chadô Correia, pela menina Fernan-
da C. de Figueiredo,
Bem préga Frei Tomaz!…, co-
media em 1 acto pelas Ex.”“* Sr.“ D.
Judith T. de Figueiredo, D. Elisa
eo e D. Maria do Céo Carva-
o.
Aos simples. poesia de Guerra Jun- |
queiro, pelo Sr. José Carlos M, Mo- –
reira. ; E
Valsa Capricho. C. Chaminade —
Para piano, pela Ex.” Sr.* D, Elisa
Pereira.
Eu cá… puff, cançoneta, pelo Sr.
Antonio Barata e Silva.
O major, comedia em 1 acto; pelas
Sr“ D. Elisa Pereira, D. Judith Fi-
gusiicdo e D. Maria do Céo Carva-
o,
—A comedia Rosas de todo o ano,
agradou imenso, assim como o seu
desempenho, muito bem e muito uni-
forme. ain] Ê
Na comedia” O major, foi muito
apreciado o travesti da sr.* D. Ma-
ria do Céo Carvalho.
A menina Fernandinha C. Figuei-
redo disse com muita graça e natu-.
ralidade à sua poesta.
O sr. Padre Joaquim” Tomáz, no
seu discurso, que versou diversos as
suntos, fez brilhantemente uma dis-
sertação: sobre“ artee educação da
mulher. 0
Os srs. Antonio Barata. Adrião
David, Anibal Carvalho, Antonio M.
David e José Carlos Moreira, onvi-
ram, com justiça; muitas palmas.
Não podemos deixar de nos refe-
rir, em especial. à execução brilhan-
tissima da parte musical pelas sr.º
D. Ernestina David, D. Judith de Fi
gueiredo e D. Elisa Pereira.
Todos os distintos amadores ouvi-
ram imensas palmas, havendo diver-
Sa», e entusiasticas chamadas, espe-
calisando á comissão promotora e
ao:sr. almirante Tasso de Pigúeire-
do, a quem-se deve, em grande par-
te, 0 brilhantismo da festa,
“ções a todos que nela
Voz DO POVO
Acasaestava completamente cheia,
saindo todos esplendidamente im-
pressinados, ,
Fazemos votos para que festas co-
mo esta se repitam múitas vezes, e
d’aqui enviamos as nossas felicita-
cooperaram.
— Seçoe— — :
Pelo ministerio do fomento, diré-
ção geral dos. trabalhos geodesicos
e topograficos, foi enviada a todos
os governadores. civis, afim de a
transmitirem a todas as autoridades
administrativas, a seguinte circular:
Havendo de longa data repetidas
queixas dos em Ah eiru dos coro-
grafos, dos oficiais da armada, em-
fim, de todos os funcionarios que
nos seus trabalhos de levantamento
de plantas, sondagens, etc., teem de
servir-se dos pontos trigonometricos
da rêde geodesica do pais e dos que
se estabeleceram nas ilhas de S.
Miguel, Terceira e Santa Maria, e
sendo certo que muitos dêsses pon-
tos, representados por piramídes de
alvenaria, se acham demolidos por
malevolencia, ignorancia ou por qual-
‘quer outro motivo, o que muito pre-
judica os “serviços publicos, e em
especial o desta diréção geral. —
Sendo este facto, de todos conheci-
do, presente a s. ex.º o ministro do
fomento, determinou este que se ro-
gasse a v. ex.º se digne recomendar
aos administradores de concelho e
estes aos respectivos regedorés que
exerçam a maior vigilancia possivel
sobre os pontos que ainda existem,
nos que se reconstruirem e naque-
les a cuja construção se vai proce-
der para o levantamento do cadas-
tro geometrico do país.
mei me DCI o
Vindimas
Começaram já as vindimas nesta
região. A colheita é mais abundante
do que a do ano passado.
Escolas de repetição
De passagem para a Povoa d’A-
talaia, em visita á escola, de repeti-
ção de infantaria 21 e 7.º grupo de
metralhadoras, estevé nesta vila, no |
dia 17, O sr. general comandante da
7 divisão, ElvasCardeira, acompa-
nhado dos seus ajudantes srs: capi-
tães Chichorro-da Costa’e Azevêdo
Cruz. ‘ )
— Regressou a estavila dos exer-
cicios da escola de repetição, o:al-
feres miliciano, sr. Alfredo; Alves
de Moura.
e
5 d’Outubro
Está organisáda, nesta ‘vila’uma
Comissão para festejar esta data-glo-
rioso. No proximo numero daremos
o programa, do qual faz parte um
bodo à 100 pobres.
oe hr
Colegio das Missões Ultrama-
rinas
Consta que a comissão incumbida
de estudar a questão da transferen-
cia deste-estibelecimento de instru-
cão de Sernache do: Bomjardim pa-
ra Carnide ainda não deu parecer
sobre tal assunto.
DOI Eme
Arborisação do Algarve
O nosso colega «O Distrito de
Faro», no seu nunrero de: 22 «de
agosto, advoga num bem escrito ar-
tigo a necessidade de se cuidar a
serio da arbor-sação do Algarve, me-
dida que a adotar-se, daria bom e
magnifico resultado não só ‘para
aquela aprasivel provincia, bem di-
gna de’ser atendida: nas suas justas
reclamações em pró dos s us inte-
ress s e melhoramentos, mas igual-
mente para todo o país.
São dele os periodos seguintes;
«O Algarve é uma das nossas
provincias mais cultivadas; não ob-
stante, ainda tem cerca de duzentos
mil hectares que podiam ser povoa-
dos de florestas: se quizermos re-
servar os terrenos melhores para
outras plantações, resultará que cem
mil hectares de mata em nada pre-
judicarão as culturas existentes e
dentro em pouco as hão de benefi-
ciar muitissimo, pela regularisação
da humanidade, tão necessaria, so-
bretudo em climas quentes, à vege-
tação de todas as plantas de maior
utilidade.
As madeiras boas obteem no nos-
* so país | preços assás’ consideraveis,
a gemagem ou o breu loiro, a agua-
raz, os excelentes adubos produzi-
dos pela curuma ou folha de pinhei-
ro e o combustivel fornecido pelos
toros e pela rama ás maquinas de
vapor, aos fornos de coser pão e
telha, assim como ‘a outras aplica-
ções, representam uma: grande fon-
te de riquêsa, que, evitando.a ex-
portação do ouro, valorisa constan-
temente o país».
Tem muitissima razão o «Distrito
de Faro». Urge cuidar dos interes-
sesvdo Algarve, – que não podem
nem devem ser olvidados. E’assun-
to que os poderes publicos tomarão,
por certo, na atenção que merece.
DR EA NO aa
Guarda Republicana
Tem continuado a prestar bons
serviços, quer na manutenção da or-
dem publica, como na observancia
do codigo ide” Posturas’e respeito
pela propriedade, a força que nesta
vila está sob o comando do sargen-
to R. Mariano. 9
— Estão já instalados em Oleiros
e Proénça-a-Nova’ os postos desta |
guarda que pertencem áqueles con-
celhos. : a
a A a ço
Exames em outubro
Pela Direção Geral de Instrução
Secundaria e superior foi determi-
nado que só haja exames em outu-
bro: , é
1.º Para’ôs alunos! esperados em
uma disciplina na época ordinaria”,
2.º Para os alunos que por doen- |
ça não poderem completar as pro-
vas na época’ordinara; qe,
5.º Para os alhnos do antigo! cur-
so dos liceus anterior a 1895 a quem
faltem 3 disciplinas para a matricu-
la nos cursos superiores,
Todos os outros exames são proi-
bidos.
Ea
A moeda da Republica
Como a moeda da Republica vai
em breve entrar em circulação, jul
gamos vir a proposito repetir o seu
valor;
O escudo ou ávo. de ouro (1:h000
réis) divide-se em 100) centavos; 5
réis equivale a meio centavo; to
réis a 1 centavo; 20réis a 2 centa-
vos; 100 réis a 10 centavos; 200
réis a 20: centavos; 5oo réis a 5o
centavos; tijooo Téiso (1. escudo)
equivale a 100 centavos; 2;%000 réis
(2 escudos) equivale a 200 centavos;
5jpooo réis (5 escudos) equivale a
5oo centavos.
est PE PR Ma
Imprensa
Agradecemos a visita dos nossos
estimados colegas: O Futuro de Es-
tarreja, O Almeidense, Beira Alta,
Jornal de Cascaes e o Barcelense.
DO
Faleceu, no dia 17, na sua casa
dos Verdelhos, o sr. José Alves. À’
familia enlutada as, nossas condo-
jencias.
ARA a ag e
Registo Civil
O: movimento nesta repartição de
[1 288 do corrente foi:
Nascimentos! espia e ada Dea. va 2
Obitosd «atlas, Det Ste DE.
Casamentos, Zola quis cas ch ARO
DOUTUBRO
Balões veneziahos e bandeiras
nacionais
á venda na LOJA NOVA de
+ João da Silva Carvalho 1
su Carteira. semanal
Pelas 17 e 1/2 horas: do dia 14
do corrente; perante o sr, dr. Abi-
lia Marçal, que exercia: as funções
de ajudante da Repartição: do–Re-
gisto Civil, realisou-se o casamento
do sr. dr. Bernardo Ferreira de
Matos, distinto advogado nesta “co-
marca, com a sr.? D. Maria Geor-
gina da Silva Bartolo, gentilissima
filha do nosso presado assinante e
amigo, sr. José d’Azevedo Bartolo,
antigo contador do juíso de direito
desta comarca. ;
Testemunharam o acté, por par-
te: da noiva, sua ex.” mãe, assr.*
D. Emilia Vitor da Silva Bartolo, e
seu irmão, sr. Fervando Bartolo,
e por parte do noivo, seus irmãos,
sr* D. Maria Angélica do Rosario
Matos, e Julio Ferreira de Matos.
O sr. dr. Abilio Marçal; “dirigiu
aos noivos uma brilhante alocução,
terminando, por oferecer á noiva a
pêna com que foi assinado o Te-
gisto. e
“Daqui enviamos” aos simpáticos
noivos, os nossos cumprimentos de
sincéra felicitação, desejando-lhes as
mais ridentes venturas, de que, a
todos os titulos, são bem dignos.
* Na corbeile dos noivos viam-se
as seguintes prendas:” A” noiva: de
seus pais, um: piano, um anel d’oiro
com safiras, brilhantes e 10sas, um
anel de ouro com rubins, rosas e *
esmeraldas, uma pulseira de ouro;
do noivo, brincos de brilhantes; do
irmão da noiva, Fernando Bártolo,
pendentif “e brincos em prata plati-
nada» com brilhantes, perolas e ro-
sas; do irmão da noiva, Gustavo
Bartolo, um relogio d’ouro esmal-
tado; do irmão da noiya dr. José
Bártolo um anel d’ouro com esme-
raldas e rosas; de sua prima D. Ma-
ria da Conceição Corte Real, um
estojo com 24 colheres de prata pa-
ra chá; do irmão do noivo Julio de
Muios, um pendentif d’ouro, com
perolas “e ‘Tosas; da’sr.* D. Carlota
de: Figueiredo, um copo e escova
para dentes em prata e bacarat; da
sr? D. Arminda Ehrhardt, um es-
tojo com escovas de prata para den-
tes e unhas; da sr.” D. Isabel Fra-
zão, servico para gelados em cris-
tal e cache-pots, pirogravados; da
sr” D. Maria Henriqueta de Maga-
lhães, estojo com trinchante de pra-
ta; da sr.* D. Maria Cristina Cal-
deira Ribeiro, estojo com colheres
para gelado; da ‘sr.* D. Adelaide
Pires Franco, caixa de xarão e me-
tal. para -cha, da sr.º D. Maria do
Ceu Queiroz, um avental bordado
em seda côr de rosa; da st.? D.
Margarida Rolão, estojo com copo
guarnecido a prata; da’sr.* D; Elvi-
ra: Correia, estojo com caixa para
pó de arroz em cristal e prata; da
srà D. Elisa Ribeiro Pereira, um
almofadão em veludo pirogravado a
côres; da sr: D. Maria do Ceu Car-
valho, uma pregadeira bordada em
setim côr de rosa; da sr,* D. Nari-
vidade Figueiredo, um almofadão
pintado em setim asul; da sn.º D.
Judith Figueiredo, estojo de jarras
com aplicações de estanho repoussé;
dasr.* D. Zulmira Carneiro, um ‘es-
pelho de cristal emoldurado em “bis-
cuit; da sr? D. Fernanda de Campos
Dias, um guarda joias em cristal e
ouro filigranado; da sr.’ D. Concei-
ção Batista, uma pregadeira e supor-
tes para ganchos e pentes em seda
bordada a matiz; da sr. D. Brança
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VOZ.DO POVO
Lemos da Rocha um lenço de sêda
bordado por sua ex.*; da sr.* D.
Laura de Lucas, um galheteiro; da
sr? D. Maria do Carmo Moura,
umas jarras chinêsas; da sr.“ D. Ju-
lia de Moura, um estojo com chave-
na e pires, chinês. E gs
Da sr.* D. Virginia Rodrigues,
estojo com perfumes e sabonetes.
Da sr.* D. Ana Tavares Xavier,
um saleiro e pimenteira-orientaes,
em prata.
Da sr.*, D. Isabel Marinha, uma
caixa para pó d’arroz.
Da sr.” D, Ernestina David, uma
alfineteira.
Da sr.” D. Etelvina de Macedo,
umas argolas para guardanapos em
prata dourada
Das sr. D. Lucia e D. Aura de
Sá Magalhães, uma manteigueira.
Das sr.’* D. Margarida e D. Evan-
gelina Dias Farinha, uma matiné
bordada em sêda plisada.
Da sr.” D. Henriqueta Peregrina
de Miranda, uma chemain de table.
Das sr. D. Estér e D. Judit Ser-
rano, umas napperons:
Da sr.* D. Maria Batista Alegria
uma chaveira em veludo. .|
Da sr? D. Beatriz Gravo, pintura
em setim para dois almotadões,
Do dr. Abilio Marçal; uma pena
de prata com que sejlavrou o regis-,
to de casamento. |
Da sr.” Clementina Costodio uma
coberta, MEAN B LI RaE
Da sr? Maria da Conceição 2
toalhas de lavatorio.
Da sr.* Beatriz de Campos, um
ananás. . A
Da creada Amelia, uma compo-
teira e umas jarras.
Da creada Martinha uma compo-
teira. a
Da creada Leonilde, umas nappe-
Tons. ; É o
Da creada Piedade, um copo dou-
rado. ;
Da creada Justina, uma chavena
e pires de louça chinêsa,
Da Carolina, umas jarras.
Ao noivo: de seus pais, um en-
velope fechado; dos pais da noiva,
dôse colheres para chá, dôse talhe-
res e uma salya em prata; da noiva,
um alfinete em perola, rubins e ro-
sas; do irmão do noivo, sr. Julio de
Matos, uma salya de prata; da ir-
mã do noivo sr.* D. Maria do Ro-
sario de Matos, um paliteiro em
prata; de seu “primo, sr. “dr. Ma-
tos Rosa, uma abtoadura d’ouro,
em: rosas e safiras; do seu primo, –
sr. Bernardino de: Matos Rosa, um:
estojo com colheres de chá em pra-
ta; do irmão da noiva sr. Farnando
Bartolo, dôse talheres de pratas
do sr. dr. Abilio Marçal; uma cai-
xa de champagne; do menino Jorge
Marçal, um alfinete d’ouro com ro-
sas e rubis; do’sr. dr. Nunes Cor-
reia, uma cigarréira de prata; do
sr. Eduardo Barata, um estojo com
talher de prata; do sr. dr. Virgilio
Nunes, uma maguina de cafe e 6
garrafas de champagne; do sr. Fran-
cisco Moura, uma palmatoria de
prata; do sr. Adrião David, seis
chavenas para café; do sr. José F.
“Tavares, um centro de mêsa; e do
sr. Sebastião Tavares seischavenas
para café. ;
Fazem ânos:
No dia 24, a sr.* D. Albertina
Carvalho Tavares e o sr. Carlos
Caldeira Ribeiro.
No dia 25, os srs. dr. José Barto-
lo e José Queiroz.
Estiveram nesta vila, no dia 15, .
os srs. Alfredo Simões Pimenta,
nosso estimado coléga da União Fi-
gueiroense, e Artur Goncalves Ra-
mos, de Figueiró dos Vinhos.
Retirou para a sua casa d’Alvaro,
com seus sobrinhos, a sr.” D. Ma-
ria Carolina de Mendonça David,
Estiveram nesta vila, as sr.º D.
Albertina, Ana e Aurelia Lima, e
os srs. Sebastião Tavares, esposa e
filhinha, José Antunes e Armando
de Paiva e familia.
Tem passado incomodada de sau
de a sr.* D. Maria Tomásia Pinto,
esposa do sr. Manuel Antunes, de
Palhais.
Regressou a esta vila o nosso es
timado amigo Joaquim Tomás.
Saíram: para Lisboa, o sr. João
d’Albuquerque; para Santarem, o
sr. Joaquim das Neves Barata; e
pia Castelo Branco, o sr. Manucl
abs
Regressaram a Sobreira Formosa
a sr.” D. Maria Angélica-Ramos eo
sr. Julio Ferreira de Matos.
Tivémos o prazer de ver nesta
vila, o nosso presado assinante sr.
José Antunes Farinha Leitão:
“Conselhos aos lavracores
O poder insecticida das esco-
rias de desfosforação (fos-
fato Tomás).
As escorias da desfosforação, ou
fosfato Tomás, não eram até ha pou-
co tempo conhecidas senão como
materia fertilisante, optima ao mes:
mo tempo pelo seu acido fosforico e
como correctivo pela cal n’elas con-
tida.
A sua acção benefica sobre os ter-
renos aridos, os velhos prados e as
terras recentemente desbravadas es-
tá sendo cada vez mais posta a favor
do lavrador pla pratica.
Mas não se acreditava que elas
fossem dotadas de um poder insecti-
cida. Todavia, segundo uma comu-
nicação de Waquer á Academia Na- |
cional de Agricultura de França,
apresentada em fins de Igrl, é O.
que d’ela se deve concluir.
A cultura de beterraba sofria pre-
juizos consideraveis por parte dos
pulgões hemipterios, nocivos a um
grande numero de plantas,
“Todos os tratamentos usados em
horticultura para lutar contra eles,
caldas ou licores insecticidas, tinham
sido impotentes.
Assim a morfêa do, pecegueiro
devida igualmente a pulgões, não
conseguia ser tratada pelos liquidos
vulgarmente usados, porque a crôs-
ta preserva o insecto do conctacto di-
recto com o inseticida e impede a pul-
verisação de chegar até ele, do mes-
mo modo a folha da beterraba flage-
lada tambem pelo pulgão costuma
ser tratada pelosliquidos insecticidas.
Abandonaram-se esses processos
de tratamento directo para se recor-
rer a processos de tratamento, indi-
recto. E
O emprego ‘de altas dóses’de ni-
trato de soda espalhados após uma
chuva, fortificam a resistencia da
beterraba e permitiam-lhe o lança-
mento de novas folhas que vinham
substituir as que haviam morrido
sob os ataques dos parasitas. Mas
não era este tratamento senão um
paliativo podendo, em muitos casos,
ser prejudicial por causa do excesso
de azote.
Um grande cultivador de beterra-
ba tinha obtido bons resultados es-
palhando 300 quilogramas de, nitra-
to por hectare, em duas vezes (150
quilogramas de cada vez).
Não tardou que se tornasse conhe-
cido que um outro possuindo uma
area de cultura de 475 hectares ob-
tivera resultados surpreendentes, em
pregando em cobertura escorias de
desfosforação á razão de 400 quilo:
gramas por hectare. As beterrabas
que se achavam cobertas de pulgão
em o’to dias ficaram completamente
livres com este tratamento e reto-
maram o aspéto é vigor das plan-
tas sadias. ,
Segundo Waquer o fosfato To-
más ao ser e-palhado forma uma.
pequena e tenue poeira que levando
a cal, que é nefasta aos pulgões e
piolhos das plantas, até ás mais re-
conditas dobras das folhas contorci-
das pelo ataque dos parasitas aí os
destruia.
A cal é com efeito nociva aos ani-
mais de corpo mole, lesmas, lagar-
tas, larvas, etc.
Depois d’isso tem-se constatado
que de facto o emprego do fosfato
Tomás tem como efeito o destruir |
os parasitas das plantas: O facto é
tanto mais para satisfação quanto os
outros tratamentos eram improficuos
e ainda o não custar o tratamento
mais caro do que qualquer outro,
sendo alem d’isso de vantagem pa-,
ra os terrenos onde fôr aplicado por.
os adubar tambem. k
Como já hoje ha, felizmente, quem
empregue os elementos simples co-
mo complemento dos estrumes de
curral e esteja já convencido pelos
resultados praticos que o fosfato To-
más ou escorias de aesfosforação são
o adubo fosfitado por excelencia dos
terrenos portuguêses.
Cardoso Guedes.»
Pequena correspondencia
Victor Antonio Nunes — Novo Redondo—
Recebemos o vale a que se refere a sua
carta de 14 d’agosto. Os nossos agradeci-
mentos.
y
——— atm
Os adubos para os cereaes
Acabamos ;de receber a seguinte
carta, que é mais uma demonstração
da vantagem em serem seguidas as
nossas. indicações; empregando os
adubos mais conducentes com a
qualidade de cada terrai-«Coruche,
23:8 g12:—Com respeito ao resulta-
do da adubação temos a dizer-lhes
que o fosfato Tomaz deu muito /
bom resultado, ficando nas erradas
do distribuidor o trigo raquitico».
O. que este lavrador nos diz é
uma. prova absolutamente incontes-
tavel com respeito ao bom efeito do
fosfato Tomaz na terra referida,
porque logo se evidenciou a acção
do adubo nos pontos em que ficou
adubo.Nas terras da região de Co-
ruche, como nas de inumeras regi
des de cultura cerealifera, já hamui-
to tempo que está provado ser o fos-
fato Tomaz o adubo fosfatado que
mais convém aplicar. Comtudo, não
podemos deixar de notar que as me-
lhores colheitas ainda são as obtidas
nas terras em que não faltem os tres
elementos: azote, acidos fosforico e
potassa. De muitos pontos do Alem-
tejo é Beira Baixa temos recebido
informações inteiramente favoraveis
á adubação completa, que-com a
aplicação do fosfato Tomaz junto
com a cal azotada e a potassa, quer
com o superfosfato de cal da mar
ca. «Gallo» ou da marca «Trevo»
junto com “o sulfato de amonio da
marca «Dragão» e mais a potassa,
quer ainda com a aplicação de uma
das formulas de adubo completo da
marca registada «Trevo de 4 folhas»
apropriada á terra e á cultura, Nas
terras calcareas, aconselhamos a.em-
pregar ou uma formula de adubo,
ou então o guano do Perú da mar-
ca registada «Cornucopia Ohlen-
dorff» junto com o cloreto de potas-
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Para espalhar o adubo com igual.
dade; com rapidez, com facilidade,
recomendamos mais uma vez a em-
pregarem o distribuidor manual de
adubos «Cal», Todos os lavradores
devem dirigir os seus pedidos á su-
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