Voz do Povo nº24 14-05-1911
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1.º Anno
DIRECTOR
Augusto ERodrignes
Administrador
ZEPHERINO LUCAS
Editor
Luiz Domingues da Silva Dias
Certã, 14 de maio de 1911
VDs DO
‘ n
N.º 24
Vo
Assignaturas .
Anno…… r9200. Semestre…
Para o Brazil. is w.z.s
Pago adiantadamente
Não se restituem os originaes
boo rs.
5ibooo réis (fracos)
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Travessa do Serrano, 8
CERTA.
Typographia Leiriense — LEIRIA
Proprigdate da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL
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Na 3.º e 4.º paginas, cada linha….. 30 18.
N’outro logar, preço convencional
Annunciam-se publicações de que se receba
um exemplar
COMICIO ELEITORAL
A’ hora em que o nosso jor-
nal se estiver distribuindo, deve
o povo do nosso concelho achar-
se reunido em comício de. pro-
paganda eleitoral, em que se
apresentarão os candidatos, ás
constituintes.
Para assistir a esse importan-
te acto civico varias personali-
dades superiores do partido re-
publicano, nos darão hoje a hon-
ra da sua visita. A Certã, esta-
mos certos, saberá corresponder
a essa gentilesa, senão com opu-
lencia—a que a sua pobreza não
chega—tom certeza com o affe-
cto em que sobresahe o seu re-
conhecimento.
Entre outros, teremos o pra-
zer de ver entre nós osr. dr.
Augusto Barreto, illustre gover-
nador civil deste districto, e que
deste difficil cargo n’uma con-
junctura como a que temos atra-
vessado e n’uma região em que
a organisação partidaria era bas-
tante incompleta-—se tem sabido
desempenhar com um acerto e
com uma tão leal nobreza, que
não poderá ser excedida.
Podemos dizer, com orgulho,
que a Certã tem, por si, feito
tambem todos os exforços para
não levantar difficuldades que
possam embaraçar a acção ad-
ministrativa ou politica. A leal-
dade e a correcção com que os
seus homens teem procedido, ha
de certamente ser apreciada, e a
alma nobre do dignissimo ma-
gistrado superior do districto
deve por certo ter constatado a
justiça e a dignidade de todas as
pretensões que a Certã tem fei-
to chegar ás suas mãos.
O Directorio e a illustre com-
missão districtal consta-nos que
se farão tambem representar por
alguns dos seus mais distinctos
membros, e estes e todos aquel-
les que hoje: honrarem esta ve-
lha terra da Beira, sejam bem-
vindos. :
*
E a primeira reunião popu-
lar que nesta villa se realisa.
Vae o povo. assistir a um es-
pectaculo novo. Ha de ver ho-
mens da mais elevada posição
social, pregando junto de si os
modernos ideaes da confraterni-
sação social. Verá os seus can-.
didatos, alguns d’elles seus
patrícios e dos mais queridos,
expondo quaes as suas ideias
acerca do progresso desta nos-
sa Patria e dos meios que jul-
gam mais apropriados para obter
os indispensaveis melhoramen-
tos de que carece o nosso con-
celho.
O povo ha de sentir-se bem
n’essa atmosphera de civismo e,
estamos certos, a influencia que
no seu espirito ha de exercer,
ha de ser tão solutar que lhe mo-
dificará juisos errados e preven-
ções exageradas que a má fé de
uns, O interesse ou a ignorancia
d’outros porventura, lhe tenham
feito crear.
– A Republica carece da leal-
dade de todos nós para executar
a missão a que se impoz.
Dentro da Republica cabem
todas as opiniões e todas as cren-
ças, desde que sejam sinceras.
Todos são dignos de respeito e
damos a melhor prova de que
sômos verdadeiramente cidadãos
quanto mais respeitamos a opi-
ião que da nossa diverje. Pro-
remos modifical-a, combaten-
do-a com as armas’ poderosas
da verdade e da tolerancia, e
não destruil-a com os meios con-
traproducentes da violencia. Fa-
çamos todos, não só no comi-
cio mas na officina, nas praças,
em nossas casas, em toda a par»
te onde sejamos escutados, a boa
propaganda civica de que aos
nossos direitos correspondem
necessariamente imperiosos de-
veres, de que quanto maiores
forem aquelles, mais imperiosos
serão estes, e teremos dado um
grande passo no caminho do pro-
gresso e da civilisação.
REGISTO CIVIL
No decurso da semana de 3 à 10
do corrente registaram-se n’esta re-
partição:
Casamentos, dois; nascimentos,
um; obitos, um.
em o ROAD RR)
Ministro do Interior
A capital do nosso districto rece-
beu brilhantemente o illustre minis-
tro do Interior, na visita que este
fez áquella cidade, no passado do-
mingo.
A commissão municipal fez-se re-
presentar pelo seu vice-presidente,
o sr. dr. José Carlos Ehrhardt, que
teve occasião de presencear a forma
enthusiastica como a Republica era
acclamada na pessoa d’aquelle ilus:
tre estadista.
No gabinete da presidencia da
camara municipal reuniram-se os re-
presentantes dos differentes conce-
lhos do districio, sendo saudados
pelo digno presidente da commissão
districtal, que especialmente se re-
feriu á commissão municipal do nos-
so concelho, com palavras de lou-
vor pela sua attitude na organisação
partidaria e pelos seus trabalhos de
propaganda política.
EP QUE DM E dm
Revista de reservistas
Deve ter logar no dia 4 de junho
esta revista annual aos mancebos
reservistas residentes nas freguezias
de Sernache do Bomjardim, Varzea
dos Cavalleiros, Pedrogam Peque-
no, Ermida, Castello e Cabeçudo, e
no dia 11 do mesmo mez aos resi-
dentes nas freguezias do Carvalhal,
Cumeada, Figueiredo, . Marmeleiro,
Nesperal, Palhaes, Troviscal e Cer-
tã,
As inspecções são ás 7 horas da
manhã n’esta villa no local do cos:
tume,
FACTOS E BOATOS
Falleceu em Pedrogam Pequeno
a sr.* D. Genoveva Barata Salguei-
ro, esposa do digno professor offi-
cial d’aquella fregúezia, sr. José Ro-
drigues Correia.
ra uma senhora de inexcediveis
* virtudes, cujo passamento foi muito
sentido.
Em correspondencia de Pedrogam
damos noticia do: funeral, que re-
presentou uma imponente homena-
gem á memoria da extincta.
A todos, os membros da desolada
familia, apresentamos as nossas sen-
tidas condolencias,
e ER GA END E Sm Dm
Tasso de Figueiredo
Com sua esposa e filha chegou no
dia 10 a esta villa, aquele nosso il-
lustre amigo, que aqui vem passar
alguns mezes, como de costume.
Muito folgamos—e comnosco to-
dos os certaginenses, com a estada
de s. ex.” entre nós.
und die
Falleceu em Lisboa, a filha mais
velha do nosso assignante sr. José
Alexandre da Costa, cujo desgosto
avaliamos, e a quem endereçamos
os nossos sentimentos.
—Nºesta villa, falleceu o sr, Ar-
thur. Pires Mendes Os nossos peza-
mes a sua familia, f
—— ETOILE —
Escolas Moveis
“No dia 21 do corrente, ás 11 ho-
ras da manhã, realisam-se as pro-
vas finaes da missão das Escolas
Moveis, estabelecida no logar da
Passaria, que n’esse dia encerra os
seus trabalhos.
dEsb o o E aaç or tema
Eleições
Pela commissão districtal de Cas
tello Branco foram escolhidos can-
didatos a deputados por este circu-
lo, os seguintes cidadãos:
Almirante Tasso de Figuei-
redo.
Martins Cardoso.
Tenente Americo Olavo.
Capitão de Mar e Guerra
Nunes da Matta.
A commissão districtal ouviu as
commissões politicas da-respectiva
circumscripção, e o directorio já sanc-
cionou aquella escolha. * ,
—pPara o circulo da Covilhã, fo-
ram escolhidos os srs, dr: José de
Castro, tenente Helder Ribeiro, e
dr. Ramada Curto, faltando ainda
escolher o quarto candidato.
e (PR Qro
Transferencias
Foram transferidos d’esta villa os
fiscaes dos impostos, srs. Victor
Dias, Antonio Malagueta e João de
Oliveira Xavier, respectivamente pa-
ra cs concelhos de Proença-a-Nova,
Villa de Ret e Oleiros. ;
Foram substituidos pelos fistaes
da mesma corporação os srs. Bizar-
ro, Penalva e Almeida.» . ;
Conselhos aos lavradores
Os adubos completos
Todas as plantas teem necessida-
de de azote, acido fosforico e.po-
tassa,
Os adubos que se devem ;dar.ao
soio necessitam de. encerrar fia;sua
massa estes trez elementos essen-
ciaes.
Não se trata de empregar isola-
damente, o azote, o acido fosforico
ou a potassa, a não. ser quese: te-
nha a absoluta certeza de que qual-
quer d’elles existe no solo em guan-
udade sufficiente, a não-ser assim
torna-se’ necessario e é mesmo de
toda a conveniencia. dar go terreno
um adubo completo, isto é, um con-
juncto de elementos azotados, fos-
fatados«s potassicos, seja. para se
fazer uma applicação da sua mistu-
Ta, seja para os empregar successi-
vamente mas em separado.
Uma boa. estrumação feita. com
estrume: de curral bem fabricado
leva sempre uma quantidade suffi-
ciente de azote, mas pouco acido
fosforico e potassa, sendo então con-
veniente o emprego de uns 300 ki-
los de fosfato Thomaz e outro: tan-
to de kainite por cada hectare de
terreno.
Suppondo porem que: o terreno
não levou estrumação com estrume
de curral nem na occasião dos ama-
nhos nem em culturas: anteriores,
então torna se necessario o dar ao
terreno um adubo completo-
Para o bom resultado da escolha
dos adubos quando estes não sejam
escolhidos em harmonia com as ne-
cessidades da terra é necessario co-
nhecer a lei do minimo que se po-
de annunciar da seguinte forma: a
colheita normal de um hectare de
terra absorve uma determinada
quantidade de azote, acido fosfori-
co e potassa. Se um d’estes clemen-
tos nobres não fôr fornecido em
quantidade sufficiente, metade por
exemplo, os outros dois elementos
restantes não podem desenvolver
senão metade da sua acção.
Parallelamente com este abaixa-
mento ou antes com a falta de equi- de equi-@@@ 1 @@@
VOZ DO POVO
librio entre os elementos nutritivos
dá-se tambem a reducção a metade
do rendimento, se bem que os dois
elementos restantes tenham sido for-
necidos em quantidade sufficiente.
Para melhor comprebensão va-
mos citar um exemplo: .
A estrumação do trigo calculada
sobre o rendimento intensivo de
quarenta hectolitros por hectare exi-
ge:
125 kilogrammas de azote
88 » » acido fosforico
150 » » potassa
Admittamos que reduzimos a quan-
tidade de acido fosforico que se de-
via fornecer, reduzindoa á’ parte
ue possa naturalmente ser forneci-
EE pelo solo, fracção que calculare-
mos: por consequencia em 44 kilo-
grammas.
A colheita poderá sómente utili-
sar metade do azote e potassa for-
necidas e a colheita obtida será se-
melhante à que se obteria com o
emprego de metade das doses em-
pregadas de azote e potassa.
Os alimentos absorvidos repre-
sentavam:
65 kilogrammas de azote
dé » » acido fosforico
Zi »
» potassa
Theoricamente a colheita será de
metade, apesar das despezas feitas |
com a compra do azote e potassa.
Haverá despeza inutil na compra
de parte dos adubos azotados e po-
tassicos, por oacido fosforico não ter
entrado na devida quantidade.
Resumindo, diremos: o equilibrio
entre os elementos nobres necessa-
rios a uma colheita não pode ser
roto, desde que um se reduza, tem
de se reduzir os outros.
– » Dissemos acima que theoricamen-
te a colheita seria metade, pratica-
mente algumas vezes não é assim
bem’ assim um excesso de adubo
azotado pode por exemplo mobili-
sar momentaneamente as reservas
do solo, em acido fosforico; é o que
se pode dar com o emprego do ni-
trato de sodio; então esgota-se ra-
pidamente o terreno e como conse-
quencia a sua ruina.
Estas palavras tem por fim mos-
trar ao lavrador que não é bastante
o empregar um só elemento fertili-
sante, mas sim empregar a reu-
nião dos trez: azote, acido fosfori-
co e potassa nas devidas proporções
o que só succede com osgadubos
completos.
Concluindo aconselhamos aos la:
vradores o uso dos adubos comple-
tos organisados em face das neces-
sidades do terreno e da cultura a fa-
zer e adquiridos em casas de toda
a confiança, pondo de parte o inter-
resse em economisar alguns vintens,
economia que na maioria dos casos
redunda em prejuizo para o pro-
prio lavrado.
Empregado um adubo n’estas con-
dições convem fazer a pesagem da
colheita para confrontar, não se de-
vendo o lavrador guiar pelo aspecto
da folhagem ou rama.
Cardoso Guedes
Carteira semanal
Faz annos:
No dia 20-—a sr.” D. Heloisa Gue-
des Santos.
Passou n’esta villa, em direcção
ao De do Figueiredo, o sr. Anto:
nio Christovam Gaspar, commer-
ciante no Pará,
Está na Varzea dos Cavalleiros,
com sua esposa, o sr, Luiz Francis-
co Lopes,
—Nos Calvos, o sr. Francisco
Gonçalves, commerciante em Lis-
boa.
—N’esta villa a sr.* D. Guilher-
mina Marinha Nunes e o sr. Sebas-
tião Farinha Tavares, sua esposa €
“filhinha.
Esteve em Lisboa, o sr. dr. Abi-
lio Marçal.
Estiveram n’esta villa os srs, Ma-
rino Pereira, dr. Candido Madurei-
ra, Torres Pinheiro, A. Casquilho,
e M. Ramos, de Thomar, e o sr. .
Luiz da Cruz, da Praia da Barqui-
nha.
Tem passado bastante encommo-
dada de saude, a sr.” D. Carmellina
Correia Marçal.
Está n’esta villa, onde vem pas-
sar alguns mezes, com seus paes,
a sr.*D. Natividade Tasso de Figuei-
redo, com suss filhinhas.
Teve a sua delivrance a sr.* D.
Julieta Leitão, esposa do sr. José
Farinha Leitão,
Partiu para Serpa a sr.” D, Ma-
ria Silva e Mella.
Pelo mundo litterario
Parabola
Prégava então Jesus em parte da Judéa.
Ouvia-o mãe de angustia —de que angustia
» —cheia.
O Mestre ia ensinando ás-multidões:
«Bemditos
Os que padecem na alma, os tristes, os
afáictos…»
E a mãe cegando o olhar, que humedecido
brilha,
geme aos pés de Jesus, que a escuta: «Mi-
nha filha,
“desde hontem, Rabbi doce e compassivo, é
morta,
desde hontem, e ninguem desde hontem me
conforta !
Tambem serei bemdita ?
E o Mestre augusto e santo,
com piedade egual ao travor de tal pranto
responde-lhe :
«Verás !»…
E, antes de findo o dia,
partiu com ella e entrou na casa, onde jazia,
no frio sudario, a pequenina morta!
E emquanto a multidão, que o sangue, at-
: tende á porta,
“Toma Jesus nas mãos a gelida mãosinha,
e, olhando sorridente a mãe, que mal sus-
tinha,
entre confiada e incerta, o pranto que ver-
tia,
diz-lhe : «Tua filha é viva,oh! mãe; toma-a,
-—dormia,»
E viva a restitue a seu amor profundo.
Oh! mãe! se inda Jesus andasse pelo
mundo !,..
José de Sousa Monteiro,
PENSAMENTO
Virtuoso, é o nome que muita vez
se dá no mundo ao que melhor oe-
culta os seus vicios.
LORRESPONDENCIAS —
Pedrogam. Pequeno, 9-5-911
Victimada por uma inflammação
intestinal, falleceu n’esta villa, no
dia 5 do corrente, após um prolon-
gado e doloroso soffrimento, a sr.?
D. Genoveva Barata Salgueiro.
Desde a hora do fallecimento não
faltaram ainda ao esposo da desdi-
tosa, sr. José Rodrigues Correia, es-
timado professor regente da escola
d’esta villa, nem aos filhos, srs. dr.
Joaquim Correia Salgueiro, Luiz
Correia Salgueiro, José Correia Sal
gueiro e D. Maria Salgueiro Pessoa,
esposa do sr. Adelino Duarte dos
Santos Pessoa, palavras de resigaa-
ção dos seus muitos amigos e d’es-
te bom povo de Pedrogão: mas tão
profunda é a dor que lhes enluta a
alma que nada lhes tem servido de
linitivo. :
O funeral foi, sem duvida, um dos
mais imponentes que n’esta villa se
teem realisado, sendo para registar
a assistencia das principaes senho-
ras d’esta villa, o que, não sendo
vulgar, attesta bem a grande cor-
rente de sympathia que todos sen:
tiam por ella e a saudade que nos
deixa gravada no coração.
A? beira da sepultura, fez a bio-
graphia o sr. José Arnauth, profe-
rindo ao terminar estas sinceras e
justas palavras: «Todas. as mães e
esposas a podiam egualar, mas ne-
nhuma excedê-la nas suas virtudes». |
Repondeu lhe o sr. Augusto Sal-
gueiro, da Madeirã que, em nome
de seu tio José Rodrigues Correia e
seus primos, agradeceu a grandiosa
manifestação de amizade que acaba-
vam de dar a sua familia com a ho-
magem prestada a sua chorada tia.
Em seguida foram distribuidas
esmolas de 100 réis aos 120 pobres
mais necessitados da freguesia,
Entre a numerosa assistencia que
formava o prestito, lembramo-nos
ter visto as seguintes pessoas: sr.
D. Ignacia Maria da Conceição Vi-
digal, D. Maria Angela da Concei-
ção Vidigal, -D, Angela da Concei-
ção Vidigal, D. Fgnacia da Concei-
ção Vidigal, D. Angela Ferreira Vi-
digal, D. Maria do Nascimento Frei-
re Costa, D. Angela Freire Costa,
D. Maria da Luz Freire Costa, D.
Adelaide Marinha, D. Carolina Ven-
tura, D. Silveria Ventura, D. Maria
do Carmo Oliveira, D. Amelia Al-
ves Pessoa, D. Maria Eduarda Da-
vid e Silva e D. Barbara Pessoa; e
os srs. Joaquim Henriques Vidigal,
Adelino Marinha, Manoel Ramos,
Domingos Ferreira Vidigal, Joaquim
Nunes, José Custodio Martins Vidi-
digal, José Januario da Conceição e
Silva, Nuno da Conceição e Sina;
Francisco Alves, Manoel Jacintho
Nunes; Dr; Augusto David; José Go-
mes Costa, José Joaquim da Silva,
José Arnauth, Joaquim Fernandes
Pessoa e muitas outras cujos nomes
ignoro. Tambem acompanhou a fu-
neral a irmandade do Santissimo
desta villa.
Pilo correspondente
M. R.
CHRONICA TRIPEIRA
Bolieiros,cocheirosechauffeurs
(Teiplyço)
(Continuação)
O cocheiro
«Que foi, ó Manoel Bento?» per-
guntou-me o patrão de dentro do
trem,
«Não foi nada, patrão! Foi só que,
se eu me não valho da minha habi-
lidade, a estas estavamos reduzidos
a frangalhos !»
Isto, quando o patrão deu fé do
gado correr mais um pouco, porque,
fóra d’isso,quantas e quantas vezes
ao dia, o cocheiro estã a salvar a
vida do patrão, sem este o cuidar!
Mas, tirando esta preoccupação
inofensiva, o cocheiro particular é
boa pessoa, bom marido e bom che-
fe de familia.
O cocheiro de alquilaria, pelo con-
trario, está todos os dias a variar
de… esposa. E trez particularida-
des constantes se notam n’elle; pro-
pensão para habitos alcoolicos, um
somno permanente é um geito tam-
bem permanente, para, sob qual-
quer pretexto, degenerar n’um fa-
dista, ou n’um faia.
Da primeira destas inclinações,
não haverá, de certo, quem duvide.
Bastará reparar-se na rouquidão
constante da maior parte dos co-
cheiros de praça.
Da segunda, tambem facilmente
nos convenceremos, ponderando que
todo o cocheiro de carro, parado na
praça ou á porta de qualquer caza,
dorme sempre.
Da terceira, falarão eloquentemen-
to as barrigas estirpadas ejas riscade-
las, nas costas e peitos d’outrem,
feitas com a navalha de ponta emo-
la, que todo o cocheiro traz comsi-
0.
Mas, fóra d’isto, o cocheiro é affa-
vel e alegre.
Se o freguez quizer ouvir casos
interessantissimos, finamente obser-
vados e melhor commentados, en-
cha o estomago ao cocheiro e dê
lhe’gorgeta de arregalar o olho. De-
pois disso, prepare-se para ouvir
coisas chistosissimas sobre baptisa-
dos, casamentos, raptos, scenas de
homens e mulheres, que se diver:
têm, etc, à
Astro, sempre de pequena grande-
za, o cocheiro está, hoje, no seu 0c-
caso. Surge, pimpão, novo astro: O
chaufleur.
E o cocheiro, sorvendo os ulti-
mos goles das suas bebidas de guer-
ra, ou riscando as suas derradeiras
escovinhas, prepara-se para a sua
corrida final,
Logar ao novo sol que nasce: o
chaufreur!
O chauffeur
Pelos proventos, que aufere, pó-
de equiparar-se a uma especie de
guarda-livros, ou de director geral.
Por. isso, quando se lhes regula-
mentar o seu exercicio, parecia-nos
bem que se exigisse aos chaujfeurs
o curso superior de letiras, ou uma
formatura em theologia E” que ca-
da um d’estes senhores, no tocante
a ordenado vale bem por quatro ba-
chareis. Estes lucrariam mais em to-
mar conta d’um guiador de auto-
movel do que em tratar dos interes-
ses das partes.
E’ um rei, ou, antes, uma espe-
cie de ex infante Arreda, impondo-
se terrivelmente pela indifferença
com que olha a vida dos outros.
A vida” dos outros! “De mininus
non curat proetor!
Considera-se como. factor indis-
pensavel para o viver social. E de tal
modo está compenetrado do seu va-
lor que chega a suppôr que, dentro
da sua barriga. é que está a’gazoli
na, o motor, a trompa, que ronca,
e o cheiro desagradavel, que se es-
capa pelas trazeiras do automovel,
Este e elle são, portanto, duo in ca-
ro una, o que, traduzido litteralmen-
te, quer dizer: duas coisas incom-
modas em cima d’um só chansis.
(Gontinúa)
Pe rr
Pequena correspondência
Dignaram-se pagar as suas ussignaturas ;
aexmsra D. Henriqueta Miranda e os
srs. José da Silva: Cavalheiro, : Marino Pe-
reira, José Rephael Baptista e Companhia
de Viação Thomarense,
Agradecemos. 2
O IL DALTRS Dm
Mais conspirações
São presos: muitos, commer-
ciantes em Lisboa nossos
conterraneos
Ainda está na lembrança de to-
dos as recentes e pseudas conspira-
ções em que foi protogonista um
guarda-freio dos electricos, natural
d’esta villa, e já Outra foi descober-
ta em Lisboa-onde, infelizmente, es-
tão envolvidos alguns filhos da terra
de Celinda.
As ultimas e acertadas medidas
do Governo da Republica em bene-
ficio do povo portuguez, taes como
a suppressão d’uma parte do impos-
to do consumo e das rendas das ca-
sas a semestre que veio beneficiar
as classes menos abastadas, e agora
a lei que acaba com a contribuição com a contribuição@@@ 1 @@@
VOZ DO POVO
da decima de renda das casas, deu
no goto em alguns adversarios do
novo regimen.
Esta conspiração foi descoberta
na Rua de Gomes Freire n.º 150 À
e 150 B, onde se «tramava» conven-
cer o nosso patrício Antonio Damas
d’Oliveira, para que os ovos muito
grandes e frescos e d’um tamanho
incomparavel que está recebendo
desta villa, e que vende por preços
muito baratos fossem disputados á
sorte, resolvendo este nosso patri-
cio, para contento de todos, distri-
bui los conforme a necessidade de
cada uím. :
Para a semana distribue nova re-
messa.
— ANNUNCIOS
CASA
Vende-se uma na Rua Serpa Pin-
to.
Trata-se como procurador A.
Rossi — Certã.
Deles pastas Mista
Em troca de estampilhas usadas,
de D. Manuel, com e sem Republi-
ca, dão-se lindissimos postats a co-
seda ertid gh,
Por cada 10 sellos… 1 postal
DSL US A QU pOSTãOS
» » 100 DD tatoo DAR D,
Antonio Barata C. e Silva
Rua Serpa Pinto—CERTÃ
EDITAL.
O Cidadão José’ Carlos Ehrhavdlt,
Administrador do concelho da Cer-
tã, etc,
Faço saber que na administração
d’este concelho, foi requerida licen-
ça por David Nunes ES casado
proprietario, morador n’esta villa da
Gertã, para estabelecer uma fabri-
ca de fogos de artifício e deposito,
no logar das Regorices, suburbios
d’esta villa, comprehendida na pri-
meira classe, com a designação de
perigo d’explosão e incendio, pelo
que, em conformidade do artigo 14
do Regulamento de 24 de Desem-
bro de 1902, convidam se todas as
auctoridades, chefes ou gerentes de
uaesquer estabelecimentos, e to-
dis as pessoas interessadas, a apre:
sentar n’esta Administração, dentro
do prefixo praso de 30 dias, as re-
clamações de qualquer motivo de
oppasição que tiverem contra a con
cessão da mesma licença.
E para constar se passou este e
outro de egual teor que será publi-
cado no jornal desta localidade,
Administração do Concelho da
Certã, 5 de maio de 1gr1.
E eu, Gustavo José da Silva Bar-
tholo secretario d’Aministração o
subscrevi.
José Carlos Ehrhardt
Annuncio
Pelo Juizo de Direito da Comar-
ca da Certãe cartorio do escrivão
David, vae à praça, para ser vendi-
do em hasta publica pelo maior lan
ço offerecido acima de metade do
seu valor, no dia 14 do proximo
mez de maio, ás 11 horas da ma-
nnã, à porta do Tribunal Judicial,
o s-guinte predio.
A quarta parte d’uma casa de ha-
bitação, sita no logar do Regueiro;
avaliada em doze mil reis
Foi penhorado na execução por
custas e sellos que o Ministerio Pa-
blico, n’esta comarca, move contra
Manuel Ramos, solteiro, carpinteiro,
do Rogueiro, freguezia do Estreito,
pela quantia de cincoente e trez mil
quatro centos e onse reis.
Pelo presente são citados quaes-
uer credores incertos, nos termos
a lei,
Certã, 30 de abril de 1gir.
O Escrivão
Adriano Moraes David
Verifiquei a exactidão
O Juiz de Direito
I Sanches Rolão 1
Comarca da Certã
1.º officio
No dia 14 do proximo maio, pe-
las 11 horas da manhã, á porta do
tribunal dºeste juizo, em virtude dos
autos d’inventario orphanologico por
obito de José Dias Branco, que resi-
dia no logar do Villar Chão, desta
comarca, são postos em praça para
serem arrematados a quem maiores
lanços offerecer acima dos valores
que lhes vão designados, os seguin-
tes bens, a saber: 1.º, uma terra de
cultura com oliveiras é matto, no
sitio da Corga do Lume, limite do
logar da Lousa, alodial, no valor de
2208000 réis; 2.º, uma terra de cul-
tura com agua nativa e testada com
oliveiras e matto, no sitio da Lsdci-
ra das Covas, limite do Villar Chão,
alodial, no valor de rI2pooo réis;
3.º, umas oliveiras com sua terra,
no sitio da Vinha, limite do Villar
Chão, alodial, no valor de 368000
réis; e uma terra de semeadura, no
sitio da Ribeira, limite do Villar Chão,
alodial, no valor de 30$000 réis.
Pelo presente são citados os cre-
dores incertos para deduzirem os,
seus direitos, querendo, no prazo le-
E Geri, 21 de abril de 1gt1.
O Escrivão,
Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei:
O Juiz de Direito,
2 Sanches Rollão 2
Annuncio
Pelo Juizo de Direito da Comar
ca da Certã e cartorio do segundo
officio, no inventario orphanologico
do padre João José da Silva, das
Cimadas Fundeiras, desta comarca,
correm editos de trinta dias a con-
tar da segunda e ultima publicação
do annuncio no «Diario do Gover-
no,» citando os credores Manuel
Martins Vaccas, herdeiros de Fran-
cisco Pedro, dos Valles de Cardi-
gos e Luiz Alves Miguel, de Lisboa,
actualmente ausentes em parte in-
certa, para assistirem a todos os
termos do inventario e deduzirem
os seus direitos.
Certã, 2 de maio de 1911.
O escrivão
Francisco Pires de Moura
Verifiquei
O Juiz de Direito
9; Sanches Rollão 2
Annuncio
Pelo Juizo de Direito da Comar-
ca da Certã e cartorio do escrivão
David, vão à praça para serem ven-
didos, em hasta publica no dia 21
do proximo mez de maio, por rr ho:
ras da manhã, á porta do Tribunal
Juicial, d’estu Comarca, pélo maior
lanço offerecido acima da avaliação,
os bens seguintes:
Uma morada de casas com todos
os seus logradouros e mais perten-
ças, sita no logar do Algar; avalia-
da em vinte mil réis.
A quarta parte de uma terra de
cultura com oliveiras e testadas de
matto e pinheiros, sita ao Valle do
Assenço, mixta com Francisco jda
Silva, e outros; avaliada em cincõen-
ta e quatro mil réis.
A quarta parte de uma terra de
cultura com oliveiras, sita no Algar,
mixta com Manoel da Silva, e ou-
tros; avaliada em sessenta mil réis.
Uma terra de cultura com olivei-
ras e matto, sita ao Valle da Peleja;
avaliada em oitenta mil réis.
Estes bens foram penhorados nos
autos civeis de execução por custas
e sellos, que o Ministerio Publico mo-
ve contra Joaquim da Silva, soltei-
ro, maior, do logar do Algar, fre
guezia do Pezo, pela quantia de oi-
tenta e sete mil quatro centos trin-
ta réis.
Pelo presente são citados quaes-
quer credores incertos, nos termos
da lei.
Certã, 20 de abril de igit.
O Escrivão,
Adriano Moraes David
Verifiquei a exatidão
O Juiz de Direito,
2 , Sanches Rollão 2
Comarca da Certã
2 1.º officio I
Por este juizo e cartorio, correm
seus termos uns autos d’inventario
orphanologico por obito de Manoel
Nunes, que residia no Valle do Rei,
freguesia de Pedrogam Pequeno,
d’esta comarca, em que é inventa-
riante José Domingos, casado, pro-
prietario, ali residente; e nos mes-
mos autos correm editos de 30 dias,
a contar da 2.º e ultima publicação
do annuncio, citando o coherdeiro
José Garcia, solteiro, maior, ausen-
teem parte incerta nos Estados
Unidos do Brazil, para assistir a to-
dos os termos do mesmo inventa-
rio, deduzindo n’elle todos os seus
direitos, querendo.
Certã, 9 de maio de 1911.
O escrivão,
Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei:
O Juiz de Direito,
Sanches Rollão
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mado, encarrega-se do tratamento
de arvores e plantas doentes, com-
pras de adubos adequados ás cultu-
ras, os melhores em qualquer caso
pelos bons resultados, não correndo
o lavrador o perigo de perder o di
nheiro e as sementes pela acquisi-
ção de formulas feitas sem criterio.
Srs. Lavradores
Um nosso freguez do concelho de
Marco de Canavezes, escreve-nos
em 26 de outubro de rg1o o seguin-
«Devo dizer à V. S.º que todas
as vinhas que receberam directa-
mente ou indireciamento adubações
chimicas, especialmente aduba-
ções potassicas, resistiram
maravilhosamente às diversas
epidemias cryptogamicas que
este anns flagelaram os vinhedos, A
producção que obtive foi optima
é bastante superior á do anno findo
e de qualidade imcomparavel-
mente superior.»
Este freguez costuma empregar
Phosphato Thomaz, cal azota-
da, chloreto e sulfato de po-
tassio, etc.
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A partir do dia 4 de janeiro de 19H
N’estas agencias deverão ser entregues os pedidos, escriptos em bilhe-
tes postaes ou cartas devidamente selladas com estampilhas de 25 € so-
brescriptadas para GRANDELLA & G.º—Rua do Ouro, 215—LISBOA,
PASSADAS 48 HORAS, nas mesmas agencias serão entregues os
catalogos, as collecções de amostras ou a resposta a qualquer informação
que tenham pedido, ISTO SEM DESPEZA ALGUMA.
Os pedidos de quaesquer artigos que hajam, pelo mesmo processo,
entregue na agencia, serão tambem entregues na mesma agencia 48 HO-
RAS depois do pedido feito e em troca do pagamento da respectiva fa-
ctura.
Não é preciso mandar dinheiro adeantalo, Sô Se paga No acto da entrega
SE
por ácaso, o que rarissimas vezes acontece, os artigos ou fazendas rece-
bidas não fôrem fornecidos perfeitamente em harmonia com o pedido ou
não corresponderem ao que esperavam pela simples leitura do cata-
logo, não serão obrigados a ficar com esses artigos, immediatamente
DEVDRÃO
tornar a empacotar o que não lhes agradar exactamente como vinha
acondicionado e sobrescriptado para GRANDELLA & C.*
Rua do Ouro, 215-LISBOA,
levalio novamente à agencia e ahi pagar os sellos que indicarem serem pre-
cisos pôr no volume. PASSADAS 48 HORAS de assim haverem proce-
dido, receberão a importancia dos artigos que devolveram bem como a im-
portancia das despezas feitas para os devolverem, caso tenha havido erro
no fornecimento. :
Estas agencias são das que offerecem mais garantias de seriedade,
porque não só estão debaixo da fiscalisação do Estado, como tambem teem
a garantir as transações ali effectuadas, a probidade commercial dos AR-
MAZENS GRANDELLA importante casa commercial do paiz que, d’esta
fórma, põe à disposição de todos os habitantes do paiz OS COLLOSSAES
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que vende em Lisboa, ao balcão. À
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