Voz do Povo nº23 07-05-1911

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1.º Ânno
Certã, 7 de maio de 1911
Ni 29
; DIRECTOR 8] E
Avgusto Rodrigues – |
Administrador (8
ZEPHERINO LUCAS E
Editor E:
Luiz Domingues da Silva Dias E
Assignaturas REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Annuncios
Anno…… Tpzoo. Semestre… Goo rs. Travessa do Serrano, 8 Na 3.º e 4.º paginas, cada linha… …30. rs.
Para o Brazil. …… » 53000 Téis (fracos) fi N’outro logar, preço convencional
Pago adiantadamente
* Nãe se restituem os originaes
Typographia Leiriense — LEIRIA
Propriedade da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL
Annunciam-se publicações de que se receba
um: exemplar;
“Propaganda eleitoral
O acto eleitoral approxima-se,
e d’ahi a necessidade d’uma acti-
va propaganda que vá esclare-
cer o espirito dos nossos popu-
lares, chamando-os á nitida com-
prehensão da importancia que
reveste o simples facto de lan-
çar a sua lista na urna.
Em todos os tempos e em to-
das as circumstancias a eleição
representou sempre um acto da
maior gravidade, por que do
bom ou mau uso que o povo
faça do seu direito pódem re-
sultar os maiores beneficios ou
os peiores males.
Poucas vezes, porém, como
agora, esse acto tem sido reves-
tido da importancia com que o
de agora se apresenta.
Trata-se. de cousa mais séria
do que appoiar um governo. Es-
tá, ou póde estar, em jogo a nos-
sa propria nacionalidade. Trata-
se de estudar e firmar as bases
em que ha de assentar a nossa
vida como nação, cujos deveres.
perante os seus filhos teem de
ser conjugados com os deveres
que nos ligam aos differentes
paizes do mundo.
E” uma nação que se recons-
titue, que refunda as suas leis
sobre bases novas e progressivas.
Precisa, pois, o povo de ser
convenientemente orientado. pa-
ra que avalie bem da pesada
responsabilidade que lhe assiste
na escolha dos seus mandatarios.
Desenha-se no paiz uma acti-
va propaganda e todos os dias
vultos prestigiosos do partido
republicano partem para diffe-
rentes terras levando o verbo
inspirado das suas crenças. Nós
julgamos muito bem esse meio
de propaganda, mas continua-
mos a suppôr que o grande, o
melhor meio de espalhar e radi-
car na alma do povo o senti-
mento da democracia é pela
acção permanente e exemplo
pratico dos elementos locaes.
Desde que n’um concelho, não
haja um nucleo, maior ou menor,
de individuos sinceramente de-
votados à causa da liberdade e
da democracia, toda a acção
externa será improficua ou, pe-
lo menos, d’effeitos muito de-
morados.
“Nos concelhos, pois, onde não
houver esse indispensavel nucleo
d’individuos, liberaes e toleran-
tes, torna-se necessario que a
acção dos elementos externos
concentre os seus exforços em
procurar, descobril-os e aggru-
pal-os.
Não ha nada que mais influa
no animo do nosso povo, de
instinctos bons, em geral, que O
exemplo salutar dado pelas pes-
si—moral ou intellectualmente
fallando.
A simples pratica dos proces-
sos liberaes pelas classes mais
ilustradas d’uma terra, produz
mais effeito sobre as camadas
populares do que a mais solida
argumentação, as mais bellas
imagens, as mais vehementes
apostrophes do melhor tribuno,
que ellas, coitadas, passada a
impressão collectiva do momen-
to, não teem elementos para
apreciar e discernir.
O atraso, a falta de collecti-
vismo, o abandono e o despreso
por tudo quanto não seja um
habito, são enormes.
Concelhos ha, e não dos me-
nos desenvolvidos, onde depois
d’úma intensa propaganda de
demonstração, se estabeleceram
caixas economicas. Pois o des-
preso por essas utilissimas ins-
tituições é completo. Quatro a
cinco depositantes, numa irra-
diação total de poucos centos
de mil réis, constituem todo o
seu movimento!
Nos paizes do norte, as cai-
xas de credito estão espalhadas
por todas as povoações. Os de-
positos, das mais pequenas
quantias sommam quantiosas
importancias, que por sua vez,
vão dar vida e riqueza a ou-
tras instituições de que são
tributarias, e assim o bem estar,
se desenvolve e faz prosperas as
mais pequenas nações,
Em Portugal só quem-—terdo
uns conhecimentos, ainda que
rudimentares das condições so-
ciaes dos differentes povos, viva
em estreito e permanente conta-
cto com o povo, póde avaliar
do pavoroso estado da sua igno-
rancia, e da desoladora situa-
ção a que o reduziram seculos
de grosseira superstição,
——— DC0c>— —
Baixou ordem «para se ultimarem
urgentemente as obras no edifício
que o estado possue n’esta villa,
destinado para a installação da es-
cola do sexo feminino, e residencia
da respectiva professora, depois do
que se fará para elle a mudança de
aquella escola,
soas que elle julga superiores a
o conforto, o espirito economia |
COMICITO
No dia 14 do corrente realisa-se
n’esta villa o primeiro comício de
propaganda eleitoral, que promette
revestir excepcional imponencia.
Alem do Iastre governador civil
do districto, dar-no-hão n’esse dia a
honra da sua visita delegados do di-
rectorio e representantes da com-
missão districtal e da commissão de
defesa dos interesses da Certã, que
em Lisboa tantas provas de dedica-
ção nos tem dado.
No comício far-se-ha a apresen-
tação dos candidatos.
*
A commissão municipal republi-
cana da Certã, convida o povo d’es-
te concelho para um comicio que
deve realisar-se no dia 14 do cor-
rente, á 1 hora da tarde, na Praça
da Republica, ao qual assistem o
ex.Ӽ governador civil do districto,
delegados do Directorio e represen-
tantes das commissões districtal e
de defesa dos interesses do nosso
concelho, e em que se apresentarão
os candidatos a. deputados por este
circulo.
— “EIA
Affonso Costa
Tem passado alguma coisa in-
commodado de saude, este illustre
estadista,
FACTOS E BOATOS
Registo Civil
Durante o periodo décorrido de
27 de Abril proximo passado a 3 do
corrente o movimento de registos
nesta repartição foi:
INE Ia o TA Elsie Jess usos ade VE)
DILOS ata qodo oie CTA na jeas a E Re RR
———Sy0C-———
Seminario de Sernache
O sr. conego Manuel Anaquim,
pediu a demissão do seu cargo de
Superior do Collegio das Missões
Ultramarinas.
Consta que o governo está na in-
tenção de supprimir esse cargo, ea-
tregando a gerencia do estabeleci-
mento ao reitor.
No Seminario continua tudo em
socego, funccionando todos os ser-
viços regularmente.
O relatorio da commissão de syn-
dicancia já foi presente ás instancias
superiores,
Falleceu a sr. D. Anna de Jesus
São José Ferreira, tia dos nossos
“assignantes, srs. Albano e Antonio
Matheus Ferreira, a quem, assim
como as suas familias, enviamos os
nossos sentimentos.
“SO 0C-———
Foi creada uma escola do sexo
feminino na freguesia do Castello,
d’este concelho,
— — SD00C-————
Pelo sr. João Goncalves d’Almei-
da, conductor das Obras Publicas
foi, por ordem superior, vistoriado
o edificio que, em cumprimento da
disposição testamentaria do. falleci-
do dr. Francisco Barata Relvas, foi
construido em Oleiros para o fim
de n’elle se installar o hospital da
misericordia.
Presidiu o digno administrador do
concelho, assistindo o sty Fruc-
tuoso Pires, como procurador do
testamenteiro.
Como de costume, realisou-se no
dia 3 do corrente, a feira de santa
cruz, em Proença-a-Nova, que este-
ve bastante concorrida.
—— Soco —
A seu pedido, foi collocada na
inactividade a digna professora offi-
cial da freguesia de Pedrogam Pe-
queno, sr.” D. Adelaide de Marinha
Nunes.
CHRONICA TRIPEIRA
Bolieiros, cocheirose chauffuers
(Rriptyco)
(A D. Adelina “Barros
e Henrique Barros, futu-
ros -collaboradores da
«Chronica tripeira».)
O bolieiro
Vulto importante, que. passou á.
historia.
Aqui, ha cem annos—o -leitor
lembra-se, não é assim ?-—podiam
offerecer-lhe os thesouros; de Salo-
mão, ou o throno: d’om rajah,. que
elle os não trocaria, por. esses seis
palmos quadrados de almofada, em
que se sentava, hirto e magestoso,
sustentando com a mão esquerda
as multiplices redeas, que subjuga-
vam o tiro dos seus seis ou sete ca-
vallos, e empunhando na dextra o
seu sceptro: um longo chicote de
bicha que elle, com braço athletico,
fazia estalar. -temerosamente, de
quando em quando, no ar.
Nºesses momentos, quando em-
poleirado no alto da diligencia, uma
aura de respeito o cercava, havendo
até quem o olhasse com a sua pon-
tinha de inveja.
Concorria para isso uma multipli-
cidade de causas, 2ão sendo, decer-
to, das de somenos importancia: o
pittoresco e o vistoso do seu traje.
Chapeu bicorne, posto de travez,
uma jaqueta muito cintada, faixa
garrida, cingindo-lhe o meio do
corpo, bota de cano alto, com as
prezilhas pendentes para o lado de
fóra, tudo isto se completava com
um cachimbo entalado a um canto
da bocca e uma face escrupulosa-
mente escanhoada, d’onde surgiam
a furto umas ligeiras suissas: O que
dava, como resultado um todo ori-
ginal, typico e, até certo ponto,
sympathico. Í
A. este conjuncto, algumas vezes
faltava o cachimbo, pois que nem
sempre o bolieiro fumava. Por ve-
zes, tomava rapé, dando-se então,
como diz o nosso Ramalho, o cu-
rioso facto de, occupadas, como le-
vava as mãos durante o trajecto,nte o trajecto,@@@ 1 @@@
ter de se pitadear por mão alheia,
Para espirrar é que não precisa-
va de auxilio, Trovejava, elle sósi-
nho, um eyclopico espirro ques mais
al
mio, não precisando d’auxilio: beber
aguardente ou jurar pragas. O seu
vocabulario faria corar Fegateiras
do mercado, ou sargentos. E é, de-
certo; por “atavismo, que esses jo-
vens, que se dessoram: imbecilmen-
te, encostados por praças, passeios,
ou ruas da moda, burilam, tão mal
cheirosamente, as suas phrases oc-
cas. Contam, á certa, na sua linha-
gem, um ou mais avoengos bolieiros.
O luxo do bolieiro,o seu brio, a
sta presumpção, depois’ da corre-
cção: em conduzir “o tiro,eram as
chicotadas, coisa a que elle buscava
“imprimir todo o rigor dos preceitos
da arte.
Estender, com magestade, o bra-
ço direito, largar a comprida” bicha
do chicote, puxar, de repente, tudo
para si, fazendo, bastantes metros
adeante, estalar a pita do chicote,
mesmo na ponta da orelha do ulti-
mo cavallo da frente, era coisa que
lhe conquistava “um mixto dé res-
peito e terror e que- fazia com que
o bolieiro, pelo seu lado, ficasse
muito desvanecido do seu merito, |
reputando-se um heroe. |
“Tinha orgulho das suas parelhas,
sempre escolhidas, sendo cuidado-|
so, até ao requinte, com Os seus
animaes, 1 1
duranit
Iprodiga-
a, lhe nai
lisasse, garbosamente, chicotadas a,
êsmo. cinta
Recolhidos, p os“cavallos á
estrebaria, era jaffabilissimo com el-
les. Acariciava-os com palmadas na:
garupa, revistava-lhes as pernas e
Os cascos, examinava-lhes a bocca
e empanzinava os-=não á sua custa
=—com largas rações: de fava ou
aveia.
Um dia, começaram a abrir-se
longas estradas; | guarnecidas de tri-
hos d’aço, Era a locomoção acce:!
lerada; que chegava. E o apito das!
machinas transformava-se; pará” o!
bolieiro, em lugubre dobre de’fina-
dos.
Estava terminado o seu feidádo
e o do’chicote de bicha. Já não ha-
via passageiros para’ as diligencias,
ue, immobilisadas, se desfaziam a
entro das cocheiras.’
Reduzida a proporções mais co-
mezinhas a tarefa do conductor de
gado de tiro, desapparecia o boliei-
ro, mas surgia O cocheiro.
Ceci tuerá’ jeelá !
o cochelro
Gomo: tentativa de classificação,
dividiremos os-cocheiros em cochei-
ros de particulares e gm cocheiros
de, alquiladores e: trens de:praça:
O primeiro constitue o elemento
aristocrata, ococheiro| pur sang, o
cocheiro que’se, préza, a quintes-
sencia: do cocheirismo (Deixem pas-
sar’ o neologismo. ). E distingue-se do
cocheiro «e praça, do cocheiro pe-
lintra; do cocheiros rufião e fadista,
como o vinho! generoso da agua
chilra.
E” gordo; por via de regra; con-
sequencias da sua: lauta meza, bem
superior á de muitos primeiros offi-
ciaes de repartições publicas.
Cara glabra, rigorosamente barbea-
da, collarinho relusente, bota de
canhão de camurça e sobrecasaca
de bom córte, não seria preciso mais
para, logo à primeira vista, se reco-
fiscero o cocheiro.de casa: particu-
an. os
– Coisa, chic; :é tambem quasi só
como accessorio ornamental que o
patrão o mantém. Porque, de resto,
quando precisa dos seus serviços,
nunca tem homem.
Umas vezes, é a molamestra do
| relha não poder utilisar-se nem de
* um, nem d’ouútra.
“não “obstava aque,
voz DO POVO
coupé que está a partir; outras é O
cavallo, que parece estar com uma
dôr; outras, emfim, é uma ou outra
causa ponderosa o que dá sempre em
resultado o dono do carro e da pa:
Outra singularidade do cocheiro
aristocrata: anda todos Os Ea a
salvar a vida do patrão. 3!
&… porque, quando sahi dg co-
cheira, o cavallo da sella parecia |
não querer dar pelo governo. Che-
go-lhê uma pontinha de chicote. En-
tão é queo cavallo ficou! Eu ia firme |
ao governo; mas.o.. animal nem. pe-
los diabos socegava. Até que, em-
fim, reconheço que, elle tomava o
freio nos dentes. Estavamos perdi-
dos! Mas eu firmo- me, O melhor
que pude, na boleia e não afrouxo a
mão da redea. Vou. governando o
melhor que posso até que chego à,
Avenida, E largo, então, a redea
toda, Aquillo é que era correr ! Sem
perder o sangue frio, vou levando o
governo com muito cuidado. Os
cavallos suavam que pareciam um
chafariz. Mas, pouco a pouco, co-
meçam a afiouxar, a afrouxar, a
frouxar, até que, emfim, pude sus-
tera PRA Estavamos salvos por
um milagre !»,
(Continúa)
É Rhuy Pires.
Pelo mundo litterario
POESIA nego
* Folha! seca, desprezada
: rastejando 0! conoio!
nei pm poeira,
onde, vaes n’essa carreira ta
“”Para’ onde é’o teu destino? af
“onde vaes 1153
a correr
dize folha, iyaes morrer !? |
CA CRSO 9 E perpassa
à *innocênte |
é traidor
á tua perdida côr?!
A tempestade arrogante
dir-te-hia
o-motivo
de teu sofer tão esquivo 1? |.
Dize folha secca, triste,
arazão
* desesp’rada
dessa vida desgraçada.
Que levas, folhinha errante ? !
e assim
3 saberei
| O que inte’gora não sei!
Tu, folha triste, perdida
muito embora,
não me digas
“o motivo das fadigas. ‘
As Pe razões
eu já sei
que rastejas
por campo que não desejas,
“Tal qual a“humanidade
( que insensata
vive errante
em poeirada humilhante !
Proverbios de Salomão
Não ‘vem das mais longínquas regiões
Preciosidade que se ponha apar
D’uma esposa solicita, exemplar !
Com essas condições
Feliz do que a olhar!
x
Não te gabes a ti;
Outro que te elogie,
Xe
Mel, se o achaste,
Cóme o que baste :
Não te sacies!
Senão, depois. fs
Talvez te enjões
* Eiagonies… í
Jodo de Deus
AI EE Pe
Pequena correspondencia
Dignaram-se pagar as suas assignaturas,
os srs. Joaquim Affonso Junior, José da
Silva Girão e Carlos Ascenção
Agradecemos,
-Ta a! abominação! moral, sy 4)
Governo e povo
As instituições, por muito boas
jam, não são sufficientes, pa-
o E do caracter nacio-
dualmente, e o espirito-que domina
as; suas, acções; que; determinam a
situação moral e a estabilidade das
nações.
O governo, por fim de contas,
costuma não ser melhor do que o
povo que elle governa,
“Quando a massa tem consciencia,
moral e bons costumes, a nação é |
dirigida honrada e nobremente; mas
se, pelo contrário, está corrompida,
“ tem’o coração egoista e deshonesto,
o dominio: da impostura é inevitavel.
A unica barreira que se póde op-
pôr ao despotismo da opinião pu-
blica, quer da maioria, quer da mi-
noria, é a liberdade individual illus-
trada, e ‘a púreza do caracter pes-
soal.: Sem isso não póde haver n’u-
ma nação nem vigor, nem indepen-
dencia. Os direitos politicos, qual.
quer que seja o seu desenvolvimen
to, nunca poderão elevar um povo
individualmente depravado.
Na verdade, quanto maiscomple-
to fôr,o systema do sufiragio popu-
lar, quanto mais perfeita a sua pro-|
tecção, tanto mais se reflectirá o ver-|
“dadeiro’ caracter do: povo, ‘como so-
bre “um espelho, nas suas leis e’no,
“seno governo. A imoralidade politica”
“nunca póde ter uma existencia soli-.
da sobre uma base de immoralidade,
individual.
“A liberdade, mesmo, nas” fios |
d’um “povo envilecido, acabará por,
ser um pretexto para ia licença epa,
miles.
Carteira, semanal fel
Fizeram, annos : o
No. dia 3a sr* D, Maria e Ui
va Mella, e a menina Isabel de Cam-
pos “Dias.
Hoje-—a! sr D. Beatriz Novési;
No dia -g-—o sr Ivo W Abreu Ba-‘
rata dos Reis, e seu filhinho, Ivo.
“Tem passado incominodada de
saude a sr.” D. Floritidá Ma
dc n sua Ea estevecem Cas
tello Branco, osr. Augusto Rossi.
—Esteve em Procnça-a- Nova, o
sr. dr. Joaquim Tavares.
Regressaram a esta gilla asp! D.
Margarida de Sanches Rollão, e seu
mano João.
Passou alguns Sgiado nesta villa, o
sr. José da Silva Bartholo:
O.st- ocê d’Azevedo Bartholo
tem continuado a sentir melhoras,
o que muito sinceramente estima-
mos.
Sahiram para Africa os nossos as-
signantes, srs. João dos Santos, e
José Martins da Silva.
“Conselhos aos, lavradores
o mildio eos saes de cobte
Perante a-enorme extensão toma-
da em 1910 pelo míldio nos vinhe-
dos, e em face da extraordinaria
deficiencia que se, notou na ultima
colheita, alguns viticultores e espe-
cialistas não: hesitaram em procla-
mar a inefficacia dos saes’ de cobre
e de todas as caldas apuCrypróga:
micas em geral.
Sobre o assumpto ‘ fez-se um in-
querito, que deu resultados interes-
santes, dos: quaes alguns, de que
seguidamente damos’ notícia, mere-
cem especial referencia,
RM 1100. 100 1.00
Os tratamentos mais importantes
são os primeiros, isto é, aquellcs
que precedem a’fructificação. Ora,
o certo é que asdoençatem appare-
cido mais amiudadas vezes em maio
e não temusidoicombatida senão em
São os Rs tomados: indivis |! Janho» ghando, Ho Radio haja fozer-
lhe.
E” preciso fazer-se O tratamento
precisamente na occasião em que a
vinha-se encontre em estado de re-
ceptividade, convindo, portanto, an-
dar depressa, ainda que seja debai-
xo de chuva, visto que o periodo
util; ;póde não. :ir além de dois ou
tres dias
As pulverisações de caida, retidas
em parte pelas folhas, não podem
cob | todos os bágos, sendo, por
isso, preciso completalias com pul-
vilhações de enxofre ou talco, coa-
tendo 5 a 10 º/o de sulphato de co-
bre. Os pulvilhadores devem se-
guir as’ pulverisações, | para que a
nuvem, de-pó seja mais, facilmente
retida pela humidade, que deixou a
sulphatagem.
Todos os viticultores que fizeram
Os tratamentos cedo e que os asso-
ciaram «a’ puivilhações opportunas,
salvaram as suas colheitas em todas
as regiões. E”, portanto, sômente a
inopportunidade « a imperfeição dos
tratamentos que se deve ter como
causa” prejudicial é de nenhum mo-
“do a’inefficacia, “dos saes | de-cobre.
Aconselha-se, como devendo ser
o, melhor, O seguinte methodo de
tratamento :
“ Fazer uma sulphatagem preventi
va, com a calda cuprica, antes que
“o míldio tenha apparecido na região,
sejam quaes,. forem, as. dimensões
, dos orgãos da vinha, ,
De ordinario e na pratica aconse-
lhamos o emprego da primeira sul-
phatagem quando-a vinha ou antes
os pampanos novos teem; um: palmo
“de desenvolvimento.
Renovar esta sulphatagem, de um
modo opportuno, sempre que a vi-
“nha ‘se “encontra em estado de rece-
* ptividade’isto é, todas’as vezes que
| -coincidam um abaixamento de: pres-
são; barometrica e um abaixamento
de temperatura. y ,
; Em geraltrez applicações bastam,
isto é: a primeira quando como aca-
bamos de dizer a videira tem um
palmo, a segunda/3 semanas depois
eia terceira, outras. trez semanas
depois, salvo se sobrevier qualquer
chuvada que então torna necessario
6 emprego de mova ‘sulphatagem
“após ‘o“tempo levantar.
E! um; preconceito tambem ode
o; lavrador, empregar, uma calda
mai» fraca na primeira: suphatagem.
O processo a seguir para a pre
paração da calda é o seguinte.
Em 100 litros de agua” lançam-se
a-dissolver 2kilos:’de’sulphato de
cobre de boa qualidade; desprezan-
do por; conseguencia, os offerecidos
a buixo preço, mormente no corren-
te anno em que o seu custo em
grandes quantidades é deveras ele-
vado.
Para ‘ melhor |se dissolver o sul-
phato deve elle; ser collocado n’um
sacco ou n’um cesto que se mergu-
lha na agua, aparte deita-se em pou-
ca agua 2 kilos de cal.
No dia seguinte vae-sé juntando
a calgo sulphato até que mergu-
lhando na mistura, “depois dé bem
mexida uma tira de, papel carminel
elle tome a côr vermelha que é in-
dicio de estar bem feita a calda ou
sulphato como vulgarmente lhe cha-
mao lavrador e só então se deve
empregar.
E” muito importante que os viti-
cultores tomem as disposições ne-
cessarias para assegurar a execução
rapida dos tratamentos cupricos.
As vinhas deverão ser mantidas
em bom estado de vegetação para
offerecer uma resistencia maior ao
míldio.
míldio.@@@ 1 @@@
Os tratamentos applicados a tem-
po salvam as colheitas.
Identico tratamento se emprega
para combater a doença das bata-
teiras devendo fazer-se o seu em-
prego antes da: doença se manifes-
tar.
O lavrador que experimente e
verá como colhe bom resultado da
experiencia.
Cardoso Guedes.
– Cantos d’alma
(A’ guitarra)
V ,
Quem diy—amor, diy-—saudade,
Creou-os Deus n’um só dia:
Mas se um nos diz —alegria
O outro só—crueldade !
Al-Sifero.
— ANNUNCIOS |
Dies pass Mustraos
Em troca de estampilhas usadas,
de D. Manuel, com e sem Republi-
ca, dão-se lindissimos postaes a co-
res:
Por cada 10 sellos… 1 postal
puto BS ms. 6ipostaes
» » 1oo Dos 12 »
Antonio Barata C. e Silva
Rua Serpa Pinto—CERTÁ
Comarca da Certã
1.º officio
No: dia 14: do proximo maio, pe-
las 11. horas da manhã, á porta do
tribunal d’este juizo, em virude dos
autos d’inventario orphanologico por
obito de José Dias Branco, que resi-
dia no logar do Villar Chão, d’esta
comarca, são postos em praça para
serem arrematados a quem maiores
lanços offerecer acima dos valores
que lhes vão designados, os seguin-
tes bens, a saber: 1.º, uma terra de
cultura com oliveiras e matto, no
sitio da: Corga do Lume, limite do
logar da Lousa, alodial, nó valor de
2208000 réis; 2.º, uma terra de cul-
tura cóm agua nativa e testada com
oliveiras e matto, no sitio da Lsdei-
ra das Covas, limite do Villar Chão,
alodial, no valor de 1I2bv00o réis ;
3.º, umas oliveiras com sua terra,
no sitio da Vinha, limite do Villar
Chão, slodial, no valor de 368000
réis; e uma terra de semeadura, no
sitio da Ribeira, limite do Villar Chão,
alodial, no valor de 308000 réis.
Polo presente são citados os cre-
dores incertos para deduzirem os
seus direitos, querendo, no prazo le-
gal.
Certã, 21 de abril de 1911.
O Escrivão,
Antonio Augusto Rodrigues
Verifiquei:
O Juiz de Direito,
2 Sanches Rollão I
Annuncio
Pelo Juizo de Direito da Comar-
ca da Certã e cartorio do escrivão
David, vão á praça para serem ven-
didos, em hasta publica no dia 21
do proximo mez de maio, por 11 ho-
ras da manhã, á porta do Tribunal
Judicial, d’esta Comarca, pelo maior
lanço oferecido acima da avaliação,
os bens seguintes:
Uma morada de casas com todos
os seus logradouros e mais perten-
ças, sita no logar do Algar; avalia-
da em vinte mil réis.
A quarta parte de uma terra de
VOZ DO POVO
cultura com oliveiras e testadas de
matio e pinheiros, sita ao Valle do
Assenço, mixta com Francisco [da
Silva, e outros; avaliada em cincoen-
ta e quatro mil réis.
A quarta parte de uma terra de
cultura com oliveiras, sita no Algar,
mixta com Manoel da Silva, e ou-
tros; avaliada em sessenta mil réis.
Uma terra de cultura com olivei-
ras e matto, sita ao Valle da Peleja;
avaliada em oitenta mil réis.
Estes bens foram penhorados nos
autos civeis de execução por custas
e sellos, que o Ministerio Publico mo-
ve contra Joaquim da Silva, soltei-
ro, maior, do logar do Algar, fre
guezia do Pezo, pela quantia de oi-
tenta e sete mil quatro centos e trin-
ta réis.
Pelo presente são citados quaes-
quer credores incertos; nos termos
da lei,
Certã, 20 de abril de 19i1.
O Escrivão,
Adriano Moraes David
Verifiquei a exatidão
O Juiz de Direito,
2 Sanches Rollão I
Annuncio
Pelo Juizo de Direito da Comar-
ca da Certã e cartorio do escrivão
David, vão á praça, para serem ven-
didos em hasta publica pelo maior
lanço offerecido acima de metade
do seu valor, no dia 14 do proximo
mez de maio, ás 11 horas da ma-
nhã, á porta do Tribunal Judicial,
os seguintes bens:
Metade do dominio util d’um
praso foreiro a Libanco da Silva
Girão, de Sernache do Bom Jar-
dim, em cincoenta litros de azeite,
cincoenta e quatro litros cento se:
tenta e seis mililitros de pão mea-
do, de trigo e centeio, e uma galli-
nha; imposto nas seguintes glebas:
1.º Uma terra de semeadura com
oliveiras e outras arvores e casa de
habitação no logar “da Serra do Pi-
nheiro.
2.º Uma courella de terra com
oliveiras e sobreiros, no. sitio do
Valle da Arminha ou Poço Carta-
xo; avaliada a respectiva metade
em cincoenta e dois mil quinhentos
e vinte reis.
Foram penhorados na execução
que aos termos do Decreto de 29
de maio de 1907 Antonio Hyppo
lito, casado, proprietario, do logar
da Passaria, d’esta freguesia e co-
marca da Certã, move contra Ma-
noel Nunes Calvario-e mulher Ma-
ria de Jesus, proprietarios, do logar
da Serra do Pinheiro, da mesma
freguesia e comarca, pela quantia
de quarenta e oito mil quatrocen-
tos € oitenta reis.
Pelo presente são citados quaes:
quer credores incertos, nos termos
da lei,
Gertã, 30 de abril de 1911,
O escrivão
Adriano Moraes David
Verifiquei:
O Juiz. de Direito
I Sanches Rollão I
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Juizo de Paz de Oleiros
No dia 14 do corrente, pelas 11
horas da manhã, á porta da casa
que serve de Tribunal n’este Juizo
de Paz, sita na rua da Praça, em
virtude da execução movida por
João Martins, casado, negociante,
da villa de Oleiros, contra José Jor-
ge e mulher Rosaria Joaquina, das
Sardeiras de Baixo, freguesia de
Oleiros, volta, pela segunda vez á
praça, por isso que na primeira não
obteve lançador, para ser agora ar-
rematado a quem maior lanço offe-
recer acima do valor que lhe vae
designado, que é metade da primi-
tiva avaliação. Uma terra com cas-
tanheiros, pinheiros e matto, sita
no Charrim, limite das Sardeiras
de Baixo, no valor de desenove mil
réis.
Pelo presente são citados os cre-
dores incertos para: deduzirem os
seus direitos, querendo, no prazo
legal. |
Oleiros 2 de maio de 1911.
O Escrivão,
Antonio Martins Salgueiro
Verifiquei
O Juiz de Paz, 1.º substituto
I João cântunes I
Annuncio
Pelo Juizo de Direito da Comar
ca da Certã e cartorio do segundo
officio, no inventario orphanologico
do padre João José da Silva; das
Cimadas Fundeiras, d’esta comarca,
correm editos de trinta dias a con-
tar da segunda e ultima publicação
do annuncio no «Diario do Gover-
no,» citando os credores Manuel
Martins Vaccas, herdeiros de Fran-
cisco Pedro, dos Valles de Cardi-
gos e Luiz Alves Miguel, de Lisboa,
actualmente ausentes em parte in-
certa, para assistirem a todos os
termos do inventario e deduzirem
os seus direitos.
Certã, 2 de maio de 1911.
O escrivão
Francisco Pires de Moura
Verifiquei
O Juiz de Direito
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