Echo da Beira nº177 06-07-1900

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“ADMINISTRAÇÃO
RUA SERPA PIXTO—CERTA
ODicector politicos = a bi 29
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INISTRADOR
“JULIO FERREIRA
E — -ASSIGNATURAS, | -MEMORANDUM E = ANNUNCIOS
On jsana areas eo riste Ned seria des ds lc200 | A correspondencia relativa à sad eptos da. redacção ao dis Cada linha ou espaços .c:ccensensteccr mec o ÃO TOI8
Semestre, ..ccscecersdsncsscoscara cercando. 600. 4 rector do jornal para Sernache do cardim: o da adimínis: | Ropetigõessa lo ericrevercstisi centers 20 reis
É Brazil —Anno. E SRP Ud aS E GR SC RR É EO O Ra OLD LO . 35:000 |
— Africa— Anno. csceroscecassce sas. 000000005 2:000 :
Numero à vulsO..ccorincsscocssassr saco sessa 30
ECHO DA BEIRA
Se eu quizesse explicar aos
meus leitores vomo nasceu este
“jornal havia de esbarrar -com
“«graves-dificnidades.
% “Tinha boa vontade, sine
Ê. sda
E
Nasceu para ahi, quasi sem
* eu dar por-isso: e se não pode
uifirmar-se que foi completa-
mente ao acaso, como os cogu-
melos, não é atriscado dizer-se
“que nunca-reflecti na sua crea-
“ção.
O que é corto é que pelos’vao-
vens da sorte e aos empurrões
‘da politica achei-me um dia a
redigir um jornal. .
Estava eu feito jornalista,
politico e progressista. a
Era mau ser jornalista, prin-
“eipalmente sem aptidões, e pei-
or era ainda ser politico, não
tendo valimento. ER
exi-
de e os enthusiasmos quen-
tes da mocidade: tres qualida-
des que parecem tres virtudes
e’que são afinal tres males
qualquer dos quaes, só de per
gi, é bastante para derrubar
um politico.
D’ estes males me consola-
va com o meu terceiro predi-
cado—ser progressista, contra
os amigosque me bradavam que
aquelle era o peior. Adeante,
Aliviava-me entretanto as res-
ponsabilidades, a circunstancia
de ser ayenas um soldado raso:
as honras do commando
PIN À
Ê
e tenciam à pratico mais avisado,
a braço mais masculo.
Pouco tempo depois fallecia o
meu querido e chorado amigo,
dr. João Ribeiro d’ Andrade, e
com elle baixava à sepultura o
seu grande valimento, os sabios
conselhos da sua experiencia e
o respeito do seu nome honra-
do, e contra as arestas do . seu
am, como bo-
rueiras aspira-
58 discutidas €
tumulto se desta
las de sabão; 1
ções tantas vo;
ancalontadas.
-O ultimo numero deste jor-
nal devia ser aquelle em que
“chorei o seu passamento, mas
Wteimozia, mais do que a con-
vineção, fez-me manter este jor-
nal que sustentou e antescoloriu
de que desmaiou a sua côr par-
tidaria, leal e devotadamente
Nor
a
ema meme
Et PAR, ELIAS
progressista.
Pouco depois, e quando já
me-ia convencendo que 08 me-
us peiores Imimigos eram os
meus, levantou este jornal
uma questão, que era mais
ido que politica—uma questão
de moralidade, um ataque,
má cara, aos cofres muniei-
paes, apenas defendidos por
tres homens de bem eindepen-
dentes e-que n’esta questão di-
guamente inscreveram o seu
nome na historia d’este conce-
lho—os ers. dr. Guimarães,
José Diniz e Lima.
Venceu a prepotencia e foi
vencido este jornal porque um
‘meu leal e independente correli-
gionario, que não conhecia a
questão, segundo me disse mi-
nuto antes, honradamente vo-
tou o desperdicio. Por interme-
dio do jornal e particularmen-
te, recorriá intervenção tutelar
do nobre governador civil que,
mais nobremente ainda, pro-
metteu o seu véto.:
Pediram-lhe os contrarios:
hesitou.
Disseram-lhe que era uma
questão de capricho contra o
jornal: decidiu-se logo,
E, pouco tempo depois, a
deliberação da camara era ap-
provada, comuninicada e poa-
ta em execução.
Para mim nem uma pala-
vra de explicação.
Comprehendi-o bem,
Era a ‘condemnação brusca
e abrupta da campanha.
Gemeu a moralidade, pela
politica.
“A publica exauctoração do
jornal,
O que outros fariam não o
fiz eu, que não tugi nem mugi
econtinuei na defeza das mes-
mas ideas politicas, com c mes-
mo ardor e tenacidade.
Um dia, naturalmente por
distracção, o meu. partido me-
teu a politica uma hospital do
districto—o de Penamacôr, e
os gárrulos lá do sitio, apro-
veitando a desprevenção do sr.
governador civil, iam por lá
fazendo coisas extraordinarias,
O Echo do Beira gritou con-=
tra taes abusos, e a situação
modificou-se.
o
tração ao administrador para a Certã.
“Este jornal é impresso na Rua Serpa
O editor é o director politico, que é tambemo seu proprietario.
maior, com indice expurgatorio.
Até a propria e pudica im-
| prensa progressista nos cortou
‘as suas relações, negando a
sua permuta como reprobo.
Fui-me rindo de tamanha in-
sensatez politica, deitei o caso à
“conta dos meus pecoados: se
não era de molde a avigorar
erenças é enthusiasmos tam-
“bem não podia trazer-me desa-
nimos .ou esmorecimentos. E,
sinceramente ecom o mesmo ar-
dor, mantive a attitude do jor-
nal, attitude que honradamente
tem continuado até hoje e con-
tinuria, não obstante a serie
successivas de decepções e de-
senganoy que o tem batido.
Cixcunstancias, porem, que
ordem politica, tanto
julgar melhorada recentemen-
te, a minha situação, obrigam-
me à interromper por algumas
| semanas, a publicação d/ este
jornal.
Não me despeço dos meus
leitores e de todos aquelles qu:
por qualquer modo me teem a-
companhado e auxiliado n’esta
tperegrinação jornalistica mas
aproveito esta occasião para a
ltodós enviar os mais vivos €
cordeaes agradecimentos, af-
‘frmando-lhes que para este
descanço voluntario pouco
doradenro e depois dama vi
da bastante agitado não levo
ressentimentos nem reservas
“e
| contra ninguem— affirmo-o sin-
ceramente,
Rn Grp Fo) cd º fo:
|. Se deixo inimigos, lamento-
(o deveras, e, podem tambem
erel-o– fil-os involuntariamen-
te porque nunca escrevi com
t
Fal

mcores nem; com intenções
reservadas. Poderei ter sido a-
paixonado, porque a paixão a-
taca de preferencia os que an-
dam na imprensa, mas nunca
fui um vil ou um perfido, por-
que a tanto se opporia o meu
feitio, os meus sentimentos e a
minha educação. Creio bem que
as circunstancias se resolverão
no sentido da continuação da
publicação do Echo da Beira,
e aproveitaremos esta. inter-
rupção para lhe introduzir im-
portantes melhoramentos,
Pinto no AO,
“Foi a nossa excommiunhão;
lamento, mas que não são de
1 Eta
m ais:
que tenho boas razões para
No corpo do jornal… …..c0.:>:.»e & linha 100 reis
eme
aan
CARTA DE LISBOA
ce tear Ee
Escrevo-lhes sob a impres-
são da noticia de que o nosso
Echo vas imterromper, pelo me-
nos temporariamente, a sua pu-
blicação regular. Causou-me
a maior magua essa noticia.
Costomara-me a estas conver-
sas semanaes com leitores des-
conhecidos para mim, mas que
eu me comprazia em suppor que
liam com sympathia as núnhas
despertenciosas cartas. Costo-
mara-me-a dar-lhes a impres-
são sincera do meu espirito,
colhida dos acontecimentos dos
últimos “dias, fazendo-o com
absoluta verdade, sem preocu-
pações nem arribiques de for-
ma, mas: com inteira lealdade
de pensamento, procurando
furtar-me a qualquer imperio
de paixão partidaria e dizer o
que via e sabia d’este kalen-
doscopio . politico, tão rico. de
sensações e acontecimentos im-
previstos. De
mé. Immen:
jornal como este. Não o. digo
para lisongear ninguem, Mas
nenhum outro conheço. na im-
prensa da provincia, que, me-
lhor do que elle, saiba con-
servar uma lucta mais apru-
mada de proceder, defendendo
as suas crenças com dedica-
ção, mas sem sirvilismos, e sa-
bendo honrs» e castigar, quem
de honra ow castigo é
mais
Mal
horas
150 anota!
& merege-
dor, sem se preocupar em in-
dagar primeiro as filiações po-
liticas d’aquelles que aprecia
pelos actos da sua vida pu-
blica.
O director do Echo do Beira,
digo-o sinceramente, arrostan-
do com o perigo de lhe ir fe-
rir os melindres da sua n:cdes-
tia, embora com a esperança
de que elle só leia estas pala-
vras depois de publicadas, é
um jornalista digno de figurar
em scena de mais largas pro-
porções. &
Vigoroso na forma, sem se
afastar da linha de cortezia
que se impõe a todo o homem
ds bem, convicto de todas as
ideias que defende, espirito de
darga e solida illustração, os
apradavas!
nuno
“Annúncios permanentes preço convencional.
“Os assigiantes toem o abatimento de:20,)º.
CNES
seus artigos teem-me inspira”
do sempre o respeito que se
deve aos que sabem pugnar
com elevação e galhardia pelos
melhores ideaes da sua alma
e afíectos mais puros do seu
coração. Entre estes destaca-
se no distincto eseriptor, o a-
mor que tem pelo torrão em
que nasceu, pelo concelho de
que é decerto um dos filhos
mais illustres e mais justamen-
te queridos.
Vejo pois fugir, com verdas
deira saudade esta camarada-
gem espiritual, que tanto me
agradava, Um outro desgosto
me fere ainda: o de não ter ti=
do nunca ensejo de pugnar
aqui por qualquer melhora-
mento de interesse para esse.
concelho, o de chamar a atten-
ção dos poderes publicos para
as suas ligitimas aspirações.
Espero ainda que o Echo re=
nascerá, com todas. as suas
qualidades e meritos, com as
suas crenças politicas revivifi=
cadas e o mesmo amor. pela
terra cujos interesses especial»
mente defende. Voltarei então
para o meu posto, Ássim con-
to pelo menos, e esse dia será
de verdadeiro prazer para mim
*
*% *
O ministerio tem apenas di-
as de existencia e já se falla
em crise, em ministros naufras
gados, em prove.veis substitui-
ções, em que isto não pode con=
tinvar assim. E” caso tão nova
e original, que precizo que te-
nhaa muita confiança na sin-
ceridade das minhas palavras,
para me atrever a reproduzir o
| que aqui se diz, sem que stip-
ponham que estou apenas dan-
do curso ao que me dicta a
propria phantasia. Logo que:
se organisou o ministerio, não
houve regenerador, por mais
famoso que elle fosse, que não
conhecesse a fraqueza que elle
revelava.
O sr. João Franco recusava-
se a dar qualquer elemento.
que auxiliasse o novo gabine-
to. Alem d’isso antigos minis+
“tros, dos de maior credito, co=-
imo os srs; Antonio Azevedo q
Moraes de Carvalho e Fredige
rigo Arouca negataiu-se tsse ts@@@ 1 @@@
– Soilmente aproveitado do isola-
z é us Wên
q ea ”
É. e
dam a embarcarimofragil ba:
del, Deste modo vo-sr. Hintze
«encontrousse só e o-seu gabi: |
mete constituiu-se de tal modo,
“aue-todoso tomarâm:como um
representante de «companhias
qpoderosas, que se-haviam -ha-
FUNERAL
Dorme o seu derradeiro som-
no na“fria morada do seu jazi-
go do cemiterio de Semache,
D. Maria das Dóres Martins
da Silva.
O seu funeral foi uma im-
ponente e carinhosa manisfes-
tação de saudade e respeito pe-
la sua memoria, e bem digna
mento em que ficara“o novo:
presidente »do – conselho.e sem
sconstancia, nem “competencia
pera arcar com -as “dificulda-
des de administração publica!
“3s ministros que mais assusta-
vam eram 0 sr: Arróyo, cujo
feitio é a anthitese da serenida-
«de e pradencia “indespensaveis
aum diplomata, «o -sr. Pimen-
tel Pinto,.o homem dos passes
e-gue d’outra-vez deixara da
«sua passagem pelo poder uma
ifaxa de odios e vinganças pes-
soaes e o gr. Campos Henri-
ques, um inullo inventado pelo
ist-João Franco, para praticar
entilezas como a troca dos
predios do Porto e dos cami-
‘mhos de ferro do Minho e Dou-
aro.
A breve trecho a afiirma-
ção do sr. ministro da fazenda
que ha-de equilibrar o orça-
mento custe o que custar…e
a quem custar, tremenda amea-
. Sa para o nosso pobrissimo
fuccionalismo, e a declaração) O funeral da desditosa se-
do sr. Teixeira de Sousa, de|nhor fez-se, como haviamos
que mandára suspender a por-|dito, na sexta feira, 29 de ju-
taria do seu antecessor, quepnho.
assogurava do alcool em An-| O cortejo funebre sahiu da
gola, uma receita para o the-[Quinta de Santa Cruz cerca
sonro de 450 contos, receita] do meio dia,
que até ágora não tem chega-| ana frente a irmandade do
do a 40 contos, vieram provar|S. Sacramento, de Sernache
gue es novos se mivelam com|seminaristas e ecclesiasticos.
os antigos e demonstrar o que | Logo a seguir, n’um coche uma
ha a esperar da sua acção ejuma de mogno com os restos
iniciativa, Os regeneradores| mortaes da finada, seguido de
andam desesperados. A alguns|Carro que conduzia as corôas
d’elles tenho ouvido aprecia-| Apoz iam as pessoas ami-
ções verdadeiramente injurio-|gas da infeliz senhora, cava-,
sas do ministerio e por isso já |lheiros das relações Paquella
todos perguntam quando cabi-| familia, serviçaes da casa, phi-
“rá este ministério de verão que ‘larmonica Bomjardim e muito
ainda tem apenas dias de vida. | povo.
Es e d Na egreja matriz foi resada
Sahiu para Águeda o sr. Augusto | Uma missa e cantado um offi-
Henriques Martins. cio, e pela mesma ordem o fu-
,
como «ella, viveu toda a sua
existencia para a sua familia e
dois maiores plinthos da sua
vida, os dois melhores relevos
do seu nome, os dois maiores
e melhores florões da sua glo-
ria, que ella amou inquebran-
tavelmente e praticou inexce-
divelmente. Quiz-lhes como su-
premo ideal, como summo bem
da existencia, servindo-os até 4
morte com a maxima tensão
da sua grande alma.
Familia! Caridade!
Eis toda a sua historia e to-
dos os seus meritos, Toda a
sua historia, que é um sacra-
rio e um manancial de virtu-
des, todos os seus meritos, que
são um throno e um luzeiro de
crenças!
%
era egsa manifestação quem,
para-a caridade, que foram os|
– ECHO DA BEIRA
..
aebre cortejo seguiu alli pa-
ra O cemitério.
da sr.* D. Guilhermina Tava-
res, pegaram as senhoras das
lrelações da illustre finada,
—Do coche ao jazigo foi o.
| caixão conduzido 4 mão pelos
parentes da fallecida. — Anto-
nio Pedro, Lambert, Moraes,
José Nunes da Matta, Daniel
Tavares, Antonio Correia da
Silva e dr. Abilio Marçal.
—O cadayer ficou deposita-
do no jazigo da familia.
—Dirigia o funeral o sr,
Daniel dos Santos Tavares,
As corêas
De lilazes, violetas, sauda-
des martyrios e amores perfei-
tos, com fitas pretas e a se-
guinte dedicatoria:
À memoria de minha queri-
da é saudosa esposa D. Maria
das Dores Martins da Silva—
Joaquim Martins da Silva.
– —pDe lilazes, violetase ro-
sas, com fitas pretas ea se-
guinte dedicatoria,
A! saudosa memoria da sua
irmã e Tia-—28-6-900— Anto-
mio Pedro da Silva e Filhos.
—De biscuit, com fitas rôxas.
A sua querida irmã D. Ma-
ria das Dores Martins da Silva
Januario 8. da Silva,
—Uma linda corôa, que me-
receu geraes elogios, feita de
violetas, rosas brancas e amo-
res perfeitos, com fitas brancas.
4º memoria da sua querida
Tia-— Laura e Moraes.
—De violetas, lilazes, amo-
«A” memoria da sua querida
Martins da Silva-—Theodozia
da Silva Matta e seus filhos.»
—De violetas, lilazes e sau-
dades.
Nas fitas roxas a seguinte
dedicatoria: «A sua querida
irmã e cunhada-Carolina da
Silva Lambert e seu marido.»
—De rosas, lilazes, violetas
—Aºs fitas do caixão, em
varios turnos, sob a direcção:
res perfeitos, saudades e fetos.
irmã e tia — Maria das Dores.
e sandades, e a seguinte dedi-
catoria nas fitas roxas:
«A. sua prima—28-6-900
Preito da familia Correia.»
-— De violetas, lilazes bran-
cos e rosas, com fitas roxas e
a seguinte dedicatoria.
«Último adeus 4 sua queri-
da amiga D. Maria: das Dores
Martins da Silva—Guilhermi-
na Godinho Tavares,» k
—De violetas e martyrios e
a seguinte dedicatoria — «A”
sua Querida amiga D. Maria
das Dores Martins da Silva:
Maria Albertina Leiteda Si-|
va, sua filha e marido.»
—De violetas, amores per-.
feitos e rosas, com fitas roxas.
Tinha a seguinte dedicatoria —
«A” memoria da sua querida e
chorada ama D. Maria das Do-
res Martins da Silva—Os seus
ereados.
—— 4 0c
Todos aquelles que-na soci
ta feira visitaram o cemiterio
de Sernache, tiveram oecasião
de, como nós, visitar a capella
ha porco construida e que é re-
almente niuito elegante.
Eram, porem geraes os cla-
mores contra a imperfeição e
mau acabamento da obra: a-
quillo é um escarneo é parece
impossivel que haja quem te-
nha coragem de pensar em re-
ceber uma obra em tal estado:
Do lado do poente existe, em
toda a sua altura uma enorme
fenda que debalde tem sido dis
farçada, havendo outras espa-|
lhadas por toda | aquella pare-
de, o que claramente mostra
não estar ella construida com a:
segurança necessaria,
Aquella parede parece uma
capa de pedinte, cheia de re-
mendos: aquelle ladrilho, da
[maneira como está assente, re-
vela a mão dum artista: pare-|
ce que andou por alli um sa-
pateiro de sovela na mão a:
deitar tombas,
E” uma vergonha!
Pouco nos importa saber
quem foi o arrematante da o-
bra, e pouco nos importa tam-
ERA
vo E = rem
bem como que venha a fazer
ja junta,
Dõe-nos, entretanto, ver as-
sim o dinheiro de esmolas tão
mal baratado, e se fôra Vivo o
padre Francisco Dias Bernar-
Ido, a cbra nunca seria acceite
n’aquelle estado.
Agora parece sobejar em
agua benta o que falta em es-
terupulos.
Fazem bem: 4 custa alheia
é que é fazer favores.
E quedamo-nos por qui
dixpediente
Aos nossos presados ass
signantes do Uliramar e
áqueiles a quem não pode-
mos fazer a cobrança por
intermedio do correio, pe-
dimos-lhes a fineza dé nos
enviarem a importancia
dos seus debitos.
Um artigo escripto n este
jornal, sobre o provimento das
egrejas das freguezias d’este
concelho, tem merecido as hons
ras da especulação de conspi=
tuos e honrados interpretes é
criticos.
O caso não tem importancia,
Não precisamos affizmar
que nada tinha o artigo com og
parochos do Castello e Cabes
çudo: quem tem n’este jornal a
particularmente, rendido tão
merecido elogio ao zelo e vir=
tudes d’ aquelles dois respeitas
veis sacerdotes, pode bem dis-
pensar-se de justificações.
De resto, toda a gente perce-
beu e alcance do axtigo e sas
|be-o o reverendo bispo d’esta
diocese: só onão querem enten- E
der os mal intencionados e com
esses não vale apena gastar
cera.
Diz-se que o artigo abrans
gia todos os parochos porque
todos são parochos encom-
mendados. Ha que distinguir.
Ha parochos encommendados
e parochos de encommenda; e
era a estes que nós nos re-
foriamos,
aerea cem meragaço mrccmten emp É qo comem erro crmmaa
FOLHETIM
du o fervor das crenças catholicas
levantou no mundo; debaixo d’aquel.
las arcarias aonde parecem peque-
E nas as pompas das procissões que
DE LISBOA AO CAIRO |as atravessam, manifesta-se a gran-
|deza dessa religião invencivel, que
PE assentou as suas basilicas nos ali-
cerces regados do sangue dos apos-
tolos e dos martyres, convertendo
as aras de marmore do paganismo
– fo as columnas de porphydo das
Aqui, sim, sente-se, bater o cora- mesquitas em outras tantas magni-
ção da Andaluzia. Tradições, len-|ficencias destinadas 4 adoração do
das, hostorias, monumentos, pintu-| verdadeiro Deus.
ras, belleza e asalero», arte e pos-| Como estudo architectonico, a ca-
sia, tudo se encontra na formosa e | thedral de Sevilha goza do privile-
opulenta cidade de 8. Fernando.
Sevilha, ao mesmo tempo que é/em pedra, de todas as phuses que
ur livco severo aonde se lôem as/atravessou a architectura em Hes-
memorias do passado, um museu ri | panha, desde os arabes até os noa-
quissim) onde se admiram as mais| sos dias, Arabiga em parte da sua
hellas creações do genio andaluz, | torre da Giralda; ogival no conjun-
representa a vivacidade e a alegrialto de sua vasta mole; mistura da
hespanhola em toda a sua petulan-| germanica e da greco-romana dos
cia. melhores tempos na sala capitular
Dentro da naves da cathedral, |e greco-romano da decademia na
uma das moles mais agigantadas [igreja do Sacrario, a architectura
dim Sevilha
gio de resumir a historia, gravada |
eee = rences
da cathedral de Sevilha é tão va-
riada como as diversas evoluções
da arte, de que foi theatro a Hes-
panha, ER
Sob o aspecto das artes plasticas
que repositório immenso! Diante de
nós, deslumbrando-se com a trans-
parencia azulada dos seus céos, com
suas tunicas ondeantes, com a ide-
alidado vaporosa e casta das suas
irgens, perpassam as creações
immortaes de Murillo.
Aqui Zurbaran, já com as vestes
roçagantes e a magestade pontificia
do seu admiravel 8. Pedro, com os
bureis e as estamenhas dos zeus
ascetas e dos seus frades inimita-
veis. Alh João das Roelas, o gran-
de pintor tonsurado, com o seu
quadro imponente de S. Thingo
que rompe sulcos de morte por en-
tre a mourisma enraivada na bata-
lha de Clavijo, um primor de ex-
pressão dramatica, de colorido, de
uia geral nos aocessioros.
e da pintura, que museu opulento,
combinação de grupos, do harmo-:
Mais adiante, Valdez Leal, Alon-
so Cano, Luiz de Vargas e o divi-
no Morales, cujas figuras de meio.
corpo da Virgem e de seu Tantis|
simo Filho morto nos braços, um,
«Ecce Homo», uma Dolorosa e S.-
João (para não citarmos outras) jus-
tificam de todo o ponto o epitheto
com que o seu raro engenho de
artista é celebrado nos fastos da
pintura,
Se de tantos quadros preciosos
volvemos os olhos ás riquezas de
esculptura que abundam em cardu-
mes, vêmos como que palpitantes
as poderosas musculaturas dos eu
vangelistas, as fórmas graciosas de
Santa Justa e de Santa Rafina de
Montanhez, o S. Fernando e o de-
voto S. José de Roldan, e mnume-
ras estritias de artistas insi
Fernandes Aleman, de Miguel Flo-
rentino e Cornejo,
Como chegamos a esquecer de
todo as desventuras e o abatimento
pauha contemporanea junto
da Hes
am em
palpitam nas telar prodigiosas de
Zuvbaran, de Alonso, Cano e de
Murillo, quer se modelem nas fór
mas colossaes das estatuas de Mon-
tanhez e de Roldan!
A pertam-comnosca porem as pon-
cas horas de que podemos dispõr.
Saiúmos «este recinto conjuntas
mente artístico e devoto, digamos
adeus à uma de ouro que encerra
as cinzas de S. Fernando, despe-
dindo-nos ao mestao tempo das ma-
gnificencias da sacristia. Ha n’e’la
uma custodia de prata riquissima,
que neccessariamente foi muito cu-
biçada pelos cantonaes durante o
seu ephemero predomínio, um tene-
brario para regalar os olhos a qual»
quer communista que o visse, é
vistimentas capazes de atirarem ao
chão com os conegos velhos que
as envergaram em dia duplex, tal
é a grossura do ouro que as sobres
carrega,
de tantas maravilhas da arte, queruer@@@ 1 @@@
Es obra de Pinheiro Chagas.
Ec died Na
si :
LIVROS E JORAMES
vocirs
einer
A Mulher do Redlejo. Tem
“eito sensação no publico a lei-.
“tura “este béllo ‘romance “de
Xavier de Montepin. Esta o-
“brado privilegiado romancis-
“ta vinha precedida de’tão ‘re-
“tumbante fama que a muitos
paréceu elopioso reclame, “Op
deitores e apreciadores, porem,
alfirinam que são merecidos os
elogios da critica, que o ‘ro-
mance prende desdeso ;princi-
pio os seus leitores a uma at-
ção maravilhosamente urdida,
reconhecendo-se que Xavier de
Montepin fechou com chave de
“ouro a serie gloriosa dos sous
romances.
Como se vê do annúncio
que gdeante publicamos, é .e-
– «dição da antiga casa Bertrand.
Publicou-se o tomo-8.º,
— As duas Mães, Outro bello
romance, não inferior Incot-:
“testavelmente áquelle. Emile
“Richebourg e Montepin são os
«dois princepes do romance ‘po-
pular francez tanto so paladar
“do publico que a empresa Be-:
Jem & C.* tem servido com o!
mais escrupuloso gosto. E ses:
inão veja-se a lista das obras
que ‘tem publicado, onde fign-
ramos melhores anctores com
as suas melhores obras, o que
‘constitue uma bella bibliotheca,!
Emile Richebourg é o ro-
maneista «da Mulher Fetal,
Martyr, O Marido, A Esposa, 4º
Avó, ‘O Selvagem a Filha Mal-;
– dita e tantos outros romances!
interessantes publicados por es-:
ta mesma empreza, j
Publicaram-se as caderne-,
tas 30, 81 e :82, corresponden-|
tesao 3.º volnme.
=—Os Luziados. Recebemos o!
fasciculo n.º 16 da grande edi-‘
ção popular e illustrada, d’esta:
gloriosa epopéia nacional, pu-
blicada pela Empreza da His-
toria de Portugal. |
Publica duas belas gravu-
ras uma allusiva à estameia
LXIII, canto V.
j
Às mulheres “queimadas vão em|.
cima.
À outra interpretativa da
estancia LXXXIII, canto V:
Emtfim quen’esta incognita espes-:
stira,
— Historia de Portugal. Pu-
blicaram-se os fasciculos 106
a 110, indo, assim, quasi con-
eluido o 3.º volume C’esta bel-
Referem-se ao reinado do
piedoso D. João 3.º os fascicu-
| Jos que temos presentes profu-
samente illustrados com ma-
guificas gravuras de escrupu-
tosa fidelidade historica, devi-
das ao lapis do notavel artista
Roque Gameiro, representando
notaveis monumentos varões e
mulheres ilustres, brazões d)-
“mas, feitos gloriosos, etc. ete.
meradamenite cuidada na ‘sua
parte Titteraria -como na sua
parte artistica. ;
A Moda Ilustrada conserva
incontestavelmente, ‘entre nós,
ossceptro da moda e do bom
gosto, reinando istindtamen-
te.
z
x ago Ee cifai CerdE araieaçes ipa a
Depois duma “residencia ‘de
‘6 annos em Campo Bello'(Bra-
23!) regressou, ‘tih quarta feira,
a esta villa atompanhado de
sua ex.” esposa -o:sr. -Magoel
Joaguim Nunes,
+
Fez acto do segundo anho
juridico, ficando plenamente
approvado o-gr. José Maximo
de Mello e Castro Ribeiro, pe-
flo’que lhe enviamos os nossos
parabens,
AEREAS ELO ERAS O pães
Acompanhado de sua ex.
familia sahiu, no domingo, ‘pa-
ra ‘a Capital, o sr. Domingos
Tasso de Figueiredo, illustre
capitão de fragata.
Regressou hontem do Pará a
Sermacho, onde tinha ido tra-
tar das operações commer-;
cines da -sãa importante casa o:
sr. Izidoro de Paula Antimes,
acreditado commerciante ‘d’a-
quella praça e cunhado ido di :
rector deste jornal. ?
Apresentamos-lhe os nossos:
comprimentos de boas vindas
e que disfructe com saude e,
felicidade os proventos do gen
honrado trabalho, são os nos-.
sos desejos.
e a E
Fez exame, em Lisboa, de
historia, geographia, franeez e
portuguez ficando approvado o
sr. Antonio Pedro da Silva
| Junior, pelo que lhe enviamos. de E
te acariciará com um beijo pratea-
os nossos parabens.
ee pe
Sahin para Belver o gr. pa-:
re Domingos Lopes da Cruz,
digno coadjuctor nesta villa.
cette |
Cem bastante concorrencia
de povo e na melhor ordem
realison-se no domingo, a fes.
tividade de 8, Pedro, no Nes-
peral, |
À” noite queimou-se um bel-
lo fogo d’atificio do sr. José
Nunes e Silva, tocando nos in-
tervallosa philarmonica de Ser-
nache.
Esta festividade foi feita a
expensas dos principaes pro-
prietarios da freguezia do Nes-
perai.
Mal informades dissemos a-
qui que eram juizes da festa os
srs. José David e Silva e José
Dias e Silva,
A Moda Ilustrada. Publicou-f
iso o n.º 594 deste “Bemanario:
| exeellentemente “redigido pela
|s* D. Alice d’Athyde, tão es-
um homemainho “de’ventre rebolu-
tourada. De costumes infinitamente:
| doces » patriarchaes, ‘roeixva com
a todos os cuidados possiveis sun jjo-
| ven esposa Beppa, cuja saude “ora
|’pouco inugra para os leitores (e pa-
[ramim,-vamos li) que amamos car-
|versario do seu casamento -era ‘fes-
| tejado, “entre visinhos, por qualquer
| pequenina «pandega» de chocolate
fyel cynismo.
Jreu, victima-d’um resfrjamento, hou-
ECHO DA BEIRA
ip: in A) Topidi |sabiu como ‘um louco, levantando;
O terno don placidio po E
RREO a [o —E “preciso seguil-o! —fez ‘im-
VA. Silvestre) pedida O prio “Golias dela
q | Querenita. ; i
| Mas agprima Marcodetta disse
Don Placidio de Biúenarida “era uma palavra ao ouvido do printo.
“Gomes, que socegou logo, murmu-
rando: |
— Talvez, sim,
tomeu muito, .»
– E todos aproveitaram a sysencia
do viuvo ;para admirarem’a affbição:
que elle consagrava 4 sua defunta.
E mais d’uma dama observou -ao,
seu Fo possuidor: a
Não és tu, não, que me cho-
Parás assim ara
=-Não ‘terei brevemente essa fo-
licidade. …«srespondia amavalmen-
te o espozo, ;
E n’estes pequenos didlogos de
familia occuparam um bom quarto;
de “hora, sem gue ninguem por tal:
déseo.
Tr
—Mas=tez de novo o primo Go-
twes—ello não apparece. … Merce-
detta, elle:coreu muito, ‘é verdade,
jiuas emfim… já tinha tempo de
cá estar. .u
—Com effsito=-observou o “primo
Diogo— começa a inquieter-me…
Elle estava profundamente deses-
perado.. E se alguma desgraça
succedeu?
Um murmario de terror percor-
teu a aasembleia, e as mulheres
declararam, “de commum accordo,
que a physionomia de Don Placi-
dio, ao sair, indicava uma tragica
ivesolução.
—Percorramos a casa. ..—fez 0
sabio Gomes.
do, ‘mas ‘não de “aspecto “ridicilo,
porque em’toda a sua pessoa se lhe
tiara ‘raça. Bondoso e sensivel “em
extremo, ‘era o tinico hespanhol que’
não “podia supportar até ao tim uma
talvez. . “Como
delicada. ‘Um ‘modolo dos maridos,
o que, ‘no “fim de contas, “iinguem
admirava, ‘visto’que Beppa”asseme-.
Ihava-sea uma rosa branca sobre a
qual pousára uma borboleta nepra,
tanta era a sua brancura tão som-
bria a noite da sta cabelleira, Um
nes confortaveis; mas tinha uma ‘in-
finita graça am toda ‘a sua pessoa,
‘e quando pegava no leque era’de
perder ‘um santo. É
– Toda ‘a gente “admirava a boa
harmonia d’este casal, e cada 9nni=
e-de malaga. Se todos faziam justi-
ça aos encantos de Beppa, todos
tambem estimavam, ho sou esposo,
uma franquesa de caracter sem “e-:
gual, e que ‘muitas vezes levava a
sinceridade aos limites de ‘um ama-
E quando a formosa Beppa mor.
jsoltou’ foram taes, que poderiam
ftendida no leito de que jámais nos
ve um verdadeiro lucto en todo o
paiz, E toda a gento admirou-se:
como n rasão de Don Placidio pô-
de resistir a um tão cruel golpe.
‘O facto é que o desgraçado fun-
diu-se n’uma tal torrento de lagri.
mas, que poderia guardar-se ape-
nas uma parte d’ellas para encher
o Manzanares. E os gemidos que
Mas o primo Diogo deteve-o,
—Antes de tudo, Don Placidio
sabe o que faz… E se o desespe-
ro o levou a uma tal extremidade,
não seremos nós que lhe digamos!
— Por Deus, não faça isso!
Outros declararam que a muita
sensibilidade não lhes permittia as-
sistirem a um espectaculo tão es-
AE So
ESC N
servir para o grande orgão da ca-
thedral, cujos tubos eram aphones
e mugiam insufficientomente os tra-
gicos amiserere».
mr
E’ no fim do triste dia des fume-
raes. À formosa Beppa está já es-
E ERES
ERA Ad
levantamos, e sobre ella estenden-
do-se a primeira noite de solidão, o
maior terror da morte, pois que ne-
nhum dia irá expulsar a sombra. So-
bre aterra remexida agonisam «bou-
quets» de rosas, e a lua brevemen-
do mais um tamulo, ;
Mas, fujamos, leitores, fujamos
desta melancolia; deixemos os pas-
saros poisarem no estremecimento
dos cyprestes, e entremos na habi-
tação onde o nosso pobre Don Pla-
cidio se lamenta no maio dos seus,
que 58 dsforçam MAD doreça
Porque é uma piedade vel=o ba-
tendo no rosto com os punhos fe-|
chados, arrancando os rendilhados
o os bofes da camisa, blasphoman-
do e orando alternativamente, cha-
mando a morte em-meio de soluços,
querendo morrer para se lhe reunir
em um mundo melhor,
—Ah! minha querida Beppa!—
dizia elle. —Minha boa e querida
esposal E” possivel que o desimo.
DOS separasse para sempre! Não,
não! Von reunir-me 8 ti… Si
E as suas lamentações prosegui-
am n’estes termas, é os companhes-
ros abandonando-se ao contagio
d’este desespero, choravam tam-
bem, inundando as lagrimas os joe-
lhos do viuvo!
1.º edição
ANNO, —52 numeros com 1:800′
bordados, 55000,
26 moldes cortados, tamanho nata-
ral, 26 moldes traçados eu borda»
dos, 23500.
TRIMESTRE. 13 números com
450 gravuras em preto e coloridas,
13 moldes cortados, tamanho natu-
ral, 13 tolhas de moldes traçados
ou bordados, 15300.
de moldes traçados ou de bordados.
lsem que ninguem podesse detel-o,
De repente, esto levantou-se, e,
MODA ILL
SEMESTRE.–26 numero”, com.
990 gravuras em preto e Loloridas, |,
Um numero contendo 30 gravus! ava
res em preto ‘e coloridas, um mol-| tas em preto e coloridas um molde
de cortado, tamanho natural, folha | cortado, tamanho natural.
pentoso como :o «que sem Buvilla
| lhes a ser mestrado.
—Sômente Don |Paneracio póde
Cumprir uma missão tão dedicar
du… —ilisse a prima Mercedetta.
Don Pancrezio “era curihado de,
Don ‘Plavidio. ‘D’uma “já respeitavel
idade, magistrado, solemne coma
um cavalio de apparato, Bon Pan-
eracio possuia, mais :do-guo nin=
guem, o que era necessario para
fazer ouvir ao dlesesperado a linv
guagem do dever e da resignação,
Aeceitou, pois, «o -alvitre da pri-
ma Mercedetta,
Methodicamente, começou de per-
correr-as casas, assegurando-se de
que em nenhuma d’ella havia qual- .
quer enforcado ou qualquer cada-
ver ‘banhando na purpura do seu
proprio sangue. E durante a busca,
o cerebro povoara-se-lhe de phan-
tasmas, e successivamente tomou pe-
lo -gorpo insensivel de Don Placídio
| um travesseiro que caira por terra,
e um Quarto do porco que estava a
seccar n’um aposenta desoccupado.
“Chegou ao ultimo andar. Abriu
uma ultima porta. E…Ab, leito-
res! Esteve a ponto de cair por
Jterra, suffacado, estupefacta.
E o caso não era para menos.
No supremo «buen retiro» que
servia de quarto de cama a uma
appetitosa creada, uma d’estas so-
berbas filhas de Catalunha que te-
em a carne firme como peixes fres-
cos, o terno Placidio executava,
com a dita creada, uma variação
sobre o thema uo qual devemos o
dia.
Quando a falla lhe veio, Don Pan-
craeio, com voz suffocada pela in-
dignação e pela colera, murmurou:
—Don Plucidio! Um «duo» co-
mo esse… en um dia como este…
O desgraçado viuvo não pare-
ceu experimentar nenhuma vergo=
nha; e, escorregando dos braços da
creada para se lançar nos do cu-
nhado, com lagrimas amargas disse;
—Ah, Don Pancracio, o meu de-
sespero tanto, que não sei o que taço!
USERADA
LICE DE ATHAYDE
Jornal das familias À
Publicação semanal
Indispensavel em todas as casas de familia
A MODA ILLUSTRADA publicará por anno 52 numeros de 8 pas
ginas, com 32 columnas, em grande formato, 1:800 gravuras em preto
e coloridas, 52 moldes cortados, tamanho natural; 52 folhas
traçados alternados com bordados e será remettida franca -de
BRINDE A TODOS OS ASSIGNANTES.
numero com 8 paginas chejas de figurinos de roupa branca.
CONDIÇÕES DA ASSIGNATI)RA
&e moldes
porte.
Em cada trimestre, um
2.* edição
ANNG, — 52 numeros com 1:800
gravuras em preto e coloridas, D2| grayvas em preto e colorida, à
moldes cortados, tamanho natural, | mrides cortador,
&2 folhas de moldes traçados ou de | 45000,
tamanho nataral
SEMESTRE. —26 mureros com
900 gravuras jem preto, e color-
das, 26 moldes cortades em tania-
nho natural, 29100, :
TRIMESTRE.–13 numeros com
450 gravuras em preto, e colori-
das, 13 moldes cortados em tama-
nho natural, 19100
LISBOA, PORTO É COIMBRA
Um número contendo 30 gravu
a OnÉregR coco DO réis | Na CHtrPêgã. veces BO rógiê
x ; A
AntigaCasa Bertrand-=« JOSE BASTOS —Bua Garrett, Lisbogsogs@@@ 1 @@@
“EcHo DA BEIRA
te
pes CENTO]
ESSA OSLO SL OK:
ENO
2
ERA
ANG
e
Er
o ca |
RR + Negra officina se fazem todos os tr: balhos con-
mm cernêntes 4 arte typographica, para o que tem pessoal
Ei habilitado, por preços assás rasoaveis.
k
E “Aceeitam-se encommendas de facturas commerciaes,
Eb pithctos de estabelecimentos, memoranduns participa-
Yº ções de casamento, “eto., ete., impressos officiaes e bi
l lhetes de visita, para o que esta casa possue um grande «
8 e variado sortimento de materiaes que mandeu ; vir ex-
À prossumente das primeiras casas de Lisboa.
ê Gerante-se o bom acabamento dos trabalhos, a ni-
npuidão.
ses O eneáa poncio erenon) anca » = e o
es ss mess ERSS Eee Bem a fes ais
PES er
Ee)
ê
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e
HE),
FssEs
GR) tidez e pro
E OPS
GE e
à
EDIÇÃO -COMMEMORATIVA
E. eve O]
IV Centenario da Descoberta do Brazil
Arthur Lobo d’ Avila
xo Os
CARAMURUS
ROMANCE HISTORICO
E – DA
DESCOBERTA E INDEPENDENCIA DO BRAZIL
Edição illustrada pelos pintores
Conceição e Silva, Miguel d’Oliveira e €. Brandão
wm bello volume em 8.º grande, adornado com 33
maguificas gravuras—900 réis, franco de porte.
Encadernado em percaline 18000 réis
Toda a correspondencia deve ser dirigida ao editor João Romano
Torres, 84, Rua D. Pedro V. — Lishoa.
digua acidula da oz de Gertã
“Approvada pela junta consultiva de saude publi-
ca e auctorisada pelo governo, medalha de prata was
exposições de Lishoa 4893, Auvers A895, Saimé-Míéie-
ne 1895, concurso de Eygiene mruxellas, Porto 1899,
medalha de orro-dipioma de honra, Marselha e Con-
eurso de Kiygieme Londres f8o.
Analyse chimica pelo exm.º sr. conselheiro dr, Virgilio Ma-
chado, medico e lente de chimica.
! e
Esta agua mineral possue a acção adstringente tonica e de-
Ed
q
* simfectonte o que-explica- as notaveis euras obtidas, especial-|
“mente nas seguintes doenças:
e Dilatação do estomago, Dyspepsias, ulcere do es
— tomagp, diabetes, leucorrhêa, enterites, purgações,
— syphilis, nas inflamações; mo irstamento de doecuças
— produzidas por germens imíceiosos de matúreza mi-
— exobina, etc.
| Analyse, estudo Bacteriológico, e apreciações, por M. Chars
| Tes Lopiérre, Professor e chefe dos serviços de Microbiologia
| da Universidade de Coimbra—aprec)c0:= dos distinctos clini-
| cosex” srs. Alfredo Luiz Lopes, medico do Hospital de S.
— José, e D. Antonio de Lencastre, professor da escola medica e
medico da FALILIA REAL, publicadas na «Revista Portugue-
za de Medicina Pratica», n.º 64 66.
Deposito GERAL
a a Age Ena dos Fanqueiros 84, 1.º LISBOA
EA RoER
Bad od, 4
tyr,O Marido,A Avo,Os Fi-,
– Bm
as duas liúães
POR
Emilie Richebourg
Em vista do extraordinario suc-
cesso que obteve a segunda. edição
do. magnifico romance À FILHA
MALDITA, entendaram os editores
que era dever seu publicar um ou:
tro romance do mesmo auctor, pois
que só se pode attribuir á belleza
d’aquella obra, e à grando sympa-
thia que sempre inspiram os traba-!
lhos de Emile Richebourg, 0 muito
potavel e accentuado favor com gue |
o publico acolheu a pablicação que
está a coneluir. Escolheram, pois,
os editores AS DUAS MAES, ro-
mance que é um dos mais notaveis
e impressionantes entre 0s’ muitos
ve Emile Ribebourg tem dado à;
q B
estampa, taes somo: A faulher
Esposa, M Rãar-
lhos da Miliiomaria, O Sel.
vagem, A. Viuva Miliiona-
riae A Filha tialdita, os qu-
aes evidentemente o collocaram no
ponto mais elevado e culminante da
longa escala em que, por ordem
de merito, se cham graduados os
grandes romancistas da actualidade,
AS DUAS MAES. Estas duas
palavras censtituem uma verdadei-
ra synthese do admiravel trabalho
de Emile Richebourg. AS DUAS
MAES são duas mulheres que sof-
frem; uma porque émãe e não tem
Sho, e a outra porque tem filho e
não é mãe, E, em volta d’esta lu-
cta, quanta intriga, quantos eri-
mes, quantas scenas commeventes
e palpitantes de anciedade.
Já na primeira caderneta—econ-
ta ella apenas 32 paginas de texto
— começam a desenliar-se as agita-
das peripécias, que nos seguintes
espitulos hão de desenvolver-se, 6
despertar no mais elevado grau a
attenção eo interesse dos leitoros .
CONDIÇÕES da ASSIGNATURA
Cada caderneta acmanal de 4 To-
lhas e estampa-— DO reis
Cada volume brochado 450 »
BRINDE A CADA ASSICNAN
“ TE NO FIM DA OBRA
Grande estam pa impressa a côres,
propria para quadro, representando
a vista geral da ive-
nida da diberdade
(QUINTA: EDIÇÃO APuR-
FEIÇOAD A)
Becobem-se assignatanas no é
criptorio dos. editores Bi LM
C.2, rua do Marechal Suldanha 20
Lisboa; e nas provincias e casa
dos Senhores correspondentes.
arma
Bulverisadores
v=! Henriques
nandes.
Fer.
Lembra aos seus estimados
amigos e freguezes que se en-
currega de quaesquer concer-
tos ou reparações em pulveri-
zadorcs Cujos OS Serviços exe-
cuta com solidez, perfeição e
economia e tambem está habi-
litado a fornecer pulverizadores
novos, por preços comodos,
Thomar, Kua Everard n.º 105
21
Rae EA
ESA
RECO ZE RE 1 DUDE Id DEU AT RU Sds ES
MANUEL PINHEIRO CHAGAS
HISTORIA DE PORGUGAL
Popular e illustrado
– Magnifica e Inxtosa edição, em optimo papel, bem
impressa espendi lamente illusirada mo texto sob
a direcção do mnótavel artsita
ROQUE GAMEIRO
BUBLICAÇÃO SEMANAN
Aes fasciceutos de ? folhas, de 8 paginas cada uma,
a duas colmmnas, n-4.º, grande formato. contendo,
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Livraria Moderna, B. Augusta, 95—Typographia, R. Ivens, 35, 37
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GRANDE EDIÇÃO POPULAR E ILLUSTRDA
Soba direcção dos insignessrtistas ROQUE GAMEIRO EM. DEMAÇEDO
Esta edição de 08 LUSHADAS, à mais monumental e mais eco-
pútujva de quentas se teem publicado até hoje, tem, como compete ao
Emator monumento da nossa htteratura e esta Empreza imprime a todas
“as emas publicações, HA cunho verdadeiramente macional,
i sabido de fabrica portugueza, o typo fundido na Imprensa
Ilustrada por artistas genuinamente portuguezes, e as photo-
rsvuúras teltas eguaimente por artistas portuguezes.
tg)
SO papetre
Náziona
1º Para que a edição podesse ser recebida da parte do publico com toda
|a connança, foram a revisão e a prefucção della entregues a um camo-
nearista illustre, erudito e poeta, o sr. Re é
Co Da Sousa Vileido
socio da Academia Real das Sciencias, vulto que com as suas investiga-
| ções historicas tantos serviços tem prestado ao seu paiz, é cuja compe-
| tencia para trabilhos deste genero é em absoluto reconhecida por quan-
Bos labutam uu csta lide dos trabalhos litterarios. ;
| PREÇO DA ASSIGNATURA
Cada” fasciemnlo! de 2 a Cada tomo contendo Dafasci-
de 8 pag: cada, ia-4º, grande for- cuios ou 80 paginas, inserindo cada
mato, contendo cada fasciculo 2 es-|tomo 10 magrificas gravuras ori.
plendidas gravuras, eo
69 REIS
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800 BEIS
Veja-se o primeiro fasciculo em poder dos distribuidores e |
“nas livrarias. Envia-se, mediante a quantia de 60 reis, a quem.
o requisitar à A
EMPREZA DA HISTÓRIA DE PORTUGAL Ee
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| É TE BSS
Açceitam-se correspondentes em todas as terras da provincia
| xia
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